O culto do bom garfo

21-12-2002
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O Culto do Bom Garfo

Por NELSON MARQUES

Sexta-feira, 29 de Novembro de 2002

Paço dos Duques de Bragança recebe amanhã Capítulo gastronómico da Confraria "Panela ao Lume"

Tudo começou numa coluna semanal que o gastrónomo Gonçalo Reis Torgal assinava n' "O Comércio do Porto". Das crónicas da "Panela ao Lume" às reuniões com leitores e posterior formulação de princípios para a constituição de uma confraria gastronómica foi um pequeno passo. Decorria o mês de Dezembro de 1986, mas é só quase cinco anos mais tarde, a 27 de Setembro de 1991, que a Confraria Gastronómica da "Panela ao Lume" é oficializada, com a celebração de um jantar camiliano, "inspirado nos pratos que o autor cita nos seus livros". O próprio Camilo Castelo Branco é, a título póstumo, o confrade n.º1 da associação.

"Somos a mais antiga confraria gastronómica existente no país, embora existam duas que se institucionalizaram antes: a Confraria de S. Gonçalo, em Aveiro, e a Confraria Gastronómica do Minho", esclarece Reis Torgal, fundador e mordomo-mor (vulgo presidente da direcção) da "Panela ao Lume" desde a sua criação. "A confraria estuda, analisa e historia a gastronomia em geral e, sobretudo, a portuguesa".

Este ano, a confraria pretendia encerrar as comemorações do 10.º aniversário a 27 de Setembro, mas motivos relacionados com a agenda de alguns convidados adiaram a celebração do Capítulo, "o momento alto de qualquer confraria", para amanhã. Com a entronização de nove novos confrades numerários, a "Panela ao Lume" atingirá o limite máximo de 150 confrades, como previsto nos seus estatutos, pelo que novas entradas ficam condicionadas à saída de algum elemento.

Presentes na cerimónia estarão a primeira-dama Maria José Ritta, e o presidente da Junta Autónoma da Galiza, Manuel Fraga Iribarne, que serão investidos como confrades de honra. Para além destes, serão entronizadas, como confrades de mérito, diversas personalidades, entre as quais, Alfredo Barroso, escritor e "bom gourmet", Alfredo Saramago, "um especialista na investigação da história da gastronomia portuguesa", o ex-embaixador do Brasil em Portugal, Dário Castro Alves, autor de diversas obras sobre Eça e a gastronomia, e Mário Assis Ferreira, vice-presidente Estoril Sol, concessionária dos casinos do Estoril e da Póvoa de Varzim. Paralelamente, a confraria irá outorgar o título de mecenas ao comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, presidente da Delta Cafés, "o único que tem verdadeiramente apoiado a Panela ao Lume", e entregar os prémios de gastronomia do ano de 2001.

A requintada Pousada de Santa Marinha da Costa, monumento nacional que data do séc. X, situado a cerca de dois quilómetros do centro de Guimarães, recebe hoje à noite os cerca de 240 confrades e convidados, que se repastarão com um jantar volante e onde será apresentada uma serigrafia de José Penicheiro, alusiva ao 10.º aniversário.

O programa prossegue amanhã, com uma concentração em frente à estátua de D. Afonso Henriques, para a fotografia da praxe, seguindo-se uma missa na Igreja de Santo António dos Capuchos, celebrada por D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Emérito de Braga. A cerimónia do Capítulo terá lugar no Paço dos Duques de Bragança. O cardápio do almoço incluiu, como entrada, aperitivos regionais, seguindo-se uma canja de "Pica no Chão", lombinhos de pescada poveira com camarão e tripas "à moda do Porto". A acompanhar a refeição haverá "vinhos brancos e tintos, verdes e maduros" e, como sobremesa, vários doces regionais. A fechar, "café delta, instituído como o café oficial da confraria".

Para além da cerimónia do capítulo, a confraria realiza mais três reuniões anuais: os almoços da lampreia, em Março, do Cabrito, em Abril/Maio, e das papas de sarrabulho, em Dezembro.

