Cavaco foi o primeiro a integrar médicos na comitiva de campanha eleitoral

24-06-2004
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Cavaco Foi o Primeiro a Integrar Médicos na Comitiva de Campanha Eleitoral

Por H.P./N.S.L./M.J.O.

Quinta-feira, 10 de Junho de 2004

O ex-primeiro-ministro Cavaco Silva foi o primeiro candidato a integrar uma equipa de médicos na comitiva das campanhas eleitorais, em 1985, data em que se candidatou pela primeira vez em eleições legislativas. O acompanhamento médico das campanhas eleitorais, de resto, não é habitual em Portugal.

Nas campanhas para as legislativas de 1987 e 1991 e nas presidenciais de 2001, Cavaco foi sempre acompanhado de dois médicos, um de clínica geral e outro otorrino. Sebastião Lobo, que fazia parte do gabinete de Cavaco Silva e que hoje trabalha com o presidente da Assembleia da República, garante que o PSD foi o primeiro partido a fazer uma campanha profissional, copiando o que se passava noutros países. "A campanha era organizada por uma série de pessoas ao máximo pormenor", afirma. Os médicos eram escolhidos por Cavaco e foram sempre os mesmos em todas as campanhas.

Sebastião Lobo recorda que, nessa altura, as campanhas "eram muito difíceis" porque as estradas eram piores e demorava-se mais tempo a atravessar o país. As preocupações da direcção de campanha eram duas: o cansaço do candidato e os problemas de voz devido aos comícios.

"O prof. Cavaco Silva queixava-se, às vezes, dos cumprimentos e dos abraços das pessoas na rua. Chegava ao fim do dia com o corpo maçado", disse ao PÚBLICO, acrescentando que nunca chegou a haver nenhum problema grave. Os médicos, disse, chegaram a assistir uma jornalista, que desmaiou, numa situação de apertos na rua, e a nora de Cavaco Silva, que, na campanha de 1991, viajava num carro que teve um acidente, sem gravidade.

Em 1995, o então candidato a primeiro-ministro do PSD, Fernando Nogueira "herdou" o otorrino de Cavaco. No entanto, este não andou em permanência na campanha.

O actual presidente do PSD e primeiro-ministro, Durão Barroso, teve a companhia de um médico na volta pelo país que fez em Julho de 1999, pouco tempo depois de assumir a liderança do partido. Na altura, Durão estava com uma hérnia discal. Na campanha para as legislativas de 1999 e de 2002, já não teve essa ajuda. Outros candidatos do PSD, como o de agora, Deus Pinheiro (europeias 2004), Ferreira do Amaral (presidenciais de 2001), Pacheco Pereira (europeias 1999), ou Sá Carneiro (legislativas 1979) não tinham acompanhamento médico permanente nas campanhas.

O PS também não tem, nas suas campanhas, acompanhamento médico sistemático. No entanto, tanto António Guterres como Jorge Sampaio chegaram a ser acompanhados pelos seus médicos pessoais em alguns momentos.

O CDS-PP nunca teve acompanhamento médico em campanhas eleitorais. José Ribeiro e Castro, não se recorda disso alguma vez ter acontecido, nem "mesmo na campanha do dr. Freitas do Amaral [presidenciais de 1986], que foi a mais intensa, com duas voltas".

A caravana da CDU também não teve nunca um médico oficialmente designado para a acompanhar. Segundo o gabinete de imprensa do PCP, em todas as situações médicas que surgiram, bastou sempre procurar algum profissional de saúde que estivesse presente nas iniciativas, ao mesmo tempo que se chamava o INEM. O PÚBLICO registou dois casos, um no encontro com agricultores em Viseu, a 30 de Maio, e num almoço com apoiantes em Évora, a 6 de Junho. Tanto um como outro não tiveram consequências significativas.

Também o Bloco de Esquerda não teve acompanhamento médico durante a campanha, embora o terceiro candidato da lista, o renovador comunista João Semedo, seja médico.

