Guimarães repudia violência e critica actuação das forças policiais

21-02-2004
marcar artigo

Guimarães Repudia Violência e Critica Actuação das Forças Policiais

Por NELSON MARQUES E VICTOR FERREIRA

Terça-feira, 03 de Fevereiro de 2004 Os incidentes do Guimarães-Boavista de domingo, num dos palcos que vai receber o Euro 2004, mereceram ontem a censura de algumas das principais figuras da cidade, que, contudo, não pouparam críticas ao árbitro do encontro, Paulo Baptista, ao comportamento dos jogadores do Boavista e à actuação das forças policiais. O presidente da Câmara de Guimarães, o socialista António Magalhães, lamentou os acontecimentos, considerando-os degradantes para "a imagem da região, do desporto e do país", e revelou cautelas relativamente ao eventual impacto do episódio numa cidade que vai receber dois jogos do Euro 2004. "Espero que nada de estranho aconteça", disse o autarca, lembrando "os sinais dados" na altura do sorteio com a alteração de jogos marcados para Coimbra e Aveiro. Ontem mesmo, num ofício enviado ao secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, o autarca socialista reafirmou o empenho dos agentes vimaranenses no sucesso do torneio e esperou que os actos de violência da véspera "não criem qualquer dificuldade" à realização do evento na cidade. Magalhães frisou que as autoridades responsáveis pela organização do encontro devem assumir as suas responsabilidades e deixou alguns reparos à preparação do jogo. "Houve alguma coisa que não funcionou. As autoridades não tiveram em conta as especificidades do encontro, atendendo à crispação que existe nos adeptos do Vitória devido à difícil situação na tabela classificativa e ainda à antiga rivalidade entre os dois clubes". As críticas de Magalhães foram corroboradas pelo líder local do principal partido da oposição, o PSD. "Estranho a demora na actuação das forças policiais. Houve qualquer coisa que falhou ao nível da segurança", afirmou o vereador Rui Vítor Costa, sócio do Vitória há 25 anos, que considerou haver gente interessada em "arrumar" o clube presidido por Pimenta Machado. "É óbvio que temos todos de ter mais calma, mas, sem querer justificar os actos lamentáveis do final da partida, julgo ser importante dizer que o árbitro esteve numa provocação contínua". "Creio que tudo isto se deve à situação crítica do clube. Cada jogo é já uma verdadeira final e toda essa instabilidade afecta também quem vai aos estádios ver a equipa jogar", sustentou Fernando Alberto Ribeiro da Silva, sócio e ex-dirigente do Vitória de Guimarães, que estende também as responsabilidades à "estupidez do árbitro", que expulsou o guarda-redes vitoriano já em tempo de descontos, e ao Boavista, pelo seu "habitual e permanente anti-jogo". Ribeiro da Silva realçou que "Guimarães tem estado na primeira página dos jornais por más razões", primeiro com a "trapalhada" do estádio, "depois com a morte do Fehér" e agora com "os incidentes que todo o país viu", concretizou o militante histórico do PSD, partido que ajudou a fundar e pelo qual foi governador civil de Braga, durante os governos de Cavaco Silva. Também o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACIG) de Guimarães, que assistiu ao jogo nas bancadas do D. Afonso Henriques, lamentou as ocorrências de anteontem, considerando que estas são "um mau cartão de visita para o Euro 2004". As culpas, entende, vão interirinhas para o juiz do encontro, Paulo Batista, e para a equipa "axadrezada". "As pessoas não são de ferro. Durante todo o jogo, viram a atitude do árbitro, o antijogo do Boavista, os ânimos foram-se exaltando e as coisas não terminaram bem. A culpa é todo de um jogador do Boavista [Éder] que foi tirar dividendos de um jogador do Vitória [Afonso Martins] e tudo se precipitou", referiu Luciano Baltar, que também não poupou críticas ao líder das "panteras", João Loureiro - "em vez de deitar água na fervura, foi ao túnel atirar gasolina para a fogueira" - e à PSP, que "não teve a rapidez necessária para resolver a situação". O líder da ACIG referiu, contudo, que, a pouco mais de cinco meses do início do evento, a cidade "ainda vai a tempo de aprender a lição e rectificar a imagem deixada", opinião partilhada pelo líder do PP local, Pedro Carvalho, que também condenou os actos de violência no Guimarães-Boavista. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE D. Afonso Henriques vira besta negra

Guimarães repudia violência e critica actuação das forças policiais

Reacções

SCP tem provas, FCP avança com queixa-crime

Boavista pede "punição exemplar"

