EXPRESSO: País

02-11-2002
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Mais demissões no Comité Central

A DECISÃO, tomada pelo Comité Central no sábado passado, de negar provimento aos recursos das sanções aplicadas a Carlos Brito, Carlos Luís Figueira e Edgar Correia levou, para já, à demissão de mais dois membros deste órgão. A ex-deputada Natália Filipe e o vereador da Câmara de Vila Real de Santo António, Mário Sousa - dois dos 12 membros do Comité Central que votaram contra a ratificação das penas de expulsão e suspensão - formalizaram as suas demissões do CC durante a semana.

E é previsível que a lista de saídas deste órgão de direcção ainda não esteja completa.

Contra as sanções estiveram ainda Adão Barata, António Filipe, Fernando Vicente, Honório Novo, Licínio de Carvalho, Lino de Carvalho, Mário Costa, Octávio Teixeira, Pimenta Dias e Rui Sá. Abstiveram-se na votação Eulália Miranda, José Decq Mota e Manuela Silva.

Foi ainda notado que António Lopes (também membro da Comissão Política) esteve ausente durante as votações. Jorge Gouveia Monteiro e Maria do Carmo Tavares, que têm exprimido posições críticas, não participaram na reunião.

Assim, sem surpresa, a decisão de manter as sanções aplicadas pelo Secretariado foi ratificada pelo Comité Central, apesar de ser assinalável (tendo em conta as habituais votações) o número de discordantes.

Segundo Edgar Correia, o apelo ao CC foi apresentado «por mera cautela jurídica», na sequência de uma decisão do Tribunal Constitucional (TC). Agora, os três ex-dirigentes sancionados mantêm as esperanças na revogação da decisão do seu partido pelo TC, onde mantêm recurso.

Foi notório o esforço da direcção comunista para desvalorizar o tema das sanções, sendo significativo, por exemplo, o modo como a questão é abordada na primeira página do «Avante!»: «O CC ratificou ainda a sanção aplicada a um militante e negou provimento a dois recursos interpostos por dois ex-membros do Partido.» Mas, como era de esperar, os críticos fizeram-se ouvir.

No Alentejo, o único dos críticos que esteve presente na Festa do «Avante!», Lopes Guerreiro, reiterou, em artigo de opinião publicado no jornal regional «O Campo» (Castro Verde), a necessidade de o PCP «rever urgentemente o programa, os estatutos, as orientações e, principalmente, de uma nova direcção». No texto, acrescenta: «Na última reacção do Comité Central, os dirigentes, colectiva e individualmente, mostraram não ser capazes de corresponder às expectativas dos militantes e do povo, principalmente das novas gerações de Abril». Lopes Guerreiro justifica ainda a organização de muitas iniciativas à margem dos seus organismos, pois «pela via orgânica nunca tal aconteceria».

Também os presidentes das Câmaras de Beja e do Redondo, Carreira Marques e Alfredo Barroso, criticaram a decisão do CC.

Mais demissões no Comité Central

A DECISÃO, tomada pelo Comité Central no sábado passado, de negar provimento aos recursos das sanções aplicadas a Carlos Brito, Carlos Luís Figueira e Edgar Correia levou, para já, à demissão de mais dois membros deste órgão. A ex-deputada Natália Filipe e o vereador da Câmara de Vila Real de Santo António, Mário Sousa - dois dos 12 membros do Comité Central que votaram contra a ratificação das penas de expulsão e suspensão - formalizaram as suas demissões do CC durante a semana.

E é previsível que a lista de saídas deste órgão de direcção ainda não esteja completa.

Contra as sanções estiveram ainda Adão Barata, António Filipe, Fernando Vicente, Honório Novo, Licínio de Carvalho, Lino de Carvalho, Mário Costa, Octávio Teixeira, Pimenta Dias e Rui Sá. Abstiveram-se na votação Eulália Miranda, José Decq Mota e Manuela Silva.

Foi ainda notado que António Lopes (também membro da Comissão Política) esteve ausente durante as votações. Jorge Gouveia Monteiro e Maria do Carmo Tavares, que têm exprimido posições críticas, não participaram na reunião.

Assim, sem surpresa, a decisão de manter as sanções aplicadas pelo Secretariado foi ratificada pelo Comité Central, apesar de ser assinalável (tendo em conta as habituais votações) o número de discordantes.

Segundo Edgar Correia, o apelo ao CC foi apresentado «por mera cautela jurídica», na sequência de uma decisão do Tribunal Constitucional (TC). Agora, os três ex-dirigentes sancionados mantêm as esperanças na revogação da decisão do seu partido pelo TC, onde mantêm recurso.

Foi notório o esforço da direcção comunista para desvalorizar o tema das sanções, sendo significativo, por exemplo, o modo como a questão é abordada na primeira página do «Avante!»: «O CC ratificou ainda a sanção aplicada a um militante e negou provimento a dois recursos interpostos por dois ex-membros do Partido.» Mas, como era de esperar, os críticos fizeram-se ouvir.

No Alentejo, o único dos críticos que esteve presente na Festa do «Avante!», Lopes Guerreiro, reiterou, em artigo de opinião publicado no jornal regional «O Campo» (Castro Verde), a necessidade de o PCP «rever urgentemente o programa, os estatutos, as orientações e, principalmente, de uma nova direcção». No texto, acrescenta: «Na última reacção do Comité Central, os dirigentes, colectiva e individualmente, mostraram não ser capazes de corresponder às expectativas dos militantes e do povo, principalmente das novas gerações de Abril». Lopes Guerreiro justifica ainda a organização de muitas iniciativas à margem dos seus organismos, pois «pela via orgânica nunca tal aconteceria».

Também os presidentes das Câmaras de Beja e do Redondo, Carreira Marques e Alfredo Barroso, criticaram a decisão do CC.

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