Grau de dificuldade e "falhas"

04-08-2004
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Grau de Dificuldade e "Falhas"

Por BÁRBARA WONG

Quinta-feira, 29 de Julho de 2004

em exames de Alemão motivam queixas

A média de Alemão na 1ª fase dos exames nacionais do 12º ano baixou este ano quase três valores em relação a 2003. Não foi além de 7,4, ficando por isso abaixo da Matemática (8,8). Os professores já estavam à espera e dizem que o exame era muito difícil para alunos que tinham apenas três anos de língua alemã. Na 2ª fase, a prova foi mais adequada, mas ainda assim tinha algumas imprecisões, lamentam.

O parecer feito pela Associação Portuguesa de Professores de Alemão (APPA), enviado ao Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) no dia em que se realizou a 1ª chamada, ainda em Junho, prognosticava a desgraça, lembra Maria Antónia Laranjo, presidente da associação. "O grau de dificuldade era muito elevado e a prova demasiado extensa. Os alunos tiveram de consultar o dicionário mais de 30 vezes e nem sequer encontraram muitas palavras", descreve a professora.

Se em 2003 os quase cinco mil estudantes que fizeram o exame conseguiram uma média de 10,2 valores, este ano os 3500 alunos que resolveram a prova não foram além dos 7,4.

A prova da 2ª fase dos exames nacionais, que teve lugar praticamente um mês depois, tinha um grau de dificuldade mais adequado, mas ainda assim continha algumas "incorrecções", avança um grupo de professores do Norte, que fez esta semana chegar uma reclamação ao Gave. A APPA reconhece que a segunda prova tem "algumas falhas, mas o nível de dificuldade é menor" relativamente à 1ª fase.

As perguntas podem induzir os examinandos em erro, diz uma das professoras que fizeram a reclamação e que pedem ao Gave para considerar certas algumas respostas que os critérios de correcção dizem estar errados. A presidente da APPA considera que os exercícios deviam ser "mais claros e sem nuances".

Mesmo assim, Maria Antónia Laranjo está mais preocupada com o grau de dificuldade da primeira prova do que com as imprecisões da segunda, que exigiam "mais atenção" aos estudantes. "Entre a 1ª e a 2ª fase houve uma tamanha discrepância que os alunos que fizeram a 1ª ficaram prejudicados", lamenta.

O Gave admite que "a baixa da nota pode levar a pensar que a prova foi mais difícil, mas para já ainda não se sabem os resultados da 2ª fase; é muito cedo para dizer se a 2ª seria mais fácil", justifica Glória Ramalho, representante do gabinete do Ministério da Educação responsável pela realização das provas de exame. Os resultados da 2ª fase são conhecidos a 2 de Agosto.

Mais reclamações

Recentemente, também o Colégio de Educação da Ordem dos Biólogos se queixou do diferente grau de dificuldade entre as provas das duas chamadas, apontando que a primeira terá sido mais fácil. Ontem, o deputado do PSD Fernando Santos Pereira apresentou um requerimento à Assembleia da República sobre o mesmo assunto.

A Ordem dos Biólogos lembrou ainda que, embora com graus de dificuldade diferente, os dois testes contam para a candidatura à primeira fase de acesso ao ensino superior - os alunos vão candidatar-se tendo feito provas muito diferentes.

Mais tarde, a Associação dos Professores de Expressão e Comunicação Visual enviou uma reclamação ao Gave devido a uma pergunta no exame de História da Arte sobre um autor que não constava no programa. Mas a Associação de Professores de História não concordou com a queixa. Também para o Gave a reclamação não tinha qualquer fundamento.

Este ano, os exames ficaram marcados por um único erro, na primeira fase, na prova de História, em que aparecia trocado o nome de um Presidente da República. Os autores da prova pediam aos alunos que comentassem uma mensagem de 1 de Janeiro de 1977 de Costa Gomes; nessa altura, o Presidente já era Ramalho Eanes.

No entanto, a questão não prejudicava os estudantes, porque só lhes era pedido para comentar a mensagem, concluiu a APH, que lamentou o sucedido.

O Gave admitiu o erro de História, mas não dá razão às outras queixas. Para Glória Ramalho, "é muito difícil avaliar o grau de dificuldade" dos exames. Contudo, os autores procuram que esse "seja idêntico para as duas provas", assegura.

