Jornal em Directo

28-09-2002
marcar artigo

Se o PSD ganhar as eleições mas estiver em minoria na Assembleia, deve formar governo?

Respondo com toda a coerência: o que a constituição diz é o que deve ser cumprido. O partido mas votado deve ser convidado a ser Governo. E não deve haver em nenhum caso ninguém que alimente ilusões sobre a possibilidade de fazer um golpe palaciano, que seria abominado pela maioria dos portugueses, para inverter o resultado eleitoral. Mas no contexto que me coloca, é óbvio que é preciso convergências à esquerda para políticas sociais. E é preciso que essa maioria faça valer a sua voz. Porque nenhum deputado... O que está a dizer é que deixa a direita ser governo mas depois trava o programa do PSD.

A esquerda tem obrigação de se bater pelos seus pontos de vista. Isso é que é o jogo da política: a pluralidade que se espelha no Parlamento para a aplicação de programas que estão em causa. Foi finalmente deputado, depois de anos de luta. Como é que foi?

É um trabalho muito difícil, muito exigente – e um grande combate político. Tem alguma coisa a ver com o que imaginava que era?

Sim, tinha uma ideia aproximada. Talvez se tenha demostrado uma batalha mais difícil. Mas não vim ao engano.

Portugal fora da NATO

Qual é a ideia do BE para as Forças Armadas?

A ideia é reduzir as Forças Armadas e redefinir os seus objectivos estratégicos. Ter objectivos de vigilância, de manutenção da paz a nível internacional com base nos direitos humanos. Com a NATO?

Excluindo a participação da NATO. Se essa participação é feita com forças de outros países, não temos problemas com isso. Agora, a subordinação portuguesa à NATO parece-nos prejudicial, e a existência da própria NATO parece-nos que deve ser posta em causa no mundo moderno em que vivemos. Porque a NATO tendeu a intervir cada vez mais, e os EUA já sem a NATO, como forças unilateralistas, monopolizadoras à escala mundial. Portugal sem a NATO, ou com a NATO e de pé atrás?

Portugal não deve estar na NATO. Sair da NATO ou contribuir com a NATO de outra forma. Há diversas formas de o fazer. Mas o problema de fundo é saber se deve haver a grande coligação do Atlântico Norte, que intervém já em todo o Mundo. A isso nós opomo-nos. Portugal deve reequilibrar as suas Forças Armadas nesse contexto, sem nenhuma ambição militar, ou militarista. Esse reequilibro significa reduzir pessoal, investimento e custos?

Sim. Os 400 milhões de contos dos submarinos parecem-nos uma despesa pornográfica. Termos 30 mil oficiais de quadro parece-nos absurdo. Reduzir as forças, mais competentes – até porque algumas tarefas de vigilância da Zona Económica Exclusiva podem ser feito por forças civis. Mas significa atribuir meios a forças civis...

Sim, mas hoje temos F16 sem peças, material comprado nos saldos da II Grande Guerra... E depois, do outro lado, forças ultramodernas, para apanhar peixe com dinamite. É preciso redefinir estrategicamente e do ponto de vista dos equipamentos. No mesmo sentido, que os grandes espaços militares nos centros das cidades sejam devolvidos para serem utilizados como equipamentos sociais. Não teme que as pessoas se sintam desprotegidas?

A uma invasão árabe? A uma invasão de Espanha? De que estamos a falar? Hoje, os perigos que existem são grupos terroristas localizados, tensão no Cáucaso, nos Balcãs ou nos Grandes Lagos. Não afectam directamente Portugal. (Leia em baixo a continuação da entrevista) Mais: Francisco Louçã III - Mais policiamento de proximidade Francisco Louçã IV - Fim do sigilo bancário Francisco Louçã II - Portugal fora da NATO Francisco Louçã - «Não esquecer o aborto...» Outras entrevistas do Portugal Diário

Se o PSD ganhar as eleições mas estiver em minoria na Assembleia, deve formar governo?

Respondo com toda a coerência: o que a constituição diz é o que deve ser cumprido. O partido mas votado deve ser convidado a ser Governo. E não deve haver em nenhum caso ninguém que alimente ilusões sobre a possibilidade de fazer um golpe palaciano, que seria abominado pela maioria dos portugueses, para inverter o resultado eleitoral. Mas no contexto que me coloca, é óbvio que é preciso convergências à esquerda para políticas sociais. E é preciso que essa maioria faça valer a sua voz. Porque nenhum deputado... O que está a dizer é que deixa a direita ser governo mas depois trava o programa do PSD.

A esquerda tem obrigação de se bater pelos seus pontos de vista. Isso é que é o jogo da política: a pluralidade que se espelha no Parlamento para a aplicação de programas que estão em causa. Foi finalmente deputado, depois de anos de luta. Como é que foi?

É um trabalho muito difícil, muito exigente – e um grande combate político. Tem alguma coisa a ver com o que imaginava que era?

Sim, tinha uma ideia aproximada. Talvez se tenha demostrado uma batalha mais difícil. Mas não vim ao engano.

Portugal fora da NATO

Qual é a ideia do BE para as Forças Armadas?

A ideia é reduzir as Forças Armadas e redefinir os seus objectivos estratégicos. Ter objectivos de vigilância, de manutenção da paz a nível internacional com base nos direitos humanos. Com a NATO?

Excluindo a participação da NATO. Se essa participação é feita com forças de outros países, não temos problemas com isso. Agora, a subordinação portuguesa à NATO parece-nos prejudicial, e a existência da própria NATO parece-nos que deve ser posta em causa no mundo moderno em que vivemos. Porque a NATO tendeu a intervir cada vez mais, e os EUA já sem a NATO, como forças unilateralistas, monopolizadoras à escala mundial. Portugal sem a NATO, ou com a NATO e de pé atrás?

Portugal não deve estar na NATO. Sair da NATO ou contribuir com a NATO de outra forma. Há diversas formas de o fazer. Mas o problema de fundo é saber se deve haver a grande coligação do Atlântico Norte, que intervém já em todo o Mundo. A isso nós opomo-nos. Portugal deve reequilibrar as suas Forças Armadas nesse contexto, sem nenhuma ambição militar, ou militarista. Esse reequilibro significa reduzir pessoal, investimento e custos?

Sim. Os 400 milhões de contos dos submarinos parecem-nos uma despesa pornográfica. Termos 30 mil oficiais de quadro parece-nos absurdo. Reduzir as forças, mais competentes – até porque algumas tarefas de vigilância da Zona Económica Exclusiva podem ser feito por forças civis. Mas significa atribuir meios a forças civis...

Sim, mas hoje temos F16 sem peças, material comprado nos saldos da II Grande Guerra... E depois, do outro lado, forças ultramodernas, para apanhar peixe com dinamite. É preciso redefinir estrategicamente e do ponto de vista dos equipamentos. No mesmo sentido, que os grandes espaços militares nos centros das cidades sejam devolvidos para serem utilizados como equipamentos sociais. Não teme que as pessoas se sintam desprotegidas?

A uma invasão árabe? A uma invasão de Espanha? De que estamos a falar? Hoje, os perigos que existem são grupos terroristas localizados, tensão no Cáucaso, nos Balcãs ou nos Grandes Lagos. Não afectam directamente Portugal. (Leia em baixo a continuação da entrevista) Mais: Francisco Louçã III - Mais policiamento de proximidade Francisco Louçã IV - Fim do sigilo bancário Francisco Louçã II - Portugal fora da NATO Francisco Louçã - «Não esquecer o aborto...» Outras entrevistas do Portugal Diário

marcar artigo