Isabel de Castro excluída do comício pela paz

29-03-2003
marcar artigo

Isabel de Castro Excluída do Comício pela Paz

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sábado, 01 de Março de 2003 A ecologista queria falar hoje à noite, mas, ontem, Francisco Louçã comunicou-lhe que não podia. Argumento: lotação esgotada no palco da Aula Magna A deputada de "Os Verdes" Isabel de Castro soube, ontem ao início da noite, que não tinha espaço no palco da Aula Magna, em Lisboa, para intervir no comício que, às 21h30m, se realiza em defesa da paz e sob o lema "Como evitar a guerra". Os oradores já anunciados serão Ana Gomes, Boaventura Sousa Santos, Francisco Louçã, Freitas do Amaral, Carvalho da Silva, Maria de Lourdes Pintasilgo, Mário Soares, Nuno Ramos de Almeida e Odete Santos. Além destas intervenções políticas estão anunciados ainda os artistas Vitorino, Janita Salomé, Sérgio Godinho, Manuela de Freitas e Ricardo Dias. Isabel de Castro declarou ao PÚBLICO que o "não" à sua intervenção no comício a favor da paz e contra a intervenção militar no Iraque lhe foi comunicada ontem mesmo, ao fim da tarde, pelo dirigente e deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã. Segundo a deputada relatou ao PÚBLICO, Louçã telefonou-lhe comunicando que os organizadores do comício, que não identificou, tinham analisado a questão, mas concluído que já não havia espaço para mais oradores. Louçã, ainda segundo Isabel de Castro, argumentou que "havia mais partidos a quererem intervir, pelo que não era possível encontrar tempo para todos". A deputada ecologista prosseguiu, contando que questionou Louçã: "Perguntei-lhe quais eram esses partidos e ele respondeu-me, citando o exemplo do MRPP." Indignada com o facto de se ter visto afastada do palco do comício e salientando o facto de ser "uma deputada eleita à Assembleia da República", bem como que "desejava genuinamente participar a título pessoal e não como dirigente de 'Os Verdes'", Isabel de Castro garantiu ao PÚBLICO que, "mesmo assim", vai "estar presente na Aula Magna". E argumenta: "É um episódio menor de um movimento que, porque se move por grandes causas, tem seguramente de ter olhares mais abertos". Explicando ao PÚBLICO a situação, Isabel de Castro afirmou que começou por contactar Mário Soares, comunicando-lhe que queria intervir na Aula Magna. "O dr. Mário Soares remeteu-me para Louçã, dizendo-me que quem estava a tratar dos convites era o Francisco Louçã, por isso liguei a Louçã na quinta-feira a manifestar a minha disposição, agora recebi a resposta de que não estou autorizada a falar", afirma Isabel de Castro. A organização do comício de hoje, feita por algumas das pessoas e forças que participaram na manifestação de dia 15, ganhou contudo um novo aderente, o PS. Ana Gomes estará no palco da Aula Magna, mas é membro do Secretariado socialista e a sua participação no comício foi decidida por aquele órgão dirigente do PS durante o almoço com Mário Soares, na terça-feira. A participação do PS é extensível a outros dirigentes e, do Secretariado, Maria de Belém Roseira, afirmou anteontem ao PÚBLICO que pensa ir. Já ontem, José Vieira da Silva declarou ao PÚBLICO: "Depende da minha agenda pessoal, mas é provável que por lá passe. Estou a favor de todos os movimentos que estão contra a guerra e a favor do Direito Internacional, nesses termos não terei nenhum problema em participar. Como diz a velha canção espero que haja ainda uma oportunidade para a paz." Por sua vez, o facto de tantos membros do Secretariado socialista terem já afirmado não poderem estar presentes alegando motivos de trabalho políticos em Portugal e no estrangeiro, ou motivos pessoais - Alberto Martins, Ana Benavente, António Costa, Eduardo Ferro Rodrigues, José Sócrates e Paulo Pedroso - motivaram uma reacção de uma das oradoras anunciadas para hoje à noite, Maria de Lourdes Pintasilgo. A antiga primeira-ministra declarou ao PÚBLICO: "Estranho que face a uma movimentação desta amplitude, que sejam os compromissos sociais dos socialistas que venham ao de cima, quando dos outros grupos que estão presentes não se fala de ausências. Os ausentes não têm que se justificar. Cada um de nós tem naturalmente montes de coisas nesse dia, a participação ou não no comício depende das prioridades e da importância que se dá a este problema". OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Mário Soares duvida que os Estados Unidos sejam uma democracia

Socialistas subscrevem manifesto sobre a guerra na linha da "Carta dos Oito"

