PSD-Madeira contra eleições antecipadas apoia Santana

03-08-2004
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PSD-Madeira Contra Eleições Antecipadas Apoia Santana

Sexta-feira, 02 de Julho de 2004

O PSD-Madeira, pela voz do seu secretário-geral, Jaime Ramos reiterou ontem a sua oposição a eleições antecipadas, cuja realização os partidos da esquerda madeirense desejam em simultâneo com as regionais de Outubro.

Reforçando o apoio expresso por Alberto João Jardim, o deputado do PSD felicitou Durão Barroso pela escolha para presidente da Comissão Europeia. "Fugiu", comentaram em apartes deputados da oposição, ontem na sessão comemorativa do Dia da Região, enquanto Alberto João Jardim esfregava o cotovelo entre permanentes farpas aos oradores oposicionistas.

Controverso, como sempre, Jaime Ramos, também conhecido pelo recurso intencional a "lapsus linguae", disse ser "horroroso" - embora tenha escrito "honroso" no discurso - o convite feito pelos líderes europeus a Durão, "um grande amigo da Madeira", a cujos problemas "estará sempre atento na União Eurpeia". A propósito, acusou de "hipocrisia rasca os socialistas, que insistem em querer comparar a fuga de Guterres", depois da derrota nas autárquicas de 2001, com a saída de Barroso, "obrigado a abandonar a presidência do governo".

O líder da bancada socialista, Bernardo Trindade, criticou Barroso por "provocar uma crise num momento inesperado" ao "abandonar o país e o pacto que tinha com os portugueses", numa "atitude diferente" da dos primeiros-ministros do Luxemburgo, Bélgica e Holanda que "alegaram compromissos nacionais" para recusar idêntico convite anteriormente feito.

Numa primeira reacção, Jardim classificou de "ouro sobre azul" a escolha de Durão Barroso, porque "está esclarecido" sobre a questão das ultraperiferias. No entanto, confrontado, com a hipótese de ele próprio vir a assumir responsabilidades executivas a nível nacional, Jardim - reconhecendo ser tal inviável, por não contar com o apoio do PSD nacional, dos "lobbies" económicos e da comunicação social de Lisboa - declarou enjeitar essa possibilidade por querer honrar os compromissos com o eleitorado, cumprindo o mandato até ao fim.

Por outro lado, Jardim mostrou-se favorável à hipótese de Santana Lopes vir a ser primeiro-ministro, justificando-o por ser "primeiro vice-presidente do PSD e pessoa competente" que tem "todo o apoio do PSD-Madeira e do governo regional". A saída do actual primeiro-ministro, justificou, proporcionará "uma necessária mudança que o dr. Durão Barroso poderá ter dificuldade em concretizar, mas que será melhor materializada com o novo primeiro-ministro". "Sobretudo se for o dr. Santana Lopes que é um dos operacionais dos meus", acrescentou. No entanto, o governante insular faz depender o apoio ao também seu preferido na corrida presidencial a duas condições: "Em primeiro lugar, ter a ousadia de fazer as mudanças que o país necessita; em segundo lugar, manter todos os compromissos assumidos com a região, por parte do Governo."

"Golpe de Estado seria a actual ministra das Finanças continuar no Governo", comentou Jardim ao utilizar a expressão de Manuela Ferreira Leite contra a ascensão de Santana Lopes. Ainda a há um mês, como recordou ontem Bernardo Trindade, "essa senhora foi aplaudida de pé pelo congresso social-democrata por ter sido responsável pelo equilíbrio das contas públicas" e pelo "excelente relacionamento com o Governo da Madeira".

Igualmente em contradição com a posição assumida em 2000 e 2001, quando ameaçou provocar a queda do governo de Guterres e a antecipação de eleições - ao fazer depender os votos dos deputados do PSD-Madeira, necessários à aprovação do Orçamento do Estado, do alargamento dos limites de endividamento e de mais verbas para a região - Jardim opõe-se a eleições antecipadas. "Em qualquer país democrático, os parlamentares cumprem os seus mandatos", justifica agora, contra a dissolução do Parlamento.

Jardim manifestou o seu incondicional apoio ao executivo de Barroso, mas no dia indigitação deste para a Comissão Europeia apressou-se a declarar "cada vez mais distante" do Governo da República. "Eu começo a ficar farto", afirmou há uma semana em Santa Cruz, ao denunciar que "não se mexe no país por falta de coragem política". E confrontado com a eventual entrada de Guilherme Silva numa remodelação do Governo chefiado por Barroso, Jardim aconselhara o deputado madeirense a declinar o convite, justificando que "só se vai para ministro de um governo que tem condições de sucesso" e "não se vai para um governo que é uma operação de cosmética".

Com a proximidade das eleições regionais, todos os lideres parlamentares centraram os discursos na análise da situação política local, com a oposição a criticar o modelo de desenvolvimento e o partido do poder a enaltecer a obra realizada. Depois do feriado regional de ontem, os madeirenses usufruem de um "ponte" por o Governo Regional ter decretado para hoje tolerância de ponto, prática que tem seguido nos dias imediatos ao de Natal e Carnaval, ou mesmo na sexta-feira em que tem início o Rali da Madeira. Tolentino de Nóbrega

PSD-Madeira Contra Eleições Antecipadas Apoia Santana

Sexta-feira, 02 de Julho de 2004

O PSD-Madeira, pela voz do seu secretário-geral, Jaime Ramos reiterou ontem a sua oposição a eleições antecipadas, cuja realização os partidos da esquerda madeirense desejam em simultâneo com as regionais de Outubro.

