EXPRESSO: País

23-11-2002
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Campelo e mais outros

Sérgio Granadeiro Daniel Campelo (com Jorge Sampaio): candidatura em risco

A INCONSTITUCIONALIDADE da Lei Eleitoral Autárquica - aprovada pelo Parlamento a 28 de Junho e promulgada pelo Presidente da República a 27 de Julho -, que prevê a possibilidade de grupos e movimentos de cidadãos concorrerem com listas de candidatos independentes, põe em causa a validade de dezenas de candidaturas. Algumas das quais se revelam decisivas na atribuição da presidência da câmara em vários concelhos.

É este o caso do concelho de Ponte de Lima, em Viana do Castelo, por onde concorre o actual presidente da Câmara, Daniel Campelo. Determinada a sua suspensão da condição de militante do CDS/PP na sequência da aprovação do Orçamento do Estado de 2001 em clara violação das orientações do seu partido, e perante a irredutibilidade do líder Paulo Portas nesta matéria, Daniel Campelo resolveu concorrer ao terceiro mandato consecutivo avançando com uma lista independente à Câmara, na qual se incluem alguns dos seus actuais colaboradores. Mas não apresentou lista para a Assembleia Municipal e conseguiu convencer o CDS/PP a fazer exactamente o inverso. Desta forma, o CDS/PP perde uma das suas oito câmaras, ainda que pudesse pensar em recuperá-la a médio prazo, quando terminada a suspensão de Campelo.

Pela frente, Campelo - a quem já é dada vitória antecipada até pelas oposições - tem como adversários, em Ponte de Lima, o socialista Agostinho Freitas, o social-democrata João Mota e o comunista António Matos.

Outros exemplos

Também em Setúbal, Famalicão e Montemor-o-Novo os candidatos independentes são peças determinantes no jogo das autárquicas.

Em Setúbal, a reeleição do socialista Mata Cáceres é seriamente ameaçada pela candidatura independente do ex-militante do PS e cabeça-de-lista do Movimento de Cidadãos por Setúbal, o engenheiro Luís Fernandes. E, uma vez que nas eleições de 1997 apenas uma escassa diferença de dois mil votos em relação à CDU manteve os socialista no poder, estes temem, agora, que o seu ex-camarada lhes roube alguns votos, favorecendo a candidatura de Carlos Sousa.

No caso de Famalicão, o actual presidente da autarquia, o socialista Agostinho Fernandes, não foi o escolhido pelas estruturas locais do partido para encabeçar a lista do PS. O resultado não se fez esperar: Agostinho Fernandes resolveu recandidatar-se como independente, avançando, assim, contra o próprio PS, cujo candidato é Fernando Moniz, até aqui governador civil de Braga. Consequentemente, a candidatura do social-democrata Armindo Costa, em coligação com o CDS/PP, ganhou um novo fôlego.

Em Montemor-o-Velho, o médico Agostinho Petronilho Simão é o cabeça-de-lista do Movimento Cívico Pró-Montemor, que procura «roubar» a presidência da Câmara à CDU (que comanda os destinos da autarquia desde 1976).

Campelo e mais outros

Sérgio Granadeiro Daniel Campelo (com Jorge Sampaio): candidatura em risco

A INCONSTITUCIONALIDADE da Lei Eleitoral Autárquica - aprovada pelo Parlamento a 28 de Junho e promulgada pelo Presidente da República a 27 de Julho -, que prevê a possibilidade de grupos e movimentos de cidadãos concorrerem com listas de candidatos independentes, põe em causa a validade de dezenas de candidaturas. Algumas das quais se revelam decisivas na atribuição da presidência da câmara em vários concelhos.

É este o caso do concelho de Ponte de Lima, em Viana do Castelo, por onde concorre o actual presidente da Câmara, Daniel Campelo. Determinada a sua suspensão da condição de militante do CDS/PP na sequência da aprovação do Orçamento do Estado de 2001 em clara violação das orientações do seu partido, e perante a irredutibilidade do líder Paulo Portas nesta matéria, Daniel Campelo resolveu concorrer ao terceiro mandato consecutivo avançando com uma lista independente à Câmara, na qual se incluem alguns dos seus actuais colaboradores. Mas não apresentou lista para a Assembleia Municipal e conseguiu convencer o CDS/PP a fazer exactamente o inverso. Desta forma, o CDS/PP perde uma das suas oito câmaras, ainda que pudesse pensar em recuperá-la a médio prazo, quando terminada a suspensão de Campelo.

Pela frente, Campelo - a quem já é dada vitória antecipada até pelas oposições - tem como adversários, em Ponte de Lima, o socialista Agostinho Freitas, o social-democrata João Mota e o comunista António Matos.

Outros exemplos

Também em Setúbal, Famalicão e Montemor-o-Novo os candidatos independentes são peças determinantes no jogo das autárquicas.

Em Setúbal, a reeleição do socialista Mata Cáceres é seriamente ameaçada pela candidatura independente do ex-militante do PS e cabeça-de-lista do Movimento de Cidadãos por Setúbal, o engenheiro Luís Fernandes. E, uma vez que nas eleições de 1997 apenas uma escassa diferença de dois mil votos em relação à CDU manteve os socialista no poder, estes temem, agora, que o seu ex-camarada lhes roube alguns votos, favorecendo a candidatura de Carlos Sousa.

No caso de Famalicão, o actual presidente da autarquia, o socialista Agostinho Fernandes, não foi o escolhido pelas estruturas locais do partido para encabeçar a lista do PS. O resultado não se fez esperar: Agostinho Fernandes resolveu recandidatar-se como independente, avançando, assim, contra o próprio PS, cujo candidato é Fernando Moniz, até aqui governador civil de Braga. Consequentemente, a candidatura do social-democrata Armindo Costa, em coligação com o CDS/PP, ganhou um novo fôlego.

Em Montemor-o-Velho, o médico Agostinho Petronilho Simão é o cabeça-de-lista do Movimento Cívico Pró-Montemor, que procura «roubar» a presidência da Câmara à CDU (que comanda os destinos da autarquia desde 1976).

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