Personagem: Ludgero Marques e Rocha de Matos

24-06-2004
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Personagem: Ludgero Marques e Rocha de Matos

Segunda-feira, 03 de Maio de 2004

Já havia a CIP, a CCP, a CAP, a AIP, a AEP. Agora, com a CEP, completa-se a meia dúzia de organizações de topo no associativismo empresarial português. A iniciativa de avançar para a criação de uma nova "cúpula" pertenceu a Ludgero Marques e Rocha de Matos, líderes da Associação Empresarial de Portugal e da Associação Industrial Portuguesa, respectivamente. Eventualmente fartos de tantas tentativas frustradas para pôr a falar a uma só voz todos os patrões portugueses, os dois antigos rivais chamaram o notário e criaram a nova Confederação Empresarial de Portugal. A adivinhar pelas reacções do sistema, não vai ser fácil conseguir a unidade num sector onde a nova estrutura foi recebida com frases ao estilo "pouco benéfica", "desnecessária e indesejável", "extemporânea".

Frase

É necessária maior prudência para evitar o risco de "perda do comando de grandes empresas, que dispõem de condições para serem eficientes e competitivas no mercado global", Cavaco Silva, no Congresso dos Empresários

Revista da semana: Contratação parou

Há quem diga que as leis, quando se fazem, é para serem ambíguas ou, então, para serem contornadas. Dando de barato que assim é, o novo Código do Trabalho é uma espécie da primeira versão. Ao abrir caminho para que os contratos colectivos de trabalho sejam considerados caducados quando não houver acordo entre as partes num determinado espaço temporal, abrem caminho para aquilo que a UGT diz que está a acontecer: muitas associações bloqueiam a negociação apostando na caducidade. Depois, ter-se-á que partir da estaca zero, o que tem duas vantagens: expurgam-se muitos contratos de normas que ainda vêm do período revolucionário, além de que, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.

Semapa ganha Portucel

Não houve surpresa no processo de privatização de 30 por cento da Portucel. Conforme se esperava, a candidatura da Semapa foi declarada vencedora. Mas a vitória foi acompanhada de uma outra prenda para Pedro Queirós Pereira. A CMVM não consegue provar qualquer concertação entre o empresário dos cimentos e os bancos a quem a Sonae deverá vender a sua participação (25 por cento). Como a Semapa tem um acordo de preferência com os bancos para, no futuro, poder adquirir essa posição, está dispensada de lançar uma OPA geral. O que seria bem mais dispendioso do que comprar apenas 30 por cento.

Galp picante

O processo de privatização da Galpenergia promete transformar-se numa luta de titãs. Com um negócio apetecível e muitos pesos-pesados na corrida, bastou passar uma semana após a apresentação das propostas para confirmar que se vai rasgar muito pano neste processo. Para além das picardias com que Francisco Louçã e Durão Barroso se trataram no Parlamento, por causa do envolvimento da CGD com um dos candidatos, há outros registos que tornam picante a operação. Nomeadamente, a queixa do líder da candidatura nortenha (Manuel Ferreira de Oliveira, da Viacer), que diz que a comissão executiva da Galpenergia não está a ser imparcial.

Bruxelas arquiva processo

Bruxelas formalizou, na semana passada, a proposta para que Portugal deixe de estar na lista dos países sobre quem impendem processos por défice público excessivo - acima dos três por cento impostos pelo Pacto para a Estabilidade e o Crescimento. Mas recomendou ao Governo que assuma medidas de valor equivalente a meio ponto percentual do PIB para evitar nova escorregadela. Durão Barroso festejou o anúncio e Ferro Rodrigues acentuou que a decisão da Comissão Europeia era "normal". Jorge Sampaio foi mais incisivo: o presidente sustentou que a consolidação orçamental tem que continuar.

