EXPRESSO: Vidas

19-07-2002
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23/6/2001

GENTE

Constatação — De que o secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, anda numa roda-viva pelo país a assinar por atacado contratos-programa e protocolos com autarquias e diversas instituições. Isto porque quase não há dia em que GENTE desconheça os caminhos percorridos por Carvalho, tantos são os faxes que envia. Na última terça-feira, GENTE recebeu sete notas de imprensa anunciando o «programa de festas» do secretário de Estado para os dias 20, 21 e 22 de Junho. E vieram em jorro. Por cada nota de imprensa foi feita uma chamada telefónica. Por isso, GENTE arrisca fazer duas sugestões. A primeira, ao ministro do Ambiente José Sócrates — que tutela aquela Secretaria de Estado —, para que se poupe no papel e condense a agenda de Carvalho numa simples folha. A segunda, ao ministro das Finanças Pina Moura, para começar a cortar na despesa pública, pedindo que os serviços governamentais poupem nas chamadas telefónicas.

Decisão — Tomada por Pinto de Sousa, líder da Ibersol — a empresa que tem o «franchise» e desenvolve em Portugal as cadeias de «fast-food» Pizza Hutt, Kentucky Fried Chicken, Burger King e Pans & Company —, de aderir ao movimento da «Slow Food». A inopinada adesão foi apadrinhada por João Marinho Falcão, o grande animador do movimento no Porto, e teve como cenário um pantagruélico jantar no Solar do Vinho do Porto, na Quinta da Macieirinha, oferecido pelo Instituto do Vinho do Porto, que coroou uma prova alargada de vinhos generosos. Se Pinto de Sousa for visto com um caracol na lapela, nada de confusões: ele não está a preparar a clientela para as bichas previstas para Janeiro nos seus restaurantes, devido à introdução do euro — está tão-só a usar a insígnia da «Slow Food».

Notícia — De que Manuel Cabral se tornou o primeiro português a integrar o Conselho de Administração da Associação Internacional do Direito do Vinho e da Vinha, que reúne juristas de todo o mundo em Paris. Cabral, advogado e adjunto de Braga da Cruz na presidência da Comissão de Coordenação da Região Norte, é também secretário-geral da Associação Europeia das Regiões Vitivinícolas e presidente da Associação Bienal da Prata.

Pedido — De divórcio feito por uma dona de casa chinesa, alegando que o papagaio da família lhe deu pistas de que o marido mantém uma relação extra-conjugal. A mulher, natural da cidade de Chongqing, disse que descobriu a traição quando o pássaro começou a dizer coisas como «divórcio», «amo-te» e «sê paciente», depois de ouvir o marido falar ao telefone com a amante. A mulher, cujo nome não foi divulgado, notou que o «bufo» de penas começou a usar este estranho e novo vocabulário depois dela regressar de uma visita de um mês a casa dos pais. Como já suspeitava que o marido andava a traí-la, observou que o pássaro começava a falar desta forma cada vez que o telefone tocava. Mas Wu Di, o advogado da mulher no processo, disse-lhe para não ficar muito optimista, porque «os juízes dificilmente vão condenar o seu marido baseando-se apenas na palavra de um papagaio».

Venda — Da mansão mais cara da Grã-Bretanha por 23 milhões de contos. Segundo a imprensa britânica, a propriedade situada no condado de Surrey, a sul de Londres, poderá ter sido comprada pelo príncipe herdeiro do Dubai, o xeque Mohammed Al-Maktoum. Situada numa área de 45 hectares, a mansão é do tipo neo-clássico e dispõe de todo o conforto: 30 quartos, um deles com uma piscina, 24 casas de banho, uma sala de jantar para 30 lugares e uma garagem que pode receber nove limusinas. A propriedade tem ainda mais cinco piscinas, um cinema e vários campos de ténis e de «squash».

Contratação — De Victoria Adams, uma das integrantes da banda feminina Spice Girls, pela cadeia de venda de roupa Voyager para participar na sua próxima campanha publicitária. Casada com David Beckham, o milionário jogador do Manchester United, Victoria vai receber 233 mil contos pela participação nesta campanha. A Voyager só admite compras a quem preencha um formulário para clientes exclusivos e se torne sócio da rede. Entre os seus membros estão a actriz Nicole Kidman, a cantora Madonna e o líder dos Rolling Stones, Mick Jagger.

Revelação — De que uma anciã britânica de 113 anos, Amy Isabel Murray, entrou para o livro Guinness de recordes como a pessoa mais idosa do mundo, devido ao falecimento da sua antecessora, a francesa Marie Bremont, que contava 115 anos de idade.

