Suplemento Economia

10-07-2003
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A Frase

Segunda-feira, 30 de Junho de 2003

"Mais do que nunca, é preciso uma voz única no movimento associativo, impossível de atingir com o engenheiro Ludgero Marques e com o comendador Rocha de Matos"

Almeida Henriques, que se demitiu do Conselho Geral da AEP em rota de colisão com Ludgero Marques

Personagem: Manuela Ferreira leite

A semana que passou foi de altos e baixos para a ministra das Finanças. Logo no início, viu o chefe do Governo apresentar a reforma da administração pública que tem a assinatura do seu ministério e que todos querem acreditar possa contribuir para a introdução de mais racionalidade, mais eficiência, mais produtividade num sector que é fundamental para a vida dos cidadãos e da sociedade. Mas como no melhor pano cai a nódoa, terminou a semana envolvida num processo de engenharia financeira - transferência do fundo de pensões dos CTT para a Caixa Geral de Aposentações - feito em moldes que não deixaria de criticar se estivesse na oposição. Foi assim que o fez no caso do fundo de pensões do Banco Nacional Ultramarino.

Revista da semana: O "futebolês" de Belmiro

Belmiro de Azevedo falou, na semana passada, sobre o processo de privatização da Portucel. E aproveitou para, em linguagem futebolística, explicar por que a Sonae não se apresentou ao concurso de alienação de até 25 por cento da papeleira: "Estivemos a ver se entrávamos num campeonato a sério. Como aquilo é a III Divisão B, não fomos a esse campeonato". E acrescentou: "Eu sou o único que estou na Superliga; eu e o Estado", referindo-se à participação de quase 30 por cento que detém na empresa. Num estilo muito desportivo, o empresário confirma a ideia de que na Portucel está como na viticultura: ciente de que, até ao lavar dos cestos, é a vindima.

Regresso à Gronelândia

Portugal conseguiu, finalmente, vencer uma batalha com a União Europeia que durava há 18 anos. Os barcos portugueses vão poder regressar às águas da Gronelândia, já em Agosto, para pescar "red-fish" e palmeta, duas espécies com particular valor comercial porque se prestam às mais diversas utilizações. A entrada de Portugal no acordo com a Gronelândia tinha sido esquecido aquando das negociações de adesão à CEE e, a partir daí, apesar das sucessivas reivindicações de Lisboa, a situação manteve-se. Com a agravante da quota atribuída à Alemanha, mais de 100 mil toneladas, praticamente não ser utilizada.

"Fed" baixa taxas

Já lá vão 13 cortes desde o início de 2001. Na semana passada, a Reserva Federal norte-americana decidiu baixar novamente as suas taxas directoras, passando a principal de 1,25 para um por cento. Há 45 anos que os Estados Unidos não conheciam taxas tão baixas e o dólar assimilou a notícia, galgando alguns degraus na competição com o euro. Mas os mercados financeiros não mostraram, pelo menos para já, grandes euforias. Talvez porque esperavam um corte mais profundo, de meio ponto percentual, como defendeu o presidente da Reserva Federal de São Francisco.

Fiat despede

O presidente do grupo industrial Fiat, Umberto Agnelli, anunciou um aumento de capital de 1.800 milhões de euros e um plano de redução de 12.300 postos de trabalho em três anos. O grupo, que atravessa uma situação de crise e decidiu concentrar-se nas actividades automóveis, pretende alcançar uma redução de custos de 3,1 mil milhões de euros até 2006. Entre 2003 e o final de 2006, a Fiat prevê um orçamento "auto-financiado" de 19,5 mil milhões de euros para cobrir investimentos em novos produtos, investigação e desenvolvimento e redes de venda.

Açores descontentes com a reforma da PAC

Fechou-se, finalmente, o compromisso para a reforma da Política Agrícola Comum. No plano interno, o tema quente é o facto de o ministro Sevinate Pinto não ter conseguido as 85 mil toneladas de quota extra que comportem a produção açoriana - ficou-se pelas 50 mil toneladas - e a expectativa de se saber até que ponto a mudança de filosofia - desligamento das ajudas da produção - vai ter consequências positivas para a agricultura portuguesa. No resto, fica a convicção de que os ministros dos Quinze não foram tão longe quanto seria desejável, especialmente na modulação dos apoios - cortes nos envelopes dos que mais recebem -, instrumento fundamental para corrigir parcialmente as injustiças da PAC e caminhar para uma verdadeira política de coesão.

Electrónica invade administração pública

Numa semana em que a administração pública foi o alvo das atenções do Governo, o primeiro-ministro partiu para fim-de-semana com mais uma iniciativa sectorial na carteira - o Plano de Acção para a Sociedade da Informação, que tem como objectivo racionalizar custos e massificar a utilização da internet em banda larga, de forma a tornar o sector mais eficiente e competitivo. Há metas a atingir: elevar para 4,5 por cento do PIB, em 2005, o investimento em tecnologias da informação e poupar 25 por cento em comunicações na administração pública. O programa foi desenvolvido pela Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC), que tem como gestor Diogo Vasconcelos. Entre os projectos com maiores virtualidades, destaca-se o Portal do Cidadão, que será lançado em Dezembro, e que permitirá aos cidadãos o acesso a vários serviços na Internet.