BP e Governo às avessas

O Banco de Portugal tem estado, no fundamental, de acordo com a política de consolidação das finanças públicas e de rigor orçamental que tem sido seguida pelo Governo. Mas, na semana passada, viu-se que há matérias em que o Executivo e o banco central não concordam. A instituição dirigida por Vítor Constâncio, no seu Boletim Económico de Março, sustentou que não há espaço para avançar para a redução dos impostos enquanto a situação orçamental não estiver "duradouramente" controlada. Pouco depois, Manuela Ferreira Leite reagia, dizendo que, a manter-se o rigor na despesa, criar-se-á margem para baixar a carga fiscal. A ministra das Finanças reafirmou, aliás, o compromisso de descer os impostos até 2006 que já tinha sido formulado por Durão Barroso. Diferença de perspectivas. Só o futuro dirá quem tinha razão.

EUA menos pujantes

Segundo a primeira estimativa do Departamento do Comércio norte-americano, o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos da América deverá ter crescido, em termos anualizados, 4,2 por cento no primeiro trimestre. O indicador é ligeiramente superior ao verificado nos últimos três meses de 2003, mas fica claramente abaixo dos 5,0 por cento que bailavam na cabeça dos analistas. Um fraco desempenho do sector exportador e o défice de investimento sustentam o saldo final. Mesmo assim, os EUA continuam a gerar riqueza a um ritmo superior ao da Europa. Se a metodologia usada para calcular o aumento do PIB fôr idêntica à europeia, verifica-se que a riqueza gerada nos Estados Unidos cresceu 1,03 por cento de Janeiro a Março. Na União Europeia, ainda não há dados para o primeiro trimestre, mas no último de 2003 o indicador foi de 0,3 por cento.

Agenda: Hoje, 3

·Encontro Luso Espanhol sobre Economia, na Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa, uma iniciativa da FLAD e da Fundação Duques de Sória. Com a presença do secretário de Estado da Economia de Espanha, Miguel Sebastián, do presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa, entre outros.

·10º Fórum Internacional de Energia - "A Energia e a Sociedade", no Centro de Congressos de Lisboa. Uma iniciativa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do International Energy Foundation. Até dia 6.

·Prossegue o julgamento de José Machado de Almeida, acusado de abuso de informação privilegiada no âmbito da integração do Banco Português do Atlântico no BCP.

·Primeira audiência, no Tribunal de Vila do Conde, do julgamento que opõe a Leicar - Associação dos Produtores de Leite e Carne, à Parmalat.

·Os cerca de 200 trabalhadores da GARTEXTIL, na Guarda, adiaram para hoje a discussão do pedido de falência da empresa face à falta de propostas de viabilização.

Terça, 4

·Comemorações do 155º aniversário da AEP - Associação Empresarial de Portugal.

·Dia Internacional do Comércio Justo.

·A administração da Vodafone apresenta a nova fase da 3ª geração móvel, pelas 11h, na ActionStore da Vodafone, no Parque das Nações, em Lisboa.

Quarta, 5

·Encontro "O comércio e a indústria automóvel em Portugal", às 9h15, no âmbito do Salão Internacional do Automóvel, a decorrer até dia 9 na FIL, Parque das Nações.

·Tomam hoje posse os novos corpos sociais da CIP - Confederação da Indústria Portuguesa para o triénio 2004-2006.

·Conferência "Uma nova política de turismo em Portugal", das 10h às 12h30, no Hotel Tivoli Lisboa, uma iniciativa do Instituto Francisco Sá Carneiro.

·Seminário "Políticas de inovação - investigação, competitividade e riqueza", das 9h30 às 18h, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Quinta, 6

·Fórum Voluntariado nas Empresas - uma perspectiva de desenvolvimento, das 15h às 18h30, no auditório do Montepio Geral, em Lisboa (Rua do Ouro, 219). Com a presença da secretária de Estado da Segurança Social na abertura.

·A APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações organiza um seminário sobre "Indústria das Comunicações: dos Fornecedores aos Utilizadores", no Ipanema Park Hotel, no Porto. Das 9h30 às 18h.

·Realiza-se, hoje e amanhã, no Centro de Congressos de Lisboa, o V Congresso Nacional das Regiões de Turismo. "Regiões de Turismo - A Autonomia no Turismo Nacional" é o tema do encontro.

Sexta, 7

·A Confederação da Indústria Portuguesa faz hoje 30 anos.

·Nova reunião negocial entre os parceiros sociais no âmbito do Contrato Social para a Competitividade e Emprego. Investimento, inovação e competitividade e reconversão e modernização sectorial são os temas de hoje.