O homem do Norte Coordenação de Pedro Andrade

Ao assistir à entrevista de Fernando Gomes à SIC-Notícias (em cima), depois da apresentação da sua (re)candidatura à Câmara Municipal do Porto, na segunda-feira, GENTE teve uma sensação de «déjà vu»: os subterrâneos da Alfândega do Porto faziam lembrar as caves do Vinho do Porto onde, há uns anos, se reuniam secretamente certas figuras do «Herman Enciclopédia» (em baixo). Ao assistir à entrevista deà SIC-Notícias (em cima), depois da apresentação da sua (re)candidatura à Câmara Municipal do Porto, na segunda-feira, GENTE teve uma sensação de «déjà vu»: os subterrâneos da Alfândega do Porto faziam lembrar as caves do Vinho do Porto onde, há uns anos, se reuniam secretamente certas figuras do «Herman Enciclopédia» (em baixo). GENTE não resistiu a rever o primeiro episódio da saga, aquele em que o «enginheiro Passos de Ferreira» congeminava com «Mega Ribeira», o «arquitecto Jorge Tawny» e a «Antonieta Antas Afonso» a execução de uma Expo-97, glorioso projecto que faria esquecer a lisboeta Expo-98 e cujos «ex-libris» seriam uma estátua do «Pinto-Rei» e um «tripanário» no Bolhão. E assim ficou a perceber por que é que Rui Rio não conseguiu utilizar o mesmo espaço para a apresentação da sua candidatura. É que o candidato do PSD ao Porto não sabia o santo-e-senha, condição «sine qua non» de entrada naquele espaço de conspiração contra o Sul e que, no caso de Fernando Gomes, só podia ser: «Quem se meter com o Gomes... leva». O autor é Jorge Coelho, aliás responsável pelo discurso final num jantar onde foi bastante notada a ausência de um certo... «enginheiro».

Identidades desfocadas Logo para começar, diga-se que toca a todos. Infelizmente não há jornal ou revista que não tenha sofrido nunca com a troca de uma foto ou de uma legenda. Mas, desta vez, GENTE não resiste a brincar com este engano da última edição da revista «Focus». Na rubrica «Ciência e Tecnologia», um texto sobre a TV interactiva é ilustrado por três fotografias, uma das quais acompanhada da seguinte legenda: «Aliados: Steve Balmer (à esquerda), número dois da Microsoft, e Graça Bau (à direita), presidente da TV Cabo, são parceiros na TV interactiva». De facto, só não houve um total engano porque a foto mostra duas pessoas, sentadas lado a lado. Mas aliados? Parceiros? Engana o ar muito sorridente dos retratados que, na realidade, são inimigos políticos: a ministra Manuela Arcanjo e o deputado Vieira de Castro, o social democrata que preside à comissão parlamentar de Saúde... Logo para começar, diga-se que toca a todos. Infelizmente não há jornal ou revista que não tenha sofrido nunca com a troca de uma foto ou de uma legenda. Mas, desta vez, GENTE não resiste a brincar com este engano da última edição da revista «Focus». Na rubrica «Ciência e Tecnologia», um texto sobre a TV interactiva é ilustrado por três fotografias, uma das quais acompanhada da seguinte legenda:. De facto, só não houve um total engano porque a foto mostra duas pessoas, sentadas lado a lado. Mas aliados? Parceiros? Engana o ar muito sorridente dos retratados que, na realidade, são inimigos políticos: a ministrae o deputado, o social democrata que preside à comissão parlamentar de Saúde...

Varanda da Birra SÉRGIO GRANADEIRO Segunda à noite, Narciso Miranda trocou o jantar, na Alfândega, de lançamento da candidatura de Fernando Gomes à Câmara Municipal do Porto por uma alegre pândega com amigos, um pouco mais a jusante da marginal do Douro, no restaurante Varanda da Barra. Fernando Rocha, o seu fiel vereador da Cultura, Júlio Magalhães (director da TVI no Porto), Manuel Serrão (vice-presidente da ANJE), Manuel Queiroz (director-adjunto do «Record») e Rogério Gomes foram os convivas de uma imparável noite de má-língua - muita gente na Alfândega deve ter ficado com as orelhas a arder - na esplanada do Varanda da Barra, para a ocasião baptizado por Serrão como Varanda da Birra. O presidente da Câmara de Matosinhos começou por alegar que não iria ao jantar de Gomes por ter de se deslocar ao Brasil, mas depois adiou a viagem ao outro lado do Atlântico para dar uma dimensão política à sua ausência. Segunda à noite,trocou o jantar, na Alfândega, de lançamento da candidatura deà Câmara Municipal do Porto por uma alegre pândega com amigos, um pouco mais a jusante da marginal do Douro, no restaurante Varanda da Barra., o seu fiel vereador da Cultura,(director da TVI no Porto),(vice-presidente da ANJE),(director-adjunto do «Record») eforam os convivas de uma imparável noite de má-língua - muita gente na Alfândega deve ter ficado com as orelhas a arder - na esplanada do Varanda da Barra, para a ocasião baptizado por Serrão como Varanda da Birra. O presidente da Câmara de Matosinhos começou por alegar que não iria ao jantar de Gomes por ter de se deslocar ao Brasil, mas depois adiou a viagem ao outro lado do Atlântico para dar uma dimensão política à sua ausência.

