Super Flumina: março 2004 Archives

11-04-2004
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A face oculta da ONU Há para aí muita gente a pôr todas as esperanças das relações internacionais num organismo internacional mastedôntico e burocrático chamado ONU. Não percebo como é que a gente inteligente que anda sempre com a ONU na boca, como se fosse o Santo Graal ou coisa que o valha.

Quando um organismo tem a Líbia como presidente da Comissão de Direitos Humanos, quando na sua Assembleia Geral há ditaduras genocidas com direito de voto igual ao das democracias, quando há uma democracia que não tem assento na ONU porque o seu poderoso vizinho na a reconhece, etc. etc., não se pode pôr grandes esperanças nessa organização e, muito menos, torná-la numa espécie de governo mundial.

É talvez por haver essa idealização da ONU que têm passado em claro, pelo menos nos meios de grande difusão, alguns dos escândalos mais recentes que por lá aconteceram. Um deles é o caso do programa "petróleo por alimentos" que durante anos, com a cumplicidade da ONU, enriqueceu os bolsos de Saddam e empobreceu o Iraque. Mas para saber alguma coisa sobre a evolução deste escândalo é preciso estar atento as informações que aparecem em sítios como o Drudge Report ou o Instapundit .

Agora, por este último, descobri mais um possível escândalo na ONU: "porque está na ONU fechada a sete chaves a caixa preta do avião que caíu em 1994 e matou os presidentes do Ruanda e do Burundi?"

Como se sabe, na sequência desta queda, houve um genocídio nestes países que matou cerca de 600 000 pessoas. Toda a história aqui .

Sempre considerei que a palavra da ONU não é verbum Dei, nem legitima seja o que o for, pelo que esta minha convicção sai cada vez mais reforçada com os dados que se vão sabendo.

A ONU tem mesmo uma face oculta e não é nada bonita. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:36 AM

A língua portuguesa na comunicação social Vai uma interessante discussão no No Mundo que tem por pano de fundo a língua portuguesa. Tal como o CMF , penso que o assunto merece mais um texto com a inclusão de algumas das colaborações obtidas. Espero que o Carlos tenha tempo para isso quando voltar de Budapeste.

No artigo referido, CMF criticava a falta de cultura científica que existia na televisão portuguesa. Digo eu, não só da televisão, como dos media em geral. Mas, pior de que ssio, na minha opinião, são os constantes erros de português por quem tinha obrigação de a utilizar da melhor maneira possível e de ter o máximo cuidado.

Por isso, já não me espantam frases como a que é possível ver no título desta notícia no Jornal de Notícias :

Durão Barroso alerta para que África não pode ser uma "baixa colateral"

Penso que o erro deve ter sido originado pela pressa, pois se quem escreveu isto tivesse olhado duas vezes para a frase, teria visto que havia algo de errado nela e que ela nem sequer soava bem.

O conector "para que" introduz uma subordinada final que, obrigatoriamente, deve apresentar o modo conjuntivo.

Não pretendendo dar aqui qualquer aula de gramática, alerto apenas para o facto de, sobretudo nos meios de comunicação escritos, haver necessidade de ter um maior cuidado com o que se escreve, pois exemplos como estes encontram-se "aos pontapés".

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:53 AM

O Canadá e a sharia Em Dezembro, publiquei um artigo a propósito da possível introdução no Canadá da sharia (lei islâmica) para derimir conflitos entre pessoas de confissão muçulmana. É claro que seria uma versão abreviada da sharia (não incluindo, por exemplo, a lapidação de mulheres adúlteras).

No entanto, parece-me que mesmo a introdução de uma versão reduzida da sharia será inaceitável num país ocidental. Obviamente, as organizações feministas já se começaram a movimentar e eu, insuspeito de simpatizar com a maioria dessas feministas, concordo plenamente com a sua luta contra esta ideia peregrina, multiculturalista e politicamente correcta (e estúpida também). É óbvio que, numa sociedade patriacal e fechada como é aquela dos muçulmanos mesmo a viver no Ocidente, as mulheres muçulmanas é quem mais vão sofrer pois serão praticamente compelidas, devido a pressões familiares e sociais, a recorrerem ao tribunal islâmico em vez dos tribunais a que todos os cidadãos do Canadá têm acesso. Estará a condenar-se uma população a não ter os mesmos direitos da restante população.

É perfeitamente claro para mim este ponto, mas também o é para muitos árabes e/ou muçulmanos. Aconselho por isso a leitura do texto Islamism & Multi-culturalism - A United Camp against Universal Human Rights in Canada por Azam Kamguian. Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 11:15 AM

Saramago e a democracia Ouço na TSF que José Saramago concorre às Europeias por fidelidade ao Partido.

Que novidade, por fidelidade à democracia é que seria de espantar! Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 09:29 AM

Disparates chomskianos Quando aqui referi o facto de Chomsky já ter um blog , disse que não tencionava visitá-lo muitas vezes. Bom, mas pelo menos uma vez por semana tenciona verificar o por lá se diz e o mínimo que se pode dizer é que o homem não me deixa mal. Vejam só esta pérola (meus sublinhados):

All opponents of the invasion of Iraq -- at least, all those who bothered to think the matter through -- took for granted that there would be beneficial effects, as is often the case with military interventions: the bombing of Pearl Harbor, for example, which led to the expulsion of Western imperial powers from Asia, saving millions of lives. Does that justify Japanese fascism and its crimes? Of course not: there is far more to consider, and I've never had any question that these other considerations amply justify condemning Japan's aggression as a war crime -- the "supreme crime" of Nuremberg.

Certamente Chomsky está a pensar nos milhões de vidas salvas por Pol Pot, Mao Tse Tung, Ho Chi Min e outros democratas. De outro modo, todas esses milhões de pessoas teriam morrido sob as botas do imperialismo ocidental. Como se sabe, todos estes dirigentes foram salvadores dos seus povos e foram reputados defensores dos direitos humanos.

Diz o Miguel que ia pôr o link deste blog na secção de "ficção científica", mas eu acho que ele deve pô-lo na secção de "ficção" pura e simplesmente (é que de científico ele não tem nada, nem na linguística, que como se sabe, e ao contrário de que muitos pretendiam, não é nem tem que ser uma ciência).

O resto do artigo do Chomsky é, como de costume, delirante e padece de um ocidentalismo atroz

P.S. Ocidentalismo: ódio ao Ocidente, frequentemente perfilhado por aqueles que vivem à conta das sinecuras que esse mesmo Ocidente lhes dá.

Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 10:32 AM

A direita francesa perde regionais À hora que escrevo, preve-se que a esquerda francesa ganhe 19 das 21 regiões francesas (Córsega excluída).

Bom, neste caso não houve atentados terroristas, mas, também, à partida, nunca a direita esteve em condições de as vencerem (ao contrário de Aznar). De qualquer forma, penso que algumas das razões estão perfeitamente escalpelizadas por Ivan Rioufol , citada por mim na sexta-feira passada.

É hora de Chirac se preocupar com a política interna e deixar andar a armar-se em dirigente de nível mundial e ter como política externa o simples contrariar dos americanos. Quanto a Raffarin, é hora de começar a governar a sério... Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 09:53 PM

Não há limite para a estupidez? Através do Primo-Europe.org , descobri este problema de matemática proposto aos jovens franceses:

Livre de Mathématiques d'Algèbre de 1ère S (Editions Didier), un problème mathématique

Il s'agit de l'exercice N°57 en page 199 qui traite des suites numériques. D'après la rumeur, Judas Iscariote avait placé les 20 deniers gagnés par sa trahison au crédit Agricole du coin, à 2% avec intérêts composés.

Sachant qu'un denier vaut 0,53g d'or, déterminer la masse d'or (en millions de tonnes) dont auraient disposé ses éventuels héritiers au 1er janvier 2000 (Judas avait trahi en l'an 33).

Não haveria outro enunciado para o mesmo problema? Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 07:57 PM

Complexos de esquerda Há já algum tempo que me habituei a ler às sextas-feiras Le bloc-notes de Ivan Rioufol . E hoje ele toca vários pontos bastante importantes.

O primeiro, que será o discutido aqui neste artigo, poderia chamar-se o "complexo de esquerda" da direita francesa (e portuguesa também como adiante se verá):

Les électeurs de droite veulent une politique de droite. Cependant, leurs représentants s'ingénient à copier la gauche, sa bonne conscience, ses leçons «citoyennes», sa démagogie, son étatisme incongru. Illustration de ce malentendu, avec cette confidence de Jean-Pierre Raffarin (1): «Je suis assez frappé, quand je suis avec Tony Blair et Gerhard Schröder (tous deux socialistes): je suis quasiment le plus à gauche.» Le premier ministre s'envoyait là un compliment. Cette politique a été sanctionnée dimanche.

Lá como cá, há uma esquerda que se arroga o monopólio das boas causas, do bom coração, do interesse pelos pobres e oprimidos, defensora das minorias, etc., etc. E, lá como cá, há uma direita que cai na esparrela e deixá que essa marca de pretenso humanismo seja um rótulo da esquerda. Como todos nós sabemos, a história da esquerda é sinistra, pois essa "soit disant" preocupação pelos mais fracos está pavimentada sobre milhões de cadáveres ou de imensas minorias atiradas para a miséria e a exclusão (como os que ficam presos nas garras dos comunitaristas)

La droite en finira-t-elle avec son complexe? Quand Raffarin fait l'éloge d'un «mendésisme moderne», il mange dans l'assiette de son voisin et laisse comprendre qu'une droite libérale et déterminée lui est indigeste.

Ainda ontem ouvi o nosso primeiro-ministro na Assembleia da República a dizer que não era um liberal em matéria de economia! Será ele um social-democrata? É que apesar do nome, PSD, o não é um partido social-democrata nem os seus eleitores o são (pelo menos na maior parte). Enfim, parece que a palavra liberal mete medo a alguns. Por estes complexos de esquerda o governo francÊs terá sido penalizado porque:

Le peuple de droite veut entendre des discours réalistes répondant à l'état de la France, et non les bondieuseries des belles âmes invitant à l'immobilisme. Il demande au gouvernement d'avoir le courage de s'engager dans des réformes difficiles (l'Etat, l'école, la santé, la fiscalité, etc.) sans se préoccuper du consensus, introuvable puisqu'il s'agit de bousculer corporatismes et conservatismes.

Todos nós conhecemos os inflamados discursos esquerdistas a favor de tudo e mais alguma coisa que contrasta com a prática que é a da protecção para além do admissível de tudo quanto é vantagens corporativas, quer sejam dos médicos, dos professores ou funcionários públicos (em geral), com total desprezo pelo resto do país.

Essa direita deixa fugir eleitores para a FN porque ostracizou sempre as pessoas que votaram nela e isso deu mau resultado.

Or la droite, si soucieuse du qu'en-dira-t-on, a toujours répondu par l'ostracisme à ces Français déboussolés, souvent économiquement vulnérables, qui ne se reconnaissent ni dans les invitations à excuser les délinquants et à comprendre les motivations des terroristes, ni dans les privilèges des corporations et les passe-droits des minorités, ni dans les éloges de l'immigration non contrôlée et du multiculturalisme.

Este facto levou a que muitos eleitores deixassem de votar na direita clássica e se virassem para a direita mais radical. Esta reflexão acaba de uma forma muito simples, mas que para muitos parece uma miragem:

Pour gagner, la droite doit être elle-même. Impensable?

E em Portugal como será?

PS - Já agora leiam o resto desta coluna semanal, pois vale bem a pena.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 02:54 PM

A mulher continua a não perceber nada do assunto! Ana Gomes dixit :

1) Como se combate o terrorismo internacional?

Com governos europeus competentes, inteligentes e determinados, capazes de perceber o que é o terrorismo internacional e o que são as suas causas profundas, designadamente conflitos politícos não resolvidos (como o conflito israelo-palestino, a ocupação estrangeira do Iraque e regimes ditatoriais violadores dos direitos humanos) e gritantes injustiças e desigualdades no mundo que tornam muita gente tão desesperada que recorre ao mais abjecto dos métodos: o terror indiscriminado.

Comentário: é óbvio, para alguém que não tenha o raciocínio tolhido pela ideologia, que nenhuma das causas profundas aqui alegadas pela Ana Gomes se podem aplicar à Al-Qaeda. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:28 PM

Chomsky também na blogsfera! Através dos Canhotos fiquei a saber que o linguista Noam Chomsky já tem um blog, de nome Turning the Tide (o título deve ser um wishful thinking).

Bom, estou a dar a informação mas não é que tencione visitá-lo muito. Ler Chomsky, no meu caso, só por obrigação e apenas o que se relaciona com a linguística (nem mesmo assim sou um adepto da gramática generativa), que o que escreve sobre política não é para levar a sério.

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:55 PM

E ainda há quem acredite em Richard Clark? Sobretudo depois de ler artigos como este de Rich Lowry de como Clark já disse coisas completamente diferentes do que diz agora. Neste momento, nos EUA, a credibilidade deste homem está seriamente afectada!

Os media portugueses e os blogs de esquerda deviam atender a estes factos em vez de andarem a propagar o que ele diz como se fosse um escrito sagrado e sem contestação. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:39 PM

Kosovo - 5 anos depois Por absoluta falta de tempo não consegui escrever este artigo ontem. E porque é que queria ter escrito isto ontem? É que ontem fazia 5 anos que a Nato começou a guerra do Kosovo. 5 anos depois o que é que temos? Foi-se fazer uma guerra para parar uma limpeza étnica, agora temos uma limpeza étnica ao contrário.

É claro que esta guerra não valeu a pena. A indefinição quanto ao estatuto do Kosovo mantêm-se agora como então. E mais, a hipótese de um estado multi-étnico é apenas uma cada vez mais longíqua miragem.

O inenarrável Solana decidiu ir ontem ao Kosovo e foi mal recebido pelos sérvios. O que é que ele queria? Mas o pior são as declarações que terá proferido. Segundo a BBC : "Mr Solana urged them to be brave and to stay in Kosovo despite difficulties." O homem é ou não é um cromo? A Nato há 5 anos que nada faz para proteger os sérvios. Mais de 200 000 sairam já do Kosovo, centenas de igrejas e mosteiros queimados (ver meu artigo em Dezembro no Arquivo). Só agora é que notaram o problema. Foi preciso morrer 28 pessoas nestes últimos incidentes para perceberam que os seus protegidos não são melhores que os seus ex-opressores?

Solana disse ainda: "I am appalled by the brutality of the actions," he told residents. "It is very, very sad to see." Pobre diabo! Até agora não sabia de nada!

He added that the international community "cannot tolerate and will not tolerate" such actions. Deve estar a brincar. Aceitou durante 5 anos estas acções. A única diferença é que as anteriores não foram em grande escala, mas apesar foram muito eficazes. O Sr. PESC anda mesmo a dormir.

Alguns (nomeadamente os nossos socialistas) deviam ter vergonha quando verberam a guerra do Iraque. A do Kosovo é um fiasco muito maior e o problema é que não se vê saída à vista. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:55 AM

Afinal, Mário Soares não está só... ... na produção de afirmações disparatadas em catadupa (ver este artigo de CAA no Blasfémias ).

Pela Primo Europe fiquei a saber, por o extracto aqui transcrito da entrevista (seguido de comentário da Primo Europe), que o presidente do Partido Socialista Francófono da Bélgica é, também, um discípulo de Mário Soares. Ora vejam:

" Il faut lutter contre le terrorisme mais par le dialogue "

Belgique, lundi matin 22 mars : invité de Matin première (RTBF) : Extrait retranscrit littéralement de l’interview d’ Elio di Rupo, Président du Parti socialiste Francophone

J-P Jacqmin : l’élimination par Israël de Cheikh Yassine qui était quand même le dirigeant du Hamas, mouvement qui a revendiqué nombre d’attentats , est-ce une bonne ou une mauvaise chose ?

Elio di Rupo : « Dans l’état et la matière c’était une mauvaise chose. Il faut lutter contre le terrorisme mais par le dialogue. Et puis, il y a une humiliation des populations. On humilie une partie du monde arabe, on humilie les Palestiniens et dès qu’une population est humiliée, elle prend sa revanche et ce qui est inacceptable dans le couple Sharon- Bush, c’est qu’il crée l’instabilité dans le monde entier. Ce n’est pas bon pour la prospérité, ce n’est pas bon pour la paix, ce n’est pas bon pour les gens »

Autrement dit, Monsieur Di Rupo n'a pas grand chose à faire du fait que le Hamas soit un mouvement terroriste qui sacrifie les siens, enfants et femmes compris, pour aller se faire sauter parmi des civils. Peu lui importe que ce mouvement soit sensiblement de la même veine et de la même idéologie que le Parti Nazi. Ce qui importe, par contre, c'est de faire savoir que le couple Sharon-Bush crée l'instabilité dans le monde entier.

Encore une analyse géo-stratégique de ce type et Monsieur Di Rupo pourra poser sa candidature au poste de secrétaire général de l'ONU.

Quand il a entendu l'affirmation "il faut lutter contre le terrorisme, mais par le dialogue", il parait que Carlos a piqué un fou rire au fond de sa cellule.

Para estes senhores Sharon-Bush são a "bête noire" e ninguém os consegue convencer do contrário. A estupidez não tem limites e cega-os de tal maneira que não vêem de onde vem o perigo. Quando o virem, já vai ser tarde.

Pauvre Europe...

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:14 PM

Erros do pacifismo actual... ...ou melhor dizendo, talvez, do capitulacionismo actual são analisados neste artigo de que vou citar as partes mais significativas.

Les isolationnistes ou pacifistes actuels plaquent quatre idées fausses sur Al-Qaïda et les autres réseaux islamistes.

1 Ils voient en eux la suite du mouvement anticolonial. Ceux-ci seraient, d’après eux, “nourris” par les “injustices” qui marquent encore les relations “Nord-Sud”, entre “pays riches et pays pauvres”.

Pour enrayer le terrorisme, il suffirait donc de mettre fin à ces “injustices” : évacuer l’Irak et l’Afghanistan, abandonner Israël, accorder aux pays islamiques la possession de l’arme atomique et d’autres armements à caractère stratégique, accepter une hausse du prix du pétrole, tolérer l’expansion de l’islam en Occident, etc. En réalité, Al-Qaïda et consorts ne sont pas anticolonialistes mais – en termes occidentaux et pour parler français – colonialistes. Leur but n’est pas d’instaurer une égalité entre le Nord et le Sud, mais d’imposer l’islam (tel qu’ils l’entendent : un islam extrémiste) dans un Nord qu’ils tiennent pour “décadent” et “dégénéré” et dans le reste du monde. Toutes les concessions sont bonnes à prendre, et il est légitime (“licite”, disent-ils) de laisser croire aux Occidentaux que leurs concessions présentes suffiront.

