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11-08-2002
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Não acertam uma… «Os senhores não acertam uma!», exclamava um destemperado José Sócrates, no debate sobre o estado da Nação, acusando o Governo e a ministra das Finanças de falharem na previsão do crescimento do PIB, do ritmo do investimento, da subida da inflação. Só faltou o descompensado dirigente do PS acrescentar: «Enganámo-vos bem! Foi tal a confusão em que deixámos as finanças públicas, a trapalhada que fizemos para mascarar o défice das contas do Estado, que os senhores nem ao fim de dois meses se conseguem orientar!». Haja um mínimo de decoro na actividade política. Este discurso, o discurso do desatinado José Sócrates (e de Ferro Rodrigues, em tom mais equilibrado) era o único que o PS não poderia fazer ou sequer pensar em fazer, se tivesse alguma vergonha. O PS não pode ter a irresponsabilidade de pensar que o país se esqueceu já de que foi o seu Governo o responsável por um défice orçamental em 2001 no escalão dos 4%, claramente acima do permitido pelo Pacto de Estabilidade, em manifesta violação dos esforços de rigor e equilíbrio levados a cabo pela maioria dos países da União Europeia e susceptível de originar um processo da Comissão com pesadas sanções a Portugal. O PS não pode ter a ilusão de acreditar que os portugueses já não têm presente o Orçamento enganoso e totalmente irrealista que fez aprovar para este ano de 2002, com o voto do deputado limiano. O PS não pode ter o autismo de se convencer de que a memória nacional é tão curta que não recorda a sucessão de previsões surrealistas que, ainda há meses, fazia o ministro socialista Guilherme d'Oliveira Martins ou os estudos de contenção da despesa pública que os Governos socialistas encomendavam e não tinham, depois, a coragem política de levar à prática. O PS não pode ter a irresponsabilidade de pensar que o país se esqueceu já de que foi o seu Governo o responsável por um défice orçamental em 2001 no escalão dos 4%, claramente acima do permitido pelo Pacto de Estabilidade, em manifesta violação dos esforços de rigor e equilíbrio levados a cabo pela maioria dos países da União Europeia e susceptível de originar um processo da Comissão com pesadas sanções a Portugal. O PS não pode ter a ilusão de acreditar que os portugueses já não têm presente o Orçamento enganoso e totalmente irrealista que fez aprovar para este ano de 2002, com o voto do deputado limiano. O PS não pode ter o autismo de se convencer de que a memória nacional é tão curta que não recorda a sucessão de previsões surrealistas que, ainda há meses, fazia o ministro socialista Guilherme d'Oliveira Martins ou os estudos de contenção da despesa pública que os Governos socialistas encomendavam e não tinham, depois, a coragem política de levar à prática. Ou seja, o PS não se pode colocar no papel de vítima nem no de julgador, nesta matéria. Ele é o réu principal pela actual situação de crise financeira e económica que o país atravessa. Deveria ter a humildade democrática de o assumir e a maturidade política de arrepiar caminho e mudar de discurso. Cumprindo a função que cabe ao principal partido da Oposição: ser crítico e responsável, apresentar alternativas e soluções - ao invés de empatar decisões e criar problemas em cima dos problemas, como vem sendo a sua conduta no Parlamento. Ou seja, o PS não se pode colocar no papel de vítima nem no de julgador, nesta matéria. Ele é o réu principal pela actual situação de crise financeira e económica que o país atravessa. Deveria ter a humildade democrática de o assumir e a maturidade política de arrepiar caminho e mudar de discurso. Cumprindo a função que cabe ao principal partido da Oposição: ser crítico e responsável, apresentar alternativas e soluções - ao invés de empatar decisões e criar problemas em cima dos problemas, como vem sendo a sua conduta no Parlamento. Na Lei de Enquadramento Orçamental, cuja necessidade nem os socialistas se atrevem a contestar, por forma a controlar o despesismo no sector público, esperar-se-ia que o PS fizesse sua a exigência de rigor e não poupasse qualquer cedência de que o Governo vem dando sinais aos lóbis autárquicos e ilhéus. Mas não. O PS preferiu entreter-se com incidentes processuais para atrasar a votação da lei. No pacote de medidas que Manuela Ferreira Leite anunciou há dias para combater a evasão fiscal, pensar-se-ia que o PS iria criticar duramente a insuficiência de tais medidas e propor normas de excepção contra a continuada fuga de milhares de milhões de euros ao fisco. Mas não. O PS contentou-se com ironias sobre o regresso da «política dos pacotes». É pouco, quase roça o amadorismo e a infantilidade num partido com as responsabilidades do PS. Na Lei de Enquadramento Orçamental, cuja necessidade nem os socialistas se atrevem a contestar, por forma a controlar o despesismo no sector