As figuras do Coliseu

20-11-2002
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As Figuras do Coliseu

Por ANA SÁ LOPES

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2002 Ferro Rodrigues O federador Sai do Congresso do Coliseu de Lisboa com um reforço de confiança do partido, anunciando que se volta a recandidatar à liderança no Congresso de 2004. Obviamente, só Deus e o Grande Arquitecto sabem se a proclamação de que será o candidato a primeiro-ministro nas legislativas de 2005 tem condições para se cumprir. Ferro apresentou-se combativo e demonstrou vontade de renovar o partido, quer em métodos, quer em pessoal político. Satisfez o coração de esquerda, mantendo no entanto significativas pontes com todos os que consideram que para chegar ao poder o PS tem que falar para o centro. O "melting pot" foi evidente nos discursos e nos posicionamentos. Para já, Ferro é o "grande federador". O resultado segue dentro de momentos. Manuel Alegre A vitória do coração Mesmo que não tenha consigo a razão, terá sempre o coração do partido. É um dos grandes vencedores do congresso de ontem, que marcou o seu regresso às reuniões magnas e aos órgãos nacionais do PS. A sua intervenção no Congresso foi feita em lugar de honra, logo a seguir ao secretário-geral Ferro Rodrigues e ao presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César. Num discurso em que combateu o "recentramento partidário" defendido por Jaime Gama, José Sócrates e Pina Moura, entre outros, foi aplaudido entusiasticamente por toda a plateia. Acredita profundamente na capacidade de Ferro Rodrigues virar o partido à esquerda e romper com os vícios do guterrismo e do pensamento "social-cristão". Ainda que a história do PS não seja património de ninguém, pertence a uns mais do que a outros. Jorge Coelho Sai, mas fica Abandona o secretariado nacional por sua vontade, mas Ferro Rodrigues reservou-lhe um lugar de peso na Comissão Política, onde ficará encarregado de preparar as autárquicas de 2004. Jorge Coelho, o antigo braço-direito de António Guterres, sai do núcleo estratégico do PS, mas mantém ao dispor do secretário-geral os seus amplos conhecimentos em tudo o que respeita ao trabalho com as bases partidárias, vulgo aparelho. O lugar de Jorge Coelho não pode ser confundido com uma prateleira, porque quando ocorrer o próximo Congresso em 2004, o clima já será de pré-campanha autárquica. Apesar do lugar de relevo que Ferro lhe reservou, Jorge Coelho viu muitos dos seus "homens" serem afastados da Comissão Nacional. António Costa Um dirigente em trânsito Fica no secretariado, mas sairá da liderança parlamentar no fim da sessão legislativa, na prática em Junho de 2003. Continua, assim, no núcleo duro de Ferro Rodrigues um dos homens que, apesar do seu passado de militante da causa "sampaísta", menos paciência tem para as discussões internas relativas à esquerda ou à direita, considerando-as matérias de "circulação rodoviária" e defendendo que o PS deve falar para todos os eleitorados. É proto-candidato a cabeça de lista do Parlamento Europeu ou, em alternativa, à Câmara Municipal de Lisboa. Se Pedro Santana Lopes se demitir por causa do Casino de Lisboa e forçar eleições para a Câmara, caberá a António Costa esse difícil papel? Henrique Neto, o resistente Apesar do reduzido número de votos que obteve, apresentou no Congresso uma das moções mais estimulantes e de ruptura com o passado recente do Partido Socialista. Não se opondo à liderança de Ferro Rodrigues, o histórico industrial "vermelho" da Marinha Grande que se juntou ao PS com os Estados Gerais de António Guterres, foi defender as propostas que pensa que o PS deve agarrar (nomeadamente a taxa Tobin, que é a cobrança de um por cento das transacções comerciais realizadas nos países desenvolvidos para apoio ao terceiro mundo), fazendo um ataque brutal ao "bloco central dos interesses" e ao actual modelo de desenvolvimento. Ana Gomes, Uma "heroína" na direcção PS De Jacarta para a direcção do PS, a diplomata quase alcandorada a heroína nacional durante o processo de transição de Timor-Leste alistou-se nas tropas de Ferro Rodrigues. A excelente imagem de combatividade que Ana Gomes transmitiu durante esse tempo transforma-a numa figura onde está depositada boa parte do capital de esperança da renovação política de Ferro Rodrigues. Fará parte do secretariado nacional a partir de Janeiro, o que significa que vai integrar o núcleo executivo do PS. Supõe-se que a chamada "quota feminina" no secretariado nacional não se ficará por Ana Gomes, admitindo-se que a promessa de Ferro de alargar o número de mulheres dirigentes se cumpra com a inclusão de pelo menos mais três, totalizando quatro eleitas, para além das inerências de Maria do Carmo Romão e Jamila Madeira. José Sócrates, o último dos guterristas José Sócrates é o único guterrista de primeira hora que sobrevive no secretariado nacional do PS. Desde sempre considerado como fazendo parte da "ala mais à direita" do PS - de resto, é público o