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16-10-2004
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Doença de alzheimer está em crescente

Amanhã, dia 21 de Setembro, assinala-se o Dia Mundial do Doente de Alzheimer, uma patologia que atinge sobretudo os mais idosos e que está a aumentar, ao mesmo tempo que a esperança de média de vida é cada vez maior.

Lisboa, 20 Setembro - O Dia Mundial do Doente de Alzheimer é assinalado amanhã, dia 21 de Setembro, data em que a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA) vai promover um conjunto de iniciativas. Para além de estar presente em diversos centros comerciais da região de Lisboa e de Santarém, onde irá divulgar e informar sobre a doença, a APFADA vai proporcionar um fim-de-semana a doentes e familiares afectados pela doença, que afecta cada vez mais portugueses.

Isto porque as pessoas vivem mais, sendo as probabilidades de desenvolver Alzheimer são maiores, já que é uma doença que surge com a idade. Segundo a neurologista do Hospital Egas Moniz, Isabel Castro, a população acima dos 65 anos é crescente, “logo, o número de doentes de Alzheimer pode aumentar”.

Actualmente, em Portugal estima-se que existam cerca de 56 mil indivíduos com doença de Alzheimer. Já em 2010, prevê-se que este número cresça para 70 mil. “É uma patologia em crescente e dada a longevidade da população, tem necessariamente que aumentar”, acrescenta a especialista.

De acordo com Isabel Castro, estes dados são preocupantes em termos de saúde pública, mas não só: “é uma patologia que envolve o doente e a família, porque os cuidadores em geral são os familliares mais directos, e portanto, tudo isso implica uma preocupação em termos de bem-estar social, económico e de qualidade de vida”.

A doença de Alzheimer é uma forma degenerativa de demência e é responsável por cerca de 50 por cento do total das demências primárias. A evolução da doença é muito lenta e a maior parte dos casos são precedidos de uma fase, caracterizada por perturbações de memória.

A principal característica da Alzheimer é a perda de memória. “Sabemos que 80 por cento da população idosa chega à consulta com queixas de memória. Mas se alguns vão evoluir para doença, outros nem tanto, até porque, como explica Isabel Castro, “existem esquecimentos que são próprios do envelhecimento e são uma situação benigna”.

“No entanto, o doente começa com perdas de memória, que vão evoluindo para perturbação e alteração das capacidades e das funções das actividades do dia-a-dia e já com algum grau de dependência”, refere a neurologista. A situação torna-se mais grave quando é a família que traz o doente à consulta. “De facto, um dos sinais ou sintomas mais característicos de uma situação avançada é o chamado esquecimento do esquecimento, ou seja, o indivíduo já se esqueceu que tem um esquecimento”.

Isabel Castro adianta que uma doença destas dura em média cerca de 10 anos. Numa fase inicial com perturbações de memória e alterações da vida diária e depois perdendo cada vez mais capacidades. “É uma situação progressiva e degenerativa e numa fase mais avançada com alterações motoras, esperando apenas a fase terminal”.

Embora não exista cura para a Alzheimer, “que é o desejável, mesmo assim, os medicamentos actuais conseguem atrasar a progressão da doença. E isto é importante, na medida em que melhoram os sintomas”.

A memantina é um novo medicamento que permite ao especialista tratar tanto as fases moderadas da doença como nas fases mais avançadas. Trata-se de um antagonista dos receptores de glutamato, que se situam predominantemente em áreas do cérebro importantes para o processo de aprendizagem e memória. Tem uma acção neuroprotectora que previne a progressão da doença.

Isabel Castro acredita que o doente melhora das perturbações de memória, do comportamento, fica mais independente e com uma certa qualidade de vida, “quer para o doente, quer para a família”.

20 de Setembro de 2004

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Doença de alzheimer está em crescente

Amanhã, dia 21 de Setembro, assinala-se o Dia Mundial do Doente de Alzheimer, uma patologia que atinge sobretudo os mais idosos e que está a aumentar, ao mesmo tempo que a esperança de média de vida é cada vez maior.

Lisboa, 20 Setembro - O Dia Mundial do Doente de Alzheimer é assinalado amanhã, dia 21 de Setembro, data em que a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA) vai promover um conjunto de iniciativas. Para além de estar presente em diversos centros comerciais da região de Lisboa e de Santarém, onde irá divulgar e informar sobre a doença, a APFADA vai proporcionar um fim-de-semana a doentes e familiares afectados pela doença, que afecta cada vez mais portugueses.

Isto porque as pessoas vivem mais, sendo as probabilidades de desenvolver Alzheimer são maiores, já que é uma doença que surge com a idade. Segundo a neurologista do Hospital Egas Moniz, Isabel Castro, a população acima dos 65 anos é crescente, “logo, o número de doentes de Alzheimer pode aumentar”.

Actualmente, em Portugal estima-se que existam cerca de 56 mil indivíduos com doença de Alzheimer. Já em 2010, prevê-se que este número cresça para 70 mil. “É uma patologia em crescente e dada a longevidade da população, tem necessariamente que aumentar”, acrescenta a especialista.

De acordo com Isabel Castro, estes dados são preocupantes em termos de saúde pública, mas não só: “é uma patologia que envolve o doente e a família, porque os cuidadores em geral são os familliares mais directos, e portanto, tudo isso implica uma preocupação em termos de bem-estar social, económico e de qualidade de vida”.

A doença de Alzheimer é uma forma degenerativa de demência e é responsável por cerca de 50 por cento do total das demências primárias. A evolução da doença é muito lenta e a maior parte dos casos são precedidos de uma fase, caracterizada por perturbações de memória.

A principal característica da Alzheimer é a perda de memória. “Sabemos que 80 por cento da população idosa chega à consulta com queixas de memória. Mas se alguns vão evoluir para doença, outros nem tanto, até porque, como explica Isabel Castro, “existem esquecimentos que são próprios do envelhecimento e são uma situação benigna”.

“No entanto, o doente começa com perdas de memória, que vão evoluindo para perturbação e alteração das capacidades e das funções das actividades do dia-a-dia e já com algum grau de dependência”, refere a neurologista. A situação torna-se mais grave quando é a família que traz o doente à consulta. “De facto, um dos sinais ou sintomas mais característicos de uma situação avançada é o chamado esquecimento do esquecimento, ou seja, o indivíduo já se esqueceu que tem um esquecimento”.

Isabel Castro adianta que uma doença destas dura em média cerca de 10 anos. Numa fase inicial com perturbações de memória e alterações da vida diária e depois perdendo cada vez mais capacidades. “É uma situação progressiva e degenerativa e numa fase mais avançada com alterações motoras, esperando apenas a fase terminal”.

Embora não exista cura para a Alzheimer, “que é o desejável, mesmo assim, os medicamentos actuais conseguem atrasar a progressão da doença. E isto é importante, na medida em que melhoram os sintomas”.

A memantina é um novo medicamento que permite ao especialista tratar tanto as fases moderadas da doença como nas fases mais avançadas. Trata-se de um antagonista dos receptores de glutamato, que se situam predominantemente em áreas do cérebro importantes para o processo de aprendizagem e memória. Tem uma acção neuroprotectora que previne a progressão da doença.

Isabel Castro acredita que o doente melhora das perturbações de memória, do comportamento, fica mais independente e com uma certa qualidade de vida, “quer para o doente, quer para a família”.

20 de Setembro de 2004

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