Reforçando o apoio expresso por Alberto João Jardim, o deputado do PSD felicitou Durão Barroso pela escolha para presidente da Comissão Europeia. "Fugiu", comentaram em apartes deputados da oposição, ontem na sessão comemorativa do Dia da Região, enquanto Alberto João Jardim esfregava o cotovelo entre permanentes farpas aos oradores oposicionistas.

Controverso, como sempre, Jaime Ramos, também conhecido pelo recurso intencional a "lapsus linguae", disse ser "horroroso" - embora tenha escrito "honroso" no discurso - o convite feito pelos líderes europeus a Durão, "um grande amigo da Madeira", a cujos problemas "estará sempre atento na União Eurpeia". A propósito, acusou de "hipocrisia rasca os socialistas, que insistem em querer comparar a fuga de Guterres", depois da derrota nas autárquicas de 2001, com a saída de Barroso, "obrigado a abandonar a presidência do governo".

O líder da bancada socialista, Bernardo Trindade, criticou Barroso por "provocar uma crise num momento inesperado" ao "abandonar o país e o pacto que tinha com os portugueses", numa "atitude diferente" da dos primeiros-ministros do Luxemburgo, Bélgica e Holanda que "alegaram compromissos nacionais" para recusar idêntico convite anteriormente feito.

Numa primeira reacção, Jardim classificou de "ouro sobre azul" a escolha de Durão Barroso, porque "está esclarecido" sobre a questão das ultraperiferias. No entanto, confrontado, com a hipótese de ele próprio vir a assumir responsabilidades executivas a nível nacional, Jardim - reconhecendo ser tal inviável, por não contar com o apoio do PSD nacional, dos "lobbies" económicos e da comunicação social de Lisboa - declarou enjeitar essa possibilidade por querer honrar os compromissos com o eleitorado, cumprindo o mandato até ao fim.

Por outro lado, Jardim mostrou-se favorável à hipótese de Santana Lopes vir a ser primeiro-ministro, justificando-o por ser "primeiro vice-presidente do PSD e pessoa competente" que tem "todo o apoio do PSD-Madeira e do governo regional". A saída do actual primeiro-ministro, justificou, proporcionará "uma necessária mudança que o dr. Durão Barroso poderá ter dificuldade em concretizar, mas que será melhor materializada com o novo primeiro-ministro". "Sobretudo se for o dr. Santana Lopes que é um dos operacionais dos meus", acrescentou. No entanto, o governante insular faz depender o apoio ao também seu preferido na corrida presidencial a duas condições: "Em primeiro lugar, ter a ousadia de fazer as mudanças que o país necessita; em segundo lugar, manter todos os compromissos assumidos com a região, por parte do Governo."

"Golpe de Estado seria a actual ministra das Finanças continuar no Governo", comentou Jardim ao utilizar a expressão de Manuela Ferreira Leite contra a ascensão de Santana Lopes. Ainda a há um mês, como recordou ontem Bernardo Trindade, "essa senhora foi aplaudida de pé pelo congresso social-democrata por ter sido responsável pelo equilíbrio das contas públicas" e pelo "excelente relacionamento com o Governo da Madeira".

Igualmente em contradição com a posição assumida em 2000 e 2001, quando ameaçou provocar a queda do governo de Guterres e a antecipação de eleições - ao fazer depender os votos dos deputados do PSD-Madeira, necessários à aprovação do Orçamento do Estado, do alargamento dos limites de endividamento e de mais verbas para a região - Jardim opõe-se a eleições antecipadas. "Em qualquer país democrático, os parlamentares cumprem os seus mandatos", justifica agora, contra a dissolução do Parlamento.

Jardim manifestou o seu incondicional apoio ao executivo de Barroso, mas no dia indigitação deste para a Comissão Europeia apressou-se a declarar "cada vez mais distante" do Governo da República. "Eu começo a ficar farto", afirmou há uma semana em Santa Cruz, ao denunciar que "não se mexe no país por falta de coragem política". E confrontado com a eventual entrada de Guilherme Silva numa remodelação do Governo chefiado por Barroso, Jardim aconselhara o deputado madeirense a declinar o convite, justificando que "só se vai para ministro de um governo que tem condições de sucesso" e "não se vai para um governo que é uma operação de cosmética".

Com a proximidade das eleições regionais, todos os lideres parlamentares centraram os discursos na análise da situação política local, com a oposição a criticar o modelo de desenvolvimento e o partido do poder a enaltecer a obra realizada. Depois do feriado regional de ontem, os madeirenses usufruem de um "ponte" por o Governo Regional ter decretado para hoje tolerância de ponto, prática que tem seguido nos dias imediatos ao de Natal e Carnaval, ou mesmo na sexta-feira em que tem início o Rali da Madeira. Tolentino de Nóbrega

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