seu passado como militante da JSD - é um dos ódios de estimação do chamado "grupo dos históricos". Foi ao Congresso clamar que o PS era de esquerda, que não havia dúvidas sobre o assunto, expressamente recusando os atestados de menoridade ideológica que lhe atribuem e apelando ao caminho do partido rumo à "modernidade". Provando que, a seguir a Jorge Coelho, é o homem que talvez mais apoios continue a ter junto do chamado "aparelho", foi bastante festejado pelos congressistas. O cargo de comentador residente da RTP que lhe foi atribuído há alguns meses tem sido muito valorizado dentro do partido. António José Seguro, Do aparelho para o gabinete de estudos Juntamente com José Sócrates, fazia parte do núcleo que, ainda Jorge Sampaio era líder do PS, defendiam que o "verdadeiro líder" deveria ser António Guterres. Na época, Seguro era líder da JS. Depois disso, tornou-se um dos homens mais importantes da máquina do ex-secretário-geral, tendo subido ao Governo, primeiro como secretário de Estado e, já nos últimos tempos, como ministro. No intervalo, foi deputado europeu, tendo ocupado o posto de número dois da lista socialista, logo a seguir a Mário Soares. Agora, sai também do secretariado do PS, tendo ficado responsável pela organização do grupo de estudos com vista à elaboração do programa de legislatura, que Ferro quer apresentar e fazer aprovar no Congresso de 2004. Já antes tinha sido responsável para campanha eleitoral de emergência de Ferro Rodrigues, em Março passado. Luís Nazaré, um rosto da renovação Luís Nazaré, economista, era assessor económico do grupo parlamentar do PS nos outros tempos da oposição. Depois, quando chegou ao Governo, António Guterres convidou-o para assessor económico no gabinete de São Bento. Mais tarde, é convidado para a presidência do Instituto de Comunicações de Portugal, onde ficará até à queda do Governo. Hoje, regressado ao seu lugar de assessor do grupo parlamentar, Luís Nazaré chega à primeira linha do combate político no PS, ao ser convidado por Ferro Rodrigues para integrar a direcção restrita do partido, o secretariado nacional. Já foi sondado por várias pessoas para se candidatar à presidência da Federação da Área Urbana de Lisboa, neste momento liderada por Edite Estrela, cujo mandato está a terminar. A concretizar-se seria uma candidatura de um rosto menos aparelhístico contra a candidatura já no terreno de Joaquim Raposo, presidente da Câmara da Amadora. António Guterres O presidente da Internacional Socialista (e também o presidente do Parlamento Europeu), no caso de serem portugueses, passam a integrar a Comissão Nacional do PS. É desta maneira que António Guterres acaba a fazer parte do órgão máximo do PS. Se não fosse Almeida Santos a lembrar ao partido, na abertura do trabalhos do Congresso, o muito que deve a António Guterres, o nome do ex-secretário-geral e ex-primeiro-ministro teria desaparecido da história do fim-de-semana no Coliseu dos Recreios. Poucos se lembraram do seu legado, nem se discutiu a incómoda herança dos governos chefiados por António Guterres. A semana, de resto, tinha começado mal para o ex-primeiro-ministro, com Mário Soares a defender em entrevista ao Diário de Notícias que António Guterres dever-se-ia ter demitido da presidência da Internacional Socialista quando abandonou o cargo de secretário-geral do PS. João Soares A derrota de João Soares nas últimas autárquicas, quando não conseguiu segurar a Câmara de Lisboa para o PS, fragilizou-o politicamente, facto que ficou evidenciado neste Congresso. Ferro Rodrigues aproveitou para varrer da lista para a Comissão Nacional dois seus colaboradores na Câmara, o sempiterno vereador Vasco Franco e o seu ex-chefe de gabinete Tomás Vasques. De caminho, vários dos nomes que fazem parte da sua "tendência", que costuma fazer um jantar anual e foi sempre bem tratada nos tempos de António Guterres (que apoiou) também foram riscados das listas. A ânsia com que João Soares andou a propagar uma putativa candidatura à Presidência da República, manifestamente vista com maus olhos pela actual direcção do PS, pode não ter ajudado à festa. O futuro político de João Soares é uma incógnita. Pina Moura Apesar do Congresso ter festejado com muito ênfase a recusa do bloco central feita por Ferro Rodrigues e Manuel Alegre, a verdade é que também não vaiou Pina Moura que, em entrevista ao PÚBLICO, defendeu um acordo entre o PS e o PSD. Talvez os congressistas tenham aprendido a lição do Pavilhão Atlântico quando a vaia a Carrilho foi um grande acontecimento e provocou uma oportuna vitimização do objecto. Com Pina Moura foi diferente: ao discurso sobre a "responsabilidade" do PS no actual momento político, os congressistas responderam com alguns aplausos. Na direcção é que a sua impopularidade foi evidente: do palanque ocupado pelos dirigentes não viu ninguém esboçar uma manifestação de apoio. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ferro desafiou Governo a rever programa de estabilidade e crescimento

