"Os Verdes" querem estudo "aprofundado" sobre utilidade e impacto dos molhes do Douro

15-12-2004
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"Os Verdes" Querem Estudo "Aprofundado" Sobre Utilidade e Impacto dos Molhes do Douro

Por ABEL COENTRÃO

Terça-feira, 16 de Novembro de 2004

O Partido Ecologista "Os verdes" (PEV) vai solicitar ao Governo a suspensão das obras dos molhes do Douro, até que seja estudada a utilidade "estratégica e económica" desta intervenção. Dirigentes desta força política encontraram-se ontem com o administrador delegado no Norte do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, Francisco Lopes, e no final da reunião a deputada Isabel Castro exprimiu as reservas dos ecologistas também quanto à uma alegada falta de dados sobre as consequências desta empreitada no rio Douro e na zona ribeirinha.

No véspera de um conselho de ministros a bordo da Sagres, a forma escolhida pelo Governo para assinalar a Semana do Mar, "Os Verdes" decidiram contrapor àquilo que designam como o "folclore" do Executivo com a reabertura do debate em torno do polémico projecto dos molhes do Douro, cujas obras estão prestes a ser iniciadas. E pretendem mesmo interpelar o executivo de Santana Lopes, no sentido de garantir o adiamento do início efectivo dos trabalhos desta "versão recauchutada" do empreendimento, até que sejam esclarecidos vários aspectos que, segundo Isabel Castro, não estão suficientemente explicados."

Segundo a deputada, continua por provar a importância económica e estratégica dos molhes. "O turismo, explorado de uma forma equilibrada, é compatível com as condições actuais de navegabilidade", considera a parlamentar, duvidando do potencial do canal para o tráfego de mercadorias. Pelo menos, da Foz para montante. No sentido inverso, Isabel Castro admite que "Espanha, com a sua habitual visão estratégica, pode estar interessada em escoar por via marítima algumas substâncias perigosas [pesticidas, químicos, fertilizantes] que tem retirado dos canais rodoviários".

Contra extracção de areias sem monitorização

A deputada de "Os Verdes" diz não compreender ainda que, do ponto de vista ambiental, o poder político tenha decido avançar com o projecto "desconhecendo" o impacte dos molhes na hidrodinâmica do rio - e as consequências nas praias a sul do Douro e no próprio Cabedelo - bem como os efeitos da salinização, um fenómeno ampliado pela entrada do mar rio acima - na corrosão dos edifícios da zona ribeirinha,

Neste encontro com o IPTM a delegação do PEV abordou também a questão da extracção de areias no Douro. E saiu do encontro desapontada pelo facto desta actividade "não estar a ser monitorizada", como está previsto no regulamento do Plano de Bacia do Douro, e fora exigido pela Comissão de Inquérito Parlamentar à Queda da Ponte de Entre-os-Rios. "A renovação das licenças é definida casuísticamente", acusou Isabel Castro, que criticou ainda o facto de 30 por cento das receitas com a venda dos inertes servir para financiar o próprio IPTM.

"É em questões como esta que se verifica a total invisibilidade do Ministério do Ambiente", notou a parlamentar de "Os verdes", considerando que caberia à tutela ambiental - mais do que ao IPTM, cuja integração no Ministério da Defesa e dos "assuntos do Mar", criticam - definir os critérios para a renovação das licenças aos areeiros. E estas, argumentou Isabel Castro, deveriam corresponder apenas às necessidades de desassoreamento do leito do rio Douro.

"Os Verdes" Querem Estudo "Aprofundado" Sobre Utilidade e Impacto dos Molhes do Douro

Por ABEL COENTRÃO

Terça-feira, 16 de Novembro de 2004

O Partido Ecologista "Os verdes" (PEV) vai solicitar ao Governo a suspensão das obras dos molhes do Douro, até que seja estudada a utilidade "estratégica e económica" desta intervenção. Dirigentes desta força política encontraram-se ontem com o administrador delegado no Norte do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, Francisco Lopes, e no final da reunião a deputada Isabel Castro exprimiu as reservas dos ecologistas também quanto à uma alegada falta de dados sobre as consequências desta empreitada no rio Douro e na zona ribeirinha.

No véspera de um conselho de ministros a bordo da Sagres, a forma escolhida pelo Governo para assinalar a Semana do Mar, "Os Verdes" decidiram contrapor àquilo que designam como o "folclore" do Executivo com a reabertura do debate em torno do polémico projecto dos molhes do Douro, cujas obras estão prestes a ser iniciadas. E pretendem mesmo interpelar o executivo de Santana Lopes, no sentido de garantir o adiamento do início efectivo dos trabalhos desta "versão recauchutada" do empreendimento, até que sejam esclarecidos vários aspectos que, segundo Isabel Castro, não estão suficientemente explicados."

Segundo a deputada, continua por provar a importância económica e estratégica dos molhes. "O turismo, explorado de uma forma equilibrada, é compatível com as condições actuais de navegabilidade", considera a parlamentar, duvidando do potencial do canal para o tráfego de mercadorias. Pelo menos, da Foz para montante. No sentido inverso, Isabel Castro admite que "Espanha, com a sua habitual visão estratégica, pode estar interessada em escoar por via marítima algumas substâncias perigosas [pesticidas, químicos, fertilizantes] que tem retirado dos canais rodoviários".

Contra extracção de areias sem monitorização

A deputada de "Os Verdes" diz não compreender ainda que, do ponto de vista ambiental, o poder político tenha decido avançar com o projecto "desconhecendo" o impacte dos molhes na hidrodinâmica do rio - e as consequências nas praias a sul do Douro e no próprio Cabedelo - bem como os efeitos da salinização, um fenómeno ampliado pela entrada do mar rio acima - na corrosão dos edifícios da zona ribeirinha,

Neste encontro com o IPTM a delegação do PEV abordou também a questão da extracção de areias no Douro. E saiu do encontro desapontada pelo facto desta actividade "não estar a ser monitorizada", como está previsto no regulamento do Plano de Bacia do Douro, e fora exigido pela Comissão de Inquérito Parlamentar à Queda da Ponte de Entre-os-Rios. "A renovação das licenças é definida casuísticamente", acusou Isabel Castro, que criticou ainda o facto de 30 por cento das receitas com a venda dos inertes servir para financiar o próprio IPTM.

"É em questões como esta que se verifica a total invisibilidade do Ministério do Ambiente", notou a parlamentar de "Os verdes", considerando que caberia à tutela ambiental - mais do que ao IPTM, cuja integração no Ministério da Defesa e dos "assuntos do Mar", criticam - definir os critérios para a renovação das licenças aos areeiros. E estas, argumentou Isabel Castro, deveriam corresponder apenas às necessidades de desassoreamento do leito do rio Douro.

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