2 Les isolationnistes et les pacifistes, raisonnant à partir de la culture occidentale, croient que le terrorisme n’est, pour Al-Qaïda et consorts, qu’un moyen de dernier recours, “l’arme du désespoir”. Mais en islam, le terrorisme est au contraire un moyen stratégique et politique ordinaire. Un des meilleurs orientalistes français, Henri de la Bastide, qui fut professeur d’arabe à l’Ecole des langues orientales de Paris, puis président de cette institution dans les années 1980, a défini l’islam comme une “civilisation poético-terroriste”. Nombreux sont les Arabes et les musulmans qui souscrivent à ce verdict, à commencer par Kanan Makiya, le Soljenitsyne irakien.

3 Les isolationnistes et les pacifistes croient que le combat contre Al-Qaïda et les autres islamistes passe par une coopération accrue avec les Etats musulmans. C’est se méprendre du tout au tout. En Islam, l’Etat n’existe pas : c’est une structure de circonstance, empruntée à l’Occident tant que ce dernier dominait le monde. La matrice de la société et du pouvoir, ce sont les confréries militantes, vouées au djihad. Structures à la fois religieuses, sociales et militaires, aussi anciennes que l’islam lui-même, elles peuvent essaimer de pays en pays, passer par des périodes de mise en sommeil, se réactiver, se fractionner à l’infini, se regrouper, fonder un Etat (l’Arabie saoudite, créée par la confrérie wahhabite) ou s’emparer d’un Etat existant (l’Afghanistan, parasité naguère par les talibans), survivre aux révolutions ou aux défaites militaires.

4 Enfin, les isolationnistes et les pacifistes, mais aussi bon nombre d’Occidentaux plus avertis, ont tendance à minimiser la puissance des islamistes. C’est un fait, les sociétés industrielles du XXe siècle, fondées sur des technologies et des équipements lourds, sur des frontières bien délimitées, sur un encadrement civique rigoureux (éducation nationale, service militaire) et un rationalisme conquérant, ne constituaient pas un terrain favorable pour l’islam. Mais les sociétés postindustrielles du XXIe siècle, fondées sur des technologies légères et des équipements “nomades”, sur la circulation permanente des informations et des personnes, sur le droit à la différence et sur la redécouverte de la spiritualité, lui sont au contraire éminemment favorables. Mieux : au fur et à mesure qu’ils pénètrent en Occident, les réseaux islamistes prennent avec une déconcertante facilité le contrôle des réseaux préexistants, politiques, religieux, culturels. Que l’on songe au mouvement dit “altermondialiste”, séduit,

du jour au lendemain, par un Tariq Ramadan.

Au lendemain du 11 septembre 2001, les Etats-Unis ont décidé de porter la guerre chez l’ennemi. Tout en commettant eux-mêmes l’erreur de croire que la mise en place d’Etats à l’occidentale en Afghanistan et en Irak (le nation building) suffirait à résoudre une partie du problème. Mais l’erreur des isolationnistes et des pacifistes européens – à commencer par le malheureux peuple espagnol qui, sous le choc du 11 mars, se livre à une élection-capitulation – est sans commune mesure.

« La guerre est un jeu cruel, écrivait le national-communiste Louis Aragon en 1944 : Il s’agit de la gagner. »

Quem tiver ouvidos que ouça!

Comentários: (4) Posted by r-j-oliveira at 04:32 PM

Errare humanum est Que dizer desta notícia ?

JERUSALEM, March 21 (JTA) — If ever there were a poster boy for the tragically blurred borders of the Israeli-Palestinian conflict, George Khouri is it.

Palestinian terrorists gunned down the 20-year-old student as he jogged through the dark streets of Jerusalem’s French Hill neighborhood on Friday night. The Al-Aksa Brigade, the terrorist wing of Palestinian Authority President Yasser Arafat’s Fatah movement, boasted that it had killed a Jewish “settler.”

But the claim quickly turned to shame when it became clear that the victim was in fact Arab, the scion of an Israeli Christian Arab family long linked with Palestinian nationalism.

“Mistakes happen. We consider George a martyr for the cause,” a spokesman from the Al-Aksa Brigade told Israel’s Channel 10 television station on Sunday.

Arafat aides phoned the victim’s father, civil-rights lawyer Elias Khouri, to apologize.

O porta-voz das brigadas não podia ter sido mais cínico. Um mártir para a causa? Quem é que ainda pensa que é possível dialogar com esta gente? Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:56 PM

China zanga-se com os EUA Segundo a TSF a China ficou zangada com os EUA em matéria de direitos humanos por estes irem apresentar uma resolução na Comissão de Direitos Humanos da ONU em que condenam a China por incumprimento de acordos feitos em 2002.

Realmente, que desaforo! Os chineses são lá culpados de fazerem mais de 10000 execuções por ano! Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:29 AM

A guerra justa Pelo que toca ao Estado, devem observar-se acima de tudo as leis da guerra. Pois, havendo duas formas de contender, uma pela discussão, outra pela força, e sendo aquela própria do homem, e esta das feras, tem de se recorrer à segunda, se não for possível utilizar a primeira. Por este motivo, pode-se entrar em guerra devido a essa razão, a fim de se viver em paz sem injustiça; porém, uma vez alcançada a vitória, devem deixar-se viver os que não foram cruéis ou desumanos na guerra, assim como os nossos antepassados deram o direito de cidade a Tusculanos, Volscos, Sabinos, Hérnicos, mas destruiram radicalmente Cartago e Numância; (...) Em minha opinião, deve sempre pensar-se numa paz que não venha a tornar-se insidiosa.(...) A verdade é que as condições da guerra justa estão prescritas de uma maneira mais que sagrada no direito fecial do povo romano. De onde se pode deduzir que não há guerra alguma justa se não se fizer, ou depois de se ter protestado, ou de a ter previamente proclamado e declarado.

Cícero (Dos Deveres I.11.34-36, trad. Mª Helena da Rocha Pereira) Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:43 PM

Xeque Ahmed Yassin Israel matou hoje o Xeque Ahmed Yassin, chefe espiritual do Hamas. Não sei se vai adiantar alguma coisa na sua luta pela sobrevivência, mas o mínimo que se pode dizer é o Xeque morreu como viveu: à bomba.

Já ouvi hoje muito disparate sobre este assunto, mas gostava que as pessoas se lembrassem de uma só coisa: o Hamas não luta para libertar a Palestina da ocupação israelita, mas para destruir Israel. E isto faz toda a diferença e quem faz análises devia pensar nisso. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 02:58 PM

Política nacional No dia em que se passaram dois anos da vitória nas legislativas do PSD, disse eu aqui que não estava particularmente satisfeito com o nosso governo, mas que pelo menos, não é o desastre que seria se fosse o PS a (des)governar-nos.

Parece-me que não estou sozinho nesta apreciação. Hoje, António Barreto no seu Retrato da Semana no Público , depois de não se mostrar entusiasmado com a acção do governo até agora, diz o seguinte:

Gostaria, no entanto, que continuasse a cumprir o seu mandato até ao fim. Por duas razões. Primeira, porque o cumprimento de legislaturas integrais é um valor em si próprio e, salvo drama ou desastre, deve ser respeitado e preservado. Segunda, porque, com o que sabemos, o governo alternativo, chefiado por Ferro Rodrigues e composto pelos amigos que actualmente dirigem o partido, seria muito pior e mais perigoso. Reconheço que esta opção não parece ser de grande política e não é de certeza gloriosa. Mas prefiro a deficiência ao desastre. É ao que estamos reduzidos.

Mas a apreciação que Barreto faz do PS de Ferro Rodrigues é ainda mais desoladora:

Perderam a cabeça com o processo dito da pedofilia. Têm vindo a agravar o estilo arruaceiro e as políticas demagógicas de que se pretendem orgulhosos autores. Estão cada vez mais híbridos e descaracterizados. Não perceberam as razões por que perderam. Não reconheceram os erros cometidos. São incapazes de criticar o universo de desperdício e facilidade que criaram. Continuam a pensar que gastar e distribuir, sem poupar nem produzir, é o modelo de política responsável. Persistem em crer que se pode e deve viver com as finanças públicas em perpétuo estado de bancarrota. A convite de Chirac e Soares, do Bloco e do PCP, enveredaram por estranhos caminhos de política europeia e externa. Adoptaram o estilo do PCP que, há quase trinta anos, berra no Parlamento e na rua, exigindo a demissão de cada um e de todos os ministros. Por este andar, os socialistas merecem um longo estágio na oposição.

Barreto foi muito detestado pelo PCP quando, como Ministro da Agricultura num governo de Mário Soares (já não me lembro se no 1.º ou no 2.º), fez uma lei de Reforma Agrária. Penso que, agora, Barreto é mais detestado no próprio PS.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:01 PM

Manifestações pela paz Que raio de manifestações pela paz são estas que defendem que a solução para o Iraque é a saída das forças internacionais?

Querem deixar os iraquianos abandonados à sua sorte, que, na hora actual, significaria uma brutal guerra civil? Bom, não era novidade pois, no passado, estes mesmo manifestantes abandonaram os iraquianos às garras do Saddam. O que me leva a pensar que estão-se nas tintas para os iraquianos. O que eles querem mesmo é derrubar os governos democráticos do Ocidente. Enfim, conceitos... Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 10:37 AM

Foi ao fundo Grande Rio Ave! 4-0 ao Sporting. Fixe. Já não falta muito para sermos campeões. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 11:05 PM

Revista de imprensa II Ainda Le Point , mas agora é a vez do artigo de Bernard-Henri Lévy (os sublinhados são meus):

L'Europe. Ils étaient nombreux ceux qui, en Europe, estimèrent, le 11 septembre, que c'était une guerre américaine ne nous concernant, nous, que de loin. Eh bien erreur, évidemment. Terrible et grossière erreur. C'est à la démocratie, pas à l'Amérique, qu'Al-Qaeda s'en était pris. Ou plutôt c'était à l'Amérique, oui, mais en tant qu'elle était le symbole du rêve, de la civilisation, démocratiques. Aujourd'hui, l'autre incarnation du rêve. Aujourd'hui, cette « vieille Europe » qui, dans l'oeil des terroristes, n'est que l'autre face de la « nouvelle ». L'Europe, pour Al-Qaeda, c'est l'Amérique en plus fragile. Londres, Milan, Paris, c'est New York, le même New York, quoique encore plus ouvert et, donc, plus vulnérable. C'est pourquoi les Européens sont, aujourd'hui, au coeur de la tourmente terroriste. C'est pourquoi le prochain attentat aura vraisemblablement pour lieu, non Jérusalem ou Boston, mais l'une de ces grandes villes d'Europe.

L'Irak. Autre erreur. Autre leurre. Et, pour les petits malins qui, depuis quelques jours, se rassuraient en répétant : « tout ça, c'est les suites de la guerre en Irak ; Aznar n'a fait que payer sa position de laquais de Bush en Irak », pour le munichisme spontané de ceux qui se frottaient les mains en songeant : « L'Europe, d'accord ! mais il y a Europe et Europe ! ah comme nous fûmes bien inspirés de nous tenir, nous, à l'écart de l'aventure ! », de bien mauvaises surprises en perspective ! Je n'ai pas changé d'avis, pour ma part, quant à l'immense absurdité que fut cette guerre irakienne. Mais ceci, il ne faut pas se lasser de le répéter, est sans rapport avec cela. Et, ayant un peu étudié la rhétorique et le fonctionnement d'Al-Qaeda, ayant observé de près quelques-unes des séquences de son histoire la plus récente, je ne crois pas me tromper beaucoup en affirmant : de même que l'organisation de Ben Laden ne fait pas la différence entre vieille et nouvelle Europe, de même elle ne distingue, et ne distinguera pas, entre Europe « dure » et Europe « douce » - entre l'Europe « américanisée » et celle qui, en Irak, a pris le parti de la « paix ». L'enjeu de l'histoire, ce n'est pas l'Irak, mais « les juifs et les croisés ». Le problème de ce nouveau terrorisme franchisé Al-Qaeda, c'est de frapper en Europe, sans faire de détail, n'importe où, aux lieux et dates où cela semblera le moins difficile. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:00 PM

Revista de imprensa Talvez fosse bom o Dr. Mário Soares ler, por exemplo, e para esclarecer as suas ideias, este editorial de Claude Imbert no Le Point . Talvez ficasse a perceber o que está em jogo.

Une guerre abjecte nous met son mufle sous le nez. Guerre déclarée contre la vie par des amants déclarés de la mort. Guerre pour la gloire du Prophète et l'assomption des siens au paradis d'Allah. Guerre d'une hydre à mille têtes où les victimes futures n'ont rien à négocier. Guerre du néant qui arme ses martyrs dans les arrière-cours de nos sociétés malades !

(...)

Le mégaterrorisme islamiste vise une cible si large - l'Occident des « infidèles » - que nul, dans nos contrées, n'y échappe. Aussi peu « croisés » que nous soyons, nous voici donc jetés dans le chaudron d'une vindicte millénaire ! Comme les juifs dans le délire nazi, nous voici condamnés non pour ce que nous faisons, mais pour ce que nous sommes : des citoyens d'une civilisation abhorrée. Exécrée dans ses croyances, ses moeurs, ses libertés, sa démocratie.

Le risque encouru par chacun de nous est, dites-vous, statistiquement faible. Peut-être ! Mais sa représentation ne l'est pas, portée par des trombes d'images sur des millions d'écrans. Le terrorisme de masse ne prospère qu'avec les mass media. Il leur revient - comme jadis au choeur antique - de répandre et commenter la tragédie dans le village planétaire. Le nouveau terroriste est le bâtard contemporain de la masse et du réseau, de la foule et de la connexion. Son téléphone portable déclenche le détonateur, qui déclenche la bombe, qui déclenche la mort, qui déclenche le spectacle multiplié à l'infini de l'effroi...

Or l'effroi commence, hélas et sans surprise, d'installer son poison dans nos sociétés ouvertes. Contre le Mal, aussi extrême et dément soit-il, la tentation s'insinue, sinon de composer (et d'ailleurs avec qui ?), du moins d'échapper au premier choix des assassins.

(...)

La France, qui se tint à l'écart de l'expédition irakienne, aimerait à se croire, pour un temps, abritée des forcenés. Illusion, bien sûr ! Avoir désapprouvé l'intervention hasardeuse des faucons américains ne cèlera pas longtemps notre stigmate d'« infidèles ». La guerre des frénétiques ne fait pas de quartier - sinon provisoire - dans notre camp. Qu'on écoute seulement les illuminés : ils claironnent notre agonie future. Et il aura suffi de notre loi sur le voile pour susciter aussitôt contre nous l'anathème du procureur autorisé d'Al-Qaeda.

Al-Qaeda n'est, de surcroît, que la tête la plus célèbre d'une multinationale du crime qui sévit déjà partout dans le monde, du Maroc à Bali, du Kenya aux Philippines. Qu'on arrête Ben Laden et l'infection islamiste ne sera pas pour autant éradiquée. La radiance du thaumaturge saoudien enfièvre toujours les foules arabes. Mais, sans que Ben Laden s'en mêle, maints foyers terroristes naissent, disparaissent, se déplacent, se reforment. Ou se revitalisent, comme en Tchétchénie, dans les conflits nationalistes. Tous ces « franchisés » d'Al-Qaeda bricolent dans nos murs - ingénieuses, industrieuses fourmis - leur stratégie de mort. Ils n'obéissent en fait qu'au messianisme le plus violent du Livre fondateur.

Lorsque l'islam se laisse empoisonner par cette mystique fondamentaliste, lorsque ses imams refusent, par calcul ou par peur, de condamner ces apôtres de la guerre sainte, la gangrène s'étend. Des islamologues distingués ont beau nous dire que cette hérésie incendiaire vit sa phase critique et que sa flamme s'éteindra d'elle-même. (Inch'Allah !) Mais quand ? En attendant, les cendres que nous voyons ne sont pas les siennes. Ce sont celles des victimes, dans les crématoires géants que creusent les attentats. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:49 PM

Iraque Faz hoje um ano que começou a guerra contra Saddam. Como de costume uma esquerda festiva vai sair a rua para gritar contra a guerra. Na verdade, não é contra a guerra em geral que eles vão gritar. Eles vão gritar é contra esta guerra em particular. As outras, não lhes interessam. Por exemplo, a guerra que os islão radical declarou ao mundo ocidental eles desconhecem-na, ou melhor, até a apoiam intimamente, pois ele também odeiam (pelo menos uma grande parte deles, não convém generalizar demais) o mundo ocidental. É claro, escusado seria dizer, que a mim ninguém me vai ver hoje na Praça da Batalha...

A pergunta que muitos fazem é: valeu a pena? Neste caso, aqueles imortais versos de Pessoa (no "Mar Salgado") não se adequam como resposta a esta pergunta. Por um lado, já ouvi dizer que sem dúvida os iraquianos são mais livres agora, mas que o resto do mundo tinha pago um preço muito elevado. Outros, estão nas tintas que os iraquianos estjem mais livres, só querem é que os EUA se atolem por lá. Eu, por mim, digo que o derrube de Saddam foi muito positivo e, por si só, já justificava a guerra. Afinal, o homem, depois da 1.ª Guerra do Golfo, matou mais de 300 000 iraquianos. Por muitos iraquianos que morrem nos atentados bombistas no Iraque de hoje, nunca chegarão ao número de iraquianos que morriam por ano às mãos de Saddam. Mas, e a luta contra o terrorismo? Aí parece-me que a guerra não foi um grande avanço, mas, ao contrário de muitos, não tenho certezas sobre isso.

De qualquer modo, afirmações como a de Prodi, dizendo que o terrorismo está mais forte agora, são um perfeito disparate e, não podemos esquecer, provavelmente Prodi já está a raciocinar mais como o desafiador de Berlusconi do que como presidente da Comissão Europeia. De qualquer modo, nunca Prodi foi um portento de inteligência política.

O terrorismo islâmico não nasceu com a guerra no Iraque. Nos anos 90, houve atentados terroristas islâmicos até na própria Europa. Só que a Europa, tal como Marcelo disse hoje à Margarida Marante, está velha e os seus dirigentes não têm qualquer ideia para ela e, por isso, andaram a assobiar para o ar, pensando que se não chateassem o terroristas eles iriam atacar noutro lado. Puro engano! Parece que nada aprenderam com o 11 de Setembro, pois ele não partiu de uma qualquer agressão dos EUA a um outro estado. Os terroristas não precisam de um motivo. Para eles, nós somos todos infiéis, sejamos cristãos ou ateus.