Mário Soares é o número um

Bancada parlamentar

"Renovação" atinge em cheio o "joão soarismo"

%Vasco Franco pondera demitir-se da CML

As figuras do Coliseu

Um Congresso de equívocos

%Somos de esquerda, juraram os socialistas

As frases

As Figuras do Coliseu

Por ANA SÁ LOPES

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2002 Ferro Rodrigues O federador Sai do Congresso do Coliseu de Lisboa com um reforço de confiança do partido, anunciando que se volta a recandidatar à liderança no Congresso de 2004. Obviamente, só Deus e o Grande Arquitecto sabem se a proclamação de que será o candidato a primeiro-ministro nas legislativas de 2005 tem condições para se cumprir. Ferro apresentou-se combativo e demonstrou vontade de renovar o partido, quer em métodos, quer em pessoal político. Satisfez o coração de esquerda, mantendo no entanto significativas pontes com todos os que consideram que para chegar ao poder o PS tem que falar para o centro. O "melting pot" foi evidente nos discursos e nos posicionamentos. Para já, Ferro é o "grande federador". O resultado segue dentro de momentos. Manuel Alegre A vitória do coração Mesmo que não tenha consigo a razão, terá sempre o coração do partido. É um dos grandes vencedores do congresso de ontem, que marcou o seu regresso às reuniões magnas e aos órgãos nacionais do PS. A sua intervenção no Congresso foi feita em lugar de honra, logo a seguir ao secretário-geral Ferro Rodrigues e ao presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César. Num discurso em que combateu o "recentramento partidário" defendido por Jaime Gama, José Sócrates e Pina Moura, entre outros, foi aplaudido entusiasticamente por toda a plateia. Acredita profundamente na capacidade de Ferro Rodrigues virar o partido à esquerda e romper com os vícios do guterrismo e do pensamento "social-cristão". Ainda que a história do PS não seja património de ninguém, pertence a uns mais do que a outros. Jorge Coelho Sai, mas fica Abandona o secretariado nacional por sua vontade, mas Ferro Rodrigues reservou-lhe um lugar de peso na Comissão Política, onde ficará encarregado de preparar as autárquicas de 2004. Jorge Coelho, o antigo braço-direito de António Guterres, sai do núcleo estratégico do PS, mas mantém ao dispor do secretário-geral os seus amplos conhecimentos em tudo o que respeita ao trabalho com as bases partidárias, vulgo aparelho. O lugar de Jorge Coelho não pode ser confundido com uma prateleira, porque quando ocorrer o próximo Congresso em 2004, o clima já será de pré-campanha autárquica. Apesar do lugar de relevo que Ferro lhe reservou, Jorge Coelho viu muitos dos seus "homens" serem afastados da Comissão Nacional. António Costa Um dirigente em trânsito Fica no secretariado, mas sairá da liderança parlamentar no fim da sessão legislativa, na prática em Junho de 2003. Continua, assim, no núcleo duro de Ferro Rodrigues um dos homens que, apesar do seu passado de militante da causa "sampaísta", menos paciência tem para as discussões internas relativas à esquerda ou à direita, considerando-as matérias de "circulação rodoviária" e defendendo que o PS deve falar para todos os eleitorados. É proto-candidato a cabeça de lista do Parlamento Europeu ou, em alternativa, à Câmara Municipal de Lisboa. Se Pedro Santana Lopes se demitir por causa do Casino de Lisboa e forçar eleições para a Câmara, caberá a António Costa esse difícil papel? Henrique Neto, o resistente Apesar do reduzido número de votos que