Portugal Diário

09-11-2002
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Partidos unidos contra reformas da PAC

03-10-2002 16:32 Socialistas são os únicos a apoiar Bruxelas no sector da agricultura Os partidos políticos portugueses mostraram hoje ao comissário europeu para a Agricultura e Pescas que estão unidos na oposição às propostas de reforma, só com o PS a destoar, dando apoio a Bruxelas no sector da agricultura. Por sua vez, Franz Fishler admitiu perante os deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, a possibilidade de ser seguido um tratamento especial para as pequenas embarcações (até 12 metros) no que respeita às ajudas financeiras, mas somente para reparações visando melhorar a segurança. Este ponto pode significar uma alteração ao disposto na proposta da Comissão que aponta para o fim dos apoios à renovação, mas também à modernização da frota, a partir de Janeiro de 2003. O comissário europeu para a Agricultura e Pescas encontra-se em Lisboa para ouvir os dois sectores acerca das alterações propostas tanto para a Política Comum das Pescas (PCP), como para a Política Agrícola Comum (PAC). Em ambas as áreas, a Comissão Europeia conta com a oposição à mudança, por parte das associações representativas dos sectores e do próprio governo, o que foi demonstrado pelas manifestações que têm acompanhado o comissário, ao longo da manhã. Porém, na reunião com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, uma voz se levantou a apoiar os pontos propostos pela Comissão no que respeita à atribuição de ajudas por exploração, e não com base na produção, como disse à Lusa o deputado social-democrata Fernando Penha. Luís Capoulas Santos, o anterior ministro da Agricultura e Pescas, falou em nome do Partido Socialista para defender «a alteração dos mecanismos de atribuição de subsídios, baseando-se na modulação, ou seja, numa redução progressiva dos montantes para aqueles que recebem mais», conforme explicou, depois, à Agência Lusa. O deputado socialista disse não perceber como o PSD e o próprio PCP defendem a manutenção de uma política que dá 50 por cento do total de ajudas à Agricultura, no âmbito da União Europeia (UE), a somente sete por cento dos agricultores. Segundo Capoulas Santos, a reforma em cima da mesa resultaria num aumento de 80 milhões de euros por ano para Portugal, consequência que o comissário terá salientando na sua intervenção junto dos parlamentares. Porém, o ex-ministro não deixou de apontar o lado negativo da proposta de alteração da PAC, como o facto de as ajudas serem atribuídas com base no histórico dos montantes recebidos, ponto no qual Portugal está em desvantagem. «O que se pretende é que o país receba mais e que as ajudas sejam melhor distribuídas. Actualmente, Portugal recebe 1,8 por cento do total. Com o alargamento [da UE], se continuarmos com este modelo, a fatia vai diminuir», salientou. Para o deputado Fernando Penha, do PSD, a posição de Capoulas Santos é compreensível porque «se encontra subordinada à proposta que apresentou [enquanto ministro] e que, em muitos pontos, foi seguida por Franz Fishler». Para a generalidade dos restantes partidos, a proposta «é inaceitável, tal como está», embora contenha pontos positivos, como o reforço do pilar da PAC referente ao desenvolvimento rural, a preocupação com o ambiente, o bem-estar animal ou as exigências de boas práticas agrícolas (favoráveis ao ambiente rural). Inaceitável é a separação das ajudas da produção ou a atribuição de quotas de produção das produtividades históricas, o que coloca Portugal numa situação «desfavorável». No que respeita ao sector das Pescas, onde reina o consenso contra as propostas da Comissão, o deputado socialista José Apolinário salientou à Lusa, que o comissário admitiu a possibilidade de apresentação de um regulamento provisório, visando a manutenção do limite de exclusividade das 12 milhas marítimas para cada estado membro. É que o regulamento sobre o assunto cessa vigência em Dezembro de 2002, pelo que, se não se conseguir um acordo nas Pescas até Dezembro, esta área fica sem «regras».

