"Acabou", ouviu-se na sede do PCP

23-06-2004
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"Acabou", Ouviu-se na Sede do PCP

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Quinta-feira, 10 de Junho de 2004

A dúvida sobre a manutenção da campanha da CDU, que naquele momento estava suspensa, permaneceu só até à conferência de imprensa de Ferro Rodrigues. Ilda Figueiredo, a cabeça de lista às eleições europeias, e Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, testemunhavam-na pela televisão, no centro de trabalho do partido, no Porto. "Acabou", rematou um dirigente comunista para Ilda Figueiredo, depois do secretário-geral do PS ter anunciado o "encerramento" de todas as actividades. O PCP decidira já que só continuaria caso o PS assim o fizesse.

Terminava assim o dia de campanha em que a morte de Sousa Franco apanhara a caravana espalhada pela auto-estrada A3 . A reacção ao falecimento variou da surpresa à mais pura incredulidade.

O líder do PCP, Carlos Carvalhas, e a cabeça de lista, Ilda Figueiredo, estavam já a chegar a Viana do Castelo quando souberam. Tiveram apenas tempo para se desculparem aos trabalhadores dos estaleiros navais e seguir para o Porto.

Foi nessa cidade que Carlos Carvalhas classificou o momento como "de tristeza, comoção e choque", antes de acrescentar que o mais importante naquele momento era "transmitir os sentidos pêsames à mulher de Sousa Franco".

Por essa altura, já os deputados Odete Santos e Bruno Dias sabiam do sucedido. Ouviram-no pelo rádio, quando seguiam para Braga. Quando pararam numa estação de serviço, não queriam acreditar no que tinham escutado. Escusaram-se a comentar, ao mesmo tempo que desabafavam a incredulidade pelo que se passara na lota de Matosinhos

Depois de Carlos Carvalhas e Ilda Figueiredo se terem deslocado ao Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, dirigiram-se ao centro de trabalho do PCP, no Porto. Aí o líder comunista acedeu a comentar a personalidade de Sousa Franco, reconhecendo o "grande respeito pelo adversário político que se batia com firmeza pelas suas convicções". Ilda Figueiredo, pouco mais adiantava para além de "lamentar profundamente o que aconteceu".

O dia de ontem, tinha previsto, para além da passagem por Viana do Castelo, uma "arruada" no Porto e, à noite, um comício em Braga. Era suposto ser um dos dias mais fortes da campanha, com a junção dos principais candidatos - Ilda Figueiredo, Sérgio Ribeiro, Odete Santos e Heloísa Apolónia - ao fim do dia.

Na noite anterior, a campanha tivera um dos momentos altos em termos de adesão. A praça São João Baptista, em Almada, tinha enchido para escutar o secretário-geral e a cabeça de lista.

Desse comício, ficou o desafio de Carvalhas a Durão Barroso, no sentido de, no Parlamento, explicar a demissão dos subdirectores da Polícia Judiciária responsáveis pela investigação do caso Apito Dourado, caso o director da PJ ou a ministra da Justiça mantivessem a recusa. O líder comunista fez igualmente referências aos socialistas para afirmar que "nem à lupa se distinguiam" do PSD.

"Acabou", Ouviu-se na Sede do PCP

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Quinta-feira, 10 de Junho de 2004

A dúvida sobre a manutenção da campanha da CDU, que naquele momento estava suspensa, permaneceu só até à conferência de imprensa de Ferro Rodrigues. Ilda Figueiredo, a cabeça de lista às eleições europeias, e Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, testemunhavam-na pela televisão, no centro de trabalho do partido, no Porto. "Acabou", rematou um dirigente comunista para Ilda Figueiredo, depois do secretário-geral do PS ter anunciado o "encerramento" de todas as actividades. O PCP decidira já que só continuaria caso o PS assim o fizesse.

Terminava assim o dia de campanha em que a morte de Sousa Franco apanhara a caravana espalhada pela auto-estrada A3 . A reacção ao falecimento variou da surpresa à mais pura incredulidade.

O líder do PCP, Carlos Carvalhas, e a cabeça de lista, Ilda Figueiredo, estavam já a chegar a Viana do Castelo quando souberam. Tiveram apenas tempo para se desculparem aos trabalhadores dos estaleiros navais e seguir para o Porto.

Foi nessa cidade que Carlos Carvalhas classificou o momento como "de tristeza, comoção e choque", antes de acrescentar que o mais importante naquele momento era "transmitir os sentidos pêsames à mulher de Sousa Franco".

Por essa altura, já os deputados Odete Santos e Bruno Dias sabiam do sucedido. Ouviram-no pelo rádio, quando seguiam para Braga. Quando pararam numa estação de serviço, não queriam acreditar no que tinham escutado. Escusaram-se a comentar, ao mesmo tempo que desabafavam a incredulidade pelo que se passara na lota de Matosinhos

Depois de Carlos Carvalhas e Ilda Figueiredo se terem deslocado ao Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, dirigiram-se ao centro de trabalho do PCP, no Porto. Aí o líder comunista acedeu a comentar a personalidade de Sousa Franco, reconhecendo o "grande respeito pelo adversário político que se batia com firmeza pelas suas convicções". Ilda Figueiredo, pouco mais adiantava para além de "lamentar profundamente o que aconteceu".

O dia de ontem, tinha previsto, para além da passagem por Viana do Castelo, uma "arruada" no Porto e, à noite, um comício em Braga. Era suposto ser um dos dias mais fortes da campanha, com a junção dos principais candidatos - Ilda Figueiredo, Sérgio Ribeiro, Odete Santos e Heloísa Apolónia - ao fim do dia.

Na noite anterior, a campanha tivera um dos momentos altos em termos de adesão. A praça São João Baptista, em Almada, tinha enchido para escutar o secretário-geral e a cabeça de lista.

Desse comício, ficou o desafio de Carvalhas a Durão Barroso, no sentido de, no Parlamento, explicar a demissão dos subdirectores da Polícia Judiciária responsáveis pela investigação do caso Apito Dourado, caso o director da PJ ou a ministra da Justiça mantivessem a recusa. O líder comunista fez igualmente referências aos socialistas para afirmar que "nem à lupa se distinguiam" do PSD.

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