EXPRESSO: Vidas

22-08-2002
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13/7/2002

GENTE

Prémio — Entregue à equipa vencedora do Challengers Trophy, o Clube BCP1, na sexta-feira da semana passada, no Pavilhão do Futuro, em Lisboa. Presidiram à cerimónia de encerramento desta prova de aventura Mónica Balsemão (EXPRESSO) e Amândio da Fonseca (Egor).

Imóvel — Esteve o ministro-adjunto durante o debate sobre o estado da Nação, na quarta-feira. Uma hérnia discal tem obrigado José Luís Arnaut a deslocar-se com o auxílio de uma muleta. As más línguas parlamentares logo questionaram: será a primeira baixa do Governo ou o facto de ter a tutela do desporto levou Arnaut a solidarizar-se com o ex-seleccionador nacional António Oliveira?

Credulidade — Mostrada pelo vereador do Desporto e Relações Internacionais da edilidade de Cascais, João Paes de Sande Castro. O veterano vereador socialista Umberto Pacheco pregou-lhe uma partida, ao dizer-lhe que quem detinha a vereação do Desporto do executivo anterior era mais alto e, como tal, Sande Castro tinha de ir tirar medidas para um novo fato ao economato. E o vereador popular lá foi, para espanto de uns e gargalhada de outros...

Processo — Movido por Tiger Woods ao pintor Rick Rush. O caso remonta a 1998, quando o artista vendeu reproduções de uma tela em que o multimilionário jogador de golfe está representado. Woods não gostou e acusou Rush de explorar a sua imagem. O desportista recorreu depois de o juiz ter defendido a liberdade de criação do artista. O processo só deve terminar no Supremo Tribunal.

Polémico — É o mínimo que se pode dizer da mais recente música de George Michael, «Shoot the Dog», na qual ridiculariza o Presidente dos EUA e em especial o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, acusado de ser o «cão obediente» de George W. Bush. Nos Estados Unidos, o ex-cantor dos Wham! está a ser considerado «persona non grata» pela ala mais patriótica da sociedade. A radialista Lisa Stanley afirmou: «As nossas casas de banho estarã o mais seguras sem ele», aludindo ao escândalo sexual, num urinol, em que George Michael se envolveu.

Passeio presidencial Coordenação de César Avó

LUIS FORRA / LUSA Sozinho, de chapéu enfiado até às orelhas, de calças desportivas e camisa com as mangas arregaçadas, sem aparato nem seguranças, lá andava ele pela beira do Tejo, a apanhar o ar fresco da manhã de domingo. O Parque das Nações estava ainda às moscas. Terá sido por isso mesmo que o nosso Presidente (na foto, em Vilamoura) escolheu aquela hora para dar um passeio a pé, vivamente aconselhável a quem precisa de recuperar toda a energia possível para os dias difíceis que se aproximam. Sozinho, de chapéu enfiado até às orelhas, de calças desportivas e camisa com as mangas arregaçadas, sem aparato nem seguranças, lá andava ele pela beira do Tejo, a apanhar o ar fresco da manhã de domingo. O Parque das Nações estava ainda às moscas. Terá sido por isso mesmo que o nosso Presidente (na foto, em Vilamoura) escolheu aquela hora para dar um passeio a pé, vivamente aconselhável a quem precisa de recuperar toda a energia possível para os dias difíceis que se aproximam. Com o Governo a prometer dureza e os conflitos sociais a ameaçarem chegar à rua, será mesmo preciso ter um Jorge Sampaio em forma. Uns «bons-dias» discretos e uma conversa aqui e ali com as crianças, sempre mais desinibidas, foram o máximo com que o chefe de Estado teve de lidar. GENTE cá o espera amanhã, sr. Presidente!