Também muitos o querem negar, mas a guerra teve efeitos positivos como o da Líbia (ou acham que o Khadafi não pensou naquilo que aconteceu ao Saddam?). O Irão e a Síria têm convulsões internas, raramente noticiadas, que também pode levar a desenvolvimento inesperados. O exemplo do Iraque, caso as coisas corram bem (o que é uma coisa que ainda se há-de ver), pode ser importante também para a região.

Concluindo, com ou sem guerra no Iraque, penso que o mundo teria sempre que enfrentar tempos difíceis, pois há um inimigo sem rosto que decidiu declarar guerra ao mundo. E ninguém é neutro neste caso. Quem assim pensar, será sem dúvida vítima. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:22 PM

Expediente Bom, vamos lá a isto. Parabéns pelo 1.º aniversário ao Contra a Corrente e, também, ao Cruzes Canhoto do meu amigo J que ainda por cima mudou de casa. Raramente estamos de acordo (em política), mas isso não é o mais importante.

Por outro lado, dou as boas-vindas ao Roma Antiga . Vai já para a lista da esquerda. A blogosfera não está, decididamente, em depressão. Há mais vida para além dos blogs políticos. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:17 PM

De senectude liber secundus Maria de Lourdes Pintasilgo veio ao Porto no quadro das conferências promovidas pela Câmara falar sobre o 25 de Abril. Quando andava no liceu, Pintasilgo foi primeira-ministra (nesses anos escrever o feminino de primeiro-ministro dava polémica nos jornais) num governo de iniciativa presidencial. Desde já digo que nunca fui à minha dela.

Na TSF ouvi-a dizer que "se há alguém totalitário é porque as massas assim o querem". Não sei o contexto em que a afirmação foi dita, mas parece a justificação de uma ditadura, o que é, em qualquer contexto, uma afirmação inaceitável.

Pintasilgo já é história. Não devia sair de lá. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:04 PM

De Senectude liber primus Ouvi ontem o Dr. Mário Soares a dizer que devíamos negociar com o terrorismo, mesmo com o da Al-Qaeda. Hoje leio no Jornal de Notícias as seguintes afirnações do mesmo:

A luta contra o terrorismo tem de se basear nos respeito dos valores, que devem ser defendidos, desenvolvidos e aperfeiçoados no seio da Organização das Nações Unidas. O respeito pelo multiculturalismo, o diálogo ecuménico.

Por respeito ao Dr. Soares não quero dizer que ele está gagá, mas de facto ele está a ver muito mal as coisas. Os terroristas islâmicos não são movimentos de libertação, eles não querem saber para nada dos pobres e humilhados do mundo. Podem aproveitar-se deles pontualmente, mas não têm nos seus objectivos a libertação de qualquer tipo de opressão. Pelo contrário, eles querem é dominar o mundo segundo a sua intepretação do Islão.

Aqui não hipóteses de qualquer multiculturalismo visto que eles o rejeitam firmemente, nem sequer qualquer ecumenismo que é uma palavra estranha ao vocabulário dos islamitas.

Só posso pensar que Mário Soares disse isto porque está desactualizado e não acompanha a evolução do mundo.

Ah! já me esquecia... A ONU nunca poderá ser o motor de radicais transformações do mundo, pois tem no seio uma grande maioria de estados não democráticos. Quem pode confiar numa organização que tem a Líbia à frente da sua comissão de direitos humanos? Qualquer dia, o presidente dessa comissão será a Coriea do Norte.

Enfim, Soares podia já se podia ter retirado da política em vez de dar este lamentável espectáculo. Percebe-se bem porque nunca aceitaria um debate com Paulo Portas: seria completamente cilindrado. Pacheco Pereira, no último debate em que eu vi Soares, até foi misercordioso para com ele. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:52 PM

Fiasco é o Kosovo, não o Iraque Estas notícias sobre o Kosovo fizeram-no voltar à ribalta informativa, mas de facto a situação não melhorou desde o fim da intervenção da NATO.

Se antes da intervenção havia uma limpeza étnica promovida por Milosevic contra os albaneses - embora de dimensões muitíssimo menores do que as propagandeada na altura pelos albaneses, administração Clinton e União Europeia, como mais tarde se veio a provar -, depois da intervenção houve e há uma limpeza étnica promovida pelos albaneses não só contra os sérvios, mas contra todas as outras minorias. Por exemplo, desde o fim da guerra, centenas de igrejas e mosteiros ortodoxos (muitos datados da Idade Média) foram incendiados pelos albaneses.

Fui contra a intervenção no Kosovo pois, e não era preciso ter doutoramento, era fácil de perceber que a intervenção apenas faria mudar os opressores e nunca resolveria a situação no terreno. Aliás, a única consequência benéfica dessa intervenção foi a queda de Milosevic (mas isso também já era uma questão de tempo, já que havia uma oposição cada vez mais activa).

Agora, em que dentro de dias o início da guerra fará 5 anos, o Kosovo tranformou-se numa coutada para contrabandistas, traficantes de toda a espécie e islamitas radicais, perante o olhar impassível das forças internacionais que hesitam em actuar contra os albaneses. Este tipo de actuação dos soldados internacionais desde o início de entrada no terreno (máxima dureza contra os sérvios, fechar os olhos perante os desmandos do UÇK) potenciou a situação de anarquia total, sem lei nem roque, que se vive no Kosovo agora, para além de já acima mencionada limpeza étnica.

Mas dessa ninguém fala, afinal, os sérvios são brancos e cristãos e esses nunca são discriminados (não é, senhores politicamente correctos?). Comentários: (4) Posted by r-j-oliveira at 09:46 AM

Os novos senhores No meu último raid à livraria Leitura no Arrábida Shopping, para além de uns livros relacionados com linguística, comprei também Cartas Abertas aos Nossos Novos Senhores de Alain Minc. É um livro politicamente incorrecto, com toda a justiça.

Quem são estes novos senhores? São minorias culturais e movimentos afins como feministas, gays, comunitaristas, ONGs, militantes anti-globalização, anti-americanistas, populistas...

A eles, Minc dedica-lhe várias cartas abertas, não para negar a sua legitimidade, mas para afirmar que aqueles que os contestam não têm que se prostrar diantes destes "novos senhores" e abster-se de lhes fazer críticas. Porque, por muito que custe a multiculturalistas e qujandos, ninguém está imune a críticas.

Eis um passo, sobre as minorias:

A minoria tem vocação para proteger o indivíduo em luta com o seu mal-estar: a infelicidade - esse salvo-conduto da sociedade da compaixão - resulta da exclusão; ao juntarmo-nos aos nossos estamos a dar-lhe resposta. Contudo, feito o gesto de adesão, deixa de haver limites ao proselitismo: todos os semelhantes, todos os irmãos na exclusão se devem alistar, de livre vontade ou à força. E se se recusarem? O outing, essa versão militante da boa velha denúncia, encarregar-se-á do caso...

E assim, de solidariedade em convicção, de convicção em brutalidade, o grupo fecha-se sobre si mesmo: não lhe resta senão dar livre curso aos seus sonhos e fantasmas. Fechar-se a sete chaves é o seu horizonte natural. (...) As minorias não têm qualquer projecto alternativo. (...) Contudo, a partir de certa altura tudo o que tem origem nelas é sacrossanto: beneficiam do nosso gosto pela prosteração perante as autoridades. (...)

No entanto, a compaixão transporta-nos para lá da devoção pelas minorias; leva-nos a abandonar qualquer postura de combate perante as ideias contestatárias.

(pp. 14-15)

Ainda não li o livro todo, mas estou a gostar bastante. Irei dando notícias da minha leitura. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 10:02 PM

2 anos Faz 2 anos que o PSD ganhou as eleições antecipadas. Depois formou coligação com o CDS-PP. Governam em situação difícil. É brilhante o balanço? Não, claro que não.

Mas ainda assim valeu a pena mandar o PS embora. Penso que, embora o balanço não seja muito positivo, se o PS estivesse lá, estaríamos ainda muitíssimo pior, pois em tempo favorável conseguiram criar condições para afundar o país.

Só espero que, nos dois anos que faltam, o governo melhore e mande embora alguns ministros que estão lá, verdadeiramente, a mais (ou a menos, pois são invisíveis ou incompetentes). Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:50 AM

As ameaças islâmicas contra a França Para aqueles que pensam acalmar os terroristas islâmicos retirando as tropas do Iraque ou alinhando em histerias anti-americanas deveriam ficar preocupados com as ameaças contra a França que foram enviadas por carta ao jornal Le Parisien onde se a pode ler.

Não posso por isso deixar de transcrever parte da entrada que o Miguel dedica a este facto n' O Intermitente :

FACTO 1: A França não tem tropas estacionadas no Iraque

FACTO 2: A França opôs-se veementemente à intervenção no Iraque ameaçando, inclusivamente, usar o seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU caso este fosse favorável à pretensão dos EUA e Reino Unido.

FACTO 3: A França têm-se demarcado de todas as iniciativas dos EUA relativamente ao Médio Oriente.

FACTO 4: A França privilegia o "diálogo com o Mundo Islâmico"

DÚVIDA: Onde residem as razões da agressividade demonstrada pelos fundamentalistas islâmicos relativamente à França?

O Miguel não poderia estar mais certo: os partidários do apaisement não podem estar mais errados. Só espero que o céu não lhe caia em cima da cabeça.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 10:02 PM

Já perguntaram aos iraquianos? Bem, honra lhe seja feita, pelo menos a BBC , juntamente com outras, fez isso. Numa sondagem que pode ser consultada aqui , a maioria dos iraquianos pensa que vive melhor depois da queda de Saddam.

O que é que Zapatero pensará disto quando, ontem, disse que Bush e Blair tinham muito que reflectir e fazer auto-crítica (pensa ele que somos todos marxistas pata andarmos para aí a fazer auto-críticas?) por causa das decisões tomadas, exactamente, há um ano na Cimeira das Lajes?

Zapatero já falou com os iraquianos? Penso que não, pois ele é daqueles que deixa a realidade estragar uma boa teoria. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 01:51 PM

A perversidade não conhecerá limites? Vi na SIC Notícias que um miúdo de 10 anos foi interceptado num posto de controlo israelita com uma mochila de explosivos. Leio agora no Maariv o seguinte:

A bomb carried by a 10 year old Palestinian in his school bag was planned to be detonated by remote control among soldiers at checkpoint. Female Border Police officer foiled the attack.

Isto é, o miúdo, que não sabia de nada, ia ser utilizado como suicida involuntário. É o que é afirmado no parágrafo seguinte:

Israeli security sources believe that the ten-year-old Palestinian child caught carrying a large explosive device in his school bag was sent by Tanzim terrorists who intended to detonate the bomb by remote control while the boy was among soldiers at a checkpoint, Monday.

Há alguma causa que justifique esta barbárie? Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 11:07 PM

Síria e Irão com problemas Notícias de problemas na Síria e no Irão. Segundo esta notícia houve revoltas populares tanto no Curdistão sírio como no Irão junto ao mar Cáspio, com mais de um centena de mortes em qualquer dos casos.

A comunicação social tem dado pouca atenção à situação do Irão, mas os país de Khomeini está em convulsão há já algum tempo. Também na Síria, Assad tem enfrentado alguns problemas e contestação pública. Mas, a comunicação social só tem olhos para o que se passa no Iraque. Talvez fosse bom olhar para os lados.

Actualização. Mais notícias sobre a Síria aqui . Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:13 PM

Double talking Ontem Zapatero disse que iria ser firma contra o terrorismo, hoje diz que vai retirar as tropas do Iraque se a soberania não passar para o povo iraquiano e a ONU assumir uma outra intervenção.

Que firmeza! Logo que ele retire as tropas do Iraque, os islamitas vão bradar aos quatro ventos que conseguiram uma vitória estrondosa. E a todos parecerá verdade. E, assim, as democracias ocidentais ficarão reféns do terorismo. Será que vamos ter uma versão islâmica do "better red than dead"?

Élisabeth Schemla diz no seu editorial de hoje no Proche-Orient.info que:

Donc, en Europe, les terroristes d'Al-Qaïda ne font pas seulement sauter les bombes mais les majorités. Ils font des morts civils et des morts politiques. Cette victoire sans précédent obtenue à Madrid, capitale de l'Espagne de Cervantes, est un événement d'une portée considérable. La gauche socialiste, qui n'en attendait pas tant, revient au pouvoir par la grâce morbide des islamistes : elle a connu des retours plus glorieux.

(...)

Il ne manquera pas de voix pour évoquer une attitude munichoise face à la terreur islamiste. Chasser Aznar aujourd'hui revient à le rendre responsable des 200 morts et 1500 blessés. Exactement comme tant et tant d'Espagnols ont rendu l'Amérique responsable morale du 11 septembre, ce qu'il ne faut pas oublier. Cela revient forcément à dire que celui qui commet une telle horreur n'a pas complètement tort ; qu'il vaut donc mieux laisser les réseaux d'Al-Qaïda en paix, ne pas les pourchasser, ne pas les provoquer. Le message qui est envoyé aux terroristes depuis la péninsule ibérique est en somme le suivant : nous avons compris le message…

(...)

Faut-il par ailleurs supputer que tous les autres peuples européens pourraient s'aligner sur les Espagnols, s'ils devaient être confrontés à une même horreur ?

A conclusão não podia ser mais preocupante:

Là où les Américains ont opposé une résistance, ils apprennent que d'autres n'opposent rien. Il y a donc fort à parier qu'ils testeront dramatiquement, ailleurs dans l'Union européenne, la faculté de riposte de sociétés qui croyaient pouvoir oublier que la guerre est inhérente à l'espèce humaine.

A ver vamos, mas as primeiras declarações de Zapatero não são muito tranquilizadoras. Como pode ele tirar tropas de Espanha, sem dar sinal de fraqueza perante os islamitas. Só ele é que não vê isso?

Tempo difíceis avizinham-se... Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 09:59 AM

Primeiros problemas O que vai fazer Zapatero com as tropas espanholas no Iraque? Retirá-las? Que grande vitória seria para a Al-Qaeda. Mas se não as retirar, como é que a sua base eleitoral reagirá?

Com quem vai ele fazer acordos pós-eleitorais para poder governar? Faltam-lhe 12 votos no parlamento. Também será interessante ver como resolverá ele o problema.

Os próximos dias poderão esclarecer alguma coisa. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:37 AM

PSOE ganha em Espanha Para infelicidade dos espanhóis, apesar da escolha ter sido deles (os portugueses também escolheram o Guterres e lixaram-se), o PSOE ganhou as eleições em Espanha. Não acredito que nada de bom venha daí.

Quero crer que a escolha dos espanhóis foi consciente e fundamentada numa verdadeira vontade de mudança (temos que convir que serem sempre os mesmo a ganharem também tem os seus riscos). Quero crer, mas pelo vistos a nossa comunicação social pensa que isto se deu por causa do atentado terrorista de 11 de Março, de modo a castigarem o PP por ter exposto a Espanha a um ataque terrorista por terem participado na guerra contra Saddam.

Se foi este o caso, então é grave a situação das nossas democracias que passariam a escolher pela emoção e não pela reflexão. E porquê? Porque então os terroristas teriam encontrado a maneira de influenciar as eleições em países democráticos, de modo a terem governos que, conjunturalmente (apenas isso), servissem melhor os seus propósitos. Não me parece, se foi este caso, muito lisongeiro para a democracia.

Isto para não falar de que esta questão da segurança se não se tiver tropas no Iraque é uma perfeita ilusão. Os terroristas islâmicos não distinguem ninguém no mundo ocidental. Para eles somos o inimigo, ponto final. Seleccionam é os alvos de acordo com o que for melhor para a sua estratégia e conforme os apoios de que podem dispor. Madrid, Berlim, Paris ou Londres são tudo alvos possíveis. Temo que haja europeus que ainda não viram isso.

PS. Já viram a alegria que vai pelo Barnabé pela derrota do PP? Com a vitória da Nova Democracia na Grécia não disseram nada disso, pois não?

PS 2. As condições de democraticidade destas eleições também são algo estranhas. Alguém pensa que aquelas manifestações ontem frente à sede do PP foram espontâneas? È pura ingenuidade. Em 1975, era eu jovem, conseguíamos fazer ajuntamentos de estudantes em poucos minutos e não havia telemóveis nem Internet.

PS 3. Também, de qualquer modo, me pareceu que a gestão da crise por parte do governo do PP foi, no mínimo, desastrada. E isso, já me parece um motivo válido para as pessoas desconfiarem... Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 11:27 PM

Lomborg again Já aqui falei em Dezembro deste caso em que o Comité Dinamarquês contra a Desonestidade Científica acusou o livro o "Ambientalista Céptico" de Lomborg de ser objectivamente desonesto. Em Dezembro 2003, foi a vez deste dito comité ter sido desacreditado pelo ministro dinamarquês da ciência e tecnologia. Agora, o dito comité decidiu deixar cair o caso, como se pode ver por este comunicado e comentários de Lomborg (via Reason ):

Press Release

March 12, 2004

Scientific Dishonesty Committee Withdraws Lomborg Case

The Danish Committee on Scientific Dishonesty (DCSD) today announced it would not reopen the case concerning Bjørn Lomborg's book, "The Skeptical Environmentalist".

In December 2003 The Danish Ministry of Science, Technology and Innovation completely rejected the DCSD finding that "The Skeptical Environmentalist" was "objectively dishonest" or "clearly contrary to the standards of good scientific practice".

The Ministry, which is responsible for the DCSD, found that the committee's judgment was not backed up by documentation and was "completely void of argumentation" for the claims of dishonesty and lack of good scientific practice.

The Ministry invalidated the original finding and sent the case back to DCSD, where it was up to the committee to decide whether to reopen the case for a new trial.

"The committee decision is as one would expect," Environmental Assessment Institute director Bjørn Lomborg said today. "More than two years have passed since the case against my book was started. In that time every possible stone has been turned over, yet DCSD has been unable to find a single point of criticism that withstands further investigation."

"DCSD have reached the only logical conclusion. The committee has acknowledged that the former verdict of my book was invalid. I am happy that this will spell an end to what has been a very distasteful course of events," Bjørn Lomborg said.

The DCSD translated their first judgment into English. Today's announcement is only available in Danish.

