EXPRESSO: País

29-10-2002
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Nova guerra no PSD/Porto

ARS do Norte enviou convites a vários médicos para uma iniciativa do PSD e CDS

Rui Duarte Silva Ex-líder da distrital, Menezes concorre à concelhia de Gaia

LUÍS Filipe Menezes leu com atenção a entrevista que o líder do PSD/Porto, Marco António, deu anteontem ao jornal «Comércio do Porto». Minutos depois, não resistiu ao comentário:. Nos corredores da sede distrital do PSD no Porto, a frase não deixa dúvidas: Menezes declarou guerra a Marco António e, a partir daqui, o partido vai assistir a uma escalada de violência verbal entre os dois.

Menezes terá ficado irritado com a declaração de Marco António sobre o seu comportamento político. O actual líder do PSD/Porto não só se demarcou do estilo do seu antecessor como ainda lhe criticou recentes posições públicas: «O dr. Menezes tem intervenções políticas infelizes».

Marco António referia-se ao facto de Menezes ter dito que a verdadeira «rentrée» do partido não tinha tido lugar na Póvoa de Varzim. «Ele achou que ela aconteceu na feira da broa de Avintes, para onde foi falar dos grandes assuntos nacionais», ironizou para o EXPRESSO Marco António, mostrando-se magoado por Menezes ter menosprezado a festa por ele organizada para o regresso do PSD ao novo ano político. «Se ele fosse líder da distrital, também teria ficado triste com uma declaração daquelas», concluiu.

Esta troca de palavras surge no momento em que Filipe Menezes anunciou a sua candidatura à concelhia de Gaia. Um gesto que ele explicou alegando a necessidade de pacificação local do partido, quando se antecipava uma disputa entre o actual líder da concelhia, Cancela Moura, e Diogo Luz. Contudo, a candidatura de Menezes, poucos meses depois de ter abandonado a liderança da distrital alegando cansaço da vida partidária, provocou alguma tensão no interior do partido. Sobretudo porque Menezes apresentou a candidatura em solidariedade com Cancela Moura, sobre o qual decorre um processo disciplinar por declarações ofensivas a Marco António.

Esta colagem a Cancela Moura faz com que o líder da distrital fique desconfiado da sinceridade de Menezes, quando o autarca de Gaia garante que não quer utilizar a concelhia como palco de ataque à distrital. Por isso, Marco António apressou-se a dizer que não se vai intrometer no processo eleitoral de Gaia, apesar de Menezes dar como garantido o apoio do seu sucessor na distrital.

A maior concelhia

«Esta candidatura concelhia apenas prova a falta de estratégia política de Menezes», disse ao EXPRESSO uma fonte da distrital. A mesma fonte reforça a ideia de que as relações entre Menezes e Marco António apenas tendem a deteriorar-se: «Temo que entre eles se crie um ódio semelhante ao que separa Menezes e Rui Rio».

Os apoiantes de Menezes desvalorizam o incidente provocado pelas recentes trocas de palavras e enfatizam a vontade de Menezes se afirmar no interior do partido. A possibilidade de o autarca de Gaia fazer da sua concelhia a maior do país, ultrapassando em número de militantes a da Trofa, é apresentada como uma das eventuais motivações de Menezes. Uma hipótese que não agrada à direcção nacional do PSD, sempre preocupada com as posições de um incómodo crítico de Durão Barroso.

Nova guerra no PSD/Porto

ARS do Norte enviou convites a vários médicos para uma iniciativa do PSD e CDS

Rui Duarte Silva Ex-líder da distrital, Menezes concorre à concelhia de Gaia

LUÍS Filipe Menezes leu com atenção a entrevista que o líder do PSD/Porto, Marco António, deu anteontem ao jornal «Comércio do Porto». Minutos depois, não resistiu ao comentário:. Nos corredores da sede distrital do PSD no Porto, a frase não deixa dúvidas: Menezes declarou guerra a Marco António e, a partir daqui, o partido vai assistir a uma escalada de violência verbal entre os dois.

Menezes terá ficado irritado com a declaração de Marco António sobre o seu comportamento político. O actual líder do PSD/Porto não só se demarcou do estilo do seu antecessor como ainda lhe criticou recentes posições públicas: «O dr. Menezes tem intervenções políticas infelizes».

Marco António referia-se ao facto de Menezes ter dito que a verdadeira «rentrée» do partido não tinha tido lugar na Póvoa de Varzim. «Ele achou que ela aconteceu na feira da broa de Avintes, para onde foi falar dos grandes assuntos nacionais», ironizou para o EXPRESSO Marco António, mostrando-se magoado por Menezes ter menosprezado a festa por ele organizada para o regresso do PSD ao novo ano político. «Se ele fosse líder da distrital, também teria ficado triste com uma declaração daquelas», concluiu.

Esta troca de palavras surge no momento em que Filipe Menezes anunciou a sua candidatura à concelhia de Gaia. Um gesto que ele explicou alegando a necessidade de pacificação local do partido, quando se antecipava uma disputa entre o actual líder da concelhia, Cancela Moura, e Diogo Luz. Contudo, a candidatura de Menezes, poucos meses depois de ter abandonado a liderança da distrital alegando cansaço da vida partidária, provocou alguma tensão no interior do partido. Sobretudo porque Menezes apresentou a candidatura em solidariedade com Cancela Moura, sobre o qual decorre um processo disciplinar por declarações ofensivas a Marco António.

Esta colagem a Cancela Moura faz com que o líder da distrital fique desconfiado da sinceridade de Menezes, quando o autarca de Gaia garante que não quer utilizar a concelhia como palco de ataque à distrital. Por isso, Marco António apressou-se a dizer que não se vai intrometer no processo eleitoral de Gaia, apesar de Menezes dar como garantido o apoio do seu sucessor na distrital.

A maior concelhia

«Esta candidatura concelhia apenas prova a falta de estratégia política de Menezes», disse ao EXPRESSO uma fonte da distrital. A mesma fonte reforça a ideia de que as relações entre Menezes e Marco António apenas tendem a deteriorar-se: «Temo que entre eles se crie um ódio semelhante ao que separa Menezes e Rui Rio».

Os apoiantes de Menezes desvalorizam o incidente provocado pelas recentes trocas de palavras e enfatizam a vontade de Menezes se afirmar no interior do partido. A possibilidade de o autarca de Gaia fazer da sua concelhia a maior do país, ultrapassando em número de militantes a da Trofa, é apresentada como uma das eventuais motivações de Menezes. Uma hipótese que não agrada à direcção nacional do PSD, sempre preocupada com as posições de um incómodo crítico de Durão Barroso.

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