"Verdes" questionam Governo sobre queima de resíduos industriais

09-05-2004
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"Verdes" Questionam Governo Sobre Queima de Resíduos Industriais

Por PATRÍCIA COELHO MOREIRA

Sábado, 06 de Março de 2004

A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", vai questionar o Governo sobre a hipótese de a ERSUC (Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro) vir a incinerar resíduos industriais banais na Unidade de Valorização Energética de Resíduos (UVER) que pretende construir na Região Centro. A interpelação, sobre a possibilidade que "Os Verdes" consideram uma contradição ao "não" da coligação às soluções de co-incineração e incineração dedicada de resíduos industriais perigosos, vai ser feita de imediato via requerimento e, mais tarde, "directamente" ao ministro do Ambiente.

"A ERSUC põe a hipótese de os resíduos industriais banais serem incinerados, o que é extremamente grave, quando este Governo arredou a hipótese da co-incineração e da incineração dedicada de resíduos industriais perigosos", critica Heloísa Apolónia. Esclarecendo que "o que a ERSUC pretende fazer é incinerar resíduos que estariam afastados do processo de queima", a deputada está decidida a levar o tema à Assembleia da República. "Vou questionar o Governo de imediato, via requerimento, e depois vou fazê-lo directamente ao ministro (do Ambiente)", anunciou ontem a responsável.

No encontro que teve com a imprensa após uma reunião com a administração da Ersuc, a deputada defendeu que a ideia de construção de uma incineradora no centro "contraria completamente o plano estratégico para os resíduos sólidos urbanos, que apenas previa a existência da Valorsul e da Lipor". Condenando a solução preconizada pela ERSUC, Apolónia alerta: "A fazer-se, a incineradora terá uma duração de 20 ou 25 anos, o que é extremamente preocupante". "O que 'Os Verdes' desejam é que se alterem os processos e se aposte na redução dos resíduos, na reciclagem e na valorização orgânica", acrescenta.

"Visitei a Amarsul, em Setúbal, que produz mais resíduos que a ERSUC e rejeitou a incineração, optando pela valorização orgânica, entre outras componentes de tratamento", contou Heloísa Apolónia, ajuizando que "o argumento da quantidade não é válido" para justificar a UVER do centro. Quanto a razões de ordem económica, "Os Verdes" admitem que "a incineradora ficaria ligeiramente mais barata do que a valorização energética, se o financiamento for a 50 por cento", mas sublinham igualmente que "a valorização orgânica pode levar a um financiamento de 75 por cento".

"A Ersuc entendeu que, economicamente, a incineração é a melhor aposta, mas se os municípios não quiserem, estará disponível para rejeitar esta solução", revela Heloísa Apolónia, sugerindo que "há trabalho a fazer junto dos municípios, para mostrar que esta opção é errada". "A incineração não é compatível com uma aposta séria na reciclagem e na valorização orgânica", reforça a deputada d' "Os Verdes" que solicitou, "por via requerimental", os estudos que serviram de base à escolha da incineradora como resposta aos problemas dos lixos urbanos da região centro. "Estou à espera desses estudos, mas já tivemos a informação de que contemplam também formas que arredam a incineração", conclui a responsável.

"Verdes" Questionam Governo Sobre Queima de Resíduos Industriais

Por PATRÍCIA COELHO MOREIRA

Sábado, 06 de Março de 2004

A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", vai questionar o Governo sobre a hipótese de a ERSUC (Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro) vir a incinerar resíduos industriais banais na Unidade de Valorização Energética de Resíduos (UVER) que pretende construir na Região Centro. A interpelação, sobre a possibilidade que "Os Verdes" consideram uma contradição ao "não" da coligação às soluções de co-incineração e incineração dedicada de resíduos industriais perigosos, vai ser feita de imediato via requerimento e, mais tarde, "directamente" ao ministro do Ambiente.

"A ERSUC põe a hipótese de os resíduos industriais banais serem incinerados, o que é extremamente grave, quando este Governo arredou a hipótese da co-incineração e da incineração dedicada de resíduos industriais perigosos", critica Heloísa Apolónia. Esclarecendo que "o que a ERSUC pretende fazer é incinerar resíduos que estariam afastados do processo de queima", a deputada está decidida a levar o tema à Assembleia da República. "Vou questionar o Governo de imediato, via requerimento, e depois vou fazê-lo directamente ao ministro (do Ambiente)", anunciou ontem a responsável.

No encontro que teve com a imprensa após uma reunião com a administração da Ersuc, a deputada defendeu que a ideia de construção de uma incineradora no centro "contraria completamente o plano estratégico para os resíduos sólidos urbanos, que apenas previa a existência da Valorsul e da Lipor". Condenando a solução preconizada pela ERSUC, Apolónia alerta: "A fazer-se, a incineradora terá uma duração de 20 ou 25 anos, o que é extremamente preocupante". "O que 'Os Verdes' desejam é que se alterem os processos e se aposte na redução dos resíduos, na reciclagem e na valorização orgânica", acrescenta.

"Visitei a Amarsul, em Setúbal, que produz mais resíduos que a ERSUC e rejeitou a incineração, optando pela valorização orgânica, entre outras componentes de tratamento", contou Heloísa Apolónia, ajuizando que "o argumento da quantidade não é válido" para justificar a UVER do centro. Quanto a razões de ordem económica, "Os Verdes" admitem que "a incineradora ficaria ligeiramente mais barata do que a valorização energética, se o financiamento for a 50 por cento", mas sublinham igualmente que "a valorização orgânica pode levar a um financiamento de 75 por cento".

"A Ersuc entendeu que, economicamente, a incineração é a melhor aposta, mas se os municípios não quiserem, estará disponível para rejeitar esta solução", revela Heloísa Apolónia, sugerindo que "há trabalho a fazer junto dos municípios, para mostrar que esta opção é errada". "A incineração não é compatível com uma aposta séria na reciclagem e na valorização orgânica", reforça a deputada d' "Os Verdes" que solicitou, "por via requerimental", os estudos que serviram de base à escolha da incineradora como resposta aos problemas dos lixos urbanos da região centro. "Estou à espera desses estudos, mas já tivemos a informação de que contemplam também formas que arredam a incineração", conclui a responsável.

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