Definitivamente se comprova que os ataques a Lomborg não eram de origem científica, mas apenas políticas, tudo porque Lomborg desafia as vacas sagradas do ambientalismo.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 12:12 AM

Desinformação e campanha eleitoral além da hora Se não tivesse estado fora de caso e num local sem acesso a computador (mas com acesso a televisão), já teria escrito este artigo há algumas horas.

Quando vi a dita manifestação "espontânea" em frente à sede do PP em Madrid, não deixei logo de pensar numa acção de campanha eleitoral para além da hora, do que a manifestação legítima de uma qualquer indignação.

A minha convicção aumentou quando vi imagens da manifestação e declarações de alguns dos participantes, que obviamente não desmentiam a sua origem ideológica. Daí que chamar aquilo manifestação "espontânea" só se for para rir. Aquilo era, manifestamente, uma acção de campanha da esquerda espanhola, aproveitando-se indecentemente de um atentado bárbaro (não está mal para quem acusava o PP de fazer o mesmo).

Por outro lado, a comunicação social portuguesa parece alinhar alegremente neste alegado protesto da "opinião pública" (seja isso o que for). Como eu já tinha dito, a pista islâmica é de longe a mais acarinhada pelos nossos media, exactamente com a ideia de acusar o PP deste atentado

É claro que isto é perfeitamente ridículo, senão completamente perverso. O terrorismo islâmico ataca onde tiver e onde puder atacar. Há uns tempos, em Fevereiro, transcrevi uma notícia referente a um operacional da Al-Qaeda que apanhado pelos americanos, disse que não houve um atentado no Mundial de 2002 porque no Japão não havia uma comunidade islâmica suficientemente grande para que os terroristas pudessem esconder-se entre ela. É de lembrar que na altura não havia guerra com o Iraque e o ataque só não foi feito porque não havia condições logísticas.

E, continuo a dizer, não há causa que justifique este acto. Quem quer responsabilizar o Ocidente por este facto só está a colaborar com os terroristas. Que se um dia vencessem, também não os poupariam. Para os terroristas não há diferenlas entre cristãos, hindus, agnósticos, ateus ou outros. Todos são inimigos. Quem se esquecer disto terá uma desagradável surpresa. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:30 PM

Imparcialidade? Porque é que tenho a impressão que há um frenesim nos órgãos de comunicação que quer imputar o atentado de ontem à Al-Qaeda?

Será para depois poder condenar o sr. Aznar (e logo a seguir o Bush, e talvez ainda o Sharon)?

Esquecem-se que quem carregou no detonador foram os terroristas (tenham sido eles etarras ou islamitas) e que não há causa que justique este acto? Ou acham que os governos devem ceder a chantagens?

Realmente, imparcialidade é coisa que não há nos órgãos de informação. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 01:05 PM

Também os palestinianos são reféns dos terroristas... Curiosa notícia lida no Global Jewish News que transcrevo aqui:

Palestinians beat terrorists

Palestinian workers waiting to enter Israel from the Gaza Strip reportedly beat and overpowered two terrorists planning to carry out an attack. An inquiry conducted recently by the Defense Ministry with the help of Palestinian officials found that, a few days after a Jan. 14 suicide bombing at the Erez crossing, Palestinian workers waiting to enter Israel noticed two Palestinian youths carrying weapons under their clothing trying to enter the area. The workers confronted them, overpowered them, beat them and then handed them over to Palestinian Authority policemen. It’s not clear what happened to the youths after that, Ha’aretz reported. Some 5,000-10,000 Palestinians enter Israel for work each day, but attacks at the crossing points sometimes cause Israel to close the border.

O povo palestiniano também é refém destes terroristas, pois, como eu já disse várias vezes, mais do que uma guerra de libertação, os grupo terroristas palestinianos fazem uma guerra de aniquilação contra Israel. E quem fica a perder é o povo. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:15 PM

Ainda a autoria do atentado Como alguém que têm em atenção os problemas linguísticos, não posso deixar passar em claro a análise que é feira pela MEMRI da reivindicação pelas brigadas Al-Masri do acto de ontem.

Nesta análise é feita a tradução e um comentário ao estilo e às palavras utilizadas no comunicado, concluindo-se pela sua não autenticidade. Eis o texto do comentário ao texto do comunidado:

Commentary

The text of this statement includes linguistic usages and concepts that are incompatible with or alien to authentic Al-Qa'ida writings by Osama bin Laden, Dr. Ayman Al-Zawahiri, and others. The following are some examples, in order of appearance:

* Following the Qur'an verses is the title "The Trains of Death Operation." This is uncommon in bin Laden's writing. Also, it is noteworthy that the phrase "Trains of Death" is not reiterated in the text as the name of the operation.

* "Settling old accounts," both as a linguistic form and as a concept, is alien to authentic Al-Qa'ida writings.

* The use of the concept of "agents" is taken from the vocabulary of nationalist ideology, while bin Laden and his followers relate to their enemies primarily as infidels.

* The phrase "but you did not get the message" is not one used by bin Laden, who does not cast his operations in the light of "messages," rather, as acts in and of themselves to further the goals of Al-Qa'ida for the sake of Allah. Thus, it follows that:

* The concept of conditionality, as in the statement "And if you renounce [fighting us], we too will stop fighting you" is not a bin Laden concept.

* The term "The Tyrant of the Generation" was used in the previous statement of alleged responsibility by the Abu Hafs Al-Masri Brigades, for the August 2003 U.S. blackout – which was caused by a large-scale technical failure.

* In authentic Al-Qa'ida writings, the September 11 attacks are not referred to as "events" but as "raids" (the early Islamic term ghazwah).

* The announcement of an operation to begin at "4515 S.B." or reference to an operation that is "90% completed" is alien to bin Laden's scholarly Islamist style.

Thus, this statement does not seem to be an authentic Al-Qa'ida document.

Se a ETA não pode desde já ser responsabilizada, também não se pode atribuir agora, de imediato, a autoria aos terroristas islâmicos.

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 04:33 PM

O dia seguinte Mais de 24 horas depois da barbárie em Madrid, continua-se a não ter a certeza de quem executou o atentado. É claro, que independentemente da autoria, o atentado é um acto bárbaro e injustificável. Como disse ontem, nenhuma causa pode justificar tais actos.

Mas, hoje, em que a pista árabe parece ser a preferida por alguns, já se ouvem disparates dos género de que o governo espanhol é que tem culpa porque participou ao lado dos EUA na guerra contra Saddam. Isto é um perfeito disparate. Não devemos procurar culpas do nosso lado. Quem detonou as bombas é que é culpado. Ponto final!

Será que vão começar já a descupabilizar terroristas? Não ouviram as declarações de um islamita (que até quer criar estados islâmicos por todo o mundo) que as nações europeias que apoiam os EUA deveriam mudar de governo? Já querem mandar nos países democráticos? E será que a Europa se rende? Querem ser "dhimmis"?

De uma vez por todas, é preciso lutar contra o terrorismo, venha ele de onde vier, pois seja qual for a causa, ela nunca poderá justificar os atentados terroristas, seja em Bali, em Nova Iorque, em Bagdad, em Telavive ou em Madrid. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:22 PM

11 de Março de 2004 Hoje tinha intenções de escrever sobre o 11 de Março de 1975, bem como sobre a estreia de "A Paixão de Cristo" em Portugal, mas o bárbaro atentado em Madrid deixou-me sem vontade de escrever sobre isso.

Sobre o o 11 de Março de 1975 e "A Paixão de Cristo" terei mais oportunidades de escrever. Hoje não me apetece.

À hora que escrevo, um grupo árabe reivindicou o atentado. Se é verdade, então teremos uma declaração de guerra formal à Europa por parte dos islamitas. Para quem tinha dúvidas que os terroristas islâmicos não respeitam ninguém ou que isto só acontece aos americanos, isto poderá ser a prova do contrário.

Por outro lado, e sempre na hipótese da pista árabe ser verdadeira, aqueles que pensam que apenas os países que apoiaram a coligação serão visados é melhor desengarem-se. Os islamitas não detestam apenas os americanos e seus aliados, detestam todo o mundo ocidental, quer sejam cristãos ou ateus, de direita ou de esquerda. Quando os cidadãos ocidentais compreenderem isto, talvez se possa progredir na luta contra a barbárie. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 10:32 PM

Massacre (act.) Não há outras palavras para definir esta acção que todos estão a atribuir à ETA.

Que causa pode resistir a actos deste género? Que simpatia podemos ter por pessoas que praticam tal enormidade?

Começo mesmo a duvidar que a ETA queira a independência do País Basco, pois nenhuma causa pode justificar estes actos, até porque a Espanha é um país democrático e há muitíssimos meios pacíficos para lutar por um ideal, seja ele qual for.

Agora, só quero ver em que termos certos "pacifistas" que pululam por aí vão condenar estes actos.

ACTUALIZAÇÃO: Um representante do Batasuna nega a responsabilidade da ETA e culpa grupos árabes. Será? Não me espantaria. Neste momento, nada pode ser afirmado. Mas se não foi a ETA, então a questão é ainda mais complicada e aqueles negam estarmos em guerra possam repensar a sua posição. Será que aqueles que pensam que americanos no Iraque e cidadãos israelitas em autocarros são alvos legítimos, acharão que cidadãos europeus de países com tropas no Iraque também são alvos legítimos? Vão ver que eles ainda acham que a culpa é dos judeus e dos americanos. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 09:35 AM

Ainda o Dia Internacional da Mulher Não me envolvendo em polémicas sobre a justificação desta data, quero notar que há lugares no mundo onde ela é mesmo muito mal vista. Assim aconteceu na segunda-feira em Teerão onde uma manifestação de mulheres foi reprimida.

Aqui pode encontrar-se o texto do apelo dos Estudantes Iranianos em França.

Eis a parte final deste texto:

Hier, le 8 mars, « Journée internationale des femmes », les miliciens de la république islamique ont donné la charge. Ils ont frappé leurs victimes avec leurs armes favorites, matraques et chaînes de vélo, visant principalement les jambes et surtout le visage afin de les marquer. Un très grand nombre d'entre elles ont été gravement blessées au visage et des témoins font état de visages et de têtes très ensanglantés. Les hommes qui les accompagnaient ont été battus à mort et ensuite traînés sur le sol.

Hier, le 8 Mars 2004 à Téhéran, des Iraniennes sont descendues dans la rue pour que le monde soit témoin de leur détresse. Shirin Ebadi, Nobel de la Paix 2003, n'a pas cru bon de décommander son voyage à Genève pour être aux côtés de ces femmes afin qu'elle puisse bénéficier d'une couverture médiatique. Shirin Ebadi (…) est plus occupée à condamner la loi Stasi en France ou plus concernée par le sort des terroristes détenus à Guantanamo que par ses propres concitoyens.

É, há prémios Nobel e prémios Nobel... Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:50 PM

Ainda os exames Não posso deixar de aplaudir a opinião expressa por Vital Moreira acerca deste assunto, em que ele põe o dedo da ferida:

De facto, não está apenas em causa a verificação da aprendizagem destes [os alunos], mas também do desempenho dos respectivos professores e escolas.

Compreende-se bem a resistência dos mais directos interessados. Mas quando se procura expandir entre nós uma cultura de avaliação, emulação e “accountability” em todos os sectores, designadamente nos serviços públicos, essa resistência não merece aplauso. Sobretudo num sector onde o panorama é tudo menos satisfatório.

É exactamente o que eu penso e que já exprimi em diversos locais. Não são só os alunos a ser avaliados, mas os professores porque, por um lado, os programas têm que ser cumpridos (o que não acontece frequentemente no básico), mas por outro, há uma comparação, justa ou injusta (há muitos factores que a influenciam), entre as notas dadas pelo professor e a classificação obtida no exame.

Posso dizer, por experiência própria, pois já dei aulas nos secundário, que com certos professores as notas finais no 12.º ano eram, em média, cerca de 5 valores superiores à nota obtidos no exame nacional. Se pode haver um ou outro aluno que baixe por questões pessoais, já não é crível que isso aconteça em 20, 30 ou 40 alunos diferentes. Mas, podem crer, isto acontece.

Os exames iriam obrigar, sem qualquer dúvida, a maior exigência por parte dos professores. E não acredito que isto provoque a discriminação, pois discriminação é deixar jovens na ignorância à saída do 9.º ano. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:18 PM

Grécia vira à direita Ao fim de quase vinte anos ininterruptos de domínio socialista na Grécia, a Nova Democracia venceu as eleições legislativas gregas.

Já era tempo! Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:03 PM

Jovens franceses dos menos fluentes em inglês Segundo esta notícia , os jovens franceses de 15/16 anos são menos dotados para o inglês do que os seus colegas da Dinamarca, Finlândia, Holanda, Noruega, Espanha e Suécia. Aqui, para nós, se os franceses estão piores a inglês do que os espanhóis a situação é mesmo grave. Portugal não faz parte do estudo, mas seria interssante ver qual seria a nossa posição (no entanto, suspeito que os cientistas da educação do ministério não estão nada interessados em comparações, apesar de os portugueses até não se darem mal com as línguas estrangeiras).

Mas, penso que o pior para os franceses é a regressão em relação a 1996. Parece que o problema da qualidade de ensino também se põe em França. A notícia refere o seguinte:

"Ces résultats permettent de poser des questions de fond sur l'enseignement de l'anglais en France", souligne la note qui évoque "la recherche de la perfection" des enseignants français "pouvant inhiber les élèves" et le manque de "pratique courante" de la langue en classe.

"Tout se passe comme si le rôle de +langue de communication+ de l'anglais n'était ni vécu, ni perçu dans les classes", ajoute la note en soulignant que "pour les enseignants français le préalable à l'apprentissage d'une langue" reste bien souvent "la connaissance de la grammaire".

Isto do ensino de línguas é realmente algo de complicado e, através dos tempos, houve diversas abordagens. Mas, de facto, é preciso não perder de vista que a aprendizagem de uma língua estrangeira faz-se com o objectivo de comunicar. No entanto, para que essa comunicação seja efectiva é preciso respeitar um mínimo de regras... É um equilíbrio muito frágil. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 12:55 AM

Pina Moura e Sousa Franco Hoje, ao acordar, ouvi nas notícias da TSF que Pina Moura numa entrevista a Margarida Marante disse que Sousa Franco era uma má escolha porque se tornava num alvo fácil para a coligação.

Tendo em conta que Pina Moura herdou o ministério de Sousa Franco, é de pensar que o "Cardeal" sabe do que fala, porque, só os mais distraídos é que não sabem, a recessão não começou em 2002 nem em 2000. Se não fosse esse o caso, porque raio Sousa Franco não continuou no 2.º governo de Guterres. É porque estaria tudo demasiado bem? Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 05:22 PM

Medalha de ouro Num país dominado pela futebolite aguda (apesar desta crítica não me ponham no campo dos anti-futebolistas, pois gosto muito de futebol), é sempre bom ver outras modalidades com sucesso. Mais feliz fico quando esse sucesso acontece no atletismo, um dos meus desportos favoritos. Para mim, Jogos Olímpicos resumem-se a atletismo e pouco mais. Não perco também os campeonatos do mundo e da europa.

Por isso, fiquei bastante contente com a medalha de ouro de Naide Gomes no pentatlo dos Campeonatos Mundiais de Atletismo em pista coberta que se disputam em Budapeste. Naide Gomes é, de há algum tempo para cá, uma das melhores especialistas do pentatlo e do heptatlo a nível europeu e mundial.

Todavia, não devemos embarcar em parolismo bacocos em relação às hipóteses de Naide Gomes nos JO de Atenas, apesar dela ser uma das candidatas a ficar entre as primeiras. Temos é que nos lembrar que em Budapeste não estiveram algumas das melhores heptatlonistas, como por exemplo essa fantástica atleta sueca chamada Carolina Kluft, pelo que em Atenas a concorrência será bem maior.

Naide Gomes, de seu nome completo Ezenaide Rosário da Vera Cruz Gomes, nasceu em São Tomé e Princípe em 20/11/1979 e tem a nacionalidade portuguesa desde Maio de 2001. Em 2000, esteve presente nos JO de Sydney competindo ainda pelo seu país de nascimento São Tomé e Princípe e ainda sob o nome de Ezenaide Gomes. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:05 PM

Praxes no andebol Estava eu a ver a SIC Notícias, quando vi o caso de uma praxe violenta na selecção nacional de andebol de sub-20 (ou sub21? não fixei) feita a um atleta do AC Sismaria.

Eu sou totalmente contra qualquer tipo de praxe seja onde for. É uma instituição inqualificável e que qualquer pessoa com um mínimo de QI deveria repudiar.

Por isso, quando vejo os responsáveis dos dois clubes dos atletas suspensos por participarem nela a defender a praxe como um acto integradora que, por azar, foi um pouco longe de mais, só me apetecia insultá-los e dizer que pessoas daquelas não têm categoria para estar à frente de equipas seja do que for. A federação, bem como os clubes, pura e simplesmente deveriam suprimir as praxes. Menos do que isto é pura estupidez.

Podia aproveitar-se este caso para definitivamente acabar com estas práticas cavernícolas. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:32 PM

Três meses Faz hoje três meses que iniciei o meu blog. Para já estou satisfeito com os resultados embora, por vezes, seja difícil conseguir escrever todos os dias pois o tempo não abunda e o trabalho precisa de ser feito. Estou a tentar, mas ainda não o consegui, começar a tratar neste blog alguns dos assuntos de que mais gosto, de uma maneira mais aprofundada, para não limitar ao acompanhamento da actualidade, que obviamente deve ser feito num blog como este, mas não pode ser exclusivo. Sei que tenho leitores fiéis e agradeço-lhes, prometendo, para não chatear ninguém, que só farei novo balanço quando o blog fizer um ano (espero continuar a ter tempo para ele). Comentários: (4) Posted by r-j-oliveira at 10:20 AM

Mais uma vez a educação... Brilhante a entrada do Jaquinzinhos sobre a notícia da possível introdução de exames no ensino básico por parte de David Justino.

Por minha parte só digo que não é preciso ser um "cientista" da educação para ver que o ensino tal como está, está mal. Aliás, o que é preciso é não ser um "cientista" da educação: esses só falam em projectos educativos, em interacções, em aprendentes e quejandos.

Mas quando vejo sobrinhos meus, no 7.º e 8.º anos, com dificuldades no cálculo matemático e com dificuldades a interpretar as perguntas de História, porque tiveram uma formação anterior insuficiente, percebe-se que algo vai mal. Ou então, que numa disciplina desde o 5.º ano, um deles, raramente tenha tido um teste de avaliação positivo mas, como por milagre, no último período lá sai o "3" da ordem para passar na disciplina, não pode haver defesa de um sistema não pouco exigente.