O «strip» de Manuela A cena passou-se recentemente numa sessão que a distrital de Lisboa do PSD organizou, com a participação de vários ministros, para explicar as políticas do Governo aos militantes. Manuela Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças, esteve presente e, obviamente, foi interpelada sobre a dívida fiscal do Benfica e o facto de o Fisco ter aceite acções do clube como garantia do pagamento de uma dívida. Perante as explicações da ministra, houve militantes que logo disseram não perceber como é que, sendo as explicações tão claras, o Governo fora tão criticado. Verdadeiramente inesperada foi a resposta de Ferreira Leite: lamentando-se que ninguém tinha querido saber das suas explicações, a ministra comentou, com humor, que até tinha pensado em «ir fazer 'strip-tease' para a Baixa, de megafone na mão», mas «com esta idade não seria conveniente...»

Ela não Sade JORGE SIMÃO Na edição de 29 de Junho da revista «Lux», Júlia Pinheiro dedica a sua crónica aos objectos «incensados pela utilização de grandes figuras históricas ou celebridades». E começa o texto com um preservativo - exposto no Museu da Farmácia, em Lisboa - que, alegadamente, terá pertencido ao Marquês de Sade. E, a palavras tantas, escreve: «Não imagino o marquês iniciar a sua famosa e pouco ortodoxa prática do 'masoquismo', da qual ele foi entusiasta e autor». E Sacher-Masoch iniciou o quê? Pelas contas de Júlia Pinheiro se calhar foi o sadismo... Ou seja, estamos perante um caso óbvio de uma ela mais fraca. Na edição de 29 de Junho da revista «Lux», Júlia Pinheiro dedica a sua crónica aos objectos. E começa o texto com um preservativo - exposto no Museu da Farmácia, em Lisboa - que, alegadamente, terá pertencido ao Marquês de Sade. E, a palavras tantas, escreve:. E Sacher-Masoch iniciou o quê? Pelas contas de Júlia Pinheiro se calhar foi o sadismo... Ou seja, estamos perante um caso óbvio de uma ela mais fraca.

Durão desarmado... ANTÓNIO PEDRO FERREIRA No debate sobre o estado da Nação, o primeiro-ministro mostrou que tinha estudado todas as questões com que o iam confrontar. Enfim, quase todas. Uma pergunta - da deputada Isabel Castro, de «Os Verdes», sobre como vai o Governo resolver o problema da farinha das vacas com BSE - deixou Durão Barroso embaraçado. Um frémito percorreu a bancada do Governo, com os ministros a olharem para os lados e a interrogarem «onde está o Isaltino?» O ministro das Cidades e do Ambiente, Isaltino Morais, estava fora do hemiciclo, a tratar de assuntos do ministério, ao mesmo tempo que poluía os ares parlamentares com o fumo do charuto. E quem acabou por valer foi o ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, que lhe rascunhou informações sobre a questão. No debate sobre o estado da Nação, o primeiro-ministro mostrou que tinha estudado todas as questões com que o iam confrontar. Enfim, quase todas. Uma pergunta - da deputada Isabel Castro, de «Os Verdes», sobre como vai o Governo resolver o problema da farinha das vacas com BSE - deixou Durão Barroso embaraçado. Um frémito percorreu a bancada do Governo, com os ministros a olharem para os lados e a interrogaremO ministro das Cidades e do Ambiente, Isaltino Morais, estava fora do hemiciclo, a tratar de assuntos do ministério, ao mesmo tempo que poluía os ares parlamentares com o fumo do charuto. E quem acabou por valer foi o ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, que lhe rascunhou informações sobre a questão.

...e apupado Será que Durão vai inverter a tradição? Os últimos primeiros-ministros viveram o início de governação em estado de graça. Já Durão Barroso não parece ter a mesma sorte. Numa das primeiras aparições públicas depois de nomeado, a final da Taça de Portugal, o PM foi apupado. Esta semana, a cena repetiu-se num concerto de Maria João Pires, em Sintra. Durão, acompanhado da mulher, Margarida Sousa Uva, dos seguranças e de um batalhão de fotógrafos, mal entrou no recinto, começou logo a ouvir das boas. O tom de contestação foi subindo e só desapareceu por completo quando a pianista surgiu no palco. Quando um primeiro-ministro começa o mandato debaixo de assobios, será que consegue acabá-lo em estado de graça?