A Frase

Segunda-feira, 30 de Junho de 2003

"Mais do que nunca, é preciso uma voz única no movimento associativo, impossível de atingir com o engenheiro Ludgero Marques e com o comendador Rocha de Matos"

Almeida Henriques, que se demitiu do Conselho Geral da AEP em rota de colisão com Ludgero Marques

Personagem: Manuela Ferreira leite

A semana que passou foi de altos e baixos para a ministra das Finanças. Logo no início, viu o chefe do Governo apresentar a reforma da administração pública que tem a assinatura do seu ministério e que todos querem acreditar possa contribuir para a introdução de mais racionalidade, mais eficiência, mais produtividade num sector que é fundamental para a vida dos cidadãos e da sociedade. Mas como no melhor pano cai a nódoa, terminou a semana envolvida num processo de engenharia financeira - transferência do fundo de pensões dos CTT para a Caixa Geral de Aposentações - feito em moldes que não deixaria de criticar se estivesse na oposição. Foi assim que o fez no caso do fundo de pensões do Banco Nacional Ultramarino.

Revista da semana: O "futebolês" de Belmiro

Belmiro de Azevedo falou, na semana passada, sobre o processo de privatização da Portucel. E aproveitou para, em linguagem futebolística, explicar por que a Sonae não se apresentou ao concurso de alienação de até 25 por cento da papeleira: "Estivemos a ver se entrávamos num campeonato a sério. Como aquilo é a III Divisão B, não fomos a esse campeonato". E acrescentou: "Eu sou o único que estou na Superliga; eu e o Estado", referindo-se à participação de quase 30 por cento que detém na empresa. Num estilo muito desportivo, o empresário confirma a ideia de que na Portucel está como na viticultura: ciente de que, até ao lavar dos cestos, é a vindima.

Regresso à Gronelândia

Portugal conseguiu, finalmente, vencer uma batalha com a União Europeia que durava há 18 anos. Os barcos portugueses vão poder regressar às águas da Gronelândia, já em Agosto, para pescar "red-fish" e palmeta, duas espécies com particular valor comercial porque se prestam às mais diversas utilizações. A entrada de Portugal no acordo com a Gronelândia tinha sido esquecido aquando das negociações de adesão à CEE e, a partir daí, apesar das sucessivas reivindicações de Lisboa, a situação manteve-se. Com a agravante da quota atribuída à Alemanha, mais de 100 mil toneladas, praticamente não ser utilizada.

"Fed" baixa taxas

Já lá vão 13 cortes desde o início de 2001. Na semana passada, a Reserva Federal norte-americana decidiu baixar novamente as suas taxas directoras, passando a principal de 1,25 para um por cento. Há 45 anos que os Estados Unidos não conheciam taxas tão baixas e o dólar assimilou a notícia, galgando alguns degraus na competição com o euro. Mas os mercados financeiros não mostraram, pelo menos para já, grandes euforias. Talvez porque esperavam um corte mais profundo, de meio ponto percentual, como defendeu o presidente da Reserva Federal de São Francisco.

Fiat despede

O presidente do grupo industrial Fiat, Umberto Agnelli, anunciou um aumento de capital de 1.800 milhões de euros e um plano de redução de 12.300 postos de trabalho em três anos. O grupo, que atravessa uma situação de crise e decidiu concentrar-se nas actividades automóveis, pretende alcançar uma redução de custos de 3,1 mil milhões de euros até 2006. Entre 2003 e o final de 2006, a Fiat prevê um orçamento "auto-financiado" de 19,5 mil milhões de euros para cobrir investimentos em novos produtos, investigação e desenvolvimento e redes de venda.

Açores descontentes com a reforma da PAC

Fechou-se, finalmente, o compromisso para a reforma da Política Agrícola Comum. No plano interno, o tema quente é o facto de o ministro Sevinate Pinto não ter conseguido as 85 mil toneladas de quota extra que comportem a produção açoriana - ficou-se pelas 50 mil toneladas - e a expectativa de se saber até que ponto a mudança de filosofia - desligamento das ajudas da produção - vai ter consequências positivas para a agricultura portuguesa. No resto, fica a convicção de que os ministros dos Quinze não foram tão longe quanto seria desejável, especialmente na modulação dos apoios - cortes nos envelopes dos que mais recebem -, instrumento fundamental para corrigir parcialmente as injustiças da PAC e caminhar para uma verdadeira política de coesão.

Electrónica invade administração pública

Numa semana em que a administração pública foi o alvo das atenções do Governo, o primeiro-ministro partiu para fim-de-semana com mais uma iniciativa sectorial na carteira - o Plano de Acção para a Sociedade da Informação, que tem como objectivo racionalizar custos e massificar a utilização da internet em banda larga, de forma a tornar o sector mais eficiente e competitivo. Há metas a atingir: elevar para 4,5 por cento do PIB, em 2005, o investimento em tecnologias da informação e poupar 25 por cento em comunicações na administração pública. O programa foi desenvolvido pela Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC), que tem como gestor Diogo Vasconcelos. Entre os projectos com maiores virtualidades, destaca-se o Portal do Cidadão, que será lançado em Dezembro, e que permitirá aos cidadãos o acesso a vários serviços na Internet.

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