"The New York Times" Divulga Processo da Casa Pia
Sexta-feira, 10 de Outubro de 2003
Em entrevista ao jornal norte-americano "The New York Times", a provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, garantiu que alguns dos menores que foram vítimas de abuso sexual sofrem de deficiências físicas. "Os músculos foram forçados e os tecidos rasgados, e algumas [crianças] perderam o controlo dos esfíncteres", declarou a responsável da instituição, citada num longo artigo publicado ontem no conceituado diário.
Intitulado "Escândalo de pedofilia em escola abala sociedade portuguesa", o texto aponta detalhadamente os contornos do processo Casa Pia e reserva alguns parágrafos para a explicação das investigações realizadas pelo Ministério Público e para as diligências do juiz de instrução, Rui Teixeira. São ainda revelados os nomes dos arguidos do processo de pedofilia e destacadas as detenções de Carlos Cruz e Paulo Pedroso: "Pelo menos, cinco proeminentes membros da sociedade portuguesa foram já detidos, incluindo a mais famosa personalidade televisiva, Carlos Cruz, e o número dois da oposição política, Paulo Pedroso, de 38 anos. Pedroso foi libertado no dia 8 e aguarda julgamento. Saiu da prisão directamente para o edifício do Parlamento, onde o Partido Socialista o recebeu calorosamente", pode ler-se.
O trabalho jornalístico refere também que o caso "dividiu os socialistas e abalou a confiança no seu líder, Eduardo Ferro Rodrigues, despertando preocupações sobre os resultados do seu partido nas próximas eleições legislativas, em 2006".
Para além de Catalina Pestana, também Pedro Namora e Américo Henriques (mestre Américo) prestaram declarações ao "The New York Times", dando conta das suas contribuições na investigação que levou à abertura do processo da Casa Pia. Num remate pessimista, o artigo termina afirmando que "muitos portugueses temem que os adultos responsáveis pelos abusos escapem à justiça". E ilustra a desconfiança da opinião pública com uma frase de mestre Américo: "Existe um medo que ninguém vai pagar".
Maria José Oliveira
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"The New York Times" Divulga Processo da Casa Pia
Sexta-feira, 10 de Outubro de 2003
Em entrevista ao jornal norte-americano "The New York Times", a provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, garantiu que alguns dos menores que foram vítimas de abuso sexual sofrem de deficiências físicas. "Os músculos foram forçados e os tecidos rasgados, e algumas [crianças] perderam o controlo dos esfíncteres", declarou a responsável da instituição, citada num longo artigo publicado ontem no conceituado diário.
Intitulado "Escândalo de pedofilia em escola abala sociedade portuguesa", o texto aponta detalhadamente os contornos do processo Casa Pia e reserva alguns parágrafos para a explicação das investigações realizadas pelo Ministério Público e para as diligências do juiz de instrução, Rui Teixeira. São ainda revelados os nomes dos arguidos do processo de pedofilia e destacadas as detenções de Carlos Cruz e Paulo Pedroso: "Pelo menos, cinco proeminentes membros da sociedade portuguesa foram já detidos, incluindo a mais famosa personalidade televisiva, Carlos Cruz, e o número dois da oposição política, Paulo Pedroso, de 38 anos. Pedroso foi libertado no dia 8 e aguarda julgamento. Saiu da prisão directamente para o edifício do Parlamento, onde o Partido Socialista o recebeu calorosamente", pode ler-se.
O trabalho jornalístico refere também que o caso "dividiu os socialistas e abalou a confiança no seu líder, Eduardo Ferro Rodrigues, despertando preocupações sobre os resultados do seu partido nas próximas eleições legislativas, em 2006".
Para além de Catalina Pestana, também Pedro Namora e Américo Henriques (mestre Américo) prestaram declarações ao "The New York Times", dando conta das suas contribuições na investigação que levou à abertura do processo da Casa Pia. Num remate pessimista, o artigo termina afirmando que "muitos portugueses temem que os adultos responsáveis pelos abusos escapem à justiça". E ilustra a desconfiança da opinião pública com uma frase de mestre Américo: "Existe um medo que ninguém vai pagar".
Maria José Oliveira