Suplemento Computadores

04-03-2004
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'Need For Speed Underground'

'Street Racing' Sem Dor

Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2004

%Miguel Crespo

O fruto proibido é o mais apetecido, já reza a história mítica. Daí que a imaginação humana seja sempre atraída pelo desafio às regras estabelecidas. No caso dos videojogos, o apelo à reprodução virtual de situações inalcançáveis pelo comum dos mortais é muito forte. Por isso, jogos politicamente incorrectos são muito interessantes para os jogadores, em especial em países mais repressivos.

Não é, pois, de admirar que mesmo empresas de grande dimensão, como é a Electronic Arts, produzam títulos como "Need For Speed Underground", jogo que simula a carreira de um "street racer". Falamos de pessoas comuns que vestem a pele de piloto informal, apaixonado por carros, que disputa desafios colocados na hora, normalmente com apostas mais ou menos chorudas, em traçados ou percursos delineados na via pública. Além de ilegal, esta actividade pode ser perigosa; mas, em países como o Japão ou os EUA, é aceite e realizada com cuidados "civilizados".

Este fenómeno "street racer", retratado em filmes e noutros jogos, já chegou a Portugal e tem bastantes adeptos - ainda que a maioria não passe de amadores à procura de protagonismo, muito baseado nos "cavalos" que têm debaixo dos capôs e pouco nos seus dotes de condução.

No caso de "Need For Speed Underground" ("NFSU"), assim que se passa os habituais avisos iniciais - do género "não façam isto em casa" -, o jogador é logo levado ao mundo das corridas de ruas com estilo cosmopolita. A reprodução de toda a envolvência espalha-se pelos vários componentes, dos cenários (cidades cheias de luz, sempre à noite: o espaço e o tempo do "street racing") aos carros disponíveis e à forma como podem ser desenvolvidos, passando pelos desafios colocados e terminando na música - com uma banda sonora de luxo.

Além de todos os componentes bem trabalhados, "Need For Speed Underground" consegue recriar - mais que reproduzir - o espírito destas competições, nomeadamente na adrenalina provocada pelas disputas. Acrescente-se ainda que a jogabilidade e o controlo dos carros é bastante simples, permitindo a qualquer tipo de jogador ir avançando sem problemas de maior. "NFSU" propõe um total de 111 desafios no modo Carreira, o que garante muitas horas de diversão, já que se trata de um jogo arcada, mais do que uma simulação, apesar de todo o realismo emprestado ao jogo.

A equipa da Electronic Arts conseguiu também criar alguns pormenores únicos, que dão aquele toque que faz a diferença positiva, como a vibração da imagem nos desafios de "drag" ou o "replay" automático dos acidentes ou saltos, que consistem basicamente em passar para uma visão televisiva em câmara lenta durante o acontecimento e regressar à visão normal sem quebras.

Os carros - afinal, o fulcro da actividade - reproduzem variadas máquinas apetecíveis, desde os comuns Peugeot 206, Ford Focus ou VW Golf até mais apetecíveis bombas, descobertas aos poucos, num total de duas dezenas.

O componente de "tunning" está presente na parte de desenvolvimento do carro. À medida que se cumpre desafios, vai-se desbloqueando novos componentes visuais, de "performance" ou carroçaria, cada um deles declinado em inúmeras partes, de decalques e pinturas a turbos, escapes, transmissões, suspensões, "spoilers", "ailerons" ou o indispensável óxido nitroso, que se pode injectar nos motores para dar um "boost" extra em momentos de necessidade. O dinheiro que se vai ganhando nos desafios pode ser usado neste desenvolvimento.

No modo Carreira, o jogador vai sendo desafiado para vários confrontos, desde sessões de derrapagens ("drift") a corridas em linha recta ("drag"), passando por torneios, corridas contra o tempo ou por eliminação. Cada um deles pode ser disputado em três graus de dificuldade, com diferentes somas para o vencedor (aqui, só o primeiro tem prémio). O objectivo final é aparecer em todas as capas de revista (a sério!) e ser considerado o "rei da estrada". Há ainda modos de corrida rápida, um modo personalizável, montes de estatísticas e um interessante modo "on-line" - no PC e na PS2.

A acompanhar a acção fluente, destaca-se o som: além do THX, que ajuda a encher o espaço, há uma banda sonora de topo, com artistas que vão de Overseer, Rob Zombie ou Rancid aos Crystal Method, BT, Asian Dub Foundation, Junkie XL, FC Kahuna ou Fluke. No fundo, um jogo para quem gosta de carros e quer divertir-se ou para quem sonha com o "mundo" de grandes "bombas", pinturas personalizadas, escapes ruidosos, jantes brilhantes, suspensões rebaixadas e "babes"...

