PS fala em "devastação causada pelo furacão da direita"

25-09-2004
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PS Fala em "Devastação Causada pelo Furacão da Direita"

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sexta-feira, 17 de Setembro de 2004

A situação vivida no ensino nesta época de arranque de ano escolar é a de "devastação causada pelo furacão da direita" e está "muito longe de circunscrever-se à dimensão da colocação dos professores", defendeu, ontem, Augusto Santos Silva, deputado do PS e antigo ministro da Educação, ao intervir no hemiciclo da Assembleia da República, a propósito do início das aulas, que foi também criticado pelos restantes partidos da oposição, ficando a defesa do Governo a cargo de Fernando Charrua, do PSD, enquanto o CDS nem sequer interveio.

Começando por referir-se aos atrasos na colocação de professores, Santos Silva considerou tratar-se de "um fracasso monumental", que se deve ao facto de o novo sistema ter sido posto em prática sem ter sido testado, gerando-se assim "o caos absoluto". O ex-ministro considerou ainda que "o fracasso" se deve igualmente "ao autismo do Governo", isto porque "já em 2003-2004 a colocação e o destacamento de docentes tinha sido prejudicado por erros em operações escandalosas de favorecimento pessoal", apesar de ter sido alertado pelos parceiros sociais para "os riscos do excessivo voluntarismo". Mas, segundo Santos Silva, "o ministério sempre se recusou" a "perceber a dimensão do problema, querendo reduzi-lo a meras anomalias técnicas".

Além da colocação dos professores, Santos Silva lembrou o arranque da reforma curricular e a falta de meios nas escolas por causa de o Governo ter uma política de "financismo de pequena mercearia". E concluiu: "O caos está instalado e sabemos quem o instalou: foi a governação arrogante e incompetente da coligação PSD-PP." Frisando que se trata de um problema político e que a responsabilidade é do anterior primeiro-ministro, do actual primeiro-ministro e da ministra da Educação, disparou: "A ministra está escondida, mandou o secretário de Estado. Houve tempo em que ia o primeiro-ministro. Onde está hoje o primeiro-ministro? Está escondido."

Já no período de respostas, Santos Silva subscreveu as palavras do deputado do BE Teixeira Lopes e defendeu também que a situação actual tem "um efeito devastador para a escola pública", já que "nas particulares abriu porque as colocações não resultam do sistema de colocações inventado pelo Governo".

A acusação de que o objectivo do Governo é a descredibilização da escola pública foi lançada por Teixeira Lopes, depois deste deputado do BE ter acusado: "A ministra da Educação fugiu, faltou." Classificando a situação existente de "trapalhada", considerou que "o Governo que se fez em nome da estabilidade é o Governo que dissemina instabilidade". Já depois do debate em plenário, o BE exigiu a presença da ministra no Parlamento.

Já Luísa Mesquita, do PCP, considerou que se está perante a demonstração "da maior incompetência e maior leviandade". Sustentando que "não se trata do início do ano lectivo porque não houve", defendeu que a colocação de professores só estará concluída em Outubro.

PS Fala em "Devastação Causada pelo Furacão da Direita"

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Sexta-feira, 17 de Setembro de 2004

A situação vivida no ensino nesta época de arranque de ano escolar é a de "devastação causada pelo furacão da direita" e está "muito longe de circunscrever-se à dimensão da colocação dos professores", defendeu, ontem, Augusto Santos Silva, deputado do PS e antigo ministro da Educação, ao intervir no hemiciclo da Assembleia da República, a propósito do início das aulas, que foi também criticado pelos restantes partidos da oposição, ficando a defesa do Governo a cargo de Fernando Charrua, do PSD, enquanto o CDS nem sequer interveio.

Começando por referir-se aos atrasos na colocação de professores, Santos Silva considerou tratar-se de "um fracasso monumental", que se deve ao facto de o novo sistema ter sido posto em prática sem ter sido testado, gerando-se assim "o caos absoluto". O ex-ministro considerou ainda que "o fracasso" se deve igualmente "ao autismo do Governo", isto porque "já em 2003-2004 a colocação e o destacamento de docentes tinha sido prejudicado por erros em operações escandalosas de favorecimento pessoal", apesar de ter sido alertado pelos parceiros sociais para "os riscos do excessivo voluntarismo". Mas, segundo Santos Silva, "o ministério sempre se recusou" a "perceber a dimensão do problema, querendo reduzi-lo a meras anomalias técnicas".

Além da colocação dos professores, Santos Silva lembrou o arranque da reforma curricular e a falta de meios nas escolas por causa de o Governo ter uma política de "financismo de pequena mercearia". E concluiu: "O caos está instalado e sabemos quem o instalou: foi a governação arrogante e incompetente da coligação PSD-PP." Frisando que se trata de um problema político e que a responsabilidade é do anterior primeiro-ministro, do actual primeiro-ministro e da ministra da Educação, disparou: "A ministra está escondida, mandou o secretário de Estado. Houve tempo em que ia o primeiro-ministro. Onde está hoje o primeiro-ministro? Está escondido."

Já no período de respostas, Santos Silva subscreveu as palavras do deputado do BE Teixeira Lopes e defendeu também que a situação actual tem "um efeito devastador para a escola pública", já que "nas particulares abriu porque as colocações não resultam do sistema de colocações inventado pelo Governo".

A acusação de que o objectivo do Governo é a descredibilização da escola pública foi lançada por Teixeira Lopes, depois deste deputado do BE ter acusado: "A ministra da Educação fugiu, faltou." Classificando a situação existente de "trapalhada", considerou que "o Governo que se fez em nome da estabilidade é o Governo que dissemina instabilidade". Já depois do debate em plenário, o BE exigiu a presença da ministra no Parlamento.

Já Luísa Mesquita, do PCP, considerou que se está perante a demonstração "da maior incompetência e maior leviandade". Sustentando que "não se trata do início do ano lectivo porque não houve", defendeu que a colocação de professores só estará concluída em Outubro.

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