O relógio da reconciliação As relações entre Nuno Cardoso, presidente da Câmara do Porto, e o arquitecto Siza Vieira azedaram recentemente por causa do chumbo do primeiro ao polémico projecto que o segundo apresentou para a reconversão da Praça da Liberdade. Contudo, ontem, ambos tiveram de engolir as divergências - e as palavras menos amigáveis que têm produzido - e puxar para o mesmo lado. Siza é o autor do desenho do novo «Swatch Porto», um relógio dedicado à Invicta que resulta de uma parceria entre a autarquia portuense e a relojoeira suíça «Swatch». E, na apresentação deste novo símbolo da cidade, que decorreu ontem no Museu Contemporâneo de Serralves, Cardoso e Siza foram os principais intervenientes.

EUA dão asilo político a cidadão francês RICK MEYER/AP É a primeira vez que a Justiça norte-americana concede asilo político a um cidadão francês. Karim Christian Kamal considera-se perseguido no país que é considerado o baluarte dos Direitos Humanos - e que tanto gosta de dar lições aos outros - e um juiz federal dos Estados Unidos vem agora dar-lhe razão. «Estamos perante um Estado que - encoberto pela Justiça, o Ministério Público e a Polícia - o perseguiu sistematicamente e lhe negou o direito elementar a um processo justo e equitativo», refere a sentença que não poupa críticas ao sistema judicial francês. É que Karim Kamal não é perseguido pelas suas ideias políticas, mas porque denunciou as actividades pedófilas de destacados magistrados da cidade de Nice, no sul de França, onde vivia. É a primeira vez que a Justiça norte-americana concede asilo político a um cidadão francês.considera-se perseguido no país que é considerado o baluarte dos Direitos Humanos - e que tanto gosta de dar lições aos outros - e um juiz federal dos Estados Unidos vem agora dar-lhe razão., refere a sentença que não poupa críticas ao sistema judicial francês. É que Karim Kamal não é perseguido pelas suas ideias políticas, mas porque denunciou as actividades pedófilas de destacados magistrados da cidade de Nice, no sul de França, onde vivia. FREDERICK M. BROWN/AFP Tudo começou com a separação de Kamal da sua mulher, Marie-Pierre Guyot (filha de um magistrado), que ficou com a custódia da filha de ambos, Lauriane. Em 1993, pouco depois do divórcio, a criança, então com quatro anos - que apresentava marcas no corpo confirmadas por três médicos - acusa o novo companheiro da mãe de maus tratos e de carícias íntimas. Relata também as festas organizadas pela mãe, em que os jogos sexuais com adultos - «umas vezes vestidos, outras vezes despidos» - eram a regra. Um dos «habitués» destas festas era, segundo Lauriane, o decano dos juízes de instrução, Jean-Paul Renard. Kamal denuncia todos os factos às autoridades, mas verifica, surpreendido, que nenhuma das acções tem seguimento. Em 1994, decide fugir para os Estados Unidos com a filha - que reafirma a um psicólogo norte-americano tudo o que havia dito em França - mas a sua antiga mulher consegue recuperar Lauriane com a ajuda de diplomatas franceses. Karim Kamal (à esquerda, com a foto da filha, e à direita, com a irmã, Dalia Kamal-Griffin, que vive na Califórnia, na porta do tribunal de Los Angeles que lhe concedeu o asilo) não pode regressar a França, onde foi condenado por difamação e por sequestro da filha menor. Além disto, considera-se vítima de discriminação - é de origem marroquina - e teme as represálias que os magistrados de Nice possam vir a exercer sobre a sua pessoa. Tudo começou com a separação de Kamal da sua mulher,(filha de um magistrado), que ficou com a custódia da filha de ambos,. Em 1993, pouco depois do divórcio, a criança, então com quatro anos - que apresentava marcas no corpo confirmadas por três médicos - acusa o novo companheiro da mãe de maus tratos e de carícias íntimas. Relata também as festas organizadas pela mãe, em que os jogos sexuais com adultos -- eram a regra. Um dos «habitués» destas festas era, segundo Lauriane, o decano dos juízes de instrução,. Kamal denuncia todos os factos às autoridades, mas verifica, surpreendido, que nenhuma das acções tem seguimento. Em 1994, decide fugir para os Estados Unidos com a filha - que reafirma a um psicólogo norte-americano tudo o que havia dito em França - mas a sua antiga mulher consegue recuperar Lauriane com a ajuda de diplomatas franceses. Karim Kamal (à esquerda, com a foto da filha, e à direita, com a irmã,, que vive na Califórnia, na porta do tribunal de Los Angeles que lhe concedeu o asilo) não pode regressar a França, onde foi condenado por difamação e por sequestro da filha menor. Além disto, considera-se vítima de discriminação - é de origem marroquina - e teme as represálias que os magistrados de Nice possam vir a exercer sobre a sua pessoa.

