CDS devolve críticas ao PSD sobre imigração

12-10-2003
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CDS Devolve Críticas ao PSD Sobre Imigração

Por HELENA PEREIRA

Domingo, 28 de Setembro de 2003 O CDS aproveitou ontem o congresso para defender com ferocidade o seu líder, Paulo Portas, que foi criticado por um colega de Governo por causa do discurso sobre imigração que fez na "rentrée" do CDS. O secretário de Estado-adjunto da Presidência do Conselho de Ministros, Feliciano Barreiras Duarte, indicado pelo PSD, classificou de "extremistas" as palavras de Portas sobre restrições na política de entradas e ontem, pela primeira vez e num ambiente partidário, as críticas foram devolvidas. "Sempre que um político de direita fala de imigração ou do direito à vida cai-nos em cima o politicamente correcto", começou por afirmar o líder parlamentar Telmo Correia. Sem nomear o destinatário, acrescentou: "Há gente que está ou devia estar connosco que sempre que isso acontece cede ao PC, não o Partido Comunista, mas ao politicamente correcto". Segundo o deputado, são pessoas que apenas se preocupam com "as setas a subir" nos jornais e a dar entrevistas e "se tornam importantes de um momento para o outro sem que ninguém tivesse dado por elas antes". Na mesma onda, também o antigo deputado e dirigente dos Trabalhadores Democrata-Cristãos, Moura e Silva, se dirigiu a Barreiras Duarte. "Não me recordo do nome do secretário de Estado que tem a seu cargo a integração dos imigrantes, até agora nunca fez nada a não ser dar uma entrevista [ao PÚBLICO em que criticou Portas]" em que "feriu" o CDS, disse. "Se não sabe, exigimos que venha ao Porto constatar os imigrantes que todos os dias estendem a mão à caridade. É essa a política de integração que os senhores querem?", questionou Moura e Silva. Basílio Horta tinha citado Amaro da Costa na véspera, que afirmava que, numa coligação governamental como a AD, o unanimismo pode ser perigoso. Ontem, primeiro dia do congresso do CDS, as palavras de Amaro da Costa tiveram também eco nas bases do partido. Os fogos e a saúde foram dois dos temas que provocaram o descontentamento público dos congressistas. Jorge Varandas dirigiu-se ao Ministério da Saúde de Luís Filipe Pereira, lamentando que não se veja "um investimento rigoroso" no Serviço Nacional de Saúde em vez do "esquecimento". E avisou que o CDS "está atento" à resolução das listas de espera nos hospitais pois isso faz parte dos compromissos eleitorais deste partido. Herculano Gonçalves, deputado eleito por Santarém, queixou-se das "insuficiências" da Protecção Civil e das administrações regionais de Agricultura ao longo da temporada de fogos que assolou aquele distrito. A secretária de Estado da Educação, Mariana Cascais, também não escapou à língua afiada. Um dos participantes questionou as mudanças que esta secretária de Estado indicada pelo CDS-PP introduziu no ensino de português no estrangeiro. Mariana Cascais, "que parece pertencer ao nosso partido", terá substituído professores de português por professores de matemática e educação física no ensino do português no estrangeiro e foi isso mesmo que aquele congressista quis denunciar. José Manuel Rodrigues, líder do CDS-PP na Madeira (que não faz, nem fará, coligação com o PSD regional), alertou, por seu lado, para os riscos de diminuição de influência do partido nacional por estar em coligação com os sociais-democratas. "Como há vida para além deste orçamento, tem que haver CDS para além desta coligação", afirmou, sustentando: "Devemos manter a coligação, mas não podemos ceder à tentação de uma fusão ou a cedências na doutrina". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Portas quer Governar até 2010

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