Personagem: Ludgero Marques e Rocha de Matos

Segunda-feira, 03 de Maio de 2004

Já havia a CIP, a CCP, a CAP, a AIP, a AEP. Agora, com a CEP, completa-se a meia dúzia de organizações de topo no associativismo empresarial português. A iniciativa de avançar para a criação de uma nova "cúpula" pertenceu a Ludgero Marques e Rocha de Matos, líderes da Associação Empresarial de Portugal e da Associação Industrial Portuguesa, respectivamente. Eventualmente fartos de tantas tentativas frustradas para pôr a falar a uma só voz todos os patrões portugueses, os dois antigos rivais chamaram o notário e criaram a nova Confederação Empresarial de Portugal. A adivinhar pelas reacções do sistema, não vai ser fácil conseguir a unidade num sector onde a nova estrutura foi recebida com frases ao estilo "pouco benéfica", "desnecessária e indesejável", "extemporânea".

Frase

É necessária maior prudência para evitar o risco de "perda do comando de grandes empresas, que dispõem de condições para serem eficientes e competitivas no mercado global", Cavaco Silva, no Congresso dos Empresários

Revista da semana: Contratação parou

Há quem diga que as leis, quando se fazem, é para serem ambíguas ou, então, para serem contornadas. Dando de barato que assim é, o novo Código do Trabalho é uma espécie da primeira versão. Ao abrir caminho para que os contratos colectivos de trabalho sejam considerados caducados quando não houver acordo entre as partes num determinado espaço temporal, abrem caminho para aquilo que a UGT diz que está a acontecer: muitas associações bloqueiam a negociação apostando na caducidade. Depois, ter-se-á que partir da estaca zero, o que tem duas vantagens: expurgam-se muitos contratos de normas que ainda vêm do período revolucionário, além de que, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.

Semapa ganha Portucel

Não houve surpresa no processo de privatização de 30 por cento da Portucel. Conforme se esperava, a candidatura da Semapa foi declarada vencedora. Mas a vitória foi acompanhada de uma outra prenda para Pedro Queirós Pereira. A CMVM não consegue provar qualquer concertação entre o empresário dos cimentos e os bancos a quem a Sonae deverá vender a sua participação (25 por cento). Como a Semapa tem um acordo de preferência com os bancos para, no futuro, poder adquirir essa posição, está dispensada de lançar uma OPA geral. O que seria bem mais dispendioso do que comprar apenas 30 por cento.

Galp picante

O processo de privatização da Galpenergia promete transformar-se numa luta de titãs. Com um negócio apetecível e muitos pesos-pesados na corrida, bastou passar uma semana após a apresentação das propostas para confirmar que se vai rasgar muito pano neste processo. Para além das picardias com que Francisco Louçã e Durão Barroso se trataram no Parlamento, por causa do envolvimento da CGD com um dos candidatos, há outros registos que tornam picante a operação. Nomeadamente, a queixa do líder da candidatura nortenha (Manuel Ferreira de Oliveira, da Viacer), que diz que a comissão executiva da Galpenergia não está a ser imparcial.

Bruxelas arquiva processo

Bruxelas formalizou, na semana passada, a proposta para que Portugal deixe de estar na lista dos países sobre quem impendem processos por défice público excessivo - acima dos três por cento impostos pelo Pacto para a Estabilidade e o Crescimento. Mas recomendou ao Governo que assuma medidas de valor equivalente a meio ponto percentual do PIB para evitar nova escorregadela. Durão Barroso festejou o anúncio e Ferro Rodrigues acentuou que a decisão da Comissão Europeia era "normal". Jorge Sampaio foi mais incisivo: o presidente sustentou que a consolidação orçamental tem que continuar.

BP e Governo às avessas

O Banco de Portugal tem estado, no fundamental, de acordo com a política de consolidação das finanças públicas e de rigor orçamental que tem sido seguida pelo Governo. Mas, na semana passada, viu-se que há matérias em que o Executivo e o banco central não concordam. A instituição dirigida por Vítor Constâncio, no seu Boletim Económico de Março, sustentou que não há espaço para avançar para a redução dos impostos enquanto a situação orçamental não estiver "duradouramente" controlada. Pouco depois, Manuela Ferreira Leite reagia, dizendo que, a manter-se o rigor na despesa, criar-se-á margem para baixar a carga fiscal. A ministra das Finanças reafirmou, aliás, o compromisso de descer os impostos até 2006 que já tinha sido formulado por Durão Barroso. Diferença de perspectivas. Só o futuro dirá quem tinha razão.