E quem diz que os exames iriam criar mais desigualdade, desengane-se. O sistema actual é que cria desigualdades. Os alunos que até ao 9.º ano passaram porque lhe facilitaram a vida e não por saberem algo vão ter imensas dificuldades a partir do 10.º ano. E no 10.º ano, aqueles que não têm bases, mas cujos pais também não têm dinheiro para pagar explicações, vão ficando para trás e só com muita dificuldade concluem o 12.º ano.

Por seu lado, os que têm dinheiro podem tentar recuperar os seus filhos através das explicações ou então, recorrem a outro expediente, os colégios privados. Por exemplo, a partir do 2.º período, as turmas de alguns colégios privados do 12.º ano aumentam exponencialmente. Outro facto que também acontece em alguns colégios privados é que as turmas do 10.º e 11.º anos são substancialmente mais reduzidas do que as do 12.º ano. Porque será? Não quero dizer com isso que os colégios privados são mais baldas, isto é, de modo geral (pois há de tudo), apenas que muitos deles têm melhores condições e, por isso, os estudantes podem ter melhores notas.

Se isto não é criar desigualdades, então o que é? Aliás, basta ver quem é que entra em Medicina, Engenharia, Arquitectura, etc. para se tirar esta conclusão.

Por outro lado, há muita gente a quem não interessa a avaliação dos alunos, até porque isso implica, indirectamente, a avaliação dos professores. E, é lógico que isso não lhes interessa. A progressão da carreira faz-se de modo burocrático e não, na maior parte dos casos, por melhoria da formação científica e já agora pedagógica (mas não exagerar, pois o excesso de pedagogia deu no que deu).

Qualquer projecto que agite as águas não interessa a ninguém que esteja solidamente dentro do sistema, pois isso iria obrigar a alterar hábitos há muito estabelecidos. O ministro vai meter-se num ninho de vespas. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:59 PM

Os democratas e o Haiti Leio no sítio da TSF que os democratas acusam Bush de ter contribuído para a deposição do líder eleito do Haiti.

Segundo reporta a TSF, Roberto Menendez, democrata, de Nova Jérsia, disse «Os outros países da América Latina vêem que este governo não vai defender os chefes de Estado eleitos democraticamente se não gostar deles».

Estes democratas sempre foram uns brincalhões. O Aristide foi democraticamente eleito? Eles estiveram com atenção às eleições de 2000? E aos desenvolvimentos ocorridos no Haiti nos últimos anos? O modo como Aristide se apropriou do país?

Tenham os EUA exilado ou não o Aristide, e eu acho que não, a sua saída era a única hipótese para tentar normalizar a situação política no país. Se o futuro será melhor, não sei. Em 200 anos de história de independência, os bons momentos têm sido poucos.

Agora não percebo a inclinação dos democratas americanos para acreditarem mais no Aristide do que no seu governo. Eles, antes de mais, só fanaticamente anti-Bush, tudo o resto não lhes interessa. Pobre América se estes senhores voltam ao poder. Com sujeitos assim, em vez de se voltar à era Clinton (que já não foi nada de especial), volta-se à era Carter (de longe um dos piores presidentes do séc. XX).

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 07:24 PM

Palestinianos com e sem aspas Vai para aí uma pequena polémica na blogosfera portuguesa por causa do uso da palavra palestiniano com aspas. Pelo menos já envolve o Barnabé , o Homem a dias , o Causa Nossa e o Aviz .

Obviamento que não ponho em causa o direito que os palestinianos têm em ter um estado independente, mas também é verdade que essa ideia só nasceu, na prática, depois de 1967.

É preciso lembrar que em 1948 foram os árabes que impediram o nascimento de um esrado palestiniano ao terem invadido Israel com o intuito de o destruirem. Os territórios ocupados estiveram entre 1948 e 1967 ocupados por jordanos (Cisjordânia) e egípcios (Faixa de Gaza) e, nunca, mas mesmo nunca, esses dois países tentaram implantar um estado palestiniano. Porquê?

Porque muito simplesmente, esses estados estavam-se nas tintas para os palestinianos, apenas lhe interessava a destruição de Israel. E, tal como lembra Francisco José Viegas na sua resposta a Vital Moreira, com a indicação do facto da representação do mapa da Palestina da Autoridade Palestiniana ocupar também o espaço de Israel, a destruição de Israel continua na mente da OLP (apesar do compromisso assumido após os Acordos de Oslo).

É um facto histórico que a Palestina como nação nunca existiu e que, também, a construção de uma identidade palestiniana é coisa recente. Quem não quiser ver isto está a tentar reescrever a história.

Por outro lado, o mesmo não se passa com os judeus que estão na região há milhares de anos e que há muito tempo, pelo menos cerca de 3000 anos, têm Jerusalém como cidade sagrada (vejam por exemplo o salmo 137 cujas duas primeiras palavras dão o título a este blog).

Continuo a pensar que a resolução do problema israelo-árabe está muito mais do lado do árabes, pois enquanto estes continuarem a pensar apenas na destruição de Israel, não haverá jamais paz.

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:39 AM

Carpe diem Quinto Horácio Flaco (Venúsia, 65 a.C. - Roma, 8 a.C.) foi um dos maiores poetas latinos de sempre. Mas, para além de toda a consideração de que gozou na Roma antiga, Horácio exerceu uma enorme fascinação sobre a poesia europeia, sobretudo a partir do Renascimento.

Para além dos temas por ele tratados, e que foram imitados (segundo o conceito de imitação anterior ao Romantismo) por gerações sucessivas de poetas, também a sua Epistola ad Pisones, mais conhecida por Ars Poetica, foi glosada repetidas vezes até aos alvores do Romantismo.

Sem dúvida um dos seus poemas mais conhecido é esta ode do Livro I de Odes (I, 11):

Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi

finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios

temptaris numeros. Vt melius, quidquid erit, pati.

Seu plures hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,

quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare

Tyrrhenum, sapias uina liques et spatio breui

spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit inuida

aetas: carpe diem, quam minimum credula postero.

Não procures, Leuconóe, - impío será sabê-lo -

que fim a nós os dois deuses destinaram;

não consultes sequer os números babilónicos:

melhor é aceitar! E venha o que vier!

Quer Júpiter te dê inda muitos Invernos,

quer seja o derradeiro este que ora desfaz

nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,

vive com sensatez destilando o teu vinho

e, como a vida é breve, encurta a longa esp'rança.

De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:

trata pois de colher o dia, o dia de hoje,

que nunca o de amanhã merece confiança.

(trad. David Mourão-Ferreira)

Não sei como há gente que consegue dar a disciplina de Português e falar do sécs. XVI, XVII ou XVIII, ou mesmo Ricardo Reis, sem sequer terem lido, minimamente, Horácio (repetindo apenas aquilo que lêem em artigos e outros materiais de apoio e nenhuma experiência de leitura directa, que nem sequer precisava de ser no original - há traduções excelentes).

Catulo, Horácio e Vergílio (de quem falarei proximamente) estão sem dúvida no lote de grandes poetas de todos os tempos. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 08:19 PM

Novos desafios para a escola Neste últimos tempos o Jornal de Notícias tem vindo a fazer uma espécie de retrato da Espanha, numa série de artigos sob o título genérico de "Espanha à lupa", onde passam por diversas regiões espanholas. Uns artigos são melhores, outros piores, quase todos aproveitam para dar bicadas no PP de Aznar (enfim, senão nem era o Notícias, não é?), mas de vez em quando encontram-se coisas interessantes que nos levam até para outras reflexões que não só sobre a Espanha.

O de hoje, intitulado O racismo começa na escola , da autoria de Helena Teixeira da Silva, é sobre a Catalunha e a imigração e, ao falar sobre a escola, escreve isto:

"Eu tenho um chinês no meio de 13 espanhóis". Maria José Miguel ergue os braços: "O que é que eu faço? Ele não percebe nada!". Mesmo os sul-americanos têm dificuldades. "Vêm para cá a achar que a língua é parecida, mas o registo não é igual". Katherine Cabrera, 12 anos, acabada de chegar do Equador, comprova-o. "As pessoas são muito diferentes. Não entendo o que dizem. As minhas amigas estão no meu país".

Tão ou mais ardiloso do que a língua será a tradição em que nasceram. "Querem vir para cá, mas não conseguem desvincular-se da sua cultura. As mulheres magrebinas, por exemplo, que mesmo aqui são vendidas como camelos, desaparecem aos 15 anos para casar", refere Montse Pallou. "Além disso,só têm ensino religioso, não sabem ler nem escrever, só recitar o Corão. Os rapazes do Norte de África são sexualmente precoces. Os sul-americanos são machistas. Obrigam as mulheres a trabalhar e dizem-nos que bater-lhes a seguir a beber é perfeitamente normal. Os marroquinos são agressivos. E a estrutura escolar não consegue dar resposta a isto tudo". Maria José Miguel baixa os braços."É impossível".

Numa parte anterior do artigo menciona-se a Escola Secundária de Pedraforce, em Hospitalet, em que para além do número de estrangeiros, a sua origem é muito variada:

Se o volume de estrangeiros cria dificuldades - em Pedraforce, mais de 70% dos alunos vêm de fora - a mistura dos países de origem não contribui para facilitar o sucesso. No recreio não há duas pessoas iguais. "Temos chineses, magrebinos, filipinos, marroquinos, de Leste e sul-americanos: equatorianos, peruanos, colombianos. Quase todos sem vontade de estudar. Querem começar a ganhar dinheiro depressa", explica Maria José Miguel, professora de História naquele estabelecimento.

Não sei como será a situação actual em Portugal, mas em algumas escolas começa já haver um bom número de filhos de imigrantes a frequentá-las. Dentro em pouco serão bem mais. Estará a nossa escola preparada para isso? Duvido. Se só com portugueses os nossos cientistas da educação conseguiram estragar o sistema de ensino, com tal diversidade vão-se, certamente, perder em lindas teorias multiculturalistas que em vez de levar à integração, conduzirão, inevitavelmente, a uma comunitarização das comunidades imigrantes e, que, como se sabe, tem como consequência a sua marginalização (veja-se os desastrosos resultados na Holanda que políticas desse género tiveram).

Sinceramente, eu não tenho a solução para este problema, mas não é com soluções de "engenharia social" que se vai resolver o assunto. Penso que, apesar de tudo, a solução não deverá ser do género "theory driven", mas muito numa análise pragmática e sem ideias pré-concebidas (coisa que eu acho impossível para os cientistas da educação).

Não estou muito optimista. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 12:21 PM

Será que vai aparecer alguém a também justificar isto? Foi com espanto (isto é, não exageremos, com alguma surpresa) que li esta notícia :

NABLUS, West Bank - Israeli security forces arrested three Palestinian youths who planned to carry out a suicide attack out of anger over Israel's West Bank barrier, relatives said Sunday.

The youths, ages 13 and 14, were among the youngest ever arrested for planning suicide attacks. Parents of one of the boys expressed outraged that militant groups had taken to drafting young boys to carry out suicide attacks.

Most suicide bombers have been in their 20s. The youngest was 16 years old.

The army did not immediately comment.

Mohammed Abu Mahsen said his 13-year-old son, Tarek, along with his friends, Jaffer Hussein, 13, and Ibrahim Suafta, 14, left a letter saying they planned to carry out a shooting attack at an Israeli military checkpoint or army base, he said.

The 13-year-olds claimed to be members of Islamic Jihad, while Suafta said he belonged to the Al Aqsa Martyrs' Brigades, a militant group linked to Yasser Arafat's Fatah movement, family members said. The boys were arrested last Thursday.

Será que os terroristas palestinianos vão continuar a surpreender-nos com cada vez maiores níveis de febre assassina?

Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 08:09 PM

Anti-semitismo: o que é?

O J num comentário à minha entrada Para quem nega o anti-semitismo pergunta-me se então os árabes também não eram semitas?

Obviamente esta pergunta tem um objectivo: a implicação que o anti-semitismo é um racismo dirigido não só contra os judeus, mas também contra todos os povos de origem semita, árabes incluídos.

Bom, se olhássemos só a etimologia, assim poderia ser. Aliás, esta linha argumentativa é muito seguida por todos aqueles que querem negar a existência desse mesmo anti-semitismo. E, por isso, põem-se a brincar com as palavras.

Mas, serão os árabes semitas? Hoje, sob o nome "árabes" incluem-se não só os povos semíticos de originários da península arábica - e que em tempos pré-islâmicos já se tinham estendido pelo Crescente Fértil -, mas também todos os povos de língua árabe (língua semita tal como o hebraico) do Iraque a Marrocos. Isto é, uma imensidão de povos diferentes que foram conquistados e islamizados durante os dois primeiros séculos de expansão do Islão. Nesses povos estão incluídos, naturalmente, povos não semitas. Mas, podemos dizer que os árabes, lato sensu, são semitas.

Apesar de tudo, é preciso não esquecer que mesmo os árabes originários da península arábica são uma mistura, não havendo uma unidade de tipo.

Se, então, os árabes são semitas, será que o anti-semitismo também é contra eles? ou, reformulando, quando se fala se anti-semitismo, deveria referir-se todo o racismo contra povos semitas? Aqui a resposta é rotundamente não.

Quando se fala de anti-semitismo estamos mesmo a falar de racismo contra judeus (quer como religião, quer como raça). E porquê?

Porque anti-semitismo não é apenas uma palavra, mas um termo. Um termo é uma palavra (ou locução) rigorosamente definida que designa um conceito próprio de um determinado campo do saber ou actividade. E a história deste termo é conhecida.

Segundo a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (1964) a entrada anti-semitismo, da responsabilidade de M. Alves de Oliveira, começa assim:

É a aversão aos Judeus, um dos povos de raça semita. Seria mais exacta a expressão anti-judaísmo ou anti-sionismo, tanto mais que o A. S. é tradicional entre os Árabes, povo igualmente semita. O vocábulo, atribuído a Ernest Renan (1823-1892), generalizou-se na Alemanha e na França no fim do século passado.

Mais adiante, refere-se:

O A. S. como doutrina - Teve o seu ponto de partida na suposta oposição étnica entre Judeus (identificados aos Semitas) e os Arianos ou Indo-Europeus. Este preconceito racial foi posto a correr por Christian Lassen (1800-1876), no seu livro Indische Altertumskunde (Bona, 1844), e Ernest Renan (1823-1892), na Histoire Générale et système des langages sémitiques (Pa., 1855) e em Le judaïsme comme race et comme réligion (Pa., 1883). Este A. S. pretensamente científico (racismo), passou ao campo político através do panfleto de Wilhelm Marr Der Sieg der Iudenthums uber der Germanenthum, publicado em Hamburgo em 1873.

Penso que não é preciso muito mais para verificar que a palavra nasceu, especificamente, para exprimir aversão aos judeus. E, se os nossos dicionários, Houaiss, Academia, Cândido Figueiredo ainda falam de "aversão aos Semitas, especialmente aos Judeus" (indicando o Hoauis o ano de 1899 para introdução do vocábulo em português), o Webster's, o Petit Robert ou o Wahrig não deixam dúvidas:

Webster's (1996)

anti-Semitism - discrimination against or prejudice or hostility toward Jews. [1880-1885]

Le Nouveau Petit Robert (1993)

antisémitisme - 1866 - Racisme dirigé contre les Juifs.

Wahrig (1986)

Antisemitismus - Judenfeindschaft.

Quando se cunham novas expressões nem sempre se respeita a etimologia ou, então, não o critério de escolha dos elementos não é consistente (ver o caso de "automóvel" com um elemento de origem grega "auto" e outro de origem latina "móvel"). Mas a definição de anti-semitismo, desde o início é precisa, apesar de, etimologicamente, não ser a expressão mais exacta, e designa o racismo dirigido contra os judeus (quer os árabes sejam semitas ou não, não são chamados para o caso).

Naturalmente, eu já vi muita gente querer lançar a confusão com base nesta ambiguidade linguística mas, que, facilmente é desfeita no contexto em que a palavra é usualmente utilizada.

. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 11:36 PM

A face oculta da ONU Há para aí muita gente a pôr todas as esperanças das relações internacionais num organismo internacional mastedôntico e burocrático chamado ONU. Não percebo como é que a gente inteligente que anda sempre com a ONU na boca, como se fosse o Santo Graal ou coisa que o valha.

Quando um organismo tem a Líbia como presidente da Comissão de Direitos Humanos, quando na sua Assembleia Geral há ditaduras genocidas com direito de voto igual ao das democracias, quando há uma democracia que não tem assento na ONU porque o seu poderoso vizinho na a reconhece, etc. etc., não se pode pôr grandes esperanças nessa organização e, muito menos, torná-la numa espécie de governo mundial.

É talvez por haver essa idealização da ONU que têm passado em claro, pelo menos nos meios de grande difusão, alguns dos escândalos mais recentes que por lá aconteceram. Um deles é o caso do programa "petróleo por alimentos" que durante anos, com a cumplicidade da ONU, enriqueceu os bolsos de Saddam e empobreceu o Iraque. Mas para saber alguma coisa sobre a evolução deste escândalo é preciso estar atento as informações que aparecem em sítios como o Drudge Report ou o Instapundit .

Agora, por este último, descobri mais um possível escândalo na ONU: "porque está na ONU fechada a sete chaves a caixa preta do avião que caíu em 1994 e matou os presidentes do Ruanda e do Burundi?"

Como se sabe, na sequência desta queda, houve um genocídio nestes países que matou cerca de 600 000 pessoas. Toda a história aqui .

Sempre considerei que a palavra da ONU não é verbum Dei, nem legitima seja o que o for, pelo que esta minha convicção sai cada vez mais reforçada com os dados que se vão sabendo.

A ONU tem mesmo uma face oculta e não é nada bonita. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:36 AM

A língua portuguesa na comunicação social Vai uma interessante discussão no No Mundo que tem por pano de fundo a língua portuguesa. Tal como o CMF , penso que o assunto merece mais um texto com a inclusão de algumas das colaborações obtidas. Espero que o Carlos tenha tempo para isso quando voltar de Budapeste.

No artigo referido, CMF criticava a falta de cultura científica que existia na televisão portuguesa. Digo eu, não só da televisão, como dos media em geral. Mas, pior de que ssio, na minha opinião, são os constantes erros de português por quem tinha obrigação de a utilizar da melhor maneira possível e de ter o máximo cuidado.