«Gaffe» espanhola Toda a gente sabe que os muçulmanos não comem carne de porco, por preceito religioso. Toda, menos, ao que tudo indica, o «staff» espanhol, responsável pela ementa do jantar de abertura da VII Conferência dos Ministros do Interior do Mediterrâneo Ocidental, que se realizou na semana passada em Valência. O prato principal do repasto, oferecido pelo presidente da Comunidade Autonómica Valenciana, Eduardo Zaplana, dava pelo simpático nome de «Farcellet de Pintada Macerada» com molho de fígado e trufas. Até aqui tudo bem, porque pintada é uma galinhola que pertence à espécie animal das aves. A «gaffe» protocolar espanhola surgiu com o alimento escolhido para embrulhar o dito «farcellet»: bacon, ou seja carne de porco, uma iguaria proibida pelo Islão. Depois de examinar atentamente a tira de bacon, um dos membros da delegação líbia levantou-se da mesa onde estava sentado - no edifício do Museu das Ciências (da autoria de Calatrava, o mesmo arquitecto que projectou a Gare do Oriente, em Lisboa) - e, de guardanapo na mão, o representante da Líbia incitou os seus irmãos muçulmanos a fazerem uma espécie de «levantamento de rancho» sem, no entanto, abandonarem o repasto. O resultado final foi que os convidados marroquinos, líbios, argelinos e tunisinos saíram, quase todos, com fome do jantar. Os portugueses, por seu lado, apreciaram a pintada que até estava bastante gostosa.

O exemplo de Rui Costa Preocupada com o elevado número de acidentes na estrada, a cidade italiana de Florença lançou uma campanha de sensibilização para esta tragédia que nós, portugueses, bem conhecemos. Por toda a cidade estão espalhados «outdoors» e os restaurantes e bares têm à disposição dos seus clientes autocolantes iguais aos anúncios de exterior. Quem olhar bem para eles reconhece que um dos protagonistas é Rui Costa o jogador português da Fiorentina, que ao volante de um carro e com o cinto de segurança afirma: «Eu só corro em campo. Eu guio a minha vida». O bom exemplo de Rui Costa é seguido pelo guarda-redes da Fiorentina e da selecção italiana, Toldo, que surge encostado a uma potente moto dizendo: «Respeito as regras, na estrada como em campo. Eu guio a minha vida». A campanha, lançada pelo município de Florença, tem como patrocinadores, além da Fiorentina, diversas empresas locais. Um bom exemplo a sugerir que os clubes de futebol também podem lutar por outros campeonatos - os da vida das pessoas. Preocupada com o elevado número de acidentes na estrada, a cidade italiana de Florença lançou uma campanha de sensibilização para esta tragédia que nós, portugueses, bem conhecemos. Por toda a cidade estão espalhados «outdoors» e os restaurantes e bares têm à disposição dos seus clientes autocolantes iguais aos anúncios de exterior. Quem olhar bem para eles reconhece que um dos protagonistas éo jogador português da Fiorentina, que ao volante de um carro e com o cinto de segurança afirma:. O bom exemplo de Rui Costa é seguido pelo guarda-redes da Fiorentina e da selecção italiana,, que surge encostado a uma potente moto dizendo:. A campanha, lançada pelo município de Florença, tem como patrocinadores, além da Fiorentina, diversas empresas locais. Um bom exemplo a sugerir que os clubes de futebol também podem lutar por outros campeonatos - os da vida das pessoas.