Partidos unidos contra reformas da PAC

03-10-2002 16:32 Socialistas são os únicos a apoiar Bruxelas no sector da agricultura Os partidos políticos portugueses mostraram hoje ao comissário europeu para a Agricultura e Pescas que estão unidos na oposição às propostas de reforma, só com o PS a destoar, dando apoio a Bruxelas no sector da agricultura. Por sua vez, Franz Fishler admitiu perante os deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, a possibilidade de ser seguido um tratamento especial para as pequenas embarcações (até 12 metros) no que respeita às ajudas financeiras, mas somente para reparações visando melhorar a segurança. Este ponto pode significar uma alteração ao disposto na proposta da Comissão que aponta para o fim dos apoios à renovação, mas também à modernização da frota, a partir de Janeiro de 2003. O comissário europeu para a Agricultura e Pescas encontra-se em Lisboa para ouvir os dois sectores acerca das alterações propostas tanto para a Política Comum das Pescas (PCP), como para a Política Agrícola Comum (PAC). Em ambas as áreas, a Comissão Europeia conta com a oposição à mudança, por parte das associações representativas dos sectores e do próprio governo, o que foi demonstrado pelas manifestações que têm acompanhado o comissário, ao longo da manhã. Porém, na reunião com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, uma voz se levantou a apoiar os pontos propostos pela Comissão no que respeita à atribuição de ajudas por exploração, e não com base na produção, como disse à Lusa o deputado social-democrata Fernando Penha. Luís Capoulas Santos, o anterior ministro da Agricultura e Pescas, falou em nome do Partido Socialista para defender «a alteração dos mecanismos de atribuição de subsídios, baseando-se na modulação, ou seja, numa redução progressiva dos montantes para aqueles que recebem mais», conforme explicou, depois, à Agência Lusa. O deputado socialista disse não perceber como o PSD e o próprio PCP defendem a manutenção de uma política que dá 50 por cento do total de ajudas à Agricultura, no âmbito da União Europeia (UE), a somente sete por cento dos agricultores. Segundo Capoulas Santos, a reforma em cima da mesa resultaria num aumento de 80 milhões de euros por ano para Portugal, consequência que o comissário terá salientando na sua intervenção junto dos parlamentares. Porém, o ex-ministro não deixou de apontar o lado negativo da proposta de alteração da PAC, como o facto de as ajudas serem atribuídas com base no histórico dos montantes recebidos, ponto no qual Portugal está em desvantagem. «O que se pretende é que o país receba mais e que as ajudas sejam melhor distribuídas. Actualmente, Portugal recebe 1,8 por cento do total. Com o alargamento [da UE], se continuarmos com este modelo, a fatia vai diminuir», salientou. Para o deputado Fernando Penha, do PSD, a posição de Capoulas Santos é compreensível porque «se encontra subordinada à proposta que apresentou [enquanto ministro] e que, em muitos pontos, foi seguida por Franz Fishler». Para a generalidade dos restantes partidos, a proposta «é inaceitável, tal como está», embora contenha pontos positivos, como o reforço do pilar da PAC referente ao desenvolvimento rural, a preocupação com o ambiente, o bem-estar animal ou as exigências de boas práticas agrícolas (favoráveis ao ambiente rural). Inaceitável é a separação das ajudas da produção ou a atribuição de quotas de produção das produtividades históricas, o que coloca Portugal numa situação «desfavorável». No que respeita ao sector das Pescas, onde reina o consenso contra as propostas da Comissão, o deputado socialista José Apolinário salientou à Lusa, que o comissário admitiu a possibilidade de apresentação de um regulamento provisório, visando a manutenção do limite de exclusividade das 12 milhas marítimas para cada estado membro. É que o regulamento sobre o assunto cessa vigência em Dezembro de 2002, pelo que, se não se conseguir um acordo nas Pescas até Dezembro, esta área fica sem «regras».

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