Cavaco Foi o Primeiro a Integrar Médicos na Comitiva de Campanha Eleitoral

Por H.P./N.S.L./M.J.O.

Quinta-feira, 10 de Junho de 2004

O ex-primeiro-ministro Cavaco Silva foi o primeiro candidato a integrar uma equipa de médicos na comitiva das campanhas eleitorais, em 1985, data em que se candidatou pela primeira vez em eleições legislativas. O acompanhamento médico das campanhas eleitorais, de resto, não é habitual em Portugal.

Nas campanhas para as legislativas de 1987 e 1991 e nas presidenciais de 2001, Cavaco foi sempre acompanhado de dois médicos, um de clínica geral e outro otorrino. Sebastião Lobo, que fazia parte do gabinete de Cavaco Silva e que hoje trabalha com o presidente da Assembleia da República, garante que o PSD foi o primeiro partido a fazer uma campanha profissional, copiando o que se passava noutros países. "A campanha era organizada por uma série de pessoas ao máximo pormenor", afirma. Os médicos eram escolhidos por Cavaco e foram sempre os mesmos em todas as campanhas.

Sebastião Lobo recorda que, nessa altura, as campanhas "eram muito difíceis" porque as estradas eram piores e demorava-se mais tempo a atravessar o país. As preocupações da direcção de campanha eram duas: o cansaço do candidato e os problemas de voz devido aos comícios.

"O prof. Cavaco Silva queixava-se, às vezes, dos cumprimentos e dos abraços das pessoas na rua. Chegava ao fim do dia com o corpo maçado", disse ao PÚBLICO, acrescentando que nunca chegou a haver nenhum problema grave. Os médicos, disse, chegaram a assistir uma jornalista, que desmaiou, numa situação de apertos na rua, e a nora de Cavaco Silva, que, na campanha de 1991, viajava num carro que teve um acidente, sem gravidade.

Em 1995, o então candidato a primeiro-ministro do PSD, Fernando Nogueira "herdou" o otorrino de Cavaco. No entanto, este não andou em permanência na campanha.

O actual presidente do PSD e primeiro-ministro, Durão Barroso, teve a companhia de um médico na volta pelo país que fez em Julho de 1999, pouco tempo depois de assumir a liderança do partido. Na altura, Durão estava com uma hérnia discal. Na campanha para as legislativas de 1999 e de 2002, já não teve essa ajuda. Outros candidatos do PSD, como o de agora, Deus Pinheiro (europeias 2004), Ferreira do Amaral (presidenciais de 2001), Pacheco Pereira (europeias 1999), ou Sá Carneiro (legislativas 1979) não tinham acompanhamento médico permanente nas campanhas.

O PS também não tem, nas suas campanhas, acompanhamento médico sistemático. No entanto, tanto António Guterres como Jorge Sampaio chegaram a ser acompanhados pelos seus médicos pessoais em alguns momentos.

O CDS-PP nunca teve acompanhamento médico em campanhas eleitorais. José Ribeiro e Castro, não se recorda disso alguma vez ter acontecido, nem "mesmo na campanha do dr. Freitas do Amaral [presidenciais de 1986], que foi a mais intensa, com duas voltas".

A caravana da CDU também não teve nunca um médico oficialmente designado para a acompanhar. Segundo o gabinete de imprensa do PCP, em todas as situações médicas que surgiram, bastou sempre procurar algum profissional de saúde que estivesse presente nas iniciativas, ao mesmo tempo que se chamava o INEM. O PÚBLICO registou dois casos, um no encontro com agricultores em Viseu, a 30 de Maio, e num almoço com apoiantes em Évora, a 6 de Junho. Tanto um como outro não tiveram consequências significativas.

Também o Bloco de Esquerda não teve acompanhamento médico durante a campanha, embora o terceiro candidato da lista, o renovador comunista João Semedo, seja médico.

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