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Constatação — De que o secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, anda numa roda-viva pelo país a assinar por atacado contratos-programa e protocolos com autarquias e diversas instituições. Isto porque quase não há dia em que GENTE desconheça os caminhos percorridos por Carvalho, tantos são os faxes que envia. Na última terça-feira, GENTE recebeu sete notas de imprensa anunciando o «programa de festas» do secretário de Estado para os dias 20, 21 e 22 de Junho. E vieram em jorro. Por cada nota de imprensa foi feita uma chamada telefónica. Por isso, GENTE arrisca fazer duas sugestões. A primeira, ao ministro do Ambiente José Sócrates — que tutela aquela Secretaria de Estado —, para que se poupe no papel e condense a agenda de Carvalho numa simples folha. A segunda, ao ministro das Finanças Pina Moura, para começar a cortar na despesa pública, pedindo que os serviços governamentais poupem nas chamadas telefónicas.

Decisão — Tomada por Pinto de Sousa, líder da Ibersol — a empresa que tem o «franchise» e desenvolve em Portugal as cadeias de «fast-food» Pizza Hutt, Kentucky Fried Chicken, Burger King e Pans & Company —, de aderir ao movimento da «Slow Food». A inopinada adesão foi apadrinhada por João Marinho Falcão, o grande animador do movimento no Porto, e teve como cenário um pantagruélico jantar no Solar do Vinho do Porto, na Quinta da Macieirinha, oferecido pelo Instituto do Vinho do Porto, que coroou uma prova alargada de vinhos generosos. Se Pinto de Sousa for visto com um caracol na lapela, nada de confusões: ele não está a preparar a clientela para as bichas previstas para Janeiro nos seus restaurantes, devido à introdução do euro — está tão-só a usar a insígnia da «Slow Food».

Notícia — De que Manuel Cabral se tornou o primeiro português a integrar o Conselho de Administração da Associação Internacional do Direito do Vinho e da Vinha, que reúne juristas de todo o mundo em Paris. Cabral, advogado e adjunto de Braga da Cruz na presidência da Comissão de Coordenação da Região Norte, é também secretário-geral da Associação Europeia das Regiões Vitivinícolas e presidente da Associação Bienal da Prata.

Pedido — De divórcio feito por uma dona de casa chinesa, alegando que o papagaio da família lhe deu pistas de que o marido mantém uma relação extra-conjugal. A mulher, natural da cidade de Chongqing, disse que descobriu a traição quando o pássaro começou a dizer coisas como «divórcio», «amo-te» e «sê paciente», depois de ouvir o marido falar ao telefone com a amante. A mulher, cujo nome não foi divulgado, notou que o «bufo» de penas começou a usar este estranho e novo vocabulário depois dela regressar de uma visita de um mês a casa dos pais. Como já suspeitava que o marido andava a traí-la, observou que o pássaro começava a falar desta forma cada vez que o telefone tocava. Mas Wu Di, o advogado da mulher no processo, disse-lhe para não ficar muito optimista, porque «os juízes dificilmente vão condenar o seu marido baseando-se apenas na palavra de um papagaio».

Venda — Da mansão mais cara da Grã-Bretanha por 23 milhões de contos. Segundo a imprensa britânica, a propriedade situada no condado de Surrey, a sul de Londres, poderá ter sido comprada pelo príncipe herdeiro do Dubai, o xeque Mohammed Al-Maktoum. Situada numa área de 45 hectares, a mansão é do tipo neo-clássico e dispõe de todo o conforto: 30 quartos, um deles com uma piscina, 24 casas de banho, uma sala de jantar para 30 lugares e uma garagem que pode receber nove limusinas. A propriedade tem ainda mais cinco piscinas, um cinema e vários campos de ténis e de «squash».

Contratação — De Victoria Adams, uma das integrantes da banda feminina Spice Girls, pela cadeia de venda de roupa Voyager para participar na sua próxima campanha publicitária. Casada com David Beckham, o milionário jogador do Manchester United, Victoria vai receber 233 mil contos pela participação nesta campanha. A Voyager só admite compras a quem preencha um formulário para clientes exclusivos e se torne sócio da rede. Entre os seus membros estão a actriz Nicole Kidman, a cantora Madonna e o líder dos Rolling Stones, Mick Jagger.

Revelação — De que uma anciã britânica de 113 anos, Amy Isabel Murray, entrou para o livro Guinness de recordes como a pessoa mais idosa do mundo, devido ao falecimento da sua antecessora, a francesa Marie Bremont, que contava 115 anos de idade.

