Eugénio Marinho renuncia ao mandato de vereador na Câmara de Fafe

30-08-2003
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Eugénio Marinho Renuncia ao Mandato de Vereador na Câmara de Fafe

Por NELSON MARQUES

Sábado, 23 de Agosto de 2003

O deputado social-democrata na Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Fafe, Eugénio Marinho vai renunciar ao seu papel na autarquia fafense, alegando impossibilidade de conciliar a presença nas reuniões do executivo com o seu trabalho parlamentar. Contactado pelo PÚBLICO, Marinho confirmou que anteontem marcou presença pela última vez na reunião quinzenal, devendo apresentar "nos próximos dias" o pedido de renúncia, depois de se reunir com a comissão política concelhia de Fafe do PSD.

"Gostava imenso de cumprir o mandato para o qual fui eleito, mas vou ter que renunciar. Não tenho outra alternativa. Não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, e não posso faltar em Lisboa para estar em Fafe, ou vice-versa", comentou o deputado "laranja", que deixou críticas à postura do presidente da CMF, o socialista José Ribeiro. "Tinha o mandato suspenso, retomei-o no final de Julho, no período das férias parlamentares, e solicitei mais uma vez ao presidente que mudasse o dia da reunião semanal, mas ele não concordou. Não há nenhum argumento. Acho que foi má-vontade".

O parlamentar lamenta a decisão, afirmando que, enquanto deputado, "podia ser útil à câmara e ao concelho" e dá o exemplo de outros municípios - "em Espinho, por exemplo, a reunião é à sexta para o meu colega Luís Montenegro poder participar" - onde as sessões quinzenais do executivo tentam conciliar o trabalho do vereador/deputado. "Sinceramente, acho que sou muito incómodo. Aquilo em que posso ser útil é inconveniente para o poder", sentenciou.

Confrontado com as declarações do (ainda) vereador social-democrata, José Ribeiro lembra que já em Junho de 2001, em plena pré-campanha para as últimas eleições autárquicas, o então candidato do PSD à presidência da autarquia havia afirmado que, caso perdesse as eleições, "não ficaria muito tempo na câmara, ou seja, renunciaria ao seu mandato". "Disse-lhe apenas para ser coerente com aquilo que afirmara. Quando se candidatou à AR, já era vereador e já sabia do compromisso que havia assumido com o executivo de Fafe", sustentou o edil.

Ribeiro referiu que esta foi a "terceira ou quarta vez" que Eugénio Marinho pediu a alteração da data da reunião da autarquia, mas lembrou que os restantes membros do executivo têm, desde 1998, "a sua vida organizada para este dia [quinta-feira] e esta hora". O autarca socialista reagiu ainda à propalada "incomodidade" do seu adversário político. "É muito convencimento da parte dele estar a valorizar-se desta maneira. Sabemos que o Dr. Eugénio Marinho estava à procura de um pretexto para renunciar ao mandato. Não temos dificuldade em dar-lhe esse pretexto, que é para consumo interno do seu partido. Ao não alterar a data da reunião, estamos a ajudá-lo a resolver um problema dele".

Eugénio Marinho será substituído por Alberto Lobo, que tomou o lugar do deputado "social-democrata" nos cerca de oito meses em que este suspendeu o seu mandato autárquico.

Eugénio Marinho Renuncia ao Mandato de Vereador na Câmara de Fafe

Por NELSON MARQUES

Sábado, 23 de Agosto de 2003

O deputado social-democrata na Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Fafe, Eugénio Marinho vai renunciar ao seu papel na autarquia fafense, alegando impossibilidade de conciliar a presença nas reuniões do executivo com o seu trabalho parlamentar. Contactado pelo PÚBLICO, Marinho confirmou que anteontem marcou presença pela última vez na reunião quinzenal, devendo apresentar "nos próximos dias" o pedido de renúncia, depois de se reunir com a comissão política concelhia de Fafe do PSD.

"Gostava imenso de cumprir o mandato para o qual fui eleito, mas vou ter que renunciar. Não tenho outra alternativa. Não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, e não posso faltar em Lisboa para estar em Fafe, ou vice-versa", comentou o deputado "laranja", que deixou críticas à postura do presidente da CMF, o socialista José Ribeiro. "Tinha o mandato suspenso, retomei-o no final de Julho, no período das férias parlamentares, e solicitei mais uma vez ao presidente que mudasse o dia da reunião semanal, mas ele não concordou. Não há nenhum argumento. Acho que foi má-vontade".

O parlamentar lamenta a decisão, afirmando que, enquanto deputado, "podia ser útil à câmara e ao concelho" e dá o exemplo de outros municípios - "em Espinho, por exemplo, a reunião é à sexta para o meu colega Luís Montenegro poder participar" - onde as sessões quinzenais do executivo tentam conciliar o trabalho do vereador/deputado. "Sinceramente, acho que sou muito incómodo. Aquilo em que posso ser útil é inconveniente para o poder", sentenciou.

Confrontado com as declarações do (ainda) vereador social-democrata, José Ribeiro lembra que já em Junho de 2001, em plena pré-campanha para as últimas eleições autárquicas, o então candidato do PSD à presidência da autarquia havia afirmado que, caso perdesse as eleições, "não ficaria muito tempo na câmara, ou seja, renunciaria ao seu mandato". "Disse-lhe apenas para ser coerente com aquilo que afirmara. Quando se candidatou à AR, já era vereador e já sabia do compromisso que havia assumido com o executivo de Fafe", sustentou o edil.

Ribeiro referiu que esta foi a "terceira ou quarta vez" que Eugénio Marinho pediu a alteração da data da reunião da autarquia, mas lembrou que os restantes membros do executivo têm, desde 1998, "a sua vida organizada para este dia [quinta-feira] e esta hora". O autarca socialista reagiu ainda à propalada "incomodidade" do seu adversário político. "É muito convencimento da parte dele estar a valorizar-se desta maneira. Sabemos que o Dr. Eugénio Marinho estava à procura de um pretexto para renunciar ao mandato. Não temos dificuldade em dar-lhe esse pretexto, que é para consumo interno do seu partido. Ao não alterar a data da reunião, estamos a ajudá-lo a resolver um problema dele".

Eugénio Marinho será substituído por Alberto Lobo, que tomou o lugar do deputado "social-democrata" nos cerca de oito meses em que este suspendeu o seu mandato autárquico.

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