Por isso, já não me espantam frases como a que é possível ver no título desta notícia no Jornal de Notícias :

Durão Barroso alerta para que África não pode ser uma "baixa colateral"

Penso que o erro deve ter sido originado pela pressa, pois se quem escreveu isto tivesse olhado duas vezes para a frase, teria visto que havia algo de errado nela e que ela nem sequer soava bem.

O conector "para que" introduz uma subordinada final que, obrigatoriamente, deve apresentar o modo conjuntivo.

Não pretendendo dar aqui qualquer aula de gramática, alerto apenas para o facto de, sobretudo nos meios de comunicação escritos, haver necessidade de ter um maior cuidado com o que se escreve, pois exemplos como estes encontram-se "aos pontapés".

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:53 AM

O Canadá e a sharia Em Dezembro, publiquei um artigo a propósito da possível introdução no Canadá da sharia (lei islâmica) para derimir conflitos entre pessoas de confissão muçulmana. É claro que seria uma versão abreviada da sharia (não incluindo, por exemplo, a lapidação de mulheres adúlteras).

No entanto, parece-me que mesmo a introdução de uma versão reduzida da sharia será inaceitável num país ocidental. Obviamente, as organizações feministas já se começaram a movimentar e eu, insuspeito de simpatizar com a maioria dessas feministas, concordo plenamente com a sua luta contra esta ideia peregrina, multiculturalista e politicamente correcta (e estúpida também). É óbvio que, numa sociedade patriacal e fechada como é aquela dos muçulmanos mesmo a viver no Ocidente, as mulheres muçulmanas é quem mais vão sofrer pois serão praticamente compelidas, devido a pressões familiares e sociais, a recorrerem ao tribunal islâmico em vez dos tribunais a que todos os cidadãos do Canadá têm acesso. Estará a condenar-se uma população a não ter os mesmos direitos da restante população.

É perfeitamente claro para mim este ponto, mas também o é para muitos árabes e/ou muçulmanos. Aconselho por isso a leitura do texto Islamism & Multi-culturalism - A United Camp against Universal Human Rights in Canada por Azam Kamguian. Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 11:15 AM

Saramago e a democracia Ouço na TSF que José Saramago concorre às Europeias por fidelidade ao Partido.

Que novidade, por fidelidade à democracia é que seria de espantar! Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 09:29 AM

Disparates chomskianos Quando aqui referi o facto de Chomsky já ter um blog , disse que não tencionava visitá-lo muitas vezes. Bom, mas pelo menos uma vez por semana tenciona verificar o por lá se diz e o mínimo que se pode dizer é que o homem não me deixa mal. Vejam só esta pérola (meus sublinhados):

All opponents of the invasion of Iraq -- at least, all those who bothered to think the matter through -- took for granted that there would be beneficial effects, as is often the case with military interventions: the bombing of Pearl Harbor, for example, which led to the expulsion of Western imperial powers from Asia, saving millions of lives. Does that justify Japanese fascism and its crimes? Of course not: there is far more to consider, and I've never had any question that these other considerations amply justify condemning Japan's aggression as a war crime -- the "supreme crime" of Nuremberg.

Certamente Chomsky está a pensar nos milhões de vidas salvas por Pol Pot, Mao Tse Tung, Ho Chi Min e outros democratas. De outro modo, todas esses milhões de pessoas teriam morrido sob as botas do imperialismo ocidental. Como se sabe, todos estes dirigentes foram salvadores dos seus povos e foram reputados defensores dos direitos humanos.

Diz o Miguel que ia pôr o link deste blog na secção de "ficção científica", mas eu acho que ele deve pô-lo na secção de "ficção" pura e simplesmente (é que de científico ele não tem nada, nem na linguística, que como se sabe, e ao contrário de que muitos pretendiam, não é nem tem que ser uma ciência).

O resto do artigo do Chomsky é, como de costume, delirante e padece de um ocidentalismo atroz

P.S. Ocidentalismo: ódio ao Ocidente, frequentemente perfilhado por aqueles que vivem à conta das sinecuras que esse mesmo Ocidente lhes dá.

Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 10:32 AM

A direita francesa perde regionais À hora que escrevo, preve-se que a esquerda francesa ganhe 19 das 21 regiões francesas (Córsega excluída).

Bom, neste caso não houve atentados terroristas, mas, também, à partida, nunca a direita esteve em condições de as vencerem (ao contrário de Aznar). De qualquer forma, penso que algumas das razões estão perfeitamente escalpelizadas por Ivan Rioufol , citada por mim na sexta-feira passada.

É hora de Chirac se preocupar com a política interna e deixar andar a armar-se em dirigente de nível mundial e ter como política externa o simples contrariar dos americanos. Quanto a Raffarin, é hora de começar a governar a sério... Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 09:53 PM

Não há limite para a estupidez? Através do Primo-Europe.org , descobri este problema de matemática proposto aos jovens franceses:

Livre de Mathématiques d'Algèbre de 1ère S (Editions Didier), un problème mathématique

Il s'agit de l'exercice N°57 en page 199 qui traite des suites numériques. D'après la rumeur, Judas Iscariote avait placé les 20 deniers gagnés par sa trahison au crédit Agricole du coin, à 2% avec intérêts composés.

Sachant qu'un denier vaut 0,53g d'or, déterminer la masse d'or (en millions de tonnes) dont auraient disposé ses éventuels héritiers au 1er janvier 2000 (Judas avait trahi en l'an 33).

Não haveria outro enunciado para o mesmo problema? Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 07:57 PM

Complexos de esquerda Há já algum tempo que me habituei a ler às sextas-feiras Le bloc-notes de Ivan Rioufol . E hoje ele toca vários pontos bastante importantes.

O primeiro, que será o discutido aqui neste artigo, poderia chamar-se o "complexo de esquerda" da direita francesa (e portuguesa também como adiante se verá):

Les électeurs de droite veulent une politique de droite. Cependant, leurs représentants s'ingénient à copier la gauche, sa bonne conscience, ses leçons «citoyennes», sa démagogie, son étatisme incongru. Illustration de ce malentendu, avec cette confidence de Jean-Pierre Raffarin (1): «Je suis assez frappé, quand je suis avec Tony Blair et Gerhard Schröder (tous deux socialistes): je suis quasiment le plus à gauche.» Le premier ministre s'envoyait là un compliment. Cette politique a été sanctionnée dimanche.

Lá como cá, há uma esquerda que se arroga o monopólio das boas causas, do bom coração, do interesse pelos pobres e oprimidos, defensora das minorias, etc., etc. E, lá como cá, há uma direita que cai na esparrela e deixá que essa marca de pretenso humanismo seja um rótulo da esquerda. Como todos nós sabemos, a história da esquerda é sinistra, pois essa "soit disant" preocupação pelos mais fracos está pavimentada sobre milhões de cadáveres ou de imensas minorias atiradas para a miséria e a exclusão (como os que ficam presos nas garras dos comunitaristas)

La droite en finira-t-elle avec son complexe? Quand Raffarin fait l'éloge d'un «mendésisme moderne», il mange dans l'assiette de son voisin et laisse comprendre qu'une droite libérale et déterminée lui est indigeste.

Ainda ontem ouvi o nosso primeiro-ministro na Assembleia da República a dizer que não era um liberal em matéria de economia! Será ele um social-democrata? É que apesar do nome, PSD, o não é um partido social-democrata nem os seus eleitores o são (pelo menos na maior parte). Enfim, parece que a palavra liberal mete medo a alguns. Por estes complexos de esquerda o governo francÊs terá sido penalizado porque:

Le peuple de droite veut entendre des discours réalistes répondant à l'état de la France, et non les bondieuseries des belles âmes invitant à l'immobilisme. Il demande au gouvernement d'avoir le courage de s'engager dans des réformes difficiles (l'Etat, l'école, la santé, la fiscalité, etc.) sans se préoccuper du consensus, introuvable puisqu'il s'agit de bousculer corporatismes et conservatismes.

Todos nós conhecemos os inflamados discursos esquerdistas a favor de tudo e mais alguma coisa que contrasta com a prática que é a da protecção para além do admissível de tudo quanto é vantagens corporativas, quer sejam dos médicos, dos professores ou funcionários públicos (em geral), com total desprezo pelo resto do país.

Essa direita deixa fugir eleitores para a FN porque ostracizou sempre as pessoas que votaram nela e isso deu mau resultado.

Or la droite, si soucieuse du qu'en-dira-t-on, a toujours répondu par l'ostracisme à ces Français déboussolés, souvent économiquement vulnérables, qui ne se reconnaissent ni dans les invitations à excuser les délinquants et à comprendre les motivations des terroristes, ni dans les privilèges des corporations et les passe-droits des minorités, ni dans les éloges de l'immigration non contrôlée et du multiculturalisme.

Este facto levou a que muitos eleitores deixassem de votar na direita clássica e se virassem para a direita mais radical. Esta reflexão acaba de uma forma muito simples, mas que para muitos parece uma miragem:

Pour gagner, la droite doit être elle-même. Impensable?

E em Portugal como será?

PS - Já agora leiam o resto desta coluna semanal, pois vale bem a pena.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 02:54 PM

A mulher continua a não perceber nada do assunto! Ana Gomes dixit :

1) Como se combate o terrorismo internacional?

Com governos europeus competentes, inteligentes e determinados, capazes de perceber o que é o terrorismo internacional e o que são as suas causas profundas, designadamente conflitos politícos não resolvidos (como o conflito israelo-palestino, a ocupação estrangeira do Iraque e regimes ditatoriais violadores dos direitos humanos) e gritantes injustiças e desigualdades no mundo que tornam muita gente tão desesperada que recorre ao mais abjecto dos métodos: o terror indiscriminado.

Comentário: é óbvio, para alguém que não tenha o raciocínio tolhido pela ideologia, que nenhuma das causas profundas aqui alegadas pela Ana Gomes se podem aplicar à Al-Qaeda. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:28 PM

Chomsky também na blogsfera! Através dos Canhotos fiquei a saber que o linguista Noam Chomsky já tem um blog, de nome Turning the Tide (o título deve ser um wishful thinking).

Bom, estou a dar a informação mas não é que tencione visitá-lo muito. Ler Chomsky, no meu caso, só por obrigação e apenas o que se relaciona com a linguística (nem mesmo assim sou um adepto da gramática generativa), que o que escreve sobre política não é para levar a sério.

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:55 PM

E ainda há quem acredite em Richard Clark? Sobretudo depois de ler artigos como este de Rich Lowry de como Clark já disse coisas completamente diferentes do que diz agora. Neste momento, nos EUA, a credibilidade deste homem está seriamente afectada!

Os media portugueses e os blogs de esquerda deviam atender a estes factos em vez de andarem a propagar o que ele diz como se fosse um escrito sagrado e sem contestação. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:39 PM

Kosovo - 5 anos depois Por absoluta falta de tempo não consegui escrever este artigo ontem. E porque é que queria ter escrito isto ontem? É que ontem fazia 5 anos que a Nato começou a guerra do Kosovo. 5 anos depois o que é que temos? Foi-se fazer uma guerra para parar uma limpeza étnica, agora temos uma limpeza étnica ao contrário.

É claro que esta guerra não valeu a pena. A indefinição quanto ao estatuto do Kosovo mantêm-se agora como então. E mais, a hipótese de um estado multi-étnico é apenas uma cada vez mais longíqua miragem.

O inenarrável Solana decidiu ir ontem ao Kosovo e foi mal recebido pelos sérvios. O que é que ele queria? Mas o pior são as declarações que terá proferido. Segundo a BBC : "Mr Solana urged them to be brave and to stay in Kosovo despite difficulties." O homem é ou não é um cromo? A Nato há 5 anos que nada faz para proteger os sérvios. Mais de 200 000 sairam já do Kosovo, centenas de igrejas e mosteiros queimados (ver meu artigo em Dezembro no Arquivo). Só agora é que notaram o problema. Foi preciso morrer 28 pessoas nestes últimos incidentes para perceberam que os seus protegidos não são melhores que os seus ex-opressores?

Solana disse ainda: "I am appalled by the brutality of the actions," he told residents. "It is very, very sad to see." Pobre diabo! Até agora não sabia de nada!

He added that the international community "cannot tolerate and will not tolerate" such actions. Deve estar a brincar. Aceitou durante 5 anos estas acções. A única diferença é que as anteriores não foram em grande escala, mas apesar foram muito eficazes. O Sr. PESC anda mesmo a dormir.

Alguns (nomeadamente os nossos socialistas) deviam ter vergonha quando verberam a guerra do Iraque. A do Kosovo é um fiasco muito maior e o problema é que não se vê saída à vista. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:55 AM

Afinal, Mário Soares não está só... ... na produção de afirmações disparatadas em catadupa (ver este artigo de CAA no Blasfémias ).

Pela Primo Europe fiquei a saber, por o extracto aqui transcrito da entrevista (seguido de comentário da Primo Europe), que o presidente do Partido Socialista Francófono da Bélgica é, também, um discípulo de Mário Soares. Ora vejam:

" Il faut lutter contre le terrorisme mais par le dialogue "

Belgique, lundi matin 22 mars : invité de Matin première (RTBF) : Extrait retranscrit littéralement de l’interview d’ Elio di Rupo, Président du Parti socialiste Francophone

J-P Jacqmin : l’élimination par Israël de Cheikh Yassine qui était quand même le dirigeant du Hamas, mouvement qui a revendiqué nombre d’attentats , est-ce une bonne ou une mauvaise chose ?

Elio di Rupo : « Dans l’état et la matière c’était une mauvaise chose. Il faut lutter contre le terrorisme mais par le dialogue. Et puis, il y a une humiliation des populations. On humilie une partie du monde arabe, on humilie les Palestiniens et dès qu’une population est humiliée, elle prend sa revanche et ce qui est inacceptable dans le couple Sharon- Bush, c’est qu’il crée l’instabilité dans le monde entier. Ce n’est pas bon pour la prospérité, ce n’est pas bon pour la paix, ce n’est pas bon pour les gens »

Autrement dit, Monsieur Di Rupo n'a pas grand chose à faire du fait que le Hamas soit un mouvement terroriste qui sacrifie les siens, enfants et femmes compris, pour aller se faire sauter parmi des civils. Peu lui importe que ce mouvement soit sensiblement de la même veine et de la même idéologie que le Parti Nazi. Ce qui importe, par contre, c'est de faire savoir que le couple Sharon-Bush crée l'instabilité dans le monde entier.

Encore une analyse géo-stratégique de ce type et Monsieur Di Rupo pourra poser sa candidature au poste de secrétaire général de l'ONU.

Quand il a entendu l'affirmation "il faut lutter contre le terrorisme, mais par le dialogue", il parait que Carlos a piqué un fou rire au fond de sa cellule.

Para estes senhores Sharon-Bush são a "bête noire" e ninguém os consegue convencer do contrário. A estupidez não tem limites e cega-os de tal maneira que não vêem de onde vem o perigo. Quando o virem, já vai ser tarde.

Pauvre Europe...

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:14 PM

Erros do pacifismo actual... ...ou melhor dizendo, talvez, do capitulacionismo actual são analisados neste artigo de que vou citar as partes mais significativas.

Les isolationnistes ou pacifistes actuels plaquent quatre idées fausses sur Al-Qaïda et les autres réseaux islamistes.

1 Ils voient en eux la suite du mouvement anticolonial. Ceux-ci seraient, d’après eux, “nourris” par les “injustices” qui marquent encore les relations “Nord-Sud”, entre “pays riches et pays pauvres”.

Pour enrayer le terrorisme, il suffirait donc de mettre fin à ces “injustices” : évacuer l’Irak et l’Afghanistan, abandonner Israël, accorder aux pays islamiques la possession de l’arme atomique et d’autres armements à caractère stratégique, accepter une hausse du prix du pétrole, tolérer l’expansion de l’islam en Occident, etc. En réalité, Al-Qaïda et consorts ne sont pas anticolonialistes mais – en termes occidentaux et pour parler français – colonialistes. Leur but n’est pas d’instaurer une égalité entre le Nord et le Sud, mais d’imposer l’islam (tel qu’ils l’entendent : un islam extrémiste) dans un Nord qu’ils tiennent pour “décadent” et “dégénéré” et dans le reste du monde. Toutes les concessions sont bonnes à prendre, et il est légitime (“licite”, disent-ils) de laisser croire aux Occidentaux que leurs concessions présentes suffiront.

2 Les isolationnistes et les pacifistes, raisonnant à partir de la culture occidentale, croient que le terrorisme n’est, pour Al-Qaïda et consorts, qu’un moyen de dernier recours, “l’arme du désespoir”. Mais en islam, le terrorisme est au contraire un moyen stratégique et politique ordinaire. Un des meilleurs orientalistes français, Henri de la Bastide, qui fut professeur d’arabe à l’Ecole des langues orientales de Paris, puis président de cette institution dans les années 1980, a défini l’islam comme une “civilisation poético-terroriste”. Nombreux sont les Arabes et les musulmans qui souscrivent à ce verdict, à commencer par Kanan Makiya, le Soljenitsyne irakien.

3 Les isolationnistes et les pacifistes croient que le combat contre Al-Qaïda et les autres islamistes passe par une coopération accrue avec les Etats musulmans. C’est se méprendre du tout au tout. En Islam, l’Etat n’existe pas : c’est une structure de circonstance, empruntée à l’Occident tant que ce dernier dominait le monde. La matrice de la société et du pouvoir, ce sont les confréries militantes, vouées au djihad. Structures à la fois religieuses, sociales et militaires, aussi anciennes que l’islam lui-même, elles peuvent essaimer de pays en pays, passer par des périodes de mise en sommeil, se réactiver, se fractionner à l’infini, se regrouper, fonder un Etat (l’Arabie saoudite, créée par la confrérie wahhabite) ou s’emparer d’un Etat existant (l’Afghanistan, parasité naguère par les talibans), survivre aux révolutions ou aux défaites militaires.

4 Enfin, les isolationnistes et les pacifistes, mais aussi bon nombre d’Occidentaux plus avertis, ont tendance à minimiser la puissance des islamistes. C’est un fait, les sociétés industrielles du XXe siècle, fondées sur des technologies et des équipements lourds, sur des frontières bien délimitées, sur un encadrement civique rigoureux (éducation nationale, service militaire) et un rationalisme conquérant, ne constituaient pas un terrain favorable pour l’islam. Mais les sociétés postindustrielles du XXIe siècle, fondées sur des technologies légères et des équipements “nomades”, sur la circulation permanente des informations et des personnes, sur le droit à la différence et sur la redécouverte de la spiritualité, lui sont au contraire éminemment favorables. Mieux : au fur et à mesure qu’ils pénètrent en Occident, les réseaux islamistes prennent avec une déconcertante facilité le contrôle des réseaux préexistants, politiques, religieux, culturels. Que l’on songe au mouvement dit “altermondialiste”, séduit,

du jour au lendemain, par un Tariq Ramadan.