O homem do Norte Coordenação de Pedro Andrade

Ao assistir à entrevista de Fernando Gomes à SIC-Notícias (em cima), depois da apresentação da sua (re)candidatura à Câmara Municipal do Porto, na segunda-feira, GENTE teve uma sensação de «déjà vu»: os subterrâneos da Alfândega do Porto faziam lembrar as caves do Vinho do Porto onde, há uns anos, se reuniam secretamente certas figuras do «Herman Enciclopédia» (em baixo). Ao assistir à entrevista deà SIC-Notícias (em cima), depois da apresentação da sua (re)candidatura à Câmara Municipal do Porto, na segunda-feira, GENTE teve uma sensação de «déjà vu»: os subterrâneos da Alfândega do Porto faziam lembrar as caves do Vinho do Porto onde, há uns anos, se reuniam secretamente certas figuras do «Herman Enciclopédia» (em baixo). GENTE não resistiu a rever o primeiro episódio da saga, aquele em que o «enginheiro Passos de Ferreira» congeminava com «Mega Ribeira», o «arquitecto Jorge Tawny» e a «Antonieta Antas Afonso» a execução de uma Expo-97, glorioso projecto que faria esquecer a lisboeta Expo-98 e cujos «ex-libris» seriam uma estátua do «Pinto-Rei» e um «tripanário» no Bolhão. E assim ficou a perceber por que é que Rui Rio não conseguiu utilizar o mesmo espaço para a apresentação da sua candidatura. É que o candidato do PSD ao Porto não sabia o santo-e-senha, condição «sine qua non» de entrada naquele espaço de conspiração contra o Sul e que, no caso de Fernando Gomes, só podia ser: «Quem se meter com o Gomes... leva». O autor é Jorge Coelho, aliás responsável pelo discurso final num jantar onde foi bastante notada a ausência de um certo... «enginheiro».

Identidades desfocadas Logo para começar, diga-se que toca a todos. Infelizmente não há jornal ou revista que não tenha sofrido nunca com a troca de uma foto ou de uma legenda. Mas, desta vez, GENTE não resiste a brincar com este engano da última edição da revista «Focus». Na rubrica «Ciência e Tecnologia», um texto sobre a TV interactiva é ilustrado por três fotografias, uma das quais acompanhada da seguinte legenda: «Aliados: Steve Balmer (à esquerda), número dois da Microsoft, e Graça Bau (à direita), presidente da TV Cabo, são parceiros na TV interactiva». De facto, só não houve um total engano porque a foto mostra duas pessoas, sentadas lado a lado. Mas aliados? Parceiros? Engana o ar muito sorridente dos retratados que, na realidade, são inimigos políticos: a ministra Manuela Arcanjo e o deputado Vieira de Castro, o social democrata que preside à comissão parlamentar de Saúde... Logo para começar, diga-se que toca a todos. Infelizmente não há jornal ou revista que não tenha sofrido nunca com a troca de uma foto ou de uma legenda. Mas, desta vez, GENTE não resiste a brincar com este engano da última edição da revista «Focus». Na rubrica «Ciência e Tecnologia», um texto sobre a TV interactiva é ilustrado por três fotografias, uma das quais acompanhada da seguinte legenda:. De facto, só não houve um total engano porque a foto mostra duas pessoas, sentadas lado a lado. Mas aliados? Parceiros? Engana o ar muito sorridente dos retratados que, na realidade, são inimigos políticos: a ministrae o deputado, o social democrata que preside à comissão parlamentar de Saúde...

Varanda da Birra SÉRGIO GRANADEIRO Segunda à noite, Narciso Miranda trocou o jantar, na Alfândega, de lançamento da candidatura de Fernando Gomes à Câmara Municipal do Porto por uma alegre pândega com amigos, um pouco mais a jusante da marginal do Douro, no restaurante Varanda da Barra. Fernando Rocha, o seu fiel vereador da Cultura, Júlio Magalhães (director da TVI no Porto), Manuel Serrão (vice-presidente da ANJE), Manuel Queiroz (director-adjunto do «Record») e Rogério Gomes foram os convivas de uma imparável noite de má-língua - muita gente na Alfândega deve ter ficado com as orelhas a arder - na esplanada do Varanda da Barra, para a ocasião baptizado por Serrão como Varanda da Birra. O presidente da Câmara de Matosinhos começou por alegar que não iria ao jantar de Gomes por ter de se deslocar ao Brasil, mas depois adiou a viagem ao outro lado do Atlântico para dar uma dimensão política à sua ausência. Segunda à noite,trocou o jantar, na Alfândega, de lançamento da candidatura deà Câmara Municipal do Porto por uma alegre pândega com amigos, um pouco mais a jusante da marginal do Douro, no restaurante Varanda da Barra., o seu fiel vereador da Cultura,(director da TVI no Porto),(vice-presidente da ANJE),(director-adjunto do «Record») eforam os convivas de uma imparável noite de má-língua - muita gente na Alfândega deve ter ficado com as orelhas a arder - na esplanada do Varanda da Barra, para a ocasião baptizado por Serrão como Varanda da Birra. O presidente da Câmara de Matosinhos começou por alegar que não iria ao jantar de Gomes por ter de se deslocar ao Brasil, mas depois adiou a viagem ao outro lado do Atlântico para dar uma dimensão política à sua ausência.