EUA menos pujantes

Segundo a primeira estimativa do Departamento do Comércio norte-americano, o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos da América deverá ter crescido, em termos anualizados, 4,2 por cento no primeiro trimestre. O indicador é ligeiramente superior ao verificado nos últimos três meses de 2003, mas fica claramente abaixo dos 5,0 por cento que bailavam na cabeça dos analistas. Um fraco desempenho do sector exportador e o défice de investimento sustentam o saldo final. Mesmo assim, os EUA continuam a gerar riqueza a um ritmo superior ao da Europa. Se a metodologia usada para calcular o aumento do PIB fôr idêntica à europeia, verifica-se que a riqueza gerada nos Estados Unidos cresceu 1,03 por cento de Janeiro a Março. Na União Europeia, ainda não há dados para o primeiro trimestre, mas no último de 2003 o indicador foi de 0,3 por cento.

Agenda: Hoje, 3

·Encontro Luso Espanhol sobre Economia, na Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa, uma iniciativa da FLAD e da Fundação Duques de Sória. Com a presença do secretário de Estado da Economia de Espanha, Miguel Sebastián, do presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa, entre outros.

·10º Fórum Internacional de Energia - "A Energia e a Sociedade", no Centro de Congressos de Lisboa. Uma iniciativa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do International Energy Foundation. Até dia 6.

·Prossegue o julgamento de José Machado de Almeida, acusado de abuso de informação privilegiada no âmbito da integração do Banco Português do Atlântico no BCP.

·Primeira audiência, no Tribunal de Vila do Conde, do julgamento que opõe a Leicar - Associação dos Produtores de Leite e Carne, à Parmalat.

·Os cerca de 200 trabalhadores da GARTEXTIL, na Guarda, adiaram para hoje a discussão do pedido de falência da empresa face à falta de propostas de viabilização.

Terça, 4

·Comemorações do 155º aniversário da AEP - Associação Empresarial de Portugal.

·Dia Internacional do Comércio Justo.

·A administração da Vodafone apresenta a nova fase da 3ª geração móvel, pelas 11h, na ActionStore da Vodafone, no Parque das Nações, em Lisboa.

Quarta, 5

·Encontro "O comércio e a indústria automóvel em Portugal", às 9h15, no âmbito do Salão Internacional do Automóvel, a decorrer até dia 9 na FIL, Parque das Nações.

·Tomam hoje posse os novos corpos sociais da CIP - Confederação da Indústria Portuguesa para o triénio 2004-2006.

·Conferência "Uma nova política de turismo em Portugal", das 10h às 12h30, no Hotel Tivoli Lisboa, uma iniciativa do Instituto Francisco Sá Carneiro.

·Seminário "Políticas de inovação - investigação, competitividade e riqueza", das 9h30 às 18h, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Quinta, 6

·Fórum Voluntariado nas Empresas - uma perspectiva de desenvolvimento, das 15h às 18h30, no auditório do Montepio Geral, em Lisboa (Rua do Ouro, 219). Com a presença da secretária de Estado da Segurança Social na abertura.

·A APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações organiza um seminário sobre "Indústria das Comunicações: dos Fornecedores aos Utilizadores", no Ipanema Park Hotel, no Porto. Das 9h30 às 18h.

·Realiza-se, hoje e amanhã, no Centro de Congressos de Lisboa, o V Congresso Nacional das Regiões de Turismo. "Regiões de Turismo - A Autonomia no Turismo Nacional" é o tema do encontro.

Sexta, 7

·A Confederação da Indústria Portuguesa faz hoje 30 anos.

·Nova reunião negocial entre os parceiros sociais no âmbito do Contrato Social para a Competitividade e Emprego. Investimento, inovação e competitividade e reconversão e modernização sectorial são os temas de hoje.

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