Manuel Alegre dá "empurrão" a José Sócrates

08-02-2005
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Manuel Alegre Dá "Empurrão" a José Sócrates

Por JORGE TALIXA

Sábado, 29 de Janeiro de 2005

Agradecimentos pelo apoio expresso por Freitas do Amaral e uma intervenção inflamada de Manuel Alegre, em defesa do líder do PS e da necessidade de uma maioria absoluta socialista nas próximas legislativas, marcaram o comício realizado, quinta-feira à noite, no auditório da Sociedade Filarmónica Alverquense.

Perante uma sala cheia com perto de meio milhar de apoiantes, o discurso de José Sócrates não trouxe grandes novidades e foi Manuel Alegre a vincar que o PS "tem que poder aplicar o seu programa sem ter que fazer concessões à direita ou à esquerda" e a lembrar que os eventuais parceiros da esquerda ou são contra a União Europeia ou contra a NATO ou "estão ainda agarrados ao modelo que caiu com a União Soviética".

Alegre insistiu na necessidade da maioria absoluta nas legislativas de 20 de Fevereiro. "Só com estabilidade poderemos governar e levar até ao fim o nosso programa. É preciso que os portugueses dêem ao PS a oportunidade de uma maioria absoluta", frisou. José Sócrates pediu o mesmo apoio do eleitorado, mas evitou falar de maioria absoluta e insistiu muito na ideia da mudança e do novo rumo para o País. "Só o PS pode gerar essa mudança. É preciso concentrar votos na mudança e dar uma oportunidade ao PS para que possa cumprir o seu programa por quatro anos", disse.

O líder socialista prometeu um governo "sério, estável e coerente" por oposição aos últimos três anos, que "foram maus de mais para Portugal". "Há três anos que vimos empobrecendo, que Portugal é o País da União Europeia em que o desemprego mais cresce. Portugal tem sido governado de uma forma incompetente e incapaz, por um governo que nem sequer é capaz de pôr professores nas escolas", criticou.

Sócrates garantiu que o PS vai dar prioridade ao emprego e ao combate às desigualdades sociais. "Uma sociedade que se resigna à pobreza não é digna dela própria. Não queremos prometer nenhum milagre, mas temos uma certeza: é possível fazer muito melhor que o que foi feito nestes últimos quatro anos", acrescentou, realçando também o apoio que lhe foi manifestado, nesse próprio dia, por Freitas do Amaral. "Fê-lo com a coragem que só os espíritos livres e independentes podem fazer. Fê-lo porque é aquilo que considera ser o interesse nacional. Quero dizer que este apoio nos honra, nos dignifica e nos estimula, mas também nos dá mais responsabilidades e mais exigência para estarmos à altura do apoio de um dos melhores políticos da democracia portuguesa", sustentou.

Manuel Alegre também destacou o apoio de Freitas do Amaral à candidatura socialista e falou da crise e do PSD. No entender do rival de Sócrates na última corrida para a liderança do PS, "a frustração dos portugueses não se deve ao funcionamento do sistema político, deve-se às políticas dos governos de direita. Se há descrença é porque há 500 mil desempregados, 3000 falências e 2 milhões de portugueses em estado de pobreza. Não é sistema que está em causa, o que é preciso é mudar de políticas".

"Portugal vive uma grave crise, que não é só política, económica e social. É sobretudo uma crise moral, de confiança em si mesmo. Se houver uma nova crise de instabilidade que não permita resolver os problemas estruturais do País corremos, então, riscos de entrarmos numa crise de regime", alertou.

No comício de Alverca interveio também, Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e da Junta Metropolitana de Lisboa, que defendeu novas políticas sociais e para as cidades. Na sala estava ainda Almeida Santos, presidente do PS.

Manuel Alegre Dá "Empurrão" a José Sócrates

Por JORGE TALIXA

Sábado, 29 de Janeiro de 2005

Agradecimentos pelo apoio expresso por Freitas do Amaral e uma intervenção inflamada de Manuel Alegre, em defesa do líder do PS e da necessidade de uma maioria absoluta socialista nas próximas legislativas, marcaram o comício realizado, quinta-feira à noite, no auditório da Sociedade Filarmónica Alverquense.

Perante uma sala cheia com perto de meio milhar de apoiantes, o discurso de José Sócrates não trouxe grandes novidades e foi Manuel Alegre a vincar que o PS "tem que poder aplicar o seu programa sem ter que fazer concessões à direita ou à esquerda" e a lembrar que os eventuais parceiros da esquerda ou são contra a União Europeia ou contra a NATO ou "estão ainda agarrados ao modelo que caiu com a União Soviética".

Alegre insistiu na necessidade da maioria absoluta nas legislativas de 20 de Fevereiro. "Só com estabilidade poderemos governar e levar até ao fim o nosso programa. É preciso que os portugueses dêem ao PS a oportunidade de uma maioria absoluta", frisou. José Sócrates pediu o mesmo apoio do eleitorado, mas evitou falar de maioria absoluta e insistiu muito na ideia da mudança e do novo rumo para o País. "Só o PS pode gerar essa mudança. É preciso concentrar votos na mudança e dar uma oportunidade ao PS para que possa cumprir o seu programa por quatro anos", disse.

O líder socialista prometeu um governo "sério, estável e coerente" por oposição aos últimos três anos, que "foram maus de mais para Portugal". "Há três anos que vimos empobrecendo, que Portugal é o País da União Europeia em que o desemprego mais cresce. Portugal tem sido governado de uma forma incompetente e incapaz, por um governo que nem sequer é capaz de pôr professores nas escolas", criticou.

Sócrates garantiu que o PS vai dar prioridade ao emprego e ao combate às desigualdades sociais. "Uma sociedade que se resigna à pobreza não é digna dela própria. Não queremos prometer nenhum milagre, mas temos uma certeza: é possível fazer muito melhor que o que foi feito nestes últimos quatro anos", acrescentou, realçando também o apoio que lhe foi manifestado, nesse próprio dia, por Freitas do Amaral. "Fê-lo com a coragem que só os espíritos livres e independentes podem fazer. Fê-lo porque é aquilo que considera ser o interesse nacional. Quero dizer que este apoio nos honra, nos dignifica e nos estimula, mas também nos dá mais responsabilidades e mais exigência para estarmos à altura do apoio de um dos melhores políticos da democracia portuguesa", sustentou.

Manuel Alegre também destacou o apoio de Freitas do Amaral à candidatura socialista e falou da crise e do PSD. No entender do rival de Sócrates na última corrida para a liderança do PS, "a frustração dos portugueses não se deve ao funcionamento do sistema político, deve-se às políticas dos governos de direita. Se há descrença é porque há 500 mil desempregados, 3000 falências e 2 milhões de portugueses em estado de pobreza. Não é sistema que está em causa, o que é preciso é mudar de políticas".

"Portugal vive uma grave crise, que não é só política, económica e social. É sobretudo uma crise moral, de confiança em si mesmo. Se houver uma nova crise de instabilidade que não permita resolver os problemas estruturais do País corremos, então, riscos de entrarmos numa crise de regime", alertou.

No comício de Alverca interveio também, Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e da Junta Metropolitana de Lisboa, que defendeu novas políticas sociais e para as cidades. Na sala estava ainda Almeida Santos, presidente do PS.

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