Grau de Dificuldade e "Falhas"

Por BÁRBARA WONG

Quinta-feira, 29 de Julho de 2004

em exames de Alemão motivam queixas

A média de Alemão na 1ª fase dos exames nacionais do 12º ano baixou este ano quase três valores em relação a 2003. Não foi além de 7,4, ficando por isso abaixo da Matemática (8,8). Os professores já estavam à espera e dizem que o exame era muito difícil para alunos que tinham apenas três anos de língua alemã. Na 2ª fase, a prova foi mais adequada, mas ainda assim tinha algumas imprecisões, lamentam.

O parecer feito pela Associação Portuguesa de Professores de Alemão (APPA), enviado ao Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) no dia em que se realizou a 1ª chamada, ainda em Junho, prognosticava a desgraça, lembra Maria Antónia Laranjo, presidente da associação. "O grau de dificuldade era muito elevado e a prova demasiado extensa. Os alunos tiveram de consultar o dicionário mais de 30 vezes e nem sequer encontraram muitas palavras", descreve a professora.

Se em 2003 os quase cinco mil estudantes que fizeram o exame conseguiram uma média de 10,2 valores, este ano os 3500 alunos que resolveram a prova não foram além dos 7,4.

A prova da 2ª fase dos exames nacionais, que teve lugar praticamente um mês depois, tinha um grau de dificuldade mais adequado, mas ainda assim continha algumas "incorrecções", avança um grupo de professores do Norte, que fez esta semana chegar uma reclamação ao Gave. A APPA reconhece que a segunda prova tem "algumas falhas, mas o nível de dificuldade é menor" relativamente à 1ª fase.

As perguntas podem induzir os examinandos em erro, diz uma das professoras que fizeram a reclamação e que pedem ao Gave para considerar certas algumas respostas que os critérios de correcção dizem estar errados. A presidente da APPA considera que os exercícios deviam ser "mais claros e sem nuances".

Mesmo assim, Maria Antónia Laranjo está mais preocupada com o grau de dificuldade da primeira prova do que com as imprecisões da segunda, que exigiam "mais atenção" aos estudantes. "Entre a 1ª e a 2ª fase houve uma tamanha discrepância que os alunos que fizeram a 1ª ficaram prejudicados", lamenta.

O Gave admite que "a baixa da nota pode levar a pensar que a prova foi mais difícil, mas para já ainda não se sabem os resultados da 2ª fase; é muito cedo para dizer se a 2ª seria mais fácil", justifica Glória Ramalho, representante do gabinete do Ministério da Educação responsável pela realização das provas de exame. Os resultados da 2ª fase são conhecidos a 2 de Agosto.

Mais reclamações

Recentemente, também o Colégio de Educação da Ordem dos Biólogos se queixou do diferente grau de dificuldade entre as provas das duas chamadas, apontando que a primeira terá sido mais fácil. Ontem, o deputado do PSD Fernando Santos Pereira apresentou um requerimento à Assembleia da República sobre o mesmo assunto.

A Ordem dos Biólogos lembrou ainda que, embora com graus de dificuldade diferente, os dois testes contam para a candidatura à primeira fase de acesso ao ensino superior - os alunos vão candidatar-se tendo feito provas muito diferentes.

Mais tarde, a Associação dos Professores de Expressão e Comunicação Visual enviou uma reclamação ao Gave devido a uma pergunta no exame de História da Arte sobre um autor que não constava no programa. Mas a Associação de Professores de História não concordou com a queixa. Também para o Gave a reclamação não tinha qualquer fundamento.

Este ano, os exames ficaram marcados por um único erro, na primeira fase, na prova de História, em que aparecia trocado o nome de um Presidente da República. Os autores da prova pediam aos alunos que comentassem uma mensagem de 1 de Janeiro de 1977 de Costa Gomes; nessa altura, o Presidente já era Ramalho Eanes.

No entanto, a questão não prejudicava os estudantes, porque só lhes era pedido para comentar a mensagem, concluiu a APH, que lamentou o sucedido.

O Gave admitiu o erro de História, mas não dá razão às outras queixas. Para Glória Ramalho, "é muito difícil avaliar o grau de dificuldade" dos exames. Contudo, os autores procuram que esse "seja idêntico para as duas provas", assegura.

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