Isabel de Castro excluída do comício pela paz

Investigadores divergem sobre a importância dos líderes partidários

Unanimidade coimbrã contra antologia poética

Directores-gerais podem continuar inscritos em partidos

Ministra das Finanças com poderes reforçados

Isabel de Castro Excluída do Comício pela Paz

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sábado, 01 de Março de 2003 A ecologista queria falar hoje à noite, mas, ontem, Francisco Louçã comunicou-lhe que não podia. Argumento: lotação esgotada no palco da Aula Magna A deputada de "Os Verdes" Isabel de Castro soube, ontem ao início da noite, que não tinha espaço no palco da Aula Magna, em Lisboa, para intervir no comício que, às 21h30m, se realiza em defesa da paz e sob o lema "Como evitar a guerra". Os oradores já anunciados serão Ana Gomes, Boaventura Sousa Santos, Francisco Louçã, Freitas do Amaral, Carvalho da Silva, Maria de Lourdes Pintasilgo, Mário Soares, Nuno Ramos de Almeida e Odete Santos. Além destas intervenções políticas estão anunciados ainda os artistas Vitorino, Janita Salomé, Sérgio Godinho, Manuela de Freitas e Ricardo Dias. Isabel de Castro declarou ao PÚBLICO que o "não" à sua intervenção no comício a favor da paz e contra a intervenção militar no Iraque lhe foi comunicada ontem mesmo, ao fim da tarde, pelo dirigente e deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã. Segundo a deputada relatou ao PÚBLICO, Louçã telefonou-lhe comunicando que os organizadores do comício, que não identificou, tinham analisado a questão, mas concluído que já não havia espaço para mais oradores. Louçã, ainda segundo Isabel de Castro, argumentou que "havia mais partidos a quererem intervir, pelo que não era possível encontrar tempo para todos". A deputada ecologista prosseguiu, contando que questionou Louçã: "Perguntei-lhe quais eram esses partidos e ele respondeu-me, citando o exemplo do MRPP." Indignada com o facto de se ter visto afastada do palco do comício e salientando o facto de ser "uma deputada eleita à Assembleia da República", bem como que "desejava genuinamente participar a título pessoal e não como dirigente de 'Os Verdes'", Isabel de Castro garantiu ao PÚBLICO que, "mesmo assim", vai "estar presente na Aula Magna". E argumenta: "É um episódio menor de um movimento que, porque se move por grandes causas, tem seguramente de ter olhares mais abertos". Explicando ao PÚBLICO a situação, Isabel de Castro afirmou que começou por contactar Mário Soares, comunicando-lhe que queria intervir na Aula Magna. "O dr. Mário Soares remeteu-me para Louçã, dizendo-me que quem estava a tratar dos convites era o Francisco Louçã, por isso liguei a Louçã na quinta-feira a manifestar a minha disposição, agora recebi a resposta de que não estou autorizada a falar", afirma Isabel de Castro. A organização do comício de hoje, feita por algumas das pessoas e forças que participaram na manifestação de dia 15, ganhou contudo um novo aderente, o PS. Ana Gomes estará no palco da Aula Magna, mas é membro do Secretariado socialista e a sua participação no comício foi decidida por aquele órgão dirigente do PS durante o almoço com Mário Soares, na terça-feira. A participação do PS é extensível a outros dirigentes e, do Secretariado, Maria de Belém Roseira, afirmou anteontem ao PÚBLICO que pensa ir. Já ontem, José Vieira da Silva declarou ao PÚBLICO: "Depende da minha agenda pessoal, mas é provável que por lá passe. Estou a favor de todos os movimentos que estão contra a guerra e a favor do Direito Internacional, nesses termos não terei nenhum problema em participar. Como diz a velha canção espero que haja ainda uma oportunidade para a paz." Por sua vez, o facto de tantos membros do Secretariado socialista terem já afirmado não poderem estar presentes alegando motivos de trabalho políticos em Portugal e no estrangeiro, ou motivos pessoais - Alberto Martins, Ana Benavente, António Costa, Eduardo Ferro Rodrigues, José Sócrates e Paulo Pedroso - motivaram uma reacção de uma das oradoras anunciadas para hoje à noite, Maria de Lourdes Pintasilgo. A antiga primeira-ministra declarou ao PÚBLICO: "Estranho que face a uma movimentação desta amplitude, que sejam os compromissos sociais dos socialistas que venham ao de cima, quando dos outros grupos que estão presentes não se fala de ausências. Os ausentes não têm que se justificar. Cada um de nós tem naturalmente montes de coisas nesse dia, a participação ou não no comício depende das prioridades e da importância que se dá a este problema". OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Mário Soares duvida que os Estados Unidos sejam uma democracia

Socialistas subscrevem manifesto sobre a guerra na linha da "Carta dos Oito"

Isabel de Castro excluída do comício pela paz

Investigadores divergem sobre a importância dos líderes partidários

Unanimidade coimbrã contra antologia poética

Directores-gerais podem continuar inscritos em partidos

Ministra das Finanças com poderes reforçados

marcar artigo