O relógio da reconciliação As relações entre Nuno Cardoso, presidente da Câmara do Porto, e o arquitecto Siza Vieira azedaram recentemente por causa do chumbo do primeiro ao polémico projecto que o segundo apresentou para a reconversão da Praça da Liberdade. Contudo, ontem, ambos tiveram de engolir as divergências - e as palavras menos amigáveis que têm produzido - e puxar para o mesmo lado. Siza é o autor do desenho do novo «Swatch Porto», um relógio dedicado à Invicta que resulta de uma parceria entre a autarquia portuense e a relojoeira suíça «Swatch». E, na apresentação deste novo símbolo da cidade, que decorreu ontem no Museu Contemporâneo de Serralves, Cardoso e Siza foram os principais intervenientes.

EUA dão asilo político a cidadão francês RICK MEYER/AP É a primeira vez que a Justiça norte-americana concede asilo político a um cidadão francês. Karim Christian Kamal considera-se perseguido no país que é considerado o baluarte dos Direitos Humanos - e que tanto gosta de dar lições aos outros - e um juiz federal dos Estados Unidos vem agora dar-lhe razão. «Estamos perante um Estado que - encoberto pela Justiça, o Ministério Público e a Polícia - o perseguiu sistematicamente e lhe negou o direito elementar a um processo justo e equitativo», refere a sentença que não poupa críticas ao sistema judicial francês. É que Karim Kamal não é perseguido pelas suas ideias políticas, mas porque denunciou as actividades pedófilas de destacados magistrados da cidade de Nice, no sul de França, onde vivia. É a primeira vez que a Justiça norte-americana concede asilo político a um cidadão francês.considera-se perseguido no país que é considerado o baluarte dos Direitos Humanos - e que tanto gosta de dar lições aos outros - e um juiz federal dos Estados Unidos vem agora dar-lhe razão., refere a sentença que não poupa críticas ao sistema judicial francês. É que Karim Kamal não é perseguido pelas suas ideias políticas, mas porque denunciou as actividades pedófilas de destacados magistrados da cidade de Nice, no sul de França, onde vivia. FREDERICK M. BROWN/AFP Tudo começou com a separação de Kamal da sua mulher, Marie-Pierre Guyot (filha de um magistrado), que ficou com a custódia da filha de ambos, Lauriane. Em 1993, pouco depois do divórcio, a criança, então com quatro anos - que apresentava marcas no corpo confirmadas por três médicos - acusa o novo companheiro da mãe de maus tratos e de carícias íntimas. Relata também as festas organizadas pela mãe, em que os jogos sexuais com adultos - «umas vezes vestidos, outras vezes despidos» - eram a regra. Um dos «habitués» destas festas era, segundo Lauriane, o decano dos juízes de instrução, Jean-Paul Renard. Kamal denuncia todos os factos às autoridades, mas verifica, surpreendido, que nenhuma das acções tem seguimento. Em 1994, decide fugir para os Estados Unidos com a filha - que reafirma a um psicólogo norte-americano tudo o que havia dito em França - mas a sua antiga mulher consegue recuperar Lauriane com a ajuda de diplomatas franceses. Karim Kamal (à esquerda, com a foto da filha, e à direita, com a irmã, Dalia Kamal-Griffin, que vive na Califórnia, na porta do tribunal de Los Angeles que lhe concedeu o asilo) não pode regressar a França, onde foi condenado por difamação e por sequestro da filha menor. Além disto, considera-se vítima de discriminação - é de origem marroquina - e teme as represálias que os magistrados de Nice possam vir a exercer sobre a sua pessoa. Tudo começou com a separação de Kamal da sua mulher,(filha de um magistrado), que ficou com a custódia da filha de ambos,. Em 1993, pouco depois do divórcio, a criança, então com quatro anos - que apresentava marcas no corpo confirmadas por três médicos - acusa o novo companheiro da mãe de maus tratos e de carícias íntimas. Relata também as festas organizadas pela mãe, em que os jogos sexuais com adultos -- eram a regra. Um dos «habitués» destas festas era, segundo Lauriane, o decano dos juízes de instrução,. Kamal denuncia todos os factos às autoridades, mas verifica, surpreendido, que nenhuma das acções tem seguimento. Em 1994, decide fugir para os Estados Unidos com a filha - que reafirma a um psicólogo norte-americano tudo o que havia dito em França - mas a sua antiga mulher consegue recuperar Lauriane com a ajuda de diplomatas franceses. Karim Kamal (à esquerda, com a foto da filha, e à direita, com a irmã,, que vive na Califórnia, na porta do tribunal de Los Angeles que lhe concedeu o asilo) não pode regressar a França, onde foi condenado por difamação e por sequestro da filha menor. Além disto, considera-se vítima de discriminação - é de origem marroquina - e teme as represálias que os magistrados de Nice possam vir a exercer sobre a sua pessoa.

