Novo Aeroporto Francisco Sá Carneiro não estará pronto a tempo do Euro 2004

07-02-2003
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Novo Aeroporto Francisco Sá Carneiro Não Estará Pronto a Tempo do Euro 2004

Por ANTÓNIO MOURA

Terça-feira, 28 de Janeiro de 2003 ANA garante que nessa altura "já haverá uma muito maior capacidade instalada e não vai ser por aí que o campeonato vai correr mal" Deputados do PS "preocupados" O "novo" Aeroporto Francisco Sá Carneiro não estará pronto quando for dado o pontapé de saída para o Euro 2004, a realizar em Portugal, nomeadamente em Coimbra, Aveiro, Porto, Braga e Guimarães. Daí a "preocupação" manifestada pelos cinco deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo do Porto (Fernando Gomes, José Lello, Manuela Melo, Augusto Santos Silva e Renatro Sampaio) que, ontem, visitaram as obras de expansão ali em curso. "As obras estão atrasadas 18 meses", sublinhou Fernando Gomes, acrescentando que "durante o Euro 2004 vai ter que ser feito um grande esforço para minimizar os inconvenientes para os passageiros que vão ser em grande número". O director do aeroporto, Fernando Vieira, reconheceu o atraso nas obras, que atribui a "condições meteorológicas particularmente adversas que ocorreram no arranque dos trabalhos, em 2000 e 2001", e à necessidade de ser feito um "estudo de impacte ambiental, que obrigou a interromper os trabalhos até estar concluído". Fernando Vieira não adiantou prazos para a conclusão das obras: "Não gostaria de o fazer porque uma empreitada tão grande tem sempre imponderáveis difíceis de controlar". Contacto pelo PòBLICO, o porta-voz da ANA-Aeroportos de Portugal, Zew Blaufuks, falou em "meados de 2005". Embora sublinhe que "as obras não foram pensadas propositadamente para o Euro 2004", este responsável assegura que, "nessa altura, haverá já uma muito maior capacidade instalada". Fernando Vieira reforçou: "Vai ser difícil fazer a gestão entre esta obra e o funcionamento do aeroporto, mas não vai ser por aí que o Euro 2004 vai correr mal". A nova aerogare - orçada em 270 milhões de euros -" já estará muito adiantada, podendo ser então utilizada", segundo Blaufuks (ver texto à parte), informando ainda que "a comissão de avaliação já está em fase consulta" com os cinco consórcios que disputam esta empreitada". Os trabalhos irão durar dois anos. Depois de concluídos, o aeroporto ficará com capacidade para movimentar seis milhões de passageiros por ano, mais do dobro do que registou nos últimos anos. De acordo com a ANA, em 2002 passaram por ali 2.632 mil passageiros, menos cinco por cento do que ano anterior. Esta realidade faz também parte das "preocupações" socialistas, segundo Gomes. "Até ao 2000, o movimento vinha a crescer a uma média de oito por cento ao ano, mas de então para cá diminuiu", disse este deputado. Blaufuks argumenta que "houve uma crise na aviação civil, em resultado da própria crise económica, que se agravou com o 11 de Setembro". "Arriscamo-nos a ter a maior gare de TGV..." O porta-voz da ANA prevê "resultados mais positivos para este ano" e revelou que, "em Dezembro de 2002, houve um crescimento de passageiros de 8,4 por cento". Gomes dá pouco valor ao argumento "11 de Setembro", pois, lembrou, "em Lisboa, o tráfego cresceu, e só diminuiu no Porto porque encerraram muitos voos intercontinentais e internacionais". O deputado criticou a "centralização" das operações da TAP em Lisboa, com prejuízo para o aeroporto nortenho, e fez um reparo que ficou sem resposta: "Não faz sentido que, para justificar estatiscamente um novo aeroporto na zona de Lisboa (Ota), se altere e desvie tráfego de outros aeroportos". José Lello reforçou estes pontos de vista dizendo que "há um claro desinvestimento na estratégia de constituir o Aeroporto Francisco Sá Carneiro como placa giratória do Noroeste Peninsular". A terminar, Gomes ironizou: "Com a construção de um novo aeroporto na Ota e estando prevista aqui a construção da gare do TGV de ligação à Galiza, arriscamo-nos é a não ter um novo aeroporto e ter a maior gare de TGV do país e, provavelmente, da Península Ibérica". P/Caixa Uma aerogare oito vezes maior O futuro Aeroporto Francisco Sá Carneiro não terá nada a ver com o actual, inaugurado em 1990. Dos actuais três pisos da aerogare, com uma área construída de cerca de 30 mil metros quadrados, passar-se-á a cinco, com uma área total aproximada de 240 mil metros quadrados. Oito vezes mais, portanto. Chegadas e partidas irão processar-se em níveis diferentes, com um piso intermédio entre eles para espaços comerciais e lúdicos. Haverá 14 portas de embarque e uma placa onde poderão estacionar 30 aviões (já são 24, actualmente). O aparcamento automóvel cresceu, distribuindo-se agora entre 1500 lugares à superfície e 1000 subterrâneos. A ANA diz que este aeroporto será "o primeiro em Portugal a ser directamente servido por uma rede de metro", mas ainda não há qualquer decisão definida sobre isto. Por enquanto, o que se sabe é que a Metro do Porto colocou essa possibilidade em cima da mesa. OUTROS TÍTULOS EM LOCAL LISBOA Primeiro Banco de Tempo português completa hoje um ano de vida

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