EXPRESSO online

22-06-2002
marcar artigo

Sérgio Granadeiro Fernando Gomes (com Jorge Coelho): acordo com PS/Porto Gomes e Gaspar assinam «tratado de Tordesilhas» UMA das incógnitas na corrida à Câmara do Porto era a forma como o candidato socialista, Fernando Gomes, iria gerir a composição da sua lista com Orlando Gaspar, o líder da concelhia do PS. Ontem, os dois chegaram a um acordo: a lista do PS é uma espécie de «tratado de Tordesilhas», onde equilibraram influências e definiram territórios. No PSD, Rui Rio não teve problema em se entender com a estrutura concelhia e nem os aliados do PP levantaram grandes problemas aos nomes escolhidos. No final da tarde de ontem, Fernando Gomes ainda negociava a presença na lista de Maria José Azevedo. A actual vereadora tinha levantado algumas reservas à sua recandidatura e mostrou-se reticente em aceitar qualquer lugar ditado por Gomes ou por Orlando Gaspar. No final da tarde de ontem, Fernando Gomes ainda negociava a presença na lista de Maria José Azevedo. A actual vereadora tinha levantado algumas reservas à sua recandidatura e mostrou-se reticente em aceitar qualquer lugar ditado por Gomes ou por Orlando Gaspar. Mas essa era já a única dúvida numa lista socialista que foi preparada em lume brando e longe do olhar dos jornalistas. Sobretudo porque era muita a curiosidade em saber como se entenderiam dois homens que ainda há pouco tempo não escondiam fortes divergências políticas. Mas essa era já a única dúvida numa lista socialista que foi preparada em lume brando e longe do olhar dos jornalistas. Sobretudo porque era muita a curiosidade em saber como se entenderiam dois homens que ainda há pouco tempo não escondiam fortes divergências políticas. Há um ano e meio, quando ainda era ministro, Gomes criticava Orlando Gaspar por este impedir a renovação do partido no Porto. Gaspar respondia que Gomes certamente nada sabia sobre a cidade e tudo fez para derrotar a candidatura para a concelhia do PS que o ex-presidente da Câmara tinha patrocinado. Há um ano e meio, quando ainda era ministro, Gomes criticava Orlando Gaspar por este impedir a renovação do partido no Porto. Gaspar respondia que Gomes certamente nada sabia sobre a cidade e tudo fez para derrotar a candidatura para a concelhia do PS que o ex-presidente da Câmara tinha patrocinado. Hoje, Gomes e Gaspar estão condenados a entender-se e a lista apresentada para a Câmara do Porto revela o equilíbrio de forças entre os dois: Gomes é o primeiro dessa lista, Gaspar o segundo. O restante elenco responde à lógica de quotas: nos lugares elegíveis, Gaspar introduziu nomes como José Luís Catarino ou Rodrigo Oliveira; Fernando Gomes conseguiu impor no terceiro lugar Manuel Diogo (que foi seu secretário de Estado no Governo), Cristina Pimentel (que ficará com o pelouro da Cultura) e Carvalho Freitas. Hoje, Gomes e Gaspar estão condenados a entender-se e a lista apresentada para a Câmara do Porto revela o equilíbrio de forças entre os dois: Gomes é o primeiro dessa lista, Gaspar o segundo. O restante elenco responde à lógica de quotas: nos lugares elegíveis, Gaspar introduziu nomes como José Luís Catarino ou Rodrigo Oliveira; Fernando Gomes conseguiu impor no terceiro lugar Manuel Diogo (que foi seu secretário de Estado no Governo), Cristina Pimentel (que ficará com o pelouro da Cultura) e Carvalho Freitas. Um aspecto une as candidaturas de Gomes e de Rui Rio: os números três das suas listas vêm da Universidade Lusíada - Paulo Morais (PSD) e Manuel Diogo (PS) são aí professores. Um aspecto une as candidaturas de Gomes e de Rui Rio: os números três das suas listas vêm da Universidade Lusíada - Paulo Morais (PSD) e Manuel Diogo (PS) são aí professores. Se Rui Rio ganhar as eleições de Dezembro, o seu vice-presidente será Paulo Morais - apesar de ele ser número três da lista, em termos de funcionamento interno da Câmara ele ultrapassará Fernando Albuquerque, o número dois indicado pelo PP para a lista da coligação. Se Rui Rio ganhar as eleições de Dezembro, o seu vice-presidente será Paulo Morais - apesar de ele ser número três da lista, em termos de funcionamento interno da Câmara ele ultrapassará Fernando Albuquerque, o número dois indicado pelo PP para a lista da coligação. Os entraves de Paulo Portas Os entraves de Paulo Portas O segundo da lista de Rio esteve para ser Álvaro Castelo Branco, o líder da distrital do PP no Porto. Contudo, depois de terem sido vetados, por ambos os lados da coligação, vários nomes para encabeçar a lista para a Assembleia Municipal (AM), Castelo Branco foi a única solução viável encontrada para esse lugar. O segundo da lista de Rio esteve para ser Álvaro Castelo Branco, o líder da distrital do PP no Porto. Contudo, depois de terem sido vetados, por ambos os lados da coligação, vários nomes para encabeçar a lista para a Assembleia Municipal (AM), Castelo Branco foi a única solução viável encontrada para esse lugar. A primeira opção de Rui Rio foi Manuel Monteiro. Mas Paulo Portas recusou liminarmente a escolha do ex-líder do PP. Depois foi a vez de a direcção nacional do PP indicar o nome de Vasco Morais Soares - uma solução inaceitável para Rio. A semana passada, o PSD propôs Basílio Horta, mas Portas voltou a dizer não, obrigando Álvaro Castelo Branco a abdicar de ser o segundo da lista para a vereação e terminar com o impasse no elenco para a AM. A primeira opção de Rui Rio foi Manuel Monteiro. Mas Paulo Portas recusou liminarmente a escolha do ex-líder do PP. Depois foi a vez de a direcção nacional do PP indicar o nome de Vasco Morais Soares - uma solução inaceitável para Rio. A semana passada, o PSD propôs Basílio Horta, mas Portas voltou a dizer não, obrigando Álvaro Castelo Branco a abdicar de ser o segundo da lista para a vereação e terminar com o impasse no elenco para a AM. Da actual lista de vereadores da coligação PSD/PP, Rui Rio recupera apenas Paulo Cutileiro - um sinal evidente de querer cortar com o passado. O PP nomeia também o sexto da lista da coligação e tem ainda um outro militante na lista - Carlos Abreu Amorim - que, curiosamente, foi escolhido por Rio contra a vontade do próprio PP. Da actual lista de vereadores da coligação PSD/PP, Rui Rio recupera apenas Paulo Cutileiro - um sinal evidente de querer cortar com o passado. O PP nomeia também o sexto da lista da coligação e tem ainda um outro militante na lista - Carlos Abreu Amorim - que, curiosamente, foi escolhido por Rio contra a vontade do próprio PP. RICARDO JORGE PINTO RICARDO JORGE PINTO 15:34 3 Dezembro 2001