O que diz o Regulamento Displinar da Liga

Guimarães Repudia Violência e Critica Actuação das Forças Policiais

Por NELSON MARQUES E VICTOR FERREIRA

Terça-feira, 03 de Fevereiro de 2004 Os incidentes do Guimarães-Boavista de domingo, num dos palcos que vai receber o Euro 2004, mereceram ontem a censura de algumas das principais figuras da cidade, que, contudo, não pouparam críticas ao árbitro do encontro, Paulo Baptista, ao comportamento dos jogadores do Boavista e à actuação das forças policiais. O presidente da Câmara de Guimarães, o socialista António Magalhães, lamentou os acontecimentos, considerando-os degradantes para "a imagem da região, do desporto e do país", e revelou cautelas relativamente ao eventual impacto do episódio numa cidade que vai receber dois jogos do Euro 2004. "Espero que nada de estranho aconteça", disse o autarca, lembrando "os sinais dados" na altura do sorteio com a alteração de jogos marcados para Coimbra e Aveiro. Ontem mesmo, num ofício enviado ao secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, o autarca socialista reafirmou o empenho dos agentes vimaranenses no sucesso do torneio e esperou que os actos de violência da véspera "não criem qualquer dificuldade" à realização do evento na cidade. Magalhães frisou que as autoridades responsáveis pela organização do encontro devem assumir as suas responsabilidades e deixou alguns reparos à preparação do jogo. "Houve alguma coisa que não funcionou. As autoridades não tiveram em conta as especificidades do encontro, atendendo à crispação que existe nos adeptos do Vitória devido à difícil situação na tabela classificativa e ainda à antiga rivalidade entre os dois clubes". As críticas de Magalhães foram corroboradas pelo líder local do principal partido da oposição, o PSD. "Estranho a demora na actuação das forças policiais. Houve qualquer coisa que falhou ao nível da segurança", afirmou o vereador Rui Vítor Costa, sócio do Vitória há 25 anos, que considerou haver gente interessada em "arrumar" o clube presidido por Pimenta Machado. "É óbvio que temos todos de ter mais calma, mas, sem querer justificar os actos lamentáveis do final da partida, julgo ser importante dizer que o árbitro esteve numa provocação contínua". "Creio que tudo isto se deve à situação crítica do clube. Cada jogo é já uma verdadeira final e toda essa instabilidade afecta também quem vai aos estádios ver a equipa jogar", sustentou Fernando Alberto Ribeiro da Silva, sócio e ex-dirigente do Vitória de Guimarães, que estende também as responsabilidades à "estupidez do árbitro", que expulsou o guarda-redes vitoriano já em tempo de descontos, e ao Boavista, pelo seu "habitual e permanente anti-jogo". Ribeiro da Silva realçou que "Guimarães tem estado na primeira página dos jornais por más razões", primeiro com a "trapalhada" do estádio, "depois com a morte do Fehér" e agora com "os incidentes que todo o país viu", concretizou o militante histórico do PSD, partido que ajudou a fundar e pelo qual foi governador civil de Braga, durante os governos de Cavaco Silva. Também o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACIG) de Guimarães, que assistiu ao jogo nas bancadas do D. Afonso Henriques, lamentou as ocorrências de anteontem, considerando que estas são "um mau cartão de visita para o Euro 2004". As culpas, entende, vão interirinhas para o juiz do encontro, Paulo Batista, e para a equipa "axadrezada". "As pessoas não são de ferro. Durante todo o jogo, viram a atitude do árbitro, o antijogo do Boavista, os ânimos foram-se exaltando e as coisas não terminaram bem. A culpa é todo de um jogador do Boavista [Éder] que foi tirar dividendos de um jogador do Vitória [Afonso Martins] e tudo se precipitou", referiu Luciano Baltar, que também não poupou críticas ao líder das "panteras", João Loureiro - "em vez de deitar água na fervura, foi ao túnel atirar gasolina para a fogueira" - e à PSP, que "não teve a rapidez necessária para resolver a situação". O líder da ACIG referiu, contudo, que, a pouco mais de cinco meses do início do evento, a cidade "ainda vai a tempo de aprender a lição e rectificar a imagem deixada", opinião partilhada pelo líder do PP local, Pedro Carvalho, que também condenou os actos de violência no Guimarães-Boavista. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE D. Afonso Henriques vira besta negra

Guimarães repudia violência e critica actuação das forças policiais

Reacções

SCP tem provas, FCP avança com queixa-crime

Boavista pede "punição exemplar"

O que diz o Regulamento Displinar da Liga

marcar artigo