«Gaffe» espanhola Toda a gente sabe que os muçulmanos não comem carne de porco, por preceito religioso. Toda, menos, ao que tudo indica, o «staff» espanhol, responsável pela ementa do jantar de abertura da VII Conferência dos Ministros do Interior do Mediterrâneo Ocidental, que se realizou na semana passada em Valência. O prato principal do repasto, oferecido pelo presidente da Comunidade Autonómica Valenciana, Eduardo Zaplana, dava pelo simpático nome de «Farcellet de Pintada Macerada» com molho de fígado e trufas. Até aqui tudo bem, porque pintada é uma galinhola que pertence à espécie animal das aves. A «gaffe» protocolar espanhola surgiu com o alimento escolhido para embrulhar o dito «farcellet»: bacon, ou seja carne de porco, uma iguaria proibida pelo Islão. Depois de examinar atentamente a tira de bacon, um dos membros da delegação líbia levantou-se da mesa onde estava sentado - no edifício do Museu das Ciências (da autoria de Calatrava, o mesmo arquitecto que projectou a Gare do Oriente, em Lisboa) - e, de guardanapo na mão, o representante da Líbia incitou os seus irmãos muçulmanos a fazerem uma espécie de «levantamento de rancho» sem, no entanto, abandonarem o repasto. O resultado final foi que os convidados marroquinos, líbios, argelinos e tunisinos saíram, quase todos, com fome do jantar. Os portugueses, por seu lado, apreciaram a pintada que até estava bastante gostosa.

O exemplo de Rui Costa Preocupada com o elevado número de acidentes na estrada, a cidade italiana de Florença lançou uma campanha de sensibilização para esta tragédia que nós, portugueses, bem conhecemos. Por toda a cidade estão espalhados «outdoors» e os restaurantes e bares têm à disposição dos seus clientes autocolantes iguais aos anúncios de exterior. Quem olhar bem para eles reconhece que um dos protagonistas é Rui Costa o jogador português da Fiorentina, que ao volante de um carro e com o cinto de segurança afirma: «Eu só corro em campo. Eu guio a minha vida». O bom exemplo de Rui Costa é seguido pelo guarda-redes da Fiorentina e da selecção italiana, Toldo, que surge encostado a uma potente moto dizendo: «Respeito as regras, na estrada como em campo. Eu guio a minha vida». A campanha, lançada pelo município de Florença, tem como patrocinadores, além da Fiorentina, diversas empresas locais. Um bom exemplo a sugerir que os clubes de futebol também podem lutar por outros campeonatos - os da vida das pessoas. Preocupada com o elevado número de acidentes na estrada, a cidade italiana de Florença lançou uma campanha de sensibilização para esta tragédia que nós, portugueses, bem conhecemos. Por toda a cidade estão espalhados «outdoors» e os restaurantes e bares têm à disposição dos seus clientes autocolantes iguais aos anúncios de exterior. Quem olhar bem para eles reconhece que um dos protagonistas éo jogador português da Fiorentina, que ao volante de um carro e com o cinto de segurança afirma:. O bom exemplo de Rui Costa é seguido pelo guarda-redes da Fiorentina e da selecção italiana,, que surge encostado a uma potente moto dizendo:. A campanha, lançada pelo município de Florença, tem como patrocinadores, além da Fiorentina, diversas empresas locais. Um bom exemplo a sugerir que os clubes de futebol também podem lutar por outros campeonatos - os da vida das pessoas.

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