enviar imprimir comentar

Inserir Comentário

Sérgio Granadeiro Fernando Gomes (com Jorge Coelho): acordo com PS/Porto Gomes e Gaspar assinam «tratado de Tordesilhas» UMA das incógnitas na corrida à Câmara do Porto era a forma como o candidato socialista, Fernando Gomes, iria gerir a composição da sua lista com Orlando Gaspar, o líder da concelhia do PS. Ontem, os dois chegaram a um acordo: a lista do PS é uma espécie de «tratado de Tordesilhas», onde equilibraram influências e definiram territórios. No PSD, Rui Rio não teve problema em se entender com a estrutura concelhia e nem os aliados do PP levantaram grandes problemas aos nomes escolhidos. No final da tarde de ontem, Fernando Gomes ainda negociava a presença na lista de Maria José Azevedo. A actual vereadora tinha levantado algumas reservas à sua recandidatura e mostrou-se reticente em aceitar qualquer lugar ditado por Gomes ou por Orlando Gaspar. No final da tarde de ontem, Fernando Gomes ainda negociava a presença na lista de Maria José Azevedo. A actual vereadora tinha levantado algumas reservas à sua recandidatura e mostrou-se reticente em aceitar qualquer lugar ditado por Gomes ou por Orlando Gaspar. Mas essa era já a única dúvida numa lista socialista que foi preparada em lume brando e longe do olhar dos jornalistas. Sobretudo porque era muita a curiosidade em saber como se entenderiam dois homens que ainda há pouco tempo não escondiam fortes divergências políticas. Mas essa era já a única dúvida numa lista socialista que foi preparada em lume brando e longe do olhar dos jornalistas. Sobretudo porque era muita a curiosidade em saber como se entenderiam dois homens que ainda há pouco tempo não escondiam fortes divergências políticas. Há um ano e meio, quando ainda era ministro, Gomes criticava Orlando Gaspar por este impedir a renovação do partido no Porto. Gaspar respondia que Gomes certamente nada sabia sobre a cidade e tudo fez para derrotar a candidatura para a concelhia do PS que o ex-presidente da Câmara tinha patrocinado. Há um ano e meio, quando ainda era ministro, Gomes criticava Orlando Gaspar por este impedir a renovação do partido no Porto. Gaspar respondia que Gomes certamente nada sabia sobre a cidade e tudo fez para derrotar a candidatura para a concelhia do PS que o ex-presidente da Câmara tinha patrocinado. Hoje, Gomes e Gaspar estão condenados a entender-se e a lista apresentada para a Câmara do Porto revela o equilíbrio de forças entre os dois: Gomes é o primeiro dessa lista, Gaspar o segundo. O restante elenco responde à lógica de quotas: nos lugares elegíveis, Gaspar introduziu nomes como José Luís Catarino ou Rodrigo Oliveira; Fernando Gomes conseguiu impor no terceiro lugar Manuel Diogo (que foi seu secretário de Estado no Governo), Cristina Pimentel (que ficará com o pelouro da Cultura) e Carvalho Freitas. Hoje, Gomes e Gaspar estão condenados a entender-se e a lista apresentada para a Câmara do Porto revela o equilíbrio de forças entre os dois: Gomes é o primeiro dessa lista, Gaspar o segundo. O restante elenco responde à lógica de quotas: nos lugares elegíveis, Gaspar introduziu nomes como José Luís Catarino ou Rodrigo Oliveira; Fernando Gomes conseguiu impor no terceiro lugar Manuel Diogo (que foi seu secretário de Estado no Governo), Cristina