Justino Incomoda PSD, mas Pode Beneficiar Governo
Domingo, 26 de Setembro de 2004 As entrevistas do ex-ministro da Educação, David Justino, não caíram bem no PSD, mas dentro do Governo há quem pense que podem beneficiar a actual equipa da Educação, já que, pelo menos nos próximos dias, as atenções estarão centradas na "guerra" entre Justino e o seu ex-secretário de Estado, Abílio Morgado. O líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, não quis comentar o conteúdo das declarações de Justino, mas acabou por criticar a sua oportunidade. "Requeri a vinda do dr. David Justino à comissão parlamentar de Educação, que me parece o lugar próprio. Não vamos decidir comissões de inquérito em função dos interesses de um deputado", disse Guilherme Silva ao PÚBLICO, questionado sobre o facto de o ex-ministro da Educação ter lamentado que o PSD não aceitasse o seu pedido de constituição de uma comissão de inquérito parlamentar, dizendo que optou por falar à comunicação social devido ao facto de os "timings" do seu partido não coincidirem com os seus. "O dr. David Justino terá, para além dos jornais a que já recorreu, a oportunidade de esclarecer as coisas em sede própria, que é a comissão de Educação", acrescentou o líder da bancada do PSD. O facto de David Justino ter remetido as culpas para o seu secretário de Estado e até para o primeiro-ministro são vistas, dentro da maioria governamental, como um sinal de alguma fraqueza. O ex-ministro terá, de facto, tido várias conversas com Durão Barroso sobre a sua saída do Executivo, mas não abordando directamente o concurso para a colocação de professores e sim queixando-se sobre o funcionamento da sua equipa. Ao longo dos dois anos como primeiro-ministro, foi notória a relutância de Durão em fazer remodelações, apesar de ter vários casos de conflitos entre ministros e secretários de Estado. Essa equipa era constituída por Abílio Morgado, PSD, e Mariana Cascais, escolhida pelo CDS e, quando ainda estavam no poder, foram noticiadas as más relações entre os três. Uma vez que o ex-ministro diz que não podia fazer nada pois a destituição de Abílio Morgado não dependia de si, o que um dirigente do CDS ontem perguntava era o seguinte: se Justino "secou" Mariana Cascais de competências, retirando-lhe tutelas, por que é que não faz o mesmo com Abílio Morgado? Contactado pelo PÚBLICO, o anterior secretário de Estado da Administração Educativa, Abílio Morgado, escusou-se a comentar as declarações de David Justino ou a tecer comentários sobre o concurso de professores. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Surpreende-me ter pedido uma auditoria aos concursos e ainda não ter sido ouvido
Faltou coordenação entre quem sabe de concursos e quem sabe de programação
Talvez tenha errado
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Domingo, 26 de Setembro de 2004 As entrevistas do ex-ministro da Educação, David Justino, não caíram bem no PSD, mas dentro do Governo há quem pense que podem beneficiar a actual equipa da Educação, já que, pelo menos nos próximos dias, as atenções estarão centradas na "guerra" entre Justino e o seu ex-secretário de Estado, Abílio Morgado. O líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, não quis comentar o conteúdo das declarações de Justino, mas acabou por criticar a sua oportunidade. "Requeri a vinda do dr. David Justino à comissão parlamentar de Educação, que me parece o lugar próprio. Não vamos decidir comissões de inquérito em função dos interesses de um deputado", disse Guilherme Silva ao PÚBLICO, questionado sobre o facto de o ex-ministro da Educação ter lamentado que o PSD não aceitasse o seu pedido de constituição de uma comissão de inquérito parlamentar, dizendo que optou por falar à comunicação social devido ao facto de os "timings" do seu partido não coincidirem com os seus. "O dr. David Justino terá, para além dos jornais a que já recorreu, a oportunidade de esclarecer as coisas em sede própria, que é a comissão de Educação", acrescentou o líder da bancada do PSD. O facto de David Justino ter remetido as culpas para o seu secretário de Estado e até para o primeiro-ministro são vistas, dentro da maioria governamental, como um sinal de alguma fraqueza. O ex-ministro terá, de facto, tido várias conversas com Durão Barroso sobre a sua saída do Executivo, mas não abordando directamente o concurso para a colocação de professores e sim queixando-se sobre o funcionamento da sua equipa. Ao longo dos dois anos como primeiro-ministro, foi notória a relutância de Durão em fazer remodelações, apesar de ter vários casos de conflitos entre ministros e secretários de Estado. Essa equipa era constituída por Abílio Morgado, PSD, e Mariana Cascais, escolhida pelo CDS e, quando ainda estavam no poder, foram noticiadas as más relações entre os três. Uma vez que o ex-ministro diz que não podia fazer nada pois a destituição de Abílio Morgado não dependia de si, o que um dirigente do CDS ontem perguntava era o seguinte: se Justino "secou" Mariana Cascais de competências, retirando-lhe tutelas, por que é que não faz o mesmo com Abílio Morgado? Contactado pelo PÚBLICO, o anterior secretário de Estado da Administração Educativa, Abílio Morgado, escusou-se a comentar as declarações de David Justino ou a tecer comentários sobre o concurso de professores. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Surpreende-me ter pedido uma auditoria aos concursos e ainda não ter sido ouvido
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