Português e colombiano condenados a pesadas penas de prisão em Ponte de Lima

05-01-2003
marcar artigo

Português e Colombiano Condenados a Pesadas Penas de Prisão em Ponte de Lima

Por ALEXANDRA CAMPOS

Terça-feira, 31 de Dezembro de 2002 Agentes da DEA consultaram processo Transporte frustrado de 2,3 toneladas de cocaína para organização de supostos narco-terroristas da Colômbia Um pedreiro português e um engenheiro mecânico colombiano acabam de ser condenados a pesadas penas de prisão pelo Tribunal Judicial de Ponte de Lima, o primeiro por ter organizado uma operação de transporte de 2,3 toneladas de cocaína em associação com a organização do engenheiro, que os investigadores policiais acreditam trabalhar para um grupo paramilitar da Colômbia recentemente incluído na lista negra das organizações terroristas internacionais pelas autoridades dos EUA (ver caixa). A operação de transporte de droga acabou por ser frustrada a meio por agentes da DEA (Drug Enforcement Administration), na zona das Caraíbas, instantes depois de a cocaína ter sido transferida de duas lanchas rápidas para a embarcação de pesca disponibilizada pelo português. Condenado a 18 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de tráfico de droga agravado e de associação criminosa, Francisco José Martins provavelmente não teria conhecimento da magnitude da organização com que se envolveu. Já o engenheiro colombiano Jorge Botero acabou por ser condenado a uma pena mais leve, 15 anos e dois meses de prisão, pelos mesmos crimes. Há ainda um processo judicial conexo na Galiza, uma vez que vários elementos de um "clã" local foram detidos em Vila Garcia de Arousa, acusados de ligação a esta operação. A sentença do colectivo de juízes de Ponte de Lima recorda toda a operação em detalhe, dando como provado que Francisco José Martins conseguiu contactar com um grupo de indivíduos que, a partir da Colômbia e "de forma sistemática e organizada", se dedicava à aquisição de droga ali e noutros países, e que posteriormente a "escoava por canais já estabelecidos". Durante o julgamento não foi possível apurar a identidade do líder da organização, ficando apenas assente que respondia por um nome de código ("Primo"), apesar de se ter provado que Jorge Enrique Botero, o engenheiro mecânico colombiano detido em Portugal, era um dos líderes do grupo. Na sequência dos contactos, Francisco Martins e a organização de Botero decidiram "unir esforços com vista ao transporte de pelo menos 2,3 toneladas de cocaína, por mar, da Colômbia para a Europa", uma vez que o primeiro dispunha de uma embarcação de pesca matriculada em Cabo Verde, denominada "Paul". Noventa fardos foram recuperados O pedreiro português chegou mesmo a deslocar-se a Medellin, na Colômbia, em Fevereiro de 2000, para acertar os pormenores da operação. E Botero veio igualmente a Ponte de Lima, tendo ficado assente que a cocaína seria transportada até junto das Caraíbas em lanchas rápidas e que, uma vez aí, seria transferida para a embarcação de Martins - que a transportaria até à costa ocidental da Península Ibérica, onde seria recolhida por lanchas rápidas que a levariam até terra. O pedreiro tratou de quase tudo: contratou a tripulação da embarcação em Cabo Verde e um mecânico em Portugal para a reparação do motor do "Paul", que estava constantemente avariado; e adquiriu 68 toneladas de combustível para assegurar a longa viagem. No final de Maio de 2000, Botero veio para Portugal para acompanhar o desenrolar da operação. No entanto, a viagem acabaria por se revelar atribulada: o barco largou da ilha de S. Vicente, em Cabo Verde, no início de Junho de 2000 rumo às Caraíbas, aonde chegou uma semana depois, mas as duas lanchas tinham-se atrasado e foi necessário aguardar quatro dias pela sua chegada; finalmente, procedeu-se à transferência dos fardos de cocaína, na embocadura do canal da Martinica. A verdade é que a droga pouco tempo permaneceu a bordo do "Paul": instantes após o carregamento, e face à iminência de abordagem por parte das autoridades policiais norte-americanas e holandesas (em acção conjunta), a tripulação lançou a cocaína à água, tendo os agentes conseguido recolher 90 fardos, num total de 2062 quilogramas. Os polícias detiveram os tripulantes do barco e um espanhol que controlava o transporte da droga (entretanto já condenados num tribunal de S. José da Costa Rica), tal como quatro colombianos, capturados a bordo de uma lancha rápida. Como o desembarque da cocaína no litoral peninsular estava igualmente a ser acompanhado pelas autoridades luso-espanholas, a Polícia Judiciária conseguiu deter Martins, Botero e um mecânico galego, em Ponte de Lima, e vários elementos de um clã galego seriam ainda capturados em Vila Garcia de Arousa, onde está a correr agora outro processo judicial. No Tribunal de Ponte de Lima, apenas foi absolvido o marinheiro galego, por falta de provas. Quanto ao grupo colombiano, os magistrados admitem somente que o teor de "autos" a que tiveram acesso permite "ter a percepção de toda uma organização que operava em diversos países e que se dedicava à transacção de produto estupefaciente". com António Arnaldo Mesquita OUTROS TÍTULOS EM SOCIEDADE Passagem do ano

