Destaque

29-03-2004
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Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA COM LUSA

Terça-feira, 16 de Março de 2004

Ferro Rodrigues diz que "a inteligência dos cidadãos é superior à mentira"

O regresso do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) ao poder foi ontem aclamado por Ferro Rodrigues como uma "vitória contra a mentira e a manipulação". Instado a comentar a vitória de Rodriguez Zapatero e a reviravolta nas intenções de voto dos eleitores espanhóis, o líder do PS sublinhou que o triunfo do PSOE significa que "a inteligência dos cidadãos é sempre superior à mentira e à manipulação", frisando também que o Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy foi igualmente "manipulatório durante a campanha eleitoral".

Sobre a alegada má gestão informativa e política feita pelo Partido Popular (PP) e pelo primeiro-ministro José María Aznar nos dias que mediaram entre os atentados terroristas e as eleições legislativas, Ferro Rodrigues disse apenas que os espanhóis mereciam uma "saudação" por "não se terem deixado cercar pela mentira". Ferro aproveitou ainda para relembrar que durante a campanha eleitoral espanhola, Zapatero e o PSOE "foram massacrados, atacados e desfeitos pela opinião pública", apesar, acrescentou, de "sempre se terem batido pela justiça e pela coerência". Questionado sobre a resolução, já avançada pelo futuro primeiro-ministro espanhol, de retirar as tropas espanholas do Iraque, Ferro respondeu que este anúncio "demonstra coerência, uma vez que foi um compromisso assumido pelo PSOE". Interrogado sobre se tomaria a mesma decisão caso fosse chefe do Governo, Ferro respondeu somente que "se fosse primeiro-ministro de Portugal a GNR nunca teria ido para o Iraque".

O PCP e o BE interpretaram o resultado das eleições espanholas como um sinal de descontentamento em relação à participação na ocupação do Iraque. Ontem a cabeça de lista comunista às eleições europeias, Ilda Figueiredo, apontou o Iraque como o principal factor para a mudança de poder em Madrid. "O que se passou em Espanha só foi possível porque já havia um grande descontentamento da população com o envolvimento da Espanha na Guerra do Iraque, como ficou demonstrado com as manifestações há um ano." António Abreu, da comissão política do PCP, destacou "a tentativa do governo espanhol identificar logo a autoria dos atentados e interpretá-la de forma que o beneficiasse eleitoralemente". Já o deputado bloquista, Francisco Louçã, viu na derrota do PP espanhol "a derrota de todas as direitas", incluindo a do primeiro-ministro, Durão Barroso. Louçã salientou o facto destas eleições serem as primeiras entre os quatro governos europeus que apoiaram os Estados Unidos: "É o primeiro dos quatro governos da cimeira dos Açores a ir a votos e a ser varrido do poder."

Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA COM LUSA

Terça-feira, 16 de Março de 2004

Ferro Rodrigues diz que "a inteligência dos cidadãos é superior à mentira"

O regresso do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) ao poder foi ontem aclamado por Ferro Rodrigues como uma "vitória contra a mentira e a manipulação". Instado a comentar a vitória de Rodriguez Zapatero e a reviravolta nas intenções de voto dos eleitores espanhóis, o líder do PS sublinhou que o triunfo do PSOE significa que "a inteligência dos cidadãos é sempre superior à mentira e à manipulação", frisando também que o Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy foi igualmente "manipulatório durante a campanha eleitoral".

Sobre a alegada má gestão informativa e política feita pelo Partido Popular (PP) e pelo primeiro-ministro José María Aznar nos dias que mediaram entre os atentados terroristas e as eleições legislativas, Ferro Rodrigues disse apenas que os espanhóis mereciam uma "saudação" por "não se terem deixado cercar pela mentira". Ferro aproveitou ainda para relembrar que durante a campanha eleitoral espanhola, Zapatero e o PSOE "foram massacrados, atacados e desfeitos pela opinião pública", apesar, acrescentou, de "sempre se terem batido pela justiça e pela coerência". Questionado sobre a resolução, já avançada pelo futuro primeiro-ministro espanhol, de retirar as tropas espanholas do Iraque, Ferro respondeu que este anúncio "demonstra coerência, uma vez que foi um compromisso assumido pelo PSOE". Interrogado sobre se tomaria a mesma decisão caso fosse chefe do Governo, Ferro respondeu somente que "se fosse primeiro-ministro de Portugal a GNR nunca teria ido para o Iraque".

O PCP e o BE interpretaram o resultado das eleições espanholas como um sinal de descontentamento em relação à participação na ocupação do Iraque. Ontem a cabeça de lista comunista às eleições europeias, Ilda Figueiredo, apontou o Iraque como o principal factor para a mudança de poder em Madrid. "O que se passou em Espanha só foi possível porque já havia um grande descontentamento da população com o envolvimento da Espanha na Guerra do Iraque, como ficou demonstrado com as manifestações há um ano." António Abreu, da comissão política do PCP, destacou "a tentativa do governo espanhol identificar logo a autoria dos atentados e interpretá-la de forma que o beneficiasse eleitoralemente". Já o deputado bloquista, Francisco Louçã, viu na derrota do PP espanhol "a derrota de todas as direitas", incluindo a do primeiro-ministro, Durão Barroso. Louçã salientou o facto destas eleições serem as primeiras entre os quatro governos europeus que apoiaram os Estados Unidos: "É o primeiro dos quatro governos da cimeira dos Açores a ir a votos e a ser varrido do poder."

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