PCP acusa PSD de falta de transparência

22-06-2004
marcar artigo

PCP Acusa PSD de Falta de Transparência

Por PÚBLICO/LUSA

Quinta-feira, 13 de Maio de 2004

A polémica à volta da privatização da Galp Energia voltou ontem à Assembleia da República (AR) devido à recusa da maioria em apoiar uma audição ao ministro da Economia, Carlos Tavares.

O Partido Social Democrata (PSD) justificou a recusa com a necessidade de sigilo num momento em que o processo está ainda em curso. O deputado Hugo Velosa comprometeu o ministro com uma vinda a São Bento "no máximo três dias após ser conhecida a decisão" sobre o consórcio vencedor.

A decisão do partido do Governo suscitou críticas da parte da oposição, acusando a maioria de desrespeito ao Parlamento. Tanto o PS, como o PCP e o Bloco de Esquerda tinham solicitado uma audição com o ministro da Economia.

O debate de ontem foi despoletado pelo PCP, cujo líder parlamentar, Bernardino Soares, reagiu violentamente à recusa: "O PSD julga que a Assembleia da República é como os programas desportivos em que os comentadores se juntam na televisão para apreciarem as decisões dos árbitros na jornada anterior."

Bernardino Soares acusou também a maioria de "querer decidir sem esclarecer, achando que a transparência de processos a que obriga o dever de prestar contas perante a Assembleia da República é inimiga dos bons negócios que se preparam na nova privatização da Galp".

Hugo Velosa respondeu acusando o PCP de segundas intenções no pedido de audição. Afirmou que caso a audição tivesse lugar, esta "destinar-se- ia a influenciar a decisão", e como tal a maioria não iria aceitá-lo.

A polémica instalou-se depois de um debate mensal com o primeiro-ministro em que o deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, levantou questões relativamente à privatização e à proximidade entre um dos concorrentes (o grupo Carlyle) e o ex-membros do Governo de Durão Barroso.

O plenário debateu também o aumento dos preços dos combustíveis. O comunista Bernardino Soares aproveitou os aumentos para concluir que a liberalização não trouxera "nenhuma vantagem" aos consumidores: "Os portugueses já perceberam que, depois de pagarem os aumentos dos combustíveis, vão pagar o seu reflexo nos preços de bens essenciais".

O centrista Diogo Feio respondeu lembrando que "se em Março estivesse em vigor o anterior regime de preços controlados, os preços dos combustíveis seriam mais elevados do que os que foram praticados com o regime de liberalização". Bernardino Soares respondeu apresentando números: "Se ainda estivesse em vigor o regime de preços controlados, a gasolina seria 2,5 por cento mais barata e o gasóleo cerca de 6,5 por cento", contrapôs o presidente da bancada comunista.

PCP Acusa PSD de Falta de Transparência

Por PÚBLICO/LUSA

Quinta-feira, 13 de Maio de 2004

A polémica à volta da privatização da Galp Energia voltou ontem à Assembleia da República (AR) devido à recusa da maioria em apoiar uma audição ao ministro da Economia, Carlos Tavares.

O Partido Social Democrata (PSD) justificou a recusa com a necessidade de sigilo num momento em que o processo está ainda em curso. O deputado Hugo Velosa comprometeu o ministro com uma vinda a São Bento "no máximo três dias após ser conhecida a decisão" sobre o consórcio vencedor.

A decisão do partido do Governo suscitou críticas da parte da oposição, acusando a maioria de desrespeito ao Parlamento. Tanto o PS, como o PCP e o Bloco de Esquerda tinham solicitado uma audição com o ministro da Economia.

O debate de ontem foi despoletado pelo PCP, cujo líder parlamentar, Bernardino Soares, reagiu violentamente à recusa: "O PSD julga que a Assembleia da República é como os programas desportivos em que os comentadores se juntam na televisão para apreciarem as decisões dos árbitros na jornada anterior."

Bernardino Soares acusou também a maioria de "querer decidir sem esclarecer, achando que a transparência de processos a que obriga o dever de prestar contas perante a Assembleia da República é inimiga dos bons negócios que se preparam na nova privatização da Galp".

Hugo Velosa respondeu acusando o PCP de segundas intenções no pedido de audição. Afirmou que caso a audição tivesse lugar, esta "destinar-se- ia a influenciar a decisão", e como tal a maioria não iria aceitá-lo.

A polémica instalou-se depois de um debate mensal com o primeiro-ministro em que o deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, levantou questões relativamente à privatização e à proximidade entre um dos concorrentes (o grupo Carlyle) e o ex-membros do Governo de Durão Barroso.

O plenário debateu também o aumento dos preços dos combustíveis. O comunista Bernardino Soares aproveitou os aumentos para concluir que a liberalização não trouxera "nenhuma vantagem" aos consumidores: "Os portugueses já perceberam que, depois de pagarem os aumentos dos combustíveis, vão pagar o seu reflexo nos preços de bens essenciais".

O centrista Diogo Feio respondeu lembrando que "se em Março estivesse em vigor o anterior regime de preços controlados, os preços dos combustíveis seriam mais elevados do que os que foram praticados com o regime de liberalização". Bernardino Soares respondeu apresentando números: "Se ainda estivesse em vigor o regime de preços controlados, a gasolina seria 2,5 por cento mais barata e o gasóleo cerca de 6,5 por cento", contrapôs o presidente da bancada comunista.

marcar artigo