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13/7/2002

GENTE

Prémio — Entregue à equipa vencedora do Challengers Trophy, o Clube BCP1, na sexta-feira da semana passada, no Pavilhão do Futuro, em Lisboa. Presidiram à cerimónia de encerramento desta prova de aventura Mónica Balsemão (EXPRESSO) e Amândio da Fonseca (Egor).

Imóvel — Esteve o ministro-adjunto durante o debate sobre o estado da Nação, na quarta-feira. Uma hérnia discal tem obrigado José Luís Arnaut a deslocar-se com o auxílio de uma muleta. As más línguas parlamentares logo questionaram: será a primeira baixa do Governo ou o facto de ter a tutela do desporto levou Arnaut a solidarizar-se com o ex-seleccionador nacional António Oliveira?

Credulidade — Mostrada pelo vereador do Desporto e Relações Internacionais da edilidade de Cascais, João Paes de Sande Castro. O veterano vereador socialista Umberto Pacheco pregou-lhe uma partida, ao dizer-lhe que quem detinha a vereação do Desporto do executivo anterior era mais alto e, como tal, Sande Castro tinha de ir tirar medidas para um novo fato ao economato. E o vereador popular lá foi, para espanto de uns e gargalhada de outros...

Processo — Movido por Tiger Woods ao pintor Rick Rush. O caso remonta a 1998, quando o artista vendeu reproduções de uma tela em que o multimilionário jogador de golfe está representado. Woods não gostou e acusou Rush de explorar a sua imagem. O desportista recorreu depois de o juiz ter defendido a liberdade de criação do artista. O processo só deve terminar no Supremo Tribunal.

Polémico — É o mínimo que se pode dizer da mais recente música de George Michael, «Shoot the Dog», na qual ridiculariza o Presidente dos EUA e em especial o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, acusado de ser o «cão obediente» de George W. Bush. Nos Estados Unidos, o ex-cantor dos Wham! está a ser considerado «persona non grata» pela ala mais patriótica da sociedade. A radialista Lisa Stanley afirmou: «As nossas casas de banho estarã o mais seguras sem ele», aludindo ao escândalo sexual, num urinol, em que George Michael se envolveu.

Passeio presidencial Coordenação de César Avó

LUIS FORRA / LUSA Sozinho, de chapéu enfiado até às orelhas, de calças desportivas e camisa com as mangas arregaçadas, sem aparato nem seguranças, lá andava ele pela beira do Tejo, a apanhar o ar fresco da manhã de domingo. O Parque das Nações estava ainda às moscas. Terá sido por isso mesmo que o nosso Presidente (na foto, em Vilamoura) escolheu aquela hora para dar um passeio a pé, vivamente aconselhável a quem precisa de recuperar toda a energia possível para os dias difíceis que se aproximam. Sozinho, de chapéu enfiado até às orelhas, de calças desportivas e camisa com as mangas arregaçadas, sem aparato nem seguranças, lá andava ele pela beira do Tejo, a apanhar o ar fresco da manhã de domingo. O Parque das Nações estava ainda às moscas. Terá sido por isso mesmo que o nosso Presidente (na foto, em Vilamoura) escolheu aquela hora para dar um passeio a pé, vivamente aconselhável a quem precisa de recuperar toda a energia possível para os dias difíceis que se aproximam. Com o Governo a prometer dureza e os conflitos sociais a ameaçarem chegar à rua, será mesmo preciso ter um Jorge Sampaio em forma. Uns «bons-dias» discretos e uma conversa aqui e ali com as crianças, sempre mais desinibidas, foram o máximo com que o chefe de Estado teve de lidar. GENTE cá o espera amanhã, sr. Presidente!