Operadores do INEM não querem renovar contratos precários

Governo paga trasladação de Vanda Viola

Estradas fatais para 11 pessoas em três dias

Português e colombiano condenados a pesadas penas de prisão em Ponte de Lima

Peritos dos EUA estiveram em Ponte de Lima

Principal mancha de fuelóleo já entrou nas águas francesas

Morreu "o Alemão", o eremita

2003 poderá ser ano mais quente de sempre

BREVES

Breves

Português e Colombiano Condenados a Pesadas Penas de Prisão em Ponte de Lima

Por ALEXANDRA CAMPOS

Terça-feira, 31 de Dezembro de 2002 Agentes da DEA consultaram processo Transporte frustrado de 2,3 toneladas de cocaína para organização de supostos narco-terroristas da Colômbia Um pedreiro português e um engenheiro mecânico colombiano acabam de ser condenados a pesadas penas de prisão pelo Tribunal Judicial de Ponte de Lima, o primeiro por ter organizado uma operação de transporte de 2,3 toneladas de cocaína em associação com a organização do engenheiro, que os investigadores policiais acreditam trabalhar para um grupo paramilitar da Colômbia recentemente incluído na lista negra das organizações terroristas internacionais pelas autoridades dos EUA (ver caixa). A operação de transporte de droga acabou por ser frustrada a meio por agentes da DEA (Drug Enforcement Administration), na zona das Caraíbas, instantes depois de a cocaína ter sido transferida de duas lanchas rápidas para a embarcação de pesca disponibilizada pelo português. Condenado a 18 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de tráfico de droga agravado e de associação criminosa, Francisco José Martins provavelmente não teria conhecimento da magnitude da organização com que se envolveu. Já o engenheiro colombiano Jorge Botero acabou por ser condenado a uma pena mais leve, 15 anos e dois meses de prisão, pelos mesmos crimes. Há ainda um processo judicial conexo na Galiza, uma vez que vários elementos de um "clã" local foram detidos em Vila Garcia de Arousa, acusados de ligação a esta operação. A sentença do colectivo de juízes de Ponte de Lima recorda toda a operação em detalhe, dando como provado que Francisco José Martins conseguiu contactar com um grupo de indivíduos que, a partir da Colômbia e "de forma sistemática e organizada", se dedicava à aquisição de droga ali e noutros países, e que posteriormente a "escoava por canais já estabelecidos". Durante o julgamento não foi possível apurar a identidade do líder da organização, ficando apenas assente que respondia por um nome de código ("Primo"), apesar de se ter provado que Jorge Enrique Botero, o engenheiro mecânico colombiano detido em Portugal, era um dos líderes do grupo. Na sequência dos contactos, Francisco Martins e a organização de Botero decidiram "unir esforços com vista ao transporte de pelo menos 2,3 toneladas de cocaína, por mar, da Colômbia para a Europa", uma vez que o primeiro dispunha de uma embarcação de pesca matriculada em Cabo Verde, denominada "Paul". Noventa fardos foram recuperados O pedreiro português chegou mesmo a deslocar-se a Medellin, na Colômbia, em Fevereiro de 2000, para acertar os pormenores da operação. E Botero veio igualmente a Ponte de Lima, tendo ficado assente que a cocaína seria transportada até junto das Caraíbas em lanchas rápidas e que, uma vez aí, seria transferida para a embarcação de Martins - que a transportaria até à costa ocidental da Península Ibérica, onde seria recolhida por lanchas rápidas que a levariam até terra. O pedreiro tratou de quase tudo: contratou a tripulação da embarcação em Cabo Verde e um mecânico em Portugal para a reparação do motor do "Paul", que estava constantemente avariado; e adquiriu 68 toneladas de combustível para assegurar a longa viagem. No final de Maio de 2000, Botero veio para Portugal para acompanhar o desenrolar da operação. No entanto, a viagem acabaria por se revelar atribulada: o barco largou da ilha de S. Vicente, em Cabo Verde, no início de Junho de 2000 rumo às Caraíbas, aonde chegou uma semana depois, mas as duas lanchas tinham-se atrasado e foi necessário aguardar quatro dias pela sua chegada; finalmente, procedeu-se à transferência dos fardos de cocaína, na embocadura do canal da Martinica. A verdade é que a droga pouco tempo permaneceu a bordo do "Paul": instantes após o carregamento, e face à iminência de abordagem por parte das autoridades policiais norte-americanas e holandesas (em acção conjunta), a tripulação lançou a cocaína à água, tendo os agentes conseguido recolher 90 fardos, num total de 2062 quilogramas. Os polícias detiveram os tripulantes do barco e um espanhol que controlava o transporte da droga (entretanto já condenados num tribunal de S. José da Costa Rica), tal como quatro colombianos, capturados a bordo de uma lancha rápida. Como o desembarque da cocaína no litoral peninsular estava igualmente a ser acompanhado pelas autoridades luso-espanholas, a Polícia Judiciária conseguiu deter Martins, Botero e um mecânico galego, em Ponte de Lima, e vários elementos de um clã galego seriam ainda capturados em Vila Garcia de Arousa, onde está a correr agora outro processo judicial. No Tribunal de Ponte de Lima, apenas foi absolvido o marinheiro galego, por falta de provas. Quanto ao grupo colombiano, os magistrados admitem somente que o teor de "autos" a que tiveram acesso permite "ter a percepção de toda uma organização que operava em diversos países e que se dedicava à transacção de produto estupefaciente". com António Arnaldo Mesquita OUTROS TÍTULOS EM SOCIEDADE Passagem do ano

Operadores do INEM não querem renovar contratos precários

Governo paga trasladação de Vanda Viola

Estradas fatais para 11 pessoas em três dias

Português e colombiano condenados a pesadas penas de prisão em Ponte de Lima

Peritos dos EUA estiveram em Ponte de Lima

Principal mancha de fuelóleo já entrou nas águas francesas

Morreu "o Alemão", o eremita

2003 poderá ser ano mais quente de sempre

BREVES

Breves

marcar artigo