E-government para uma cidadania mais activa

26-09-2002
marcar artigo

Cimeira ibero-americana de ministros da Presidência cria grupo de trabalho

E-government para Uma Cidadania Mais Activa

Por ISABEL GORJÃO SANTOS COM LUSA

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2002

Um grupo de trabalho para a área do E-government vai ser criado, até ao final do ano, pelos ministros da Presidência ibero-americanos. A decisão foi tomada durante a VII Reunião de Ministros da Presidência e Equivalentes dos 21 Países Ibero-Americanos, que teve lugar na passada semana, no Palácio da Ajuda, em Lisboa. A primeira reunião da nova comissão realizar-se-á brevemente na capital portuguesa.

Constituído por representantes de 21 países, o grupo de trabalho para o E-government - expressão que designa o acesso à informação e serviços da administração pública através da Internet - contará com a participação de Diogo Vasconcelos, deputado do PSD responsável pela área da Sociedade da Informação. O objectivo é aumentar a cooperação entre os países ibero-americanos e promover medidas que intensifiquem o desenvolvimento do chamado "governo electrónico".

"Pensar que os problemas da Sociedade da Informação e da economia digital só dizem respeito aos países ricos é não compreender esta nova realidade", considerou Nuno Morais Sarmento, ministro português da Presidência, adiantando que "a utilização das novas tecnologias pelos países menos desenvolvidos poderá ser o meio adequado para ultrapassar, em menos tempo, o fosso que os separa dos restantes".

O ministro da Presidência faz "um balanço francamente positivo" da reunião que juntou os seus homólogos ibero-americanos e que teve como tema a "Modernização do Estado no contexto da globalização - o E-government como reforço da cidadania num mundo globalizado". A escolha do tema e o grupo de trabalho que será formado pretendem, segundo Morais Sarmento, garantir e reforçar os direitos do cidadão, assegurando que as novas tecnologias não contribuam para novas formas de alheamento mas para uma maior participação na vida pública.

Diogo Vasconcelos, que deverá presidir ao grupo de trabalho sobre E-government, considerou durante a conferência que não é acrescentando um E (de electrónica) à palavra democracia que a participação dos cidadãos aumenta: "A motivação dos cidadãos e eleitores é um tema político, social e cultural, e não um tema tecnológico", adiantou, sem deixar de sublinhar que, apesar disso, "a tecnologia traz consigo a possibilidade de praticar uma globalização eficaz, de informação partilhada em tempo real".

Pensar na Sociedade da Informação e do Conhecimento de acordo com critérios de interesse público é necessário para não gerar novas e mais graves formas de exclusão social, disse Diogo Vasconcelos, para quem existem áreas concretas em que as tecnologias podem servir como apoio à revitalização da democracia, nomeadamente na saúde e na educação. O deputado salientou também a necessidade de a formação nas áreas tecnológicas ter "um princípio de utilidade, algo como uma certificação que, nomeadamente, tenha valor de troca no mercado de emprego". Para além disso, é também importante aproximar as linguagens e os processos dos utilizadores e dos criadores de conteúdos e aplicações para a Internet.

Segundo Diogo Vasconcelos, a oferta da administração pública ficará mais exposta na Web e isso fará com que existam "menos desculpas, menos hipóteses de disfarçar procedimentos incorrectos e menos possibilidades de transferir responsabilidades". A Internet poderá, inclusive, determinar a passagem de uma administração pública "que espera para responder, que tem um 'guichet' de informações e reclamações", para outra "que congrega os cidadãos e os estimula a intervirem na própria configuração dos serviços".

Isabel Gorjão Santos com Lusa

Cimeira ibero-americana de ministros da Presidência cria grupo de trabalho

E-government para Uma Cidadania Mais Activa

Por ISABEL GORJÃO SANTOS COM LUSA

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2002

Um grupo de trabalho para a área do E-government vai ser criado, até ao final do ano, pelos ministros da Presidência ibero-americanos. A decisão foi tomada durante a VII Reunião de Ministros da Presidência e Equivalentes dos 21 Países Ibero-Americanos, que teve lugar na passada semana, no Palácio da Ajuda, em Lisboa. A primeira reunião da nova comissão realizar-se-á brevemente na capital portuguesa.

Constituído por representantes de 21 países, o grupo de trabalho para o E-government - expressão que designa o acesso à informação e serviços da administração pública através da Internet - contará com a participação de Diogo Vasconcelos, deputado do PSD responsável pela área da Sociedade da Informação. O objectivo é aumentar a cooperação entre os países ibero-americanos e promover medidas que intensifiquem o desenvolvimento do chamado "governo electrónico".

"Pensar que os problemas da Sociedade da Informação e da economia digital só dizem respeito aos países ricos é não compreender esta nova realidade", considerou Nuno Morais Sarmento, ministro português da Presidência, adiantando que "a utilização das novas tecnologias pelos países menos desenvolvidos poderá ser o meio adequado para ultrapassar, em menos tempo, o fosso que os separa dos restantes".

O ministro da Presidência faz "um balanço francamente positivo" da reunião que juntou os seus homólogos ibero-americanos e que teve como tema a "Modernização do Estado no contexto da globalização - o E-government como reforço da cidadania num mundo globalizado". A escolha do tema e o grupo de trabalho que será formado pretendem, segundo Morais Sarmento, garantir e reforçar os direitos do cidadão, assegurando que as novas tecnologias não contribuam para novas formas de alheamento mas para uma maior participação na vida pública.

Diogo Vasconcelos, que deverá presidir ao grupo de trabalho sobre E-government, considerou durante a conferência que não é acrescentando um E (de electrónica) à palavra democracia que a participação dos cidadãos aumenta: "A motivação dos cidadãos e eleitores é um tema político, social e cultural, e não um tema tecnológico", adiantou, sem deixar de sublinhar que, apesar disso, "a tecnologia traz consigo a possibilidade de praticar uma globalização eficaz, de informação partilhada em tempo real".

Pensar na Sociedade da Informação e do Conhecimento de acordo com critérios de interesse público é necessário para não gerar novas e mais graves formas de exclusão social, disse Diogo Vasconcelos, para quem existem áreas concretas em que as tecnologias podem servir como apoio à revitalização da democracia, nomeadamente na saúde e na educação. O deputado salientou também a necessidade de a formação nas áreas tecnológicas ter "um princípio de utilidade, algo como uma certificação que, nomeadamente, tenha valor de troca no mercado de emprego". Para além disso, é também importante aproximar as linguagens e os processos dos utilizadores e dos criadores de conteúdos e aplicações para a Internet.

Segundo Diogo Vasconcelos, a oferta da administração pública ficará mais exposta na Web e isso fará com que existam "menos desculpas, menos hipóteses de disfarçar procedimentos incorrectos e menos possibilidades de transferir responsabilidades". A Internet poderá, inclusive, determinar a passagem de uma administração pública "que espera para responder, que tem um 'guichet' de informações e reclamações", para outra "que congrega os cidadãos e os estimula a intervirem na própria configuração dos serviços".

Isabel Gorjão Santos com Lusa

marcar artigo