Victor Hugo Salgado, o maestro da Pitagórica

07-11-2003
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Victor Hugo Salgado, o Maestro da Pitagórica

Segunda-feira, 03 de Novembro de 2003

Entrou em História de Arte, em 1996, mas dois anos depois decidiu começar tudo do zero na vizinha Faculdade de Direito. Chegou a maestro da mítica Orxestra Pitagórica - a banda que usa instrumentos tão improváveis como sanitas e sinais de trânsito - e integrou a direcção da Associação Académica de Coimbra (AAC) no mandato de Humberto Martins. Depois deu o grande salto: em 2001, Victor Hugo Salgado, natural de Caldas de Vizela, passou a ser a voz dos estudantes que imortalizaram a capa e batina. Ele próprio, aliás, não se separa delas.

"Desde sempre gostei de ter opinião, de discutir e de tomar posição, pelo que a minha chegada à direcção da AAC aparece de uma forma natural", explica enquanto engole, vagaroso, um café seguramente já frio. Há quem o acuse de andar há tempo de mais em Coimbra, mas a justificação é simples: a partir do momento em que abraçou a "causa" AAC, que exige um empenho de "40 horas por dia", o curso ficou em "banho-maria". Mas há mais, faz questão de explicar: "Entrei há sete anos e tenho oito matrículas, o que quer dizer que, se a lei fosse aplicada, ainda não seria estudante elegível."

Embora admita que o aumento das taxas de frequência do superior é "o combustível" que está a alimentar a revolta dos estudantes, Victor Hugo Salgado sublinha que ser presidente da AAC "é muito mais do que atacar os governos ou dizer que não se paga propinas". "O nosso trabalho a nível interno também é muito importante. Não temos que falar só de política educativa. Em Coimbra, lançámos um certificado de habitabilidade, que veio moralizar o mercado de arrendamento na cidade, e a Loja do Cidadão-Estudante está prestes a ver a luz do dia. Este tipo de trabalho também permite que os estudantes se interessem pelas questões do ensino superior", afirma, ao mesmo tempo que tira o som ao telemóvel Nokia, que não pára de tocar.

Quando terminar a licenciatura, Victor pretende exercer a profissão, mas não põe de parte a hipótese de, um dia, enveredar pela política. "Nunca tive nenhuma filiação partidária, voto mais em rostos do que propriamente em partidos, mas quem sabe se não opto por essa via?" Neste momento, Victor Hugo Salgado só tem uma certeza: vai retomar a licenciatura em História de Arte. "Tenho uma verdadeira paixão por esta área."

Victor Hugo Salgado, o Maestro da Pitagórica

Segunda-feira, 03 de Novembro de 2003

Entrou em História de Arte, em 1996, mas dois anos depois decidiu começar tudo do zero na vizinha Faculdade de Direito. Chegou a maestro da mítica Orxestra Pitagórica - a banda que usa instrumentos tão improváveis como sanitas e sinais de trânsito - e integrou a direcção da Associação Académica de Coimbra (AAC) no mandato de Humberto Martins. Depois deu o grande salto: em 2001, Victor Hugo Salgado, natural de Caldas de Vizela, passou a ser a voz dos estudantes que imortalizaram a capa e batina. Ele próprio, aliás, não se separa delas.

"Desde sempre gostei de ter opinião, de discutir e de tomar posição, pelo que a minha chegada à direcção da AAC aparece de uma forma natural", explica enquanto engole, vagaroso, um café seguramente já frio. Há quem o acuse de andar há tempo de mais em Coimbra, mas a justificação é simples: a partir do momento em que abraçou a "causa" AAC, que exige um empenho de "40 horas por dia", o curso ficou em "banho-maria". Mas há mais, faz questão de explicar: "Entrei há sete anos e tenho oito matrículas, o que quer dizer que, se a lei fosse aplicada, ainda não seria estudante elegível."

Embora admita que o aumento das taxas de frequência do superior é "o combustível" que está a alimentar a revolta dos estudantes, Victor Hugo Salgado sublinha que ser presidente da AAC "é muito mais do que atacar os governos ou dizer que não se paga propinas". "O nosso trabalho a nível interno também é muito importante. Não temos que falar só de política educativa. Em Coimbra, lançámos um certificado de habitabilidade, que veio moralizar o mercado de arrendamento na cidade, e a Loja do Cidadão-Estudante está prestes a ver a luz do dia. Este tipo de trabalho também permite que os estudantes se interessem pelas questões do ensino superior", afirma, ao mesmo tempo que tira o som ao telemóvel Nokia, que não pára de tocar.

Quando terminar a licenciatura, Victor pretende exercer a profissão, mas não põe de parte a hipótese de, um dia, enveredar pela política. "Nunca tive nenhuma filiação partidária, voto mais em rostos do que propriamente em partidos, mas quem sabe se não opto por essa via?" Neste momento, Victor Hugo Salgado só tem uma certeza: vai retomar a licenciatura em História de Arte. "Tenho uma verdadeira paixão por esta área."

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