Pimentel (que ficará com o pelouro da Cultura) e Carvalho Freitas. Um aspecto une as candidaturas de Gomes e de Rui Rio: os números três das suas listas vêm da Universidade Lusíada - Paulo Morais (PSD) e Manuel Diogo (PS) são aí professores. Um aspecto une as candidaturas de Gomes e de Rui Rio: os números três das suas listas vêm da Universidade Lusíada - Paulo Morais (PSD) e Manuel Diogo (PS) são aí professores. Se Rui Rio ganhar as eleições de Dezembro, o seu vice-presidente será Paulo Morais - apesar de ele ser número três da lista, em termos de funcionamento interno da Câmara ele ultrapassará Fernando Albuquerque, o número dois indicado pelo PP para a lista da coligação. Se Rui Rio ganhar as eleições de Dezembro, o seu vice-presidente será Paulo Morais - apesar de ele ser número três da lista, em termos de funcionamento interno da Câmara ele ultrapassará Fernando Albuquerque, o número dois indicado pelo PP para a lista da coligação. Os entraves de Paulo Portas Os entraves de Paulo Portas O segundo da lista de Rio esteve para ser Álvaro Castelo Branco, o líder da distrital do PP no Porto. Contudo, depois de terem sido vetados, por ambos os lados da coligação, vários nomes para encabeçar a lista para a Assembleia Municipal (AM), Castelo Branco foi a única solução viável encontrada para esse lugar. O segundo da lista de Rio esteve para ser Álvaro Castelo Branco, o líder da distrital do PP no Porto. Contudo, depois de terem sido vetados, por ambos os lados da coligação, vários nomes para encabeçar a lista para a Assembleia Municipal (AM), Castelo Branco foi a única solução viável encontrada para esse lugar. A primeira opção de Rui Rio foi Manuel Monteiro. Mas Paulo Portas recusou liminarmente a escolha do ex-líder do PP. Depois foi a vez de a direcção nacional do PP indicar o nome de Vasco Morais Soares - uma solução inaceitável para Rio. A semana passada, o PSD propôs Basílio Horta, mas Portas voltou a dizer não, obrigando Álvaro Castelo Branco a abdicar de ser o segundo da lista para a vereação e terminar com o impasse no elenco para a AM. A primeira opção de Rui Rio foi Manuel Monteiro. Mas Paulo Portas recusou liminarmente a escolha do ex-líder do PP. Depois foi a vez de a direcção nacional do PP indicar o nome de Vasco Morais Soares - uma solução inaceitável para Rio. A semana passada, o PSD propôs Basílio Horta, mas Portas voltou a dizer não, obrigando Álvaro Castelo Branco a abdicar de ser o segundo da lista para a vereação e terminar com o impasse no elenco para a AM. Da actual lista de vereadores da coligação PSD/PP, Rui Rio recupera apenas Paulo Cutileiro - um sinal evidente de querer cortar com o passado. O PP nomeia também o sexto da lista da coligação e tem ainda um outro militante na lista - Carlos Abreu Amorim - que, curiosamente, foi escolhido por Rio contra a vontade do próprio PP. Da actual lista de vereadores da coligação PSD/PP, Rui Rio recupera apenas Paulo Cutileiro - um sinal evidente de querer cortar com o passado. O PP nomeia também o sexto da lista da coligação e tem ainda um outro militante na lista - Carlos Abreu Amorim - que, curiosamente, foi escolhido por Rio contra a vontade do próprio PP. RICARDO JORGE PINTO RICARDO JORGE PINTO 15:34 3 Dezembro 2001

enviar imprimir comentar

Inserir Comentário

marcar artigo