Governo prepara acções de formação para comunidade cigana

09-05-2004
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Governo Prepara Acções de Formação para Comunidade Cigana

Por LUSA

Domingo, 01 de Fevereiro de 2004

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Presidência revelou sexta-feira que o Governo está a preparar acções de formação para elementos da comunidade cigana em Portugal, de modo a minorar a sua dependência da venda ambulante.

Falando em Alcobaça, à margem de uma conferência sobre imigração e integração, Feliciano Barreiras Duarte considerou a população cigana, que atinge as 50 mil pessoas, a "única verdadeira minoria étnica" em Portugal.

Reconhecendo a situação de precariedade e de "quase sobrevivência" dos seus elementos, Feliciano Duarte revelou que o Governo está a preparar "oportunidades de formação" para quem queira deixar a venda ambulante, "uma actividade tradicional que está em declínio".

Em paralelo, está prevista a "harmonização da regulamentação" dos vendedores em todas as autarquias, explicou, admitindo que em alguns municípios "são criadas dificuldades desnecessárias" à regularização dos vendedores de origem cigana.

De modo a impedir o seu ingresso nos circuitos da delinquência e da marginalidade, Feliciano Barreiras Duarte apelou às famílias de etnia cigana para colocarem os seus filhos nas escolas, prometendo eliminar quaisquer problemas de discriminação que possam verificar- se.

"Sem educação e formação é impossível pensar num futuro diferente para essas crianças", afirmou, apelando ainda aos autarcas a que dêem prioridade à construção de habitação social para estas comunidades.

"As autarquias têm de apostar nesta matéria de modo a promover a sua integração", considerou Feliciano Barreiras Duarte, reconhecendo que ainda existem alguns anticorpos de parte da população portuguesa face aos ciganos.

"Tenho muita pena que algumas pessoas ainda olhem de lado para esta população", lamentou este responsável.

Sobre a quota de 6.500 novos imigrantes estabelecida pelo Governo, o secretário de Estado admitiu a sua ampliação desde que o número de oportunidades de emprego também seja maior do que o previsto. No entanto, estas quotas não condicionam os processos de legalização que reúnam as condições previstas nem as iniciativas de reagrupamento familiar, explicou.

Tratam-se de "medidas humanistas" que visam "facilitar a integração de quem já produziu e merece", sublinhou Feliciano Barreiras Duarte, rejeitando abordar o tema de imigração como uma "questão ideológica" ou de "arremesso partidário".

Confrontado pela Agência Lusa com algumas críticas de sectores católicos às Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros, acusando-as de dificultar o reconhecimento dos imigrantes formados nestas áreas, Feliciano reconheceu que "algumas instituições têm de perceber que os imigrantes representam uma oportunidades em áreas de trabalho em que somos mais débeis".

Governo Prepara Acções de Formação para Comunidade Cigana

Por LUSA

Domingo, 01 de Fevereiro de 2004

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Presidência revelou sexta-feira que o Governo está a preparar acções de formação para elementos da comunidade cigana em Portugal, de modo a minorar a sua dependência da venda ambulante.

Falando em Alcobaça, à margem de uma conferência sobre imigração e integração, Feliciano Barreiras Duarte considerou a população cigana, que atinge as 50 mil pessoas, a "única verdadeira minoria étnica" em Portugal.

Reconhecendo a situação de precariedade e de "quase sobrevivência" dos seus elementos, Feliciano Duarte revelou que o Governo está a preparar "oportunidades de formação" para quem queira deixar a venda ambulante, "uma actividade tradicional que está em declínio".

Em paralelo, está prevista a "harmonização da regulamentação" dos vendedores em todas as autarquias, explicou, admitindo que em alguns municípios "são criadas dificuldades desnecessárias" à regularização dos vendedores de origem cigana.

De modo a impedir o seu ingresso nos circuitos da delinquência e da marginalidade, Feliciano Barreiras Duarte apelou às famílias de etnia cigana para colocarem os seus filhos nas escolas, prometendo eliminar quaisquer problemas de discriminação que possam verificar- se.

"Sem educação e formação é impossível pensar num futuro diferente para essas crianças", afirmou, apelando ainda aos autarcas a que dêem prioridade à construção de habitação social para estas comunidades.

"As autarquias têm de apostar nesta matéria de modo a promover a sua integração", considerou Feliciano Barreiras Duarte, reconhecendo que ainda existem alguns anticorpos de parte da população portuguesa face aos ciganos.

"Tenho muita pena que algumas pessoas ainda olhem de lado para esta população", lamentou este responsável.

Sobre a quota de 6.500 novos imigrantes estabelecida pelo Governo, o secretário de Estado admitiu a sua ampliação desde que o número de oportunidades de emprego também seja maior do que o previsto. No entanto, estas quotas não condicionam os processos de legalização que reúnam as condições previstas nem as iniciativas de reagrupamento familiar, explicou.

Tratam-se de "medidas humanistas" que visam "facilitar a integração de quem já produziu e merece", sublinhou Feliciano Barreiras Duarte, rejeitando abordar o tema de imigração como uma "questão ideológica" ou de "arremesso partidário".

Confrontado pela Agência Lusa com algumas críticas de sectores católicos às Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros, acusando-as de dificultar o reconhecimento dos imigrantes formados nestas áreas, Feliciano reconheceu que "algumas instituições têm de perceber que os imigrantes representam uma oportunidades em áreas de trabalho em que somos mais débeis".

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