público, esperar-se-ia que o PS fizesse sua a exigência de rigor e não poupasse qualquer cedência de que o Governo vem dando sinais aos lóbis autárquicos e ilhéus. Mas não. O PS preferiu entreter-se com incidentes processuais para atrasar a votação da lei. No pacote de medidas que Manuela Ferreira Leite anunciou há dias para combater a evasão fiscal, pensar-se-ia que o PS iria criticar duramente a insuficiência de tais medidas e propor normas de excepção contra a continuada fuga de milhares de milhões de euros ao fisco. Mas não. O PS contentou-se com ironias sobre o regresso da «política dos pacotes». É pouco, quase roça o amadorismo e a infantilidade num partido com as responsabilidades do PS. José Sócrates bem pode dizer, olhando para a sua bancada: «Não acertam uma...». José Sócrates bem pode dizer, olhando para a sua bancada: «Não acertam uma...». P.S. - A Câmara de Leiria pediu, esta semana, um empréstimo até 12,5 milhões de euros, junto do Dexia Public Finance Bank, para financiar as obras no estádio para o Euro-2004, avaliadas (até agora) em 35 milhões de euros. As Câmaras de Coimbra e de Loulé-Faro, entre outras, não sabem como fazer face aos encargos com os estádios que têm que construir para o Euro-2004. É caso para perguntar: Então, aqui, não há limites ao endividamento das autarquias? Não seria um excelente sinal de rigor e contenção para o país reduzir a seis ou sete os estádios para o Euro-2004 (número que foi mais do que suficiente para o Euro-2000, na Bélgica e Holanda), cancelando a construção de alguns dos «elefantes brancos» do megalómano projecto de dez estádios? Onde fica a coerência do Governo e de Manuela Ferreira Leite? P.S. - A Câmara de Leiria pediu, esta semana, um empréstimo até 12,5 milhões de euros, junto do Dexia Public Finance Bank, para financiar as obras no estádio para o Euro-2004, avaliadas (até agora) em 35 milhões de euros. As Câmaras de Coimbra e de Loulé-Faro, entre outras, não sabem como fazer face aos encargos com os estádios que têm que construir para o Euro-2004. É caso para perguntar: Então, aqui, não há limites ao endividamento das autarquias? Não seria um excelente sinal de rigor e contenção para o país reduzir a seis ou sete os estádios para o Euro-2004 (número que foi mais do que suficiente para o Euro-2000, na Bélgica e Holanda), cancelando a construção de alguns dos «elefantes brancos» do megalómano projecto de dez estádios? Onde fica a coerência do Governo e de Manuela Ferreira Leite? 11 Julho 2002

Não acertam uma… «Os senhores não acertam uma!», exclamava um destemperado José Sócrates, no debate sobre o estado da Nação, acusando o Governo e a ministra das Finanças de falharem na previsão do crescimento do PIB, do ritmo do investimento, da subida da inflação. Só faltou o descompensado dirigente do PS acrescentar: «Enganámo-vos bem! Foi tal a confusão em que deixámos as finanças públicas, a trapalhada que fizemos para mascarar o défice das contas do Estado, que os senhores nem ao fim de dois meses se conseguem orientar!». Haja um mínimo de decoro na actividade política. Este discurso, o discurso do desatinado José Sócrates (e de Ferro Rodrigues, em tom mais equilibrado) era o único que o PS não poderia fazer ou sequer pensar em fazer, se tivesse alguma vergonha. O PS não pode ter a irresponsabilidade de pensar que o país se esqueceu já de que foi o seu Governo o responsável por um défice orçamental em 2001 no escalão dos 4%, claramente acima do permitido pelo Pacto de Estabilidade, em manifesta violação dos esforços de rigor e equilíbrio levados a cabo pela maioria dos países da União Europeia e susceptível de originar um processo da Comissão com pesadas sanções a Portugal. O PS não pode ter a ilusão de acreditar que os portugueses já não têm presente o Orçamento enganoso e totalmente irrealista que fez aprovar para este ano de 2002, com o voto do deputado limiano. O PS não pode ter o autismo de se convencer de que a memória nacional é tão curta que não recorda a sucessão de previsões surrealistas que, ainda há meses, fazia o ministro socialista Guilherme d'Oliveira Martins ou os estudos de contenção da despesa pública que os Governos socialistas encomendavam e não tinham, depois, a coragem política de levar à prática. O PS não pode ter a irresponsabilidade de pensar que o país se esqueceu já de que foi o seu Governo o responsável por um défice orçamental em 2001 no escalão dos 4%, claramente acima do permitido pelo Pacto de Estabilidade, em manifesta violação dos esforços de rigor e equilíbrio levados a cabo pela maioria dos países da União Europeia e susceptível de originar um processo da Comissão com pesadas sanções a Portugal. O PS não pode ter a ilusão de acreditar que os portugueses já não têm presente o Orçamento enganoso e totalmente irrealista que fez aprovar para este ano de 2002, com o voto do deputado limiano. O PS não pode ter o autismo de se convencer de que a