O «strip» de Manuela A cena passou-se recentemente numa sessão que a distrital de Lisboa do PSD organizou, com a participação de vários ministros, para explicar as políticas do Governo aos militantes. Manuela Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças, esteve presente e, obviamente, foi interpelada sobre a dívida fiscal do Benfica e o facto de o Fisco ter aceite acções do clube como garantia do pagamento de uma dívida. Perante as explicações da ministra, houve militantes que logo disseram não perceber como é que, sendo as explicações tão claras, o Governo fora tão criticado. Verdadeiramente inesperada foi a resposta de Ferreira Leite: lamentando-se que ninguém tinha querido saber das suas explicações, a ministra comentou, com humor, que até tinha pensado em «ir fazer 'strip-tease' para a Baixa, de megafone na mão», mas «com esta idade não seria conveniente...»

Ela não Sade JORGE SIMÃO Na edição de 29 de Junho da revista «Lux», Júlia Pinheiro dedica a sua crónica aos objectos «incensados pela utilização de grandes figuras históricas ou celebridades». E começa o texto com um preservativo - exposto no Museu da Farmácia, em Lisboa - que, alegadamente, terá pertencido ao Marquês de Sade. E, a palavras tantas, escreve: «Não imagino o marquês iniciar a sua famosa e pouco ortodoxa prática do 'masoquismo', da qual ele foi entusiasta e autor». E Sacher-Masoch iniciou o quê? Pelas contas de Júlia Pinheiro se calhar foi o sadismo... Ou seja, estamos perante um caso óbvio de uma ela mais fraca. Na edição de 29 de Junho da revista «Lux», Júlia Pinheiro dedica a sua crónica aos objectos. E começa o texto com um preservativo - exposto no Museu da Farmácia, em Lisboa - que, alegadamente, terá pertencido ao Marquês de Sade. E, a palavras tantas, escreve:. E Sacher-Masoch iniciou o quê? Pelas contas de Júlia Pinheiro se calhar foi o sadismo... Ou seja, estamos perante um caso óbvio de uma ela mais fraca.

Durão desarmado... ANTÓNIO PEDRO FERREIRA No debate sobre o estado da Nação, o primeiro-ministro mostrou que tinha estudado todas as questões com que o iam confrontar. Enfim, quase todas. Uma pergunta - da deputada Isabel Castro, de «Os Verdes», sobre como vai o Governo resolver o problema da farinha das vacas com BSE - deixou Durão Barroso embaraçado. Um frémito percorreu a bancada do Governo, com os ministros a olharem para os lados e a interrogarem «onde está o Isaltino?» O ministro das Cidades e do Ambiente, Isaltino Morais, estava fora do hemiciclo, a tratar de assuntos do ministério, ao mesmo tempo que poluía os ares parlamentares com o fumo do charuto. E quem acabou por valer foi o ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, que lhe rascunhou informações sobre a questão. No debate sobre o estado da Nação, o primeiro-ministro mostrou que tinha estudado todas as questões com que o iam confrontar. Enfim, quase todas. Uma pergunta - da deputada Isabel Castro, de «Os Verdes», sobre como vai o Governo resolver o problema da farinha das vacas com BSE - deixou Durão Barroso embaraçado. Um frémito percorreu a bancada do Governo, com os ministros a olharem para os lados e a interrogaremO ministro das Cidades e do Ambiente, Isaltino Morais, estava fora do hemiciclo, a tratar de assuntos do ministério, ao mesmo tempo que poluía os ares parlamentares com o fumo do charuto. E quem acabou por valer foi o ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, que lhe rascunhou informações sobre a questão.

...e apupado Será que Durão vai inverter a tradição? Os últimos primeiros-ministros viveram o início de governação em estado de graça. Já Durão Barroso não parece ter a mesma sorte. Numa das primeiras aparições públicas depois de nomeado, a final da Taça de Portugal, o PM foi apupado. Esta semana, a cena repetiu-se num concerto de Maria João Pires, em Sintra. Durão, acompanhado da mulher, Margarida Sousa Uva, dos seguranças e de um batalhão de fotógrafos, mal entrou no recinto, começou logo a ouvir das boas. O tom de contestação foi subindo e só desapareceu por completo quando a pianista surgiu no palco. Quando um primeiro-ministro começa o mandato debaixo de assobios, será que consegue acabá-lo em estado de graça?

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