Au lendemain du 11 septembre 2001, les Etats-Unis ont décidé de porter la guerre chez l’ennemi. Tout en commettant eux-mêmes l’erreur de croire que la mise en place d’Etats à l’occidentale en Afghanistan et en Irak (le nation building) suffirait à résoudre une partie du problème. Mais l’erreur des isolationnistes et des pacifistes européens – à commencer par le malheureux peuple espagnol qui, sous le choc du 11 mars, se livre à une élection-capitulation – est sans commune mesure.

« La guerre est un jeu cruel, écrivait le national-communiste Louis Aragon en 1944 : Il s’agit de la gagner. »

Quem tiver ouvidos que ouça!

Comentários: (4) Posted by r-j-oliveira at 04:32 PM

Errare humanum est Que dizer desta notícia ?

JERUSALEM, March 21 (JTA) — If ever there were a poster boy for the tragically blurred borders of the Israeli-Palestinian conflict, George Khouri is it.

Palestinian terrorists gunned down the 20-year-old student as he jogged through the dark streets of Jerusalem’s French Hill neighborhood on Friday night. The Al-Aksa Brigade, the terrorist wing of Palestinian Authority President Yasser Arafat’s Fatah movement, boasted that it had killed a Jewish “settler.”

But the claim quickly turned to shame when it became clear that the victim was in fact Arab, the scion of an Israeli Christian Arab family long linked with Palestinian nationalism.

“Mistakes happen. We consider George a martyr for the cause,” a spokesman from the Al-Aksa Brigade told Israel’s Channel 10 television station on Sunday.

Arafat aides phoned the victim’s father, civil-rights lawyer Elias Khouri, to apologize.

O porta-voz das brigadas não podia ter sido mais cínico. Um mártir para a causa? Quem é que ainda pensa que é possível dialogar com esta gente? Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:56 PM

China zanga-se com os EUA Segundo a TSF a China ficou zangada com os EUA em matéria de direitos humanos por estes irem apresentar uma resolução na Comissão de Direitos Humanos da ONU em que condenam a China por incumprimento de acordos feitos em 2002.

Realmente, que desaforo! Os chineses são lá culpados de fazerem mais de 10000 execuções por ano! Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:29 AM

A guerra justa Pelo que toca ao Estado, devem observar-se acima de tudo as leis da guerra. Pois, havendo duas formas de contender, uma pela discussão, outra pela força, e sendo aquela própria do homem, e esta das feras, tem de se recorrer à segunda, se não for possível utilizar a primeira. Por este motivo, pode-se entrar em guerra devido a essa razão, a fim de se viver em paz sem injustiça; porém, uma vez alcançada a vitória, devem deixar-se viver os que não foram cruéis ou desumanos na guerra, assim como os nossos antepassados deram o direito de cidade a Tusculanos, Volscos, Sabinos, Hérnicos, mas destruiram radicalmente Cartago e Numância; (...) Em minha opinião, deve sempre pensar-se numa paz que não venha a tornar-se insidiosa.(...) A verdade é que as condições da guerra justa estão prescritas de uma maneira mais que sagrada no direito fecial do povo romano. De onde se pode deduzir que não há guerra alguma justa se não se fizer, ou depois de se ter protestado, ou de a ter previamente proclamado e declarado.

Cícero (Dos Deveres I.11.34-36, trad. Mª Helena da Rocha Pereira) Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:43 PM

Xeque Ahmed Yassin Israel matou hoje o Xeque Ahmed Yassin, chefe espiritual do Hamas. Não sei se vai adiantar alguma coisa na sua luta pela sobrevivência, mas o mínimo que se pode dizer é o Xeque morreu como viveu: à bomba.

Já ouvi hoje muito disparate sobre este assunto, mas gostava que as pessoas se lembrassem de uma só coisa: o Hamas não luta para libertar a Palestina da ocupação israelita, mas para destruir Israel. E isto faz toda a diferença e quem faz análises devia pensar nisso. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 02:58 PM

Política nacional No dia em que se passaram dois anos da vitória nas legislativas do PSD, disse eu aqui que não estava particularmente satisfeito com o nosso governo, mas que pelo menos, não é o desastre que seria se fosse o PS a (des)governar-nos.

Parece-me que não estou sozinho nesta apreciação. Hoje, António Barreto no seu Retrato da Semana no Público , depois de não se mostrar entusiasmado com a acção do governo até agora, diz o seguinte:

Gostaria, no entanto, que continuasse a cumprir o seu mandato até ao fim. Por duas razões. Primeira, porque o cumprimento de legislaturas integrais é um valor em si próprio e, salvo drama ou desastre, deve ser respeitado e preservado. Segunda, porque, com o que sabemos, o governo alternativo, chefiado por Ferro Rodrigues e composto pelos amigos que actualmente dirigem o partido, seria muito pior e mais perigoso. Reconheço que esta opção não parece ser de grande política e não é de certeza gloriosa. Mas prefiro a deficiência ao desastre. É ao que estamos reduzidos.

Mas a apreciação que Barreto faz do PS de Ferro Rodrigues é ainda mais desoladora:

Perderam a cabeça com o processo dito da pedofilia. Têm vindo a agravar o estilo arruaceiro e as políticas demagógicas de que se pretendem orgulhosos autores. Estão cada vez mais híbridos e descaracterizados. Não perceberam as razões por que perderam. Não reconheceram os erros cometidos. São incapazes de criticar o universo de desperdício e facilidade que criaram. Continuam a pensar que gastar e distribuir, sem poupar nem produzir, é o modelo de política responsável. Persistem em crer que se pode e deve viver com as finanças públicas em perpétuo estado de bancarrota. A convite de Chirac e Soares, do Bloco e do PCP, enveredaram por estranhos caminhos de política europeia e externa. Adoptaram o estilo do PCP que, há quase trinta anos, berra no Parlamento e na rua, exigindo a demissão de cada um e de todos os ministros. Por este andar, os socialistas merecem um longo estágio na oposição.

Barreto foi muito detestado pelo PCP quando, como Ministro da Agricultura num governo de Mário Soares (já não me lembro se no 1.º ou no 2.º), fez uma lei de Reforma Agrária. Penso que, agora, Barreto é mais detestado no próprio PS.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:01 PM

Manifestações pela paz Que raio de manifestações pela paz são estas que defendem que a solução para o Iraque é a saída das forças internacionais?

Querem deixar os iraquianos abandonados à sua sorte, que, na hora actual, significaria uma brutal guerra civil? Bom, não era novidade pois, no passado, estes mesmo manifestantes abandonaram os iraquianos às garras do Saddam. O que me leva a pensar que estão-se nas tintas para os iraquianos. O que eles querem mesmo é derrubar os governos democráticos do Ocidente. Enfim, conceitos... Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 10:37 AM

Foi ao fundo Grande Rio Ave! 4-0 ao Sporting. Fixe. Já não falta muito para sermos campeões. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 11:05 PM

Revista de imprensa II Ainda Le Point , mas agora é a vez do artigo de Bernard-Henri Lévy (os sublinhados são meus):

L'Europe. Ils étaient nombreux ceux qui, en Europe, estimèrent, le 11 septembre, que c'était une guerre américaine ne nous concernant, nous, que de loin. Eh bien erreur, évidemment. Terrible et grossière erreur. C'est à la démocratie, pas à l'Amérique, qu'Al-Qaeda s'en était pris. Ou plutôt c'était à l'Amérique, oui, mais en tant qu'elle était le symbole du rêve, de la civilisation, démocratiques. Aujourd'hui, l'autre incarnation du rêve. Aujourd'hui, cette « vieille Europe » qui, dans l'oeil des terroristes, n'est que l'autre face de la « nouvelle ». L'Europe, pour Al-Qaeda, c'est l'Amérique en plus fragile. Londres, Milan, Paris, c'est New York, le même New York, quoique encore plus ouvert et, donc, plus vulnérable. C'est pourquoi les Européens sont, aujourd'hui, au coeur de la tourmente terroriste. C'est pourquoi le prochain attentat aura vraisemblablement pour lieu, non Jérusalem ou Boston, mais l'une de ces grandes villes d'Europe.

L'Irak. Autre erreur. Autre leurre. Et, pour les petits malins qui, depuis quelques jours, se rassuraient en répétant : « tout ça, c'est les suites de la guerre en Irak ; Aznar n'a fait que payer sa position de laquais de Bush en Irak », pour le munichisme spontané de ceux qui se frottaient les mains en songeant : « L'Europe, d'accord ! mais il y a Europe et Europe ! ah comme nous fûmes bien inspirés de nous tenir, nous, à l'écart de l'aventure ! », de bien mauvaises surprises en perspective ! Je n'ai pas changé d'avis, pour ma part, quant à l'immense absurdité que fut cette guerre irakienne. Mais ceci, il ne faut pas se lasser de le répéter, est sans rapport avec cela. Et, ayant un peu étudié la rhétorique et le fonctionnement d'Al-Qaeda, ayant observé de près quelques-unes des séquences de son histoire la plus récente, je ne crois pas me tromper beaucoup en affirmant : de même que l'organisation de Ben Laden ne fait pas la différence entre vieille et nouvelle Europe, de même elle ne distingue, et ne distinguera pas, entre Europe « dure » et Europe « douce » - entre l'Europe « américanisée » et celle qui, en Irak, a pris le parti de la « paix ». L'enjeu de l'histoire, ce n'est pas l'Irak, mais « les juifs et les croisés ». Le problème de ce nouveau terrorisme franchisé Al-Qaeda, c'est de frapper en Europe, sans faire de détail, n'importe où, aux lieux et dates où cela semblera le moins difficile. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:00 PM

Revista de imprensa Talvez fosse bom o Dr. Mário Soares ler, por exemplo, e para esclarecer as suas ideias, este editorial de Claude Imbert no Le Point . Talvez ficasse a perceber o que está em jogo.

Une guerre abjecte nous met son mufle sous le nez. Guerre déclarée contre la vie par des amants déclarés de la mort. Guerre pour la gloire du Prophète et l'assomption des siens au paradis d'Allah. Guerre d'une hydre à mille têtes où les victimes futures n'ont rien à négocier. Guerre du néant qui arme ses martyrs dans les arrière-cours de nos sociétés malades !

(...)

Le mégaterrorisme islamiste vise une cible si large - l'Occident des « infidèles » - que nul, dans nos contrées, n'y échappe. Aussi peu « croisés » que nous soyons, nous voici donc jetés dans le chaudron d'une vindicte millénaire ! Comme les juifs dans le délire nazi, nous voici condamnés non pour ce que nous faisons, mais pour ce que nous sommes : des citoyens d'une civilisation abhorrée. Exécrée dans ses croyances, ses moeurs, ses libertés, sa démocratie.

Le risque encouru par chacun de nous est, dites-vous, statistiquement faible. Peut-être ! Mais sa représentation ne l'est pas, portée par des trombes d'images sur des millions d'écrans. Le terrorisme de masse ne prospère qu'avec les mass media. Il leur revient - comme jadis au choeur antique - de répandre et commenter la tragédie dans le village planétaire. Le nouveau terroriste est le bâtard contemporain de la masse et du réseau, de la foule et de la connexion. Son téléphone portable déclenche le détonateur, qui déclenche la bombe, qui déclenche la mort, qui déclenche le spectacle multiplié à l'infini de l'effroi...

Or l'effroi commence, hélas et sans surprise, d'installer son poison dans nos sociétés ouvertes. Contre le Mal, aussi extrême et dément soit-il, la tentation s'insinue, sinon de composer (et d'ailleurs avec qui ?), du moins d'échapper au premier choix des assassins.

(...)

La France, qui se tint à l'écart de l'expédition irakienne, aimerait à se croire, pour un temps, abritée des forcenés. Illusion, bien sûr ! Avoir désapprouvé l'intervention hasardeuse des faucons américains ne cèlera pas longtemps notre stigmate d'« infidèles ». La guerre des frénétiques ne fait pas de quartier - sinon provisoire - dans notre camp. Qu'on écoute seulement les illuminés : ils claironnent notre agonie future. Et il aura suffi de notre loi sur le voile pour susciter aussitôt contre nous l'anathème du procureur autorisé d'Al-Qaeda.

Al-Qaeda n'est, de surcroît, que la tête la plus célèbre d'une multinationale du crime qui sévit déjà partout dans le monde, du Maroc à Bali, du Kenya aux Philippines. Qu'on arrête Ben Laden et l'infection islamiste ne sera pas pour autant éradiquée. La radiance du thaumaturge saoudien enfièvre toujours les foules arabes. Mais, sans que Ben Laden s'en mêle, maints foyers terroristes naissent, disparaissent, se déplacent, se reforment. Ou se revitalisent, comme en Tchétchénie, dans les conflits nationalistes. Tous ces « franchisés » d'Al-Qaeda bricolent dans nos murs - ingénieuses, industrieuses fourmis - leur stratégie de mort. Ils n'obéissent en fait qu'au messianisme le plus violent du Livre fondateur.

Lorsque l'islam se laisse empoisonner par cette mystique fondamentaliste, lorsque ses imams refusent, par calcul ou par peur, de condamner ces apôtres de la guerre sainte, la gangrène s'étend. Des islamologues distingués ont beau nous dire que cette hérésie incendiaire vit sa phase critique et que sa flamme s'éteindra d'elle-même. (Inch'Allah !) Mais quand ? En attendant, les cendres que nous voyons ne sont pas les siennes. Ce sont celles des victimes, dans les crématoires géants que creusent les attentats. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:49 PM

Iraque Faz hoje um ano que começou a guerra contra Saddam. Como de costume uma esquerda festiva vai sair a rua para gritar contra a guerra. Na verdade, não é contra a guerra em geral que eles vão gritar. Eles vão gritar é contra esta guerra em particular. As outras, não lhes interessam. Por exemplo, a guerra que os islão radical declarou ao mundo ocidental eles desconhecem-na, ou melhor, até a apoiam intimamente, pois ele também odeiam (pelo menos uma grande parte deles, não convém generalizar demais) o mundo ocidental. É claro, escusado seria dizer, que a mim ninguém me vai ver hoje na Praça da Batalha...

A pergunta que muitos fazem é: valeu a pena? Neste caso, aqueles imortais versos de Pessoa (no "Mar Salgado") não se adequam como resposta a esta pergunta. Por um lado, já ouvi dizer que sem dúvida os iraquianos são mais livres agora, mas que o resto do mundo tinha pago um preço muito elevado. Outros, estão nas tintas que os iraquianos estjem mais livres, só querem é que os EUA se atolem por lá. Eu, por mim, digo que o derrube de Saddam foi muito positivo e, por si só, já justificava a guerra. Afinal, o homem, depois da 1.ª Guerra do Golfo, matou mais de 300 000 iraquianos. Por muitos iraquianos que morrem nos atentados bombistas no Iraque de hoje, nunca chegarão ao número de iraquianos que morriam por ano às mãos de Saddam. Mas, e a luta contra o terrorismo? Aí parece-me que a guerra não foi um grande avanço, mas, ao contrário de muitos, não tenho certezas sobre isso.

De qualquer modo, afirmações como a de Prodi, dizendo que o terrorismo está mais forte agora, são um perfeito disparate e, não podemos esquecer, provavelmente Prodi já está a raciocinar mais como o desafiador de Berlusconi do que como presidente da Comissão Europeia. De qualquer modo, nunca Prodi foi um portento de inteligência política.

O terrorismo islâmico não nasceu com a guerra no Iraque. Nos anos 90, houve atentados terroristas islâmicos até na própria Europa. Só que a Europa, tal como Marcelo disse hoje à Margarida Marante, está velha e os seus dirigentes não têm qualquer ideia para ela e, por isso, andaram a assobiar para o ar, pensando que se não chateassem o terroristas eles iriam atacar noutro lado. Puro engano! Parece que nada aprenderam com o 11 de Setembro, pois ele não partiu de uma qualquer agressão dos EUA a um outro estado. Os terroristas não precisam de um motivo. Para eles, nós somos todos infiéis, sejamos cristãos ou ateus.

Também muitos o querem negar, mas a guerra teve efeitos positivos como o da Líbia (ou acham que o Khadafi não pensou naquilo que aconteceu ao Saddam?). O Irão e a Síria têm convulsões internas, raramente noticiadas, que também pode levar a desenvolvimento inesperados. O exemplo do Iraque, caso as coisas corram bem (o que é uma coisa que ainda se há-de ver), pode ser importante também para a região.

Concluindo, com ou sem guerra no Iraque, penso que o mundo teria sempre que enfrentar tempos difíceis, pois há um inimigo sem rosto que decidiu declarar guerra ao mundo. E ninguém é neutro neste caso. Quem assim pensar, será sem dúvida vítima. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:22 PM

Expediente Bom, vamos lá a isto. Parabéns pelo 1.º aniversário ao Contra a Corrente e, também, ao Cruzes Canhoto do meu amigo J que ainda por cima mudou de casa. Raramente estamos de acordo (em política), mas isso não é o mais importante.

Por outro lado, dou as boas-vindas ao Roma Antiga . Vai já para a lista da esquerda. A blogosfera não está, decididamente, em depressão. Há mais vida para além dos blogs políticos. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:17 PM

De senectude liber secundus Maria de Lourdes Pintasilgo veio ao Porto no quadro das conferências promovidas pela Câmara falar sobre o 25 de Abril. Quando andava no liceu, Pintasilgo foi primeira-ministra (nesses anos escrever o feminino de primeiro-ministro dava polémica nos jornais) num governo de iniciativa presidencial. Desde já digo que nunca fui à minha dela.

Na TSF ouvi-a dizer que "se há alguém totalitário é porque as massas assim o querem". Não sei o contexto em que a afirmação foi dita, mas parece a justificação de uma ditadura, o que é, em qualquer contexto, uma afirmação inaceitável.

Pintasilgo já é história. Não devia sair de lá. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 03:04 PM

De Senectude liber primus Ouvi ontem o Dr. Mário Soares a dizer que devíamos negociar com o terrorismo, mesmo com o da Al-Qaeda. Hoje leio no Jornal de Notícias as seguintes afirnações do mesmo:

A luta contra o terrorismo tem de se basear nos respeito dos valores, que devem ser defendidos, desenvolvidos e aperfeiçoados no seio da Organização das Nações Unidas. O respeito pelo multiculturalismo, o diálogo ecuménico.