'Need For Speed Underground'

'Street Racing' Sem Dor

Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2004

%Miguel Crespo

O fruto proibido é o mais apetecido, já reza a história mítica. Daí que a imaginação humana seja sempre atraída pelo desafio às regras estabelecidas. No caso dos videojogos, o apelo à reprodução virtual de situações inalcançáveis pelo comum dos mortais é muito forte. Por isso, jogos politicamente incorrectos são muito interessantes para os jogadores, em especial em países mais repressivos.

Não é, pois, de admirar que mesmo empresas de grande dimensão, como é a Electronic Arts, produzam títulos como "Need For Speed Underground", jogo que simula a carreira de um "street racer". Falamos de pessoas comuns que vestem a pele de piloto informal, apaixonado por carros, que disputa desafios colocados na hora, normalmente com apostas mais ou menos chorudas, em traçados ou percursos delineados na via pública. Além de ilegal, esta actividade pode ser perigosa; mas, em países como o Japão ou os EUA, é aceite e realizada com cuidados "civilizados".

Este fenómeno "street racer", retratado em filmes e noutros jogos, já chegou a Portugal e tem bastantes adeptos - ainda que a maioria não passe de amadores à procura de protagonismo, muito baseado nos "cavalos" que têm debaixo dos capôs e pouco nos seus dotes de condução.

No caso de "Need For Speed Underground" ("NFSU"), assim que se passa os habituais avisos iniciais - do género "não façam isto em casa" -, o jogador é logo levado ao mundo das corridas de ruas com estilo cosmopolita. A reprodução de toda a envolvência espalha-se pelos vários componentes, dos cenários (cidades cheias de luz, sempre à noite: o espaço e o tempo do "street racing") aos carros disponíveis e à forma como podem ser desenvolvidos, passando pelos desafios colocados e terminando na música - com uma banda sonora de luxo.

Além de todos os componentes bem trabalhados, "Need For Speed Underground" consegue recriar - mais que reproduzir - o espírito destas competições, nomeadamente na adrenalina provocada pelas disputas. Acrescente-se ainda que a jogabilidade e o controlo dos carros é bastante simples, permitindo a qualquer tipo de jogador ir avançando sem problemas de maior. "NFSU" propõe um total de 111 desafios no modo Carreira, o que garante muitas horas de diversão, já que se trata de um jogo arcada, mais do que uma simulação, apesar de todo o realismo emprestado ao jogo.

A equipa da Electronic Arts conseguiu também criar alguns pormenores únicos, que dão aquele toque que faz a diferença positiva, como a vibração da imagem nos desafios de "drag" ou o "replay" automático dos acidentes ou saltos, que consistem basicamente em passar para uma visão televisiva em câmara lenta durante o acontecimento e regressar à visão normal sem quebras.

Os carros - afinal, o fulcro da actividade - reproduzem variadas máquinas apetecíveis, desde os comuns Peugeot 206, Ford Focus ou VW Golf até mais apetecíveis bombas, descobertas aos poucos, num total de duas dezenas.

O componente de "tunning" está presente na parte de desenvolvimento do carro. À medida que se cumpre desafios, vai-se desbloqueando novos componentes visuais, de "performance" ou carroçaria, cada um deles declinado em inúmeras partes, de decalques e pinturas a turbos, escapes, transmissões, suspensões, "spoilers", "ailerons" ou o indispensável óxido nitroso, que se pode injectar nos motores para dar um "boost" extra em momentos de necessidade. O dinheiro que se vai ganhando nos desafios pode ser usado neste desenvolvimento.

No modo Carreira, o jogador vai sendo desafiado para vários confrontos, desde sessões de derrapagens ("drift") a corridas em linha recta ("drag"), passando por torneios, corridas contra o tempo ou por eliminação. Cada um deles pode ser disputado em três graus de dificuldade, com diferentes somas para o vencedor (aqui, só o primeiro tem prémio). O objectivo final é aparecer em todas as capas de revista (a sério!) e ser considerado o "rei da estrada". Há ainda modos de corrida rápida, um modo personalizável, montes de estatísticas e um interessante modo "on-line" - no PC e na PS2.

A acompanhar a acção fluente, destaca-se o som: além do THX, que ajuda a encher o espaço, há uma banda sonora de topo, com artistas que vão de Overseer, Rob Zombie ou Rancid aos Crystal Method, BT, Asian Dub Foundation, Junkie XL, FC Kahuna ou Fluke. No fundo, um jogo para quem gosta de carros e quer divertir-se ou para quem sonha com o "mundo" de grandes "bombas", pinturas personalizadas, escapes ruidosos, jantes brilhantes, suspensões rebaixadas e "babes"...

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