obteve, apresentou no Congresso uma das moções mais estimulantes e de ruptura com o passado recente do Partido Socialista. Não se opondo à liderança de Ferro Rodrigues, o histórico industrial "vermelho" da Marinha Grande que se juntou ao PS com os Estados Gerais de António Guterres, foi defender as propostas que pensa que o PS deve agarrar (nomeadamente a taxa Tobin, que é a cobrança de um por cento das transacções comerciais realizadas nos países desenvolvidos para apoio ao terceiro mundo), fazendo um ataque brutal ao "bloco central dos interesses" e ao actual modelo de desenvolvimento. Ana Gomes, Uma "heroína" na direcção PS De Jacarta para a direcção do PS, a diplomata quase alcandorada a heroína nacional durante o processo de transição de Timor-Leste alistou-se nas tropas de Ferro Rodrigues. A excelente imagem de combatividade que Ana Gomes transmitiu durante esse tempo transforma-a numa figura onde está depositada boa parte do capital de esperança da renovação política de Ferro Rodrigues. Fará parte do secretariado nacional a partir de Janeiro, o que significa que vai integrar o núcleo executivo do PS. Supõe-se que a chamada "quota feminina" no secretariado nacional não se ficará por Ana Gomes, admitindo-se que a promessa de Ferro de alargar o número de mulheres dirigentes se cumpra com a inclusão de pelo menos mais três, totalizando quatro eleitas, para além das inerências de Maria do Carmo Romão e Jamila Madeira. José Sócrates, o último dos guterristas José Sócrates é o único guterrista de primeira hora que sobrevive no secretariado nacional do PS. Desde sempre considerado como fazendo parte da "ala mais à direita" do PS - de resto, é público o seu passado como militante da JSD - é um dos ódios de estimação do chamado "grupo dos históricos". Foi ao Congresso clamar que o PS era de esquerda, que não havia dúvidas sobre o assunto, expressamente recusando os atestados de menoridade ideológica que lhe atribuem e apelando ao caminho do partido rumo à "modernidade". Provando que, a seguir a Jorge Coelho, é o homem que talvez mais apoios continue a ter junto do chamado "aparelho", foi bastante festejado pelos congressistas. O cargo de comentador residente da RTP que lhe foi atribuído há alguns meses tem sido muito valorizado dentro do partido. António José Seguro, Do aparelho para o gabinete de estudos Juntamente com José Sócrates, fazia parte do núcleo que, ainda Jorge Sampaio era líder do PS, defendiam que o "verdadeiro líder" deveria ser António Guterres. Na época, Seguro era líder da JS. Depois disso, tornou-se um dos homens mais importantes da máquina do ex-secretário-geral, tendo subido ao Governo, primeiro como secretário de Estado e, já nos últimos tempos, como ministro. No intervalo, foi deputado europeu, tendo ocupado o posto de número dois da lista socialista, logo a seguir a Mário Soares. Agora, sai também do secretariado do PS, tendo ficado responsável pela organização do grupo de estudos com vista à elaboração do programa de legislatura, que Ferro quer apresentar e fazer aprovar no Congresso de 2004. Já antes tinha sido responsável para campanha eleitoral de emergência de Ferro Rodrigues, em Março passado. Luís Nazaré, um rosto da renovação Luís Nazaré, economista, era assessor económico do grupo parlamentar do PS nos outros tempos da oposição. Depois, quando chegou ao Governo, António Guterres convidou-o para assessor económico no gabinete de São Bento. Mais tarde, é convidado para a presidência do Instituto