Por respeito ao Dr. Soares não quero dizer que ele está gagá, mas de facto ele está a ver muito mal as coisas. Os terroristas islâmicos não são movimentos de libertação, eles não querem saber para nada dos pobres e humilhados do mundo. Podem aproveitar-se deles pontualmente, mas não têm nos seus objectivos a libertação de qualquer tipo de opressão. Pelo contrário, eles querem é dominar o mundo segundo a sua intepretação do Islão.

Aqui não hipóteses de qualquer multiculturalismo visto que eles o rejeitam firmemente, nem sequer qualquer ecumenismo que é uma palavra estranha ao vocabulário dos islamitas.

Só posso pensar que Mário Soares disse isto porque está desactualizado e não acompanha a evolução do mundo.

Ah! já me esquecia... A ONU nunca poderá ser o motor de radicais transformações do mundo, pois tem no seio uma grande maioria de estados não democráticos. Quem pode confiar numa organização que tem a Líbia à frente da sua comissão de direitos humanos? Qualquer dia, o presidente dessa comissão será a Coriea do Norte.

Enfim, Soares podia já se podia ter retirado da política em vez de dar este lamentável espectáculo. Percebe-se bem porque nunca aceitaria um debate com Paulo Portas: seria completamente cilindrado. Pacheco Pereira, no último debate em que eu vi Soares, até foi misercordioso para com ele. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:52 PM

Fiasco é o Kosovo, não o Iraque Estas notícias sobre o Kosovo fizeram-no voltar à ribalta informativa, mas de facto a situação não melhorou desde o fim da intervenção da NATO.

Se antes da intervenção havia uma limpeza étnica promovida por Milosevic contra os albaneses - embora de dimensões muitíssimo menores do que as propagandeada na altura pelos albaneses, administração Clinton e União Europeia, como mais tarde se veio a provar -, depois da intervenção houve e há uma limpeza étnica promovida pelos albaneses não só contra os sérvios, mas contra todas as outras minorias. Por exemplo, desde o fim da guerra, centenas de igrejas e mosteiros ortodoxos (muitos datados da Idade Média) foram incendiados pelos albaneses.

Fui contra a intervenção no Kosovo pois, e não era preciso ter doutoramento, era fácil de perceber que a intervenção apenas faria mudar os opressores e nunca resolveria a situação no terreno. Aliás, a única consequência benéfica dessa intervenção foi a queda de Milosevic (mas isso também já era uma questão de tempo, já que havia uma oposição cada vez mais activa).

Agora, em que dentro de dias o início da guerra fará 5 anos, o Kosovo tranformou-se numa coutada para contrabandistas, traficantes de toda a espécie e islamitas radicais, perante o olhar impassível das forças internacionais que hesitam em actuar contra os albaneses. Este tipo de actuação dos soldados internacionais desde o início de entrada no terreno (máxima dureza contra os sérvios, fechar os olhos perante os desmandos do UÇK) potenciou a situação de anarquia total, sem lei nem roque, que se vive no Kosovo agora, para além de já acima mencionada limpeza étnica.

Mas dessa ninguém fala, afinal, os sérvios são brancos e cristãos e esses nunca são discriminados (não é, senhores politicamente correctos?). Comentários: (4) Posted by r-j-oliveira at 09:46 AM

Os novos senhores No meu último raid à livraria Leitura no Arrábida Shopping, para além de uns livros relacionados com linguística, comprei também Cartas Abertas aos Nossos Novos Senhores de Alain Minc. É um livro politicamente incorrecto, com toda a justiça.

Quem são estes novos senhores? São minorias culturais e movimentos afins como feministas, gays, comunitaristas, ONGs, militantes anti-globalização, anti-americanistas, populistas...

A eles, Minc dedica-lhe várias cartas abertas, não para negar a sua legitimidade, mas para afirmar que aqueles que os contestam não têm que se prostrar diantes destes "novos senhores" e abster-se de lhes fazer críticas. Porque, por muito que custe a multiculturalistas e qujandos, ninguém está imune a críticas.

Eis um passo, sobre as minorias:

A minoria tem vocação para proteger o indivíduo em luta com o seu mal-estar: a infelicidade - esse salvo-conduto da sociedade da compaixão - resulta da exclusão; ao juntarmo-nos aos nossos estamos a dar-lhe resposta. Contudo, feito o gesto de adesão, deixa de haver limites ao proselitismo: todos os semelhantes, todos os irmãos na exclusão se devem alistar, de livre vontade ou à força. E se se recusarem? O outing, essa versão militante da boa velha denúncia, encarregar-se-á do caso...

E assim, de solidariedade em convicção, de convicção em brutalidade, o grupo fecha-se sobre si mesmo: não lhe resta senão dar livre curso aos seus sonhos e fantasmas. Fechar-se a sete chaves é o seu horizonte natural. (...) As minorias não têm qualquer projecto alternativo. (...) Contudo, a partir de certa altura tudo o que tem origem nelas é sacrossanto: beneficiam do nosso gosto pela prosteração perante as autoridades. (...)

No entanto, a compaixão transporta-nos para lá da devoção pelas minorias; leva-nos a abandonar qualquer postura de combate perante as ideias contestatárias.

(pp. 14-15)

Ainda não li o livro todo, mas estou a gostar bastante. Irei dando notícias da minha leitura. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 10:02 PM

2 anos Faz 2 anos que o PSD ganhou as eleições antecipadas. Depois formou coligação com o CDS-PP. Governam em situação difícil. É brilhante o balanço? Não, claro que não.

Mas ainda assim valeu a pena mandar o PS embora. Penso que, embora o balanço não seja muito positivo, se o PS estivesse lá, estaríamos ainda muitíssimo pior, pois em tempo favorável conseguiram criar condições para afundar o país.

Só espero que, nos dois anos que faltam, o governo melhore e mande embora alguns ministros que estão lá, verdadeiramente, a mais (ou a menos, pois são invisíveis ou incompetentes). Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:50 AM

As ameaças islâmicas contra a França Para aqueles que pensam acalmar os terroristas islâmicos retirando as tropas do Iraque ou alinhando em histerias anti-americanas deveriam ficar preocupados com as ameaças contra a França que foram enviadas por carta ao jornal Le Parisien onde se a pode ler.

Não posso por isso deixar de transcrever parte da entrada que o Miguel dedica a este facto n' O Intermitente :

FACTO 1: A França não tem tropas estacionadas no Iraque

FACTO 2: A França opôs-se veementemente à intervenção no Iraque ameaçando, inclusivamente, usar o seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU caso este fosse favorável à pretensão dos EUA e Reino Unido.

FACTO 3: A França têm-se demarcado de todas as iniciativas dos EUA relativamente ao Médio Oriente.

FACTO 4: A França privilegia o "diálogo com o Mundo Islâmico"

DÚVIDA: Onde residem as razões da agressividade demonstrada pelos fundamentalistas islâmicos relativamente à França?

O Miguel não poderia estar mais certo: os partidários do apaisement não podem estar mais errados. Só espero que o céu não lhe caia em cima da cabeça.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 10:02 PM

Já perguntaram aos iraquianos? Bem, honra lhe seja feita, pelo menos a BBC , juntamente com outras, fez isso. Numa sondagem que pode ser consultada aqui , a maioria dos iraquianos pensa que vive melhor depois da queda de Saddam.

O que é que Zapatero pensará disto quando, ontem, disse que Bush e Blair tinham muito que reflectir e fazer auto-crítica (pensa ele que somos todos marxistas pata andarmos para aí a fazer auto-críticas?) por causa das decisões tomadas, exactamente, há um ano na Cimeira das Lajes?

Zapatero já falou com os iraquianos? Penso que não, pois ele é daqueles que deixa a realidade estragar uma boa teoria. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 01:51 PM

A perversidade não conhecerá limites? Vi na SIC Notícias que um miúdo de 10 anos foi interceptado num posto de controlo israelita com uma mochila de explosivos. Leio agora no Maariv o seguinte:

A bomb carried by a 10 year old Palestinian in his school bag was planned to be detonated by remote control among soldiers at checkpoint. Female Border Police officer foiled the attack.

Isto é, o miúdo, que não sabia de nada, ia ser utilizado como suicida involuntário. É o que é afirmado no parágrafo seguinte:

Israeli security sources believe that the ten-year-old Palestinian child caught carrying a large explosive device in his school bag was sent by Tanzim terrorists who intended to detonate the bomb by remote control while the boy was among soldiers at a checkpoint, Monday.

Há alguma causa que justifique esta barbárie? Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 11:07 PM

Síria e Irão com problemas Notícias de problemas na Síria e no Irão. Segundo esta notícia houve revoltas populares tanto no Curdistão sírio como no Irão junto ao mar Cáspio, com mais de um centena de mortes em qualquer dos casos.

A comunicação social tem dado pouca atenção à situação do Irão, mas os país de Khomeini está em convulsão há já algum tempo. Também na Síria, Assad tem enfrentado alguns problemas e contestação pública. Mas, a comunicação social só tem olhos para o que se passa no Iraque. Talvez fosse bom olhar para os lados.

Actualização. Mais notícias sobre a Síria aqui . Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:13 PM

Double talking Ontem Zapatero disse que iria ser firma contra o terrorismo, hoje diz que vai retirar as tropas do Iraque se a soberania não passar para o povo iraquiano e a ONU assumir uma outra intervenção.

Que firmeza! Logo que ele retire as tropas do Iraque, os islamitas vão bradar aos quatro ventos que conseguiram uma vitória estrondosa. E a todos parecerá verdade. E, assim, as democracias ocidentais ficarão reféns do terorismo. Será que vamos ter uma versão islâmica do "better red than dead"?

Élisabeth Schemla diz no seu editorial de hoje no Proche-Orient.info que:

Donc, en Europe, les terroristes d'Al-Qaïda ne font pas seulement sauter les bombes mais les majorités. Ils font des morts civils et des morts politiques. Cette victoire sans précédent obtenue à Madrid, capitale de l'Espagne de Cervantes, est un événement d'une portée considérable. La gauche socialiste, qui n'en attendait pas tant, revient au pouvoir par la grâce morbide des islamistes : elle a connu des retours plus glorieux.

(...)

Il ne manquera pas de voix pour évoquer une attitude munichoise face à la terreur islamiste. Chasser Aznar aujourd'hui revient à le rendre responsable des 200 morts et 1500 blessés. Exactement comme tant et tant d'Espagnols ont rendu l'Amérique responsable morale du 11 septembre, ce qu'il ne faut pas oublier. Cela revient forcément à dire que celui qui commet une telle horreur n'a pas complètement tort ; qu'il vaut donc mieux laisser les réseaux d'Al-Qaïda en paix, ne pas les pourchasser, ne pas les provoquer. Le message qui est envoyé aux terroristes depuis la péninsule ibérique est en somme le suivant : nous avons compris le message…

(...)

Faut-il par ailleurs supputer que tous les autres peuples européens pourraient s'aligner sur les Espagnols, s'ils devaient être confrontés à une même horreur ?

A conclusão não podia ser mais preocupante:

Là où les Américains ont opposé une résistance, ils apprennent que d'autres n'opposent rien. Il y a donc fort à parier qu'ils testeront dramatiquement, ailleurs dans l'Union européenne, la faculté de riposte de sociétés qui croyaient pouvoir oublier que la guerre est inhérente à l'espèce humaine.

A ver vamos, mas as primeiras declarações de Zapatero não são muito tranquilizadoras. Como pode ele tirar tropas de Espanha, sem dar sinal de fraqueza perante os islamitas. Só ele é que não vê isso?

Tempo difíceis avizinham-se... Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 09:59 AM

Primeiros problemas O que vai fazer Zapatero com as tropas espanholas no Iraque? Retirá-las? Que grande vitória seria para a Al-Qaeda. Mas se não as retirar, como é que a sua base eleitoral reagirá?

Com quem vai ele fazer acordos pós-eleitorais para poder governar? Faltam-lhe 12 votos no parlamento. Também será interessante ver como resolverá ele o problema.

Os próximos dias poderão esclarecer alguma coisa. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:37 AM

PSOE ganha em Espanha Para infelicidade dos espanhóis, apesar da escolha ter sido deles (os portugueses também escolheram o Guterres e lixaram-se), o PSOE ganhou as eleições em Espanha. Não acredito que nada de bom venha daí.

Quero crer que a escolha dos espanhóis foi consciente e fundamentada numa verdadeira vontade de mudança (temos que convir que serem sempre os mesmo a ganharem também tem os seus riscos). Quero crer, mas pelo vistos a nossa comunicação social pensa que isto se deu por causa do atentado terrorista de 11 de Março, de modo a castigarem o PP por ter exposto a Espanha a um ataque terrorista por terem participado na guerra contra Saddam.

Se foi este o caso, então é grave a situação das nossas democracias que passariam a escolher pela emoção e não pela reflexão. E porquê? Porque então os terroristas teriam encontrado a maneira de influenciar as eleições em países democráticos, de modo a terem governos que, conjunturalmente (apenas isso), servissem melhor os seus propósitos. Não me parece, se foi este caso, muito lisongeiro para a democracia.

Isto para não falar de que esta questão da segurança se não se tiver tropas no Iraque é uma perfeita ilusão. Os terroristas islâmicos não distinguem ninguém no mundo ocidental. Para eles somos o inimigo, ponto final. Seleccionam é os alvos de acordo com o que for melhor para a sua estratégia e conforme os apoios de que podem dispor. Madrid, Berlim, Paris ou Londres são tudo alvos possíveis. Temo que haja europeus que ainda não viram isso.

PS. Já viram a alegria que vai pelo Barnabé pela derrota do PP? Com a vitória da Nova Democracia na Grécia não disseram nada disso, pois não?

PS 2. As condições de democraticidade destas eleições também são algo estranhas. Alguém pensa que aquelas manifestações ontem frente à sede do PP foram espontâneas? È pura ingenuidade. Em 1975, era eu jovem, conseguíamos fazer ajuntamentos de estudantes em poucos minutos e não havia telemóveis nem Internet.

PS 3. Também, de qualquer modo, me pareceu que a gestão da crise por parte do governo do PP foi, no mínimo, desastrada. E isso, já me parece um motivo válido para as pessoas desconfiarem... Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 11:27 PM

Lomborg again Já aqui falei em Dezembro deste caso em que o Comité Dinamarquês contra a Desonestidade Científica acusou o livro o "Ambientalista Céptico" de Lomborg de ser objectivamente desonesto. Em Dezembro 2003, foi a vez deste dito comité ter sido desacreditado pelo ministro dinamarquês da ciência e tecnologia. Agora, o dito comité decidiu deixar cair o caso, como se pode ver por este comunicado e comentários de Lomborg (via Reason ):

Press Release

March 12, 2004

Scientific Dishonesty Committee Withdraws Lomborg Case

The Danish Committee on Scientific Dishonesty (DCSD) today announced it would not reopen the case concerning Bjørn Lomborg's book, "The Skeptical Environmentalist".

In December 2003 The Danish Ministry of Science, Technology and Innovation completely rejected the DCSD finding that "The Skeptical Environmentalist" was "objectively dishonest" or "clearly contrary to the standards of good scientific practice".

The Ministry, which is responsible for the DCSD, found that the committee's judgment was not backed up by documentation and was "completely void of argumentation" for the claims of dishonesty and lack of good scientific practice.

The Ministry invalidated the original finding and sent the case back to DCSD, where it was up to the committee to decide whether to reopen the case for a new trial.

"The committee decision is as one would expect," Environmental Assessment Institute director Bjørn Lomborg said today. "More than two years have passed since the case against my book was started. In that time every possible stone has been turned over, yet DCSD has been unable to find a single point of criticism that withstands further investigation."

"DCSD have reached the only logical conclusion. The committee has acknowledged that the former verdict of my book was invalid. I am happy that this will spell an end to what has been a very distasteful course of events," Bjørn Lomborg said.

The DCSD translated their first judgment into English. Today's announcement is only available in Danish.

Definitivamente se comprova que os ataques a Lomborg não eram de origem científica, mas apenas políticas, tudo porque Lomborg desafia as vacas sagradas do ambientalismo.

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 12:12 AM

Desinformação e campanha eleitoral além da hora Se não tivesse estado fora de caso e num local sem acesso a computador (mas com acesso a televisão), já teria escrito este artigo há algumas horas.

Quando vi a dita manifestação "espontânea" em frente à sede do PP em Madrid, não deixei logo de pensar numa acção de campanha eleitoral para além da hora, do que a manifestação legítima de uma qualquer indignação.

A minha convicção aumentou quando vi imagens da manifestação e declarações de alguns dos participantes, que obviamente não desmentiam a sua origem ideológica. Daí que chamar aquilo manifestação "espontânea" só se for para rir. Aquilo era, manifestamente, uma acção de campanha da esquerda espanhola, aproveitando-se indecentemente de um atentado bárbaro (não está mal para quem acusava o PP de fazer o mesmo).

Por outro lado, a comunicação social portuguesa parece alinhar alegremente neste alegado protesto da "opinião pública" (seja isso o que for). Como eu já tinha dito, a pista islâmica é de longe a mais acarinhada pelos nossos media, exactamente com a ideia de acusar o PP deste atentado

É claro que isto é perfeitamente ridículo, senão completamente perverso. O terrorismo islâmico ataca onde tiver e onde puder atacar. Há uns tempos, em Fevereiro, transcrevi uma notícia referente a um operacional da Al-Qaeda que apanhado pelos americanos, disse que não houve um atentado no Mundial de 2002 porque no Japão não havia uma comunidade islâmica suficientemente grande para que os terroristas pudessem esconder-se entre ela. É de lembrar que na altura não havia guerra com o Iraque e o ataque só não foi feito porque não havia condições logísticas.

E, continuo a dizer, não há causa que justifique este acto. Quem quer responsabilizar o Ocidente por este facto só está a colaborar com os terroristas. Que se um dia vencessem, também não os poupariam. Para os terroristas não há diferenlas entre cristãos, hindus, agnósticos, ateus ou outros. Todos são inimigos. Quem se esquecer disto terá uma desagradável surpresa. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:30 PM

Imparcialidade? Porque é que tenho a impressão que há um frenesim nos órgãos de comunicação que quer imputar o atentado de ontem à Al-Qaeda?

Será para depois poder condenar o sr. Aznar (e logo a seguir o Bush, e talvez ainda o Sharon)?

Esquecem-se que quem carregou no detonador foram os terroristas (tenham sido eles etarras ou islamitas) e que não há causa que justique este acto? Ou acham que os governos devem ceder a chantagens?

Realmente, imparcialidade é coisa que