Jardim disponível para "meter o país na ordem"

05-12-2004
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Jardim Disponível para "Meter o País na Ordem"

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Sexta-feira, 03 de Dezembro de 2004

Alberto João Jardim está disposto, "a partir de agora", a ir para Lisboa "meter o país na ordem". A declaração do governante madeirense parece relançar a sua velha aspiração de ser candidato à Presidência da República.

"Perante um previsível derrota do PSD nas próximas legislativas, tanto Santana Lopes como Cavaco Silva irão ponderar se avançam, uma questão a decidir num congresso extraordinário que constituirá um ajuste-de-contas entre santanistas e cavaquistas", declarou ao PÚBLICO Filipe Malheiro, secretário-geral adjunto dos sociais-democratas madeirenses. Nestas circunstâncias, Jardim "poderá então emergir como "o único político ganhador e capaz de protagonizar uma candidatura de ruptura com o actual sistema", e, conclui aquele dirigente, "não teria nada a perder" se aceitasse o desafio.

Aliás, em Maio passado, Jardim garantiu que, se Santana Lopes não avançasse, na corrida a Belém, o professor teria um concorrente de direita. "Cavaco Silva não terá caminho livre", avisou o presidente madeirense que, no início do mandato, delegou muitas das suas competências dno seu vice-presidente, Cunha Silva, como a pretender libertar-se, a qualquer momento, dos compromissos na região.

Jardim responsabilizou ontem Cavaco Silva pela presente crise, classificando de "inqualificável" o seu comportamento e as declarações que "prejudicam o PSD e causam instabilidade no país". "Só o facto de Cavaco Silva não gostar que ele seja o líder do partido é mais uma razão para eu apoiar Santana Lopes", frisou o líder do PSD-Madeira, disponível para percorrer o país em campanha, ao lado do ainda primeiro-ministro

Sobre a alusão de Cavaco Silva aos políticos competentes e incompetentes, o vencedor de todas as eleições madeirenses adiantou que "em democracia os maus políticos são aqueles que são rejeitados pelo povo". A propósito, lembrou ao ex-primeiro-minsitro que "o povo já o rejeitou numas eleições presidenciais".

"Há em Lisboa quem se assuste com a entrada de madeirenses em funções na República", e, "como sabem que somos pessoas incómodos, tratam de nos afastar a toda a força", comentou ainda Jardim, mas a propósito da gorada possibilidade de Miguel de Sousa substituir Henrique Chaves no Ministério do Desporto e Juventude. "Não se quis aceitar um ministro vindo da Madeira", porque "todos sabem que nós a irmos para lá é para meter tudo na ordem", disse responsabilizando o Presidente da República por essa "discriminação".

O governante madeirense acusou ainda Sampaio de gerar a presente crise, de estar "a fazer o jogo da esquerda" e de, com a dissolução do Parlamento, "tentar emendar o que não fez anteriormente". Acha também que o Presidente deu tempo ao PS para preparar as eleições, substituindo Ferro Rodrigues por "uma cópia de Guterres, mas para pior".

Posição diferente tem Filipe Malheiro, segundo o qual "Santana Lopes é culpado disto tudo", por dar oportunidade a Sampaio de demonstrar que se tinha enganado.

Jardim Disponível para "Meter o País na Ordem"

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Sexta-feira, 03 de Dezembro de 2004

Alberto João Jardim está disposto, "a partir de agora", a ir para Lisboa "meter o país na ordem". A declaração do governante madeirense parece relançar a sua velha aspiração de ser candidato à Presidência da República.

"Perante um previsível derrota do PSD nas próximas legislativas, tanto Santana Lopes como Cavaco Silva irão ponderar se avançam, uma questão a decidir num congresso extraordinário que constituirá um ajuste-de-contas entre santanistas e cavaquistas", declarou ao PÚBLICO Filipe Malheiro, secretário-geral adjunto dos sociais-democratas madeirenses. Nestas circunstâncias, Jardim "poderá então emergir como "o único político ganhador e capaz de protagonizar uma candidatura de ruptura com o actual sistema", e, conclui aquele dirigente, "não teria nada a perder" se aceitasse o desafio.

Aliás, em Maio passado, Jardim garantiu que, se Santana Lopes não avançasse, na corrida a Belém, o professor teria um concorrente de direita. "Cavaco Silva não terá caminho livre", avisou o presidente madeirense que, no início do mandato, delegou muitas das suas competências dno seu vice-presidente, Cunha Silva, como a pretender libertar-se, a qualquer momento, dos compromissos na região.

Jardim responsabilizou ontem Cavaco Silva pela presente crise, classificando de "inqualificável" o seu comportamento e as declarações que "prejudicam o PSD e causam instabilidade no país". "Só o facto de Cavaco Silva não gostar que ele seja o líder do partido é mais uma razão para eu apoiar Santana Lopes", frisou o líder do PSD-Madeira, disponível para percorrer o país em campanha, ao lado do ainda primeiro-ministro

Sobre a alusão de Cavaco Silva aos políticos competentes e incompetentes, o vencedor de todas as eleições madeirenses adiantou que "em democracia os maus políticos são aqueles que são rejeitados pelo povo". A propósito, lembrou ao ex-primeiro-minsitro que "o povo já o rejeitou numas eleições presidenciais".

"Há em Lisboa quem se assuste com a entrada de madeirenses em funções na República", e, "como sabem que somos pessoas incómodos, tratam de nos afastar a toda a força", comentou ainda Jardim, mas a propósito da gorada possibilidade de Miguel de Sousa substituir Henrique Chaves no Ministério do Desporto e Juventude. "Não se quis aceitar um ministro vindo da Madeira", porque "todos sabem que nós a irmos para lá é para meter tudo na ordem", disse responsabilizando o Presidente da República por essa "discriminação".

O governante madeirense acusou ainda Sampaio de gerar a presente crise, de estar "a fazer o jogo da esquerda" e de, com a dissolução do Parlamento, "tentar emendar o que não fez anteriormente". Acha também que o Presidente deu tempo ao PS para preparar as eleições, substituindo Ferro Rodrigues por "uma cópia de Guterres, mas para pior".

Posição diferente tem Filipe Malheiro, segundo o qual "Santana Lopes é culpado disto tudo", por dar oportunidade a Sampaio de demonstrar que se tinha enganado.

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