memória nacional é tão curta que não recorda a sucessão de previsões surrealistas que, ainda há meses, fazia o ministro socialista Guilherme d'Oliveira Martins ou os estudos de contenção da despesa pública que os Governos socialistas encomendavam e não tinham, depois, a coragem política de levar à prática. Ou seja, o PS não se pode colocar no papel de vítima nem no de julgador, nesta matéria. Ele é o réu principal pela actual situação de crise financeira e económica que o país atravessa. Deveria ter a humildade democrática de o assumir e a maturidade política de arrepiar caminho e mudar de discurso. Cumprindo a função que cabe ao principal partido da Oposição: ser crítico e responsável, apresentar alternativas e soluções - ao invés de empatar decisões e criar problemas em cima dos problemas, como vem sendo a sua conduta no Parlamento. Ou seja, o PS não se pode colocar no papel de vítima nem no de julgador, nesta matéria. Ele é o réu principal pela actual situação de crise financeira e económica que o país atravessa. Deveria ter a humildade democrática de o assumir e a maturidade política de arrepiar caminho e mudar de discurso. Cumprindo a função que cabe ao principal partido da Oposição: ser crítico e responsável, apresentar alternativas e soluções - ao invés de empatar decisões e criar problemas em cima dos problemas, como vem sendo a sua conduta no Parlamento. Na Lei de Enquadramento Orçamental, cuja necessidade nem os socialistas se atrevem a contestar, por forma a controlar o despesismo no sector público, esperar-se-ia que o PS fizesse sua a exigência de rigor e não poupasse qualquer cedência de que o Governo vem dando sinais aos lóbis autárquicos e ilhéus. Mas não. O PS preferiu entreter-se com incidentes processuais para atrasar a votação da lei. No pacote de medidas que Manuela Ferreira Leite anunciou há dias para combater a evasão fiscal, pensar-se-ia que o PS iria criticar duramente a insuficiência de tais medidas e propor normas de excepção contra a continuada fuga de milhares de milhões de euros ao fisco. Mas não. O PS contentou-se com ironias sobre o regresso da «política dos pacotes». É pouco, quase roça o amadorismo e a infantilidade num partido com as responsabilidades do PS. Na Lei de Enquadramento Orçamental, cuja necessidade nem os socialistas se atrevem a contestar, por forma a controlar o despesismo no sector público, esperar-se-ia que o PS fizesse sua a exigência de rigor e não poupasse qualquer cedência de que o Governo vem dando sinais aos lóbis autárquicos e ilhéus. Mas não. O PS preferiu entreter-se com incidentes processuais para atrasar a votação da lei. No pacote de medidas que Manuela Ferreira Leite anunciou há dias para combater a evasão fiscal, pensar-se-ia que o PS iria criticar duramente a insuficiência de tais medidas e propor normas de excepção contra a continuada fuga de milhares de milhões de euros ao fisco. Mas não. O PS contentou-se com ironias sobre o regresso da «política dos pacotes». É pouco, quase roça o amadorismo e a infantilidade num partido com as responsabilidades do PS. José Sócrates bem pode dizer, olhando para a sua bancada: «Não acertam uma...». José Sócrates bem pode dizer, olhando para a sua bancada: «Não acertam uma...». P.S. - A Câmara de Leiria pediu, esta semana, um empréstimo até 12,5 milhões de euros, junto do Dexia Public Finance Bank, para financiar as obras no estádio para o Euro-2004, avaliadas (até agora) em 35 milhões de euros. As Câmaras de Coimbra e de Loulé-Faro, entre outras, não sabem como fazer face aos encargos com os estádios que têm que construir para o Euro-2004. É caso para perguntar: Então, aqui, não há limites ao endividamento das autarquias? Não seria um excelente sinal de rigor e contenção para o país reduzir a seis ou sete os estádios para o Euro-2004 (número que foi mais do que suficiente para o Euro-2000, na Bélgica e Holanda), cancelando a construção de alguns dos «elefantes brancos» do megalómano projecto de dez estádios? Onde fica a coerência do Governo e de Manuela Ferreira Leite? P.S. - A Câmara de Leiria pediu, esta semana, um empréstimo até 12,5 milhões de euros, junto do Dexia Public Finance Bank, para financiar as obras no estádio para o Euro-2004, avaliadas (até agora) em 35 milhões de euros. As Câmaras de Coimbra e de Loulé-Faro, entre outras, não sabem como fazer face aos encargos com os estádios que têm que construir para o Euro-2004. É caso para perguntar: Então, aqui, não há limites ao endividamento das autarquias? Não seria um excelente sinal de rigor e contenção para o país reduzir a seis ou sete os estádios para o Euro-2004 (número que foi mais do que suficiente para o Euro-2000, na Bélgica e Holanda), cancelando a construção de alguns dos «elefantes brancos» do megalómano projecto de dez estádios? Onde fica a coerência do Governo e de Manuela Ferreira Leite? 11 Julho 2002

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