CGTP diz que nomear Santana é "beneficiar o infractor"

03-08-2004
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CGTP Diz Que Nomear Santana É "Beneficiar o Infractor"

Quarta-feira, 07 de Julho de 2004 A CGTP foi, ontem, incapaz de encher a praça do Rossio com a concentração agendada a favor da realização de eleições antecipadas. A organização falava de cinco mil pessoas, mas a polícia estimava quinhentas no fim da manifestação, menos de uma hora depois do seu início. Marcaram presença alguns dos principais dirigentes da esquerda. O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, foi ao Rossio com outros responsáveis comunistas, o bloquista Francisco Louçã também ouviu o discurso de Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, bem como a deputada do PS, Helena Roseta. Carvalho da Silva subiu ao palco para explicar as razões da exigência de eleições legislativas. O líder sindical contrapôs à estabilidade exigida pela direita a estabilidade que as famílias perderam, comparou a saída de Durão com a de Guterres para dizer que o social-democrata fez pior e ofereceu-se para construir uma alternativa de poder. "Reclamamos porque é preciso estabilidade, estabilidade na vida dos cidadãos e das famílias", começou o sindicalista. Carvalho da Silva acusou também Durão de, depois de fugir "às responsabilidades" e "em vez de como Guterres entregar o veredito ao povo", querer "instalar os seus amigos no poder". No fim, aproveitou para afirmar a disponibilidade da CGTP paera "contribuir com a força" da intersindical para a construção de uma alternativa "viável" à esquerda. Concluiu ser inconcebível que o Presidente da República nomeie Santana primeiro-ministro: "Benefeciar o infractor é sempre viciar o jogo." À sua frente estendia-se meia praça de cartazes com as cores da bandeira nacional, do Bloco de Esquerda e algumas bandeiras do PCP. "Pelo menos o Berlusconi foi eleito" Entre os manifestantes a contestação dividia-se nas mais variadas razões. Havia quem não concordasse com o processo e quem recusasse Pedro Santana Lopes. "Não podemos aceitar um governo às três pancadas. Pode ter toda a legitimidade constitucional, mas não tem legitimidade democrática." Rui Santos, 25 anos, resumia, assim, as suas motivações. Victor Almeida, de 31 anos, foi ao Rossio "marcar presença" porque considera que se vota nas pessoas e não nos partidos, e porque acredita que um governo formado por Santana Lopes será "naturalmente diferente" do que foi eleito há dois anos. Também Álvaro Cartas, um psicólogo de 45 anos, considera que o problema é "a forma". "Se saíram têm que legitimar outra vez o poder", explica. Ana Isabel Vaz, funcionária pública de 42 anos, é sobretudo crítica em relação à conduta de Durão Barroso: "Isto é o significado do que 'serviço público' significa para as pessoas. Salvou-se é ele, quer lá saber do país para alguma coisa." Marta Guerreira, desempregada, não sabia sequer que a manifestação era da CGTP. "Tenho mais esperança que a situação melhore se houver eleições antecipadas", disse. Confessa ter pior opinião sobre Pedro Santana Lopes do que sobre Marcelo Rebelo de Sousa, por exemplo. "Se calhar se fosse uma pessoa em quem tivesse maior confiança não o rejeitaríamos imediatamente." A falta de confiança no novo líder do PSD era comum a várias das pessoas presentes. Diogo Loreno, 22 anos, destacava o seu "populismo" e a sua "falta de sentido de Estado", e explicava que não concorda com políticas nas quais "se tira dinheiro de onde faz falta para onde faz vista". Para João Roxo, de 23 anos, o maior problema é a sua "falta de credibilidade politica, mesmo dentro do PSD". Outras pessoas confessavam mesmo que se o sucessor de Durão não fosse Santana, não estariam ali. "Se fosse outro pessoa que não fosse da ala extrema não tinha vindo cá". Explicavam que aderiram à manifestação porque a realização de eleições é a única maneira de impedir que Santana Lopes seja primeiro-ministro. "Pelo menos o Berlusconi foi eleito", dizem. Nuno Sá Lourenço e Catarina Pereira OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Palácio de Belém em clima

Convocar eleições é decisão "contra-natura"

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Demissão aceite,

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