PS contra política de "total seguidismo"

04-02-2003
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PS Contra Política de "Total Seguidismo"

Por S.J.A. E H.P.

Sábado, 01 de Fevereiro de 2003

A carta-aberta de apoio a Bush mereceu a oposição do PS, que insiste numa acção no seio da ONU

A participação do primeiro-ministro português, ao lado de mais seis chefes de Governo e um chefe de Estado, na elaboração de uma carta aberta de apoio a George W. Bush, publicada pelo "Wall Street Journal", acabou por ser apenas um dos momentos do debate parlamentar que levou José Manuel Durão Barroso ao hemiciclo de São Bento.

Logo a abrir as perguntas, o secretário-geral do PS, Eduardo Ferro Rodrigues, fez questão de criticar a iniciativa, "não tanto pelo conteúdo", mas por esta atitude isolada de cinco governantes de Estados-membros dar "um contributo para o estilhaçar da União Europeia, no ponto em que ela ainda é mais frágil, que é o da política externa comum". O líder do PS afirmou mesmo: "Estamos contra uma posição de total seguidismo."

Insistindo na necessidade de que não haja nenhuma acção de guerra preventiva unilateral, Ferro Rodrigues defendeu que qualquer acção contra o Iraque deverá ser feita apenas no seio e de acordo com as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas - o PS foi, aliás, o único partido a assumir esta posição, já que a maioria admite, em último recurso, acções decididas apenas no âmbito da Nato e o PCP, o Bloco de Esquerda e "Os Verdes" estão contra qualquer espécie de intervenção armada contra o Iraque.

O próprio Ferro Rodrigues tinha assumido que não havia divergências quanto ao conteúdo, mas apenas contra o facto de Durão ter quebrado a unidade da Europa. Mas Durão insistiu com os socialistas para que se demarcassem de uma política de boas relações transatlânticas. E recusou qualquer responsabilidade no estilhaçar da unidade europeia, argumentando que quem agiu primeiro isolado foi a Alemanha e a França que, sem consultar nenhum parceiro europeu, tomaram posição contra qualquer guerra preventiva unilateral. E rematou: "A união da Europa não deve ser feita à custa da relação transatlântica."

Em sua defesa e da carta aberta de que é co-autor - foi manifesto o empenho de Durão em referir as suas contribuições em linhas e parágrafos para o documento, bem com em referir os telefonemas que mantém com Bush -, o primeiro-ministro fez questão de repeti, por várias vezes, que o seu antecessor, o ex-primeiro-ministro socialista António Guterres, apoiou a acção unilateral da Nato no Kosovo, sem que o Conselho de Segurança da ONU se pronunciasse previamente e só indo à Assembleia da República doze dias depois.

PS Contra Política de "Total Seguidismo"

Por S.J.A. E H.P.

Sábado, 01 de Fevereiro de 2003

A carta-aberta de apoio a Bush mereceu a oposição do PS, que insiste numa acção no seio da ONU

A participação do primeiro-ministro português, ao lado de mais seis chefes de Governo e um chefe de Estado, na elaboração de uma carta aberta de apoio a George W. Bush, publicada pelo "Wall Street Journal", acabou por ser apenas um dos momentos do debate parlamentar que levou José Manuel Durão Barroso ao hemiciclo de São Bento.

Logo a abrir as perguntas, o secretário-geral do PS, Eduardo Ferro Rodrigues, fez questão de criticar a iniciativa, "não tanto pelo conteúdo", mas por esta atitude isolada de cinco governantes de Estados-membros dar "um contributo para o estilhaçar da União Europeia, no ponto em que ela ainda é mais frágil, que é o da política externa comum". O líder do PS afirmou mesmo: "Estamos contra uma posição de total seguidismo."

Insistindo na necessidade de que não haja nenhuma acção de guerra preventiva unilateral, Ferro Rodrigues defendeu que qualquer acção contra o Iraque deverá ser feita apenas no seio e de acordo com as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas - o PS foi, aliás, o único partido a assumir esta posição, já que a maioria admite, em último recurso, acções decididas apenas no âmbito da Nato e o PCP, o Bloco de Esquerda e "Os Verdes" estão contra qualquer espécie de intervenção armada contra o Iraque.

O próprio Ferro Rodrigues tinha assumido que não havia divergências quanto ao conteúdo, mas apenas contra o facto de Durão ter quebrado a unidade da Europa. Mas Durão insistiu com os socialistas para que se demarcassem de uma política de boas relações transatlânticas. E recusou qualquer responsabilidade no estilhaçar da unidade europeia, argumentando que quem agiu primeiro isolado foi a Alemanha e a França que, sem consultar nenhum parceiro europeu, tomaram posição contra qualquer guerra preventiva unilateral. E rematou: "A união da Europa não deve ser feita à custa da relação transatlântica."

Em sua defesa e da carta aberta de que é co-autor - foi manifesto o empenho de Durão em referir as suas contribuições em linhas e parágrafos para o documento, bem com em referir os telefonemas que mantém com Bush -, o primeiro-ministro fez questão de repeti, por várias vezes, que o seu antecessor, o ex-primeiro-ministro socialista António Guterres, apoiou a acção unilateral da Nato no Kosovo, sem que o Conselho de Segurança da ONU se pronunciasse previamente e só indo à Assembleia da República doze dias depois.

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