Homenagem a general do Estado Novo em Tomar decorreu sem contestação

01-05-2004
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Homenagem a General do Estado Novo em Tomar Decorreu Sem Contestação

Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2003

Críticas do PCP e Bloco de Esquerda não se fizeram ouvir na cerimónia

A homenagem ontem em Tomar ao general Fernando de Oliveira, antigo comandante nacional da PSP durante o Estado Novo, decorreu sem contestação, tendo sido valorizado o seu trabalho enquanto autarca e minimizada a sua colaboração com o regime de Salazar.

"Esta homenagem não tem qualquer relação com o regime que o general serviu, mas sim com o seu trabalho em Tomar, à frente da câmara", justificou à Lusa Alexandre Lopes, da Casa do Concelho de Tomar, organizadora da cerimónia, que incluiu a inauguração de uma estátua com a efígie do militar.

"Trata-se de uma homenagem dos tomarenses à obra grandiosa que o general fez", salientou o dirigente, respondendo às críticas feitas pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda à festa.

A homenagem decorreu no Jardim da Várzea Pequena e contou com muitos contemporâneos do militar, falecido em 1975, que elogiaram o seu trabalho à frente do concelho, entre 1946 e 1957, onde promoveu a reorganização urbana da cidade.

"O meu tio não foi salazarista, trabalhou apenas com o regime do seu tempo", afirmou Maria Luísa Oliveira Rebelo, sobrinha do militar, que recorda o trabalho feito à frente dos destinos do concelho e da PSP.

Por seu turno, Luís Oliveira Costa, sobrinho-neto do militar, lamentou as críticas de que foi alvo a homenagem feita pela Casa do Concelho de Tomar, considerando que o "país tem de saber honrar a memória de quem merece", ignorando algumas circunstâncias históricas.

Luís Costa recorda que noutras cidades existem estátuas a antigos autarcas no período do Estado Novo e não existe qualquer contestação.

Opinião semelhante tem José Mendes, vereador socialista de Tomar que aprovou a homenagem, considerando que a figura de Fernando de Oliveira nada tem a ver com o regime salazarista, que serviu como "tantos outros".

"O general é uma personalidade que foi marcante na história do nosso concelho e entendo que já era tempo de uma homenagem como esta", considerou.

O presidente da Misericórdia de Tomar e primeiro secretário da Assembleia Municipal (PSD), Fernando Jesus, acrescentou que Fernando Oliveira "ajudou muitos tomarenses sem olhar à sua cor política" pelo que "não merecia as críticas" de apoiante do regime feito por militantes do PCP e do Bloco de Esquerda.

A cerimónia decorreu sem qualquer tipo de contestação e contou com a presença de cerca de três dezenas de cidadãos, a maioria já idosos.

Homenagem a General do Estado Novo em Tomar Decorreu Sem Contestação

Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2003

Críticas do PCP e Bloco de Esquerda não se fizeram ouvir na cerimónia

A homenagem ontem em Tomar ao general Fernando de Oliveira, antigo comandante nacional da PSP durante o Estado Novo, decorreu sem contestação, tendo sido valorizado o seu trabalho enquanto autarca e minimizada a sua colaboração com o regime de Salazar.

"Esta homenagem não tem qualquer relação com o regime que o general serviu, mas sim com o seu trabalho em Tomar, à frente da câmara", justificou à Lusa Alexandre Lopes, da Casa do Concelho de Tomar, organizadora da cerimónia, que incluiu a inauguração de uma estátua com a efígie do militar.

"Trata-se de uma homenagem dos tomarenses à obra grandiosa que o general fez", salientou o dirigente, respondendo às críticas feitas pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda à festa.

A homenagem decorreu no Jardim da Várzea Pequena e contou com muitos contemporâneos do militar, falecido em 1975, que elogiaram o seu trabalho à frente do concelho, entre 1946 e 1957, onde promoveu a reorganização urbana da cidade.

"O meu tio não foi salazarista, trabalhou apenas com o regime do seu tempo", afirmou Maria Luísa Oliveira Rebelo, sobrinha do militar, que recorda o trabalho feito à frente dos destinos do concelho e da PSP.

Por seu turno, Luís Oliveira Costa, sobrinho-neto do militar, lamentou as críticas de que foi alvo a homenagem feita pela Casa do Concelho de Tomar, considerando que o "país tem de saber honrar a memória de quem merece", ignorando algumas circunstâncias históricas.

Luís Costa recorda que noutras cidades existem estátuas a antigos autarcas no período do Estado Novo e não existe qualquer contestação.

Opinião semelhante tem José Mendes, vereador socialista de Tomar que aprovou a homenagem, considerando que a figura de Fernando de Oliveira nada tem a ver com o regime salazarista, que serviu como "tantos outros".

"O general é uma personalidade que foi marcante na história do nosso concelho e entendo que já era tempo de uma homenagem como esta", considerou.

O presidente da Misericórdia de Tomar e primeiro secretário da Assembleia Municipal (PSD), Fernando Jesus, acrescentou que Fernando Oliveira "ajudou muitos tomarenses sem olhar à sua cor política" pelo que "não merecia as críticas" de apoiante do regime feito por militantes do PCP e do Bloco de Esquerda.

A cerimónia decorreu sem qualquer tipo de contestação e contou com a presença de cerca de três dezenas de cidadãos, a maioria já idosos.

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