Portugal Diário

06-11-2003
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Seara deve quebrar silêncio sobre demissões

PD 04-02-2003 16:18 António Lemos Cardoso, desafiou hoje o presidente da Câmara O ex-director municipal do Urbanismo de Sintra, António Lemos Cardoso, desafiou hoje o presidente da Câmara a explicar os motivos que levaram ao pedido de demissão dos seis elementos da equipa apresentados na semana passada. «É ao presidente da Câmara, Fernando Seara, que compete tornar públicas as razões da demissão de uma equipa, que aceitou trabalhar na autarquia precisamente depois de um convite seu», disse à Agência Lusa, António Lemos Cardoso. Para o ex-responsável municipal, não deixa de ser estranho o facto de Fernando Seara ter elogiado publicamente a antiga equipa do Departamento de Planeamento Urbanístico, durante a reunião do executivo camarário de quinta-feira, quando a carta de demissão «de uma página e três quartos já estava metida e despachada». «Há aqui uma contradição. O presidente sabia que eu e toda a minha equipa tínhamos pedido a demissão - que podia não ter aceite - e depois elogia-nos? Ou somos todos malucos e não batemos bem da bola, ou há qualquer outra coisa», frisou António Lemos Cardoso. Segundo o responsável, a equipa demissionária constituída pela directora do Departamento do Urbanismo, Helena Ribeiro, três chefes de divisão, Guilhermino Fonseca, Rui Neves e Rosália Marques, e por Susana Fachada, que trabalhava directamente com Lemos Cardoso, estava a desempenhar um «excelente trabalho quer no quotidiano quer no lançamento de novos projectos». «Trabalhávamos na reestruturação e reorganização, pois os procedimentos naquela câmara são susceptíveis de ser bastante melhorados. E era isso que eu queria fazer», salientou. Lemos Cardoso deu como exemplo o lançamento da aplicação informática em curso para gerir o departamento e o sistema de instalação geográfica, relativo aos trabalhos de fotografia dos territórios através de aviões, «tremendamente potente para ajudar a resolver os problemas do Urbanismo». «É por isso que não se compreende como é que uma equipa que nunca foi criticada se vai embora desta maneira. Estranho é ainda o facto de o presidente ainda não ter arranjado ninguém para tratar daquele departamento», questionou Lemos Cardoso, recusando-se a confirmar ou desmentir se a falta de apoio político para que as regras do urbanismo sejam cumpridas foi a principal razão da demissão. Certo é para o responsável, que os papéis vão andando de um lado para o outro, mas o gabinete está completamente abandonado, não existindo qualquer solução alternativa, disse Lemos Cardoso, adiantando que «assim vai estar e durante muito tempo». No entanto, curioso é que, dos seis elementos que pediram a demissão, apenas um viu o seu pedido negado - Rui Neves - que foi obrigado a ficar mais 60 dias. «Apesar do pedido ter sido entregue nos mesmos termos, o presidente fascinantemente não o despachou», informou Lemos Cardoso, desconfiado de que esta é mais uma «forma de tentar que um elemento fraqueje». António Lemos Cardoso iniciou funções na Câmara de Sintra em Abril do ano passado e assegura que saiu agora de «consciência tranquila». «Foi por despacho do Primeiro-Ministro, Durão Barroso, que pude exercer aquelas funções na autarquia, porque já me tinha reformado», disse Lemos Cardoso que também exerceu funções no município de Lisboa. Quem também pediu a demissão foi o chefe de gabinete do presidente, José Nunes Barata, garantindo no entanto, que a sua situação nada ter a ver com o resto, mas com o seu desejo de regressar ` magistratura. «Mas o meu pedido ainda não foi aceite», disse, sublinhando «não fazer ideia nenhuma dos motivos que levaram às outras demissões». Segundo uma fonte da autarquia, que pediu o anonimato, estão ainda iminentes as demissões dos dois assessores de Nunes Barata, que vêm no seguimento da de Lemos Cardoso. Segundo a mesma fonte, foi Nunes Barata quem indicou o nome de Lemos Cardoso para o Departamento de Urbanismo da Câmara de Sintra, depois de o ter conhecido na Câmara Lisboa, no mandato de Jorge Sampaio, onde ambos exerciam funções.

