Impossível de aturar

22-06-2020
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De cada vez que uma economia, ou um país, se vê a braços com uma crise, de imediato surgem uns pseudo-salvadores da pátria com aqueles discursos que têm como efeito imediato, pôr cada um dos naturais a olhar de soslaio para o vizinho que, por ter vindo de outras paragens mais conotadas com a pobreza e a miséria, adquirem logo o estatuto de "incómodos emigrantes" que só ali vivem para tirar o ganha pão dos autóctones, ou arianos, como preferirem. Foi assim com Hitler, Pinochet, Karadicz, Le Pen, Haider, Mugabe e tantos outros e mais recentemente com Wilders. Todos dão preferência a um discurso extremista e sectário que procura alertar as autoridades para, segundo eles, a origem do problema. Eu sei que a Europa seduz, que é um continente onde se privilegiam as políticas sociais e onde a tolerância tem sido a pedra de toque dos governos do pós-guerra, mas caramba, daí até considerar todos os emigrantes como uma ameaça ao sistema que protege os europeus das arbitrariedades do Estado, é como dizer que a culpa é dos que para cá vêem, esquecendo de referir que esses incómodos cidadãos, só cá estão porque fomos nós, colonialistas e progressistas, que para cá os trouxemos, com a mania de que éramos os únicos desenvolvidos, com capacidade inata para aprendermos, e sobretudo porque pretendíamos um rápido crescimento dos nossos países, só possível com a vinda, aos magotes, de mão-de-obra barata, pouco especializada e muito pouco exigente. Por isso, mesmo sabendo que o discurso fácil atrai mais rapidamente os descontentes, devo dizer que, apesar de não gostar das posições tomadas pelos partidos radicais na defesa intransigente dos direitos dos cidadãos "puros", devo dizer que, de vez em quando, têm a virtude de alertar os governos para os eventuais exageros com que conduzem as suas políticas.

De cada vez que uma economia, ou um país, se vê a braços com uma crise, de imediato surgem uns pseudo-salvadores da pátria com aqueles discursos que têm como efeito imediato, pôr cada um dos naturais a olhar de soslaio para o vizinho que, por ter vindo de outras paragens mais conotadas com a pobreza e a miséria, adquirem logo o estatuto de "incómodos emigrantes" que só ali vivem para tirar o ganha pão dos autóctones, ou arianos, como preferirem. Foi assim com Hitler, Pinochet, Karadicz, Le Pen, Haider, Mugabe e tantos outros e mais recentemente com Wilders. Todos dão preferência a um discurso extremista e sectário que procura alertar as autoridades para, segundo eles, a origem do problema. Eu sei que a Europa seduz, que é um continente onde se privilegiam as políticas sociais e onde a tolerância tem sido a pedra de toque dos governos do pós-guerra, mas caramba, daí até considerar todos os emigrantes como uma ameaça ao sistema que protege os europeus das arbitrariedades do Estado, é como dizer que a culpa é dos que para cá vêem, esquecendo de referir que esses incómodos cidadãos, só cá estão porque fomos nós, colonialistas e progressistas, que para cá os trouxemos, com a mania de que éramos os únicos desenvolvidos, com capacidade inata para aprendermos, e sobretudo porque pretendíamos um rápido crescimento dos nossos países, só possível com a vinda, aos magotes, de mão-de-obra barata, pouco especializada e muito pouco exigente. Por isso, mesmo sabendo que o discurso fácil atrai mais rapidamente os descontentes, devo dizer que, apesar de não gostar das posições tomadas pelos partidos radicais na defesa intransigente dos direitos dos cidadãos "puros", devo dizer que, de vez em quando, têm a virtude de alertar os governos para os eventuais exageros com que conduzem as suas políticas.

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