de Comunicações de Portugal, onde ficará até à queda do Governo. Hoje, regressado ao seu lugar de assessor do grupo parlamentar, Luís Nazaré chega à primeira linha do combate político no PS, ao ser convidado por Ferro Rodrigues para integrar a direcção restrita do partido, o secretariado nacional. Já foi sondado por várias pessoas para se candidatar à presidência da Federação da Área Urbana de Lisboa, neste momento liderada por Edite Estrela, cujo mandato está a terminar. A concretizar-se seria uma candidatura de um rosto menos aparelhístico contra a candidatura já no terreno de Joaquim Raposo, presidente da Câmara da Amadora. António Guterres O presidente da Internacional Socialista (e também o presidente do Parlamento Europeu), no caso de serem portugueses, passam a integrar a Comissão Nacional do PS. É desta maneira que António Guterres acaba a fazer parte do órgão máximo do PS. Se não fosse Almeida Santos a lembrar ao partido, na abertura do trabalhos do Congresso, o muito que deve a António Guterres, o nome do ex-secretário-geral e ex-primeiro-ministro teria desaparecido da história do fim-de-semana no Coliseu dos Recreios. Poucos se lembraram do seu legado, nem se discutiu a incómoda herança dos governos chefiados por António Guterres. A semana, de resto, tinha começado mal para o ex-primeiro-ministro, com Mário Soares a defender em entrevista ao Diário de Notícias que António Guterres dever-se-ia ter demitido da presidência da Internacional Socialista quando abandonou o cargo de secretário-geral do PS. João Soares A derrota de João Soares nas últimas autárquicas, quando não conseguiu segurar a Câmara de Lisboa para o PS, fragilizou-o politicamente, facto que ficou evidenciado neste Congresso. Ferro Rodrigues aproveitou para varrer da lista para a Comissão Nacional dois seus colaboradores na Câmara, o sempiterno vereador Vasco Franco e o seu ex-chefe de gabinete Tomás Vasques. De caminho, vários dos nomes que fazem parte da sua "tendência", que costuma fazer um jantar anual e foi sempre bem tratada nos tempos de António Guterres (que apoiou) também foram riscados das listas. A ânsia com que João Soares andou a propagar uma putativa candidatura à Presidência da República, manifestamente vista com maus olhos pela actual direcção do PS, pode não ter ajudado à festa. O futuro político de João Soares é uma incógnita. Pina Moura Apesar do Congresso ter festejado com muito ênfase a recusa do bloco central feita por Ferro Rodrigues e Manuel Alegre, a verdade é que também não vaiou Pina Moura que, em entrevista ao PÚBLICO, defendeu um acordo entre o PS e o PSD. Talvez os congressistas tenham aprendido a lição do Pavilhão Atlântico quando a vaia a Carrilho foi um grande acontecimento e provocou uma oportuna vitimização do objecto. Com Pina Moura foi diferente: ao discurso sobre a "responsabilidade" do PS no actual momento político, os congressistas responderam com alguns aplausos. Na direcção é que a sua impopularidade foi evidente: do palanque ocupado pelos dirigentes não viu ninguém esboçar uma manifestação de apoio. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ferro desafiou Governo a rever programa de estabilidade e crescimento

Mário Soares é o número um

Bancada parlamentar

"Renovação" atinge em cheio o "joão soarismo"

%Vasco Franco pondera demitir-se da CML

As figuras do Coliseu

Um Congresso de equívocos

%Somos de esquerda, juraram os socialistas

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