O Culto do Bom Garfo

Por NELSON MARQUES

Sexta-feira, 29 de Novembro de 2002

Paço dos Duques de Bragança recebe amanhã Capítulo gastronómico da Confraria "Panela ao Lume"

Tudo começou numa coluna semanal que o gastrónomo Gonçalo Reis Torgal assinava n' "O Comércio do Porto". Das crónicas da "Panela ao Lume" às reuniões com leitores e posterior formulação de princípios para a constituição de uma confraria gastronómica foi um pequeno passo. Decorria o mês de Dezembro de 1986, mas é só quase cinco anos mais tarde, a 27 de Setembro de 1991, que a Confraria Gastronómica da "Panela ao Lume" é oficializada, com a celebração de um jantar camiliano, "inspirado nos pratos que o autor cita nos seus livros". O próprio Camilo Castelo Branco é, a título póstumo, o confrade n.º1 da associação.

"Somos a mais antiga confraria gastronómica existente no país, embora existam duas que se institucionalizaram antes: a Confraria de S. Gonçalo, em Aveiro, e a Confraria Gastronómica do Minho", esclarece Reis Torgal, fundador e mordomo-mor (vulgo presidente da direcção) da "Panela ao Lume" desde a sua criação. "A confraria estuda, analisa e historia a gastronomia em geral e, sobretudo, a portuguesa".

Este ano, a confraria pretendia encerrar as comemorações do 10.º aniversário a 27 de Setembro, mas motivos relacionados com a agenda de alguns convidados adiaram a celebração do Capítulo, "o momento alto de qualquer confraria", para amanhã. Com a entronização de nove novos confrades numerários, a "Panela ao Lume" atingirá o limite máximo de 150 confrades, como previsto nos seus estatutos, pelo que novas entradas ficam condicionadas à saída de algum elemento.

Presentes na cerimónia estarão a primeira-dama Maria José Ritta, e o presidente da Junta Autónoma da Galiza, Manuel Fraga Iribarne, que serão investidos como confrades de honra. Para além destes, serão entronizadas, como confrades de mérito, diversas personalidades, entre as quais, Alfredo Barroso, escritor e "bom gourmet", Alfredo Saramago, "um especialista na investigação da história da gastronomia portuguesa", o ex-embaixador do Brasil em Portugal, Dário Castro Alves, autor de diversas obras sobre Eça e a gastronomia, e Mário Assis Ferreira, vice-presidente Estoril Sol, concessionária dos casinos do Estoril e da Póvoa de Varzim. Paralelamente, a confraria irá outorgar o título de mecenas ao comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, presidente da Delta Cafés, "o único que tem verdadeiramente apoiado a Panela ao Lume", e entregar os prémios de gastronomia do ano de 2001.

A requintada Pousada de Santa Marinha da Costa, monumento nacional que data do séc. X, situado a cerca de dois quilómetros do centro de Guimarães, recebe hoje à noite os cerca de 240 confrades e convidados, que se repastarão com um jantar volante e onde será apresentada uma serigrafia de José Penicheiro, alusiva ao 10.º aniversário.

O programa prossegue amanhã, com uma concentração em frente à estátua de D. Afonso Henriques, para a fotografia da praxe, seguindo-se uma missa na Igreja de Santo António dos Capuchos, celebrada por D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Emérito de Braga. A cerimónia do Capítulo terá lugar no Paço dos Duques de Bragança. O cardápio do almoço incluiu, como entrada, aperitivos regionais, seguindo-se uma canja de "Pica no Chão", lombinhos de pescada poveira com camarão e tripas "à moda do Porto". A acompanhar a refeição haverá "vinhos brancos e tintos, verdes e maduros" e, como sobremesa, vários doces regionais. A fechar, "café delta, instituído como o café oficial da confraria".

Para além da cerimónia do capítulo, a confraria realiza mais três reuniões anuais: os almoços da lampreia, em Março, do Cabrito, em Abril/Maio, e das papas de sarrabulho, em Dezembro.

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