Seara deve quebrar silêncio sobre demissões

PD 04-02-2003 16:18 António Lemos Cardoso, desafiou hoje o presidente da Câmara O ex-director municipal do Urbanismo de Sintra, António Lemos Cardoso, desafiou hoje o presidente da Câmara a explicar os motivos que levaram ao pedido de demissão dos seis elementos da equipa apresentados na semana passada. «É ao presidente da Câmara, Fernando Seara, que compete tornar públicas as razões da demissão de uma equipa, que aceitou trabalhar na autarquia precisamente depois de um convite seu», disse à Agência Lusa, António Lemos Cardoso. Para o ex-responsável municipal, não deixa de ser estranho o facto de Fernando Seara ter elogiado publicamente a antiga equipa do Departamento de Planeamento Urbanístico, durante a reunião do executivo camarário de quinta-feira, quando a carta de demissão «de uma página e três quartos já estava metida e despachada». «Há aqui uma contradição. O presidente sabia que eu e toda a minha equipa tínhamos pedido a demissão - que podia não ter aceite - e depois elogia-nos? Ou somos todos malucos e não batemos bem da bola, ou há qualquer outra coisa», frisou António Lemos Cardoso. Segundo o responsável, a equipa demissionária constituída pela directora do Departamento do Urbanismo, Helena Ribeiro, três chefes de divisão, Guilhermino Fonseca, Rui Neves e Rosália Marques, e por Susana Fachada, que trabalhava directamente com Lemos Cardoso, estava a desempenhar um «excelente trabalho quer no quotidiano quer no lançamento de novos projectos». «Trabalhávamos na reestruturação e reorganização, pois os procedimentos naquela câmara são susceptíveis de ser bastante melhorados. E era isso que eu queria fazer», salientou. Lemos Cardoso deu como exemplo o lançamento da aplicação informática em curso para gerir o departamento e o sistema de instalação geográfica, relativo aos trabalhos de fotografia dos territórios através de aviões, «tremendamente potente para ajudar a resolver os problemas do Urbanismo». «É por isso que não se compreende como é que uma equipa que nunca foi criticada se vai embora desta maneira. Estranho é ainda o facto de o presidente ainda não ter arranjado ninguém para tratar daquele departamento», questionou Lemos Cardoso, recusando-se a confirmar ou desmentir se a falta de apoio político para que as regras do urbanismo sejam cumpridas foi a principal razão da demissão. Certo é para o responsável, que os papéis vão andando de um lado para o outro, mas o gabinete está completamente abandonado, não existindo qualquer solução alternativa, disse Lemos Cardoso, adiantando que «assim vai estar e durante muito tempo». No entanto, curioso é que, dos seis elementos que pediram a demissão, apenas um viu o seu pedido negado - Rui Neves - que foi obrigado a ficar mais 60 dias. «Apesar do pedido ter sido entregue nos mesmos termos, o presidente fascinantemente não o despachou», informou Lemos Cardoso, desconfiado de que esta é mais uma «forma de tentar que um elemento fraqueje». António Lemos Cardoso iniciou funções na Câmara de Sintra em Abril do ano passado e assegura que saiu agora de «consciência tranquila». «Foi por despacho do Primeiro-Ministro, Durão Barroso, que pude exercer aquelas funções na autarquia, porque já me tinha reformado», disse Lemos Cardoso que também exerceu funções no município de Lisboa. Quem também pediu a demissão foi o chefe de gabinete do presidente, José Nunes Barata, garantindo no entanto, que a sua situação nada ter a ver com o resto, mas com o seu desejo de regressar ` magistratura. «Mas o meu pedido ainda não foi aceite», disse, sublinhando «não fazer ideia nenhuma dos motivos que levaram às outras demissões». Segundo uma fonte da autarquia, que pediu o anonimato, estão ainda iminentes as demissões dos dois assessores de Nunes Barata, que vêm no seguimento da de Lemos Cardoso. Segundo a mesma fonte, foi Nunes Barata quem indicou o nome de Lemos Cardoso para o Departamento de Urbanismo da Câmara de Sintra, depois de o ter conhecido na Câmara Lisboa, no mandato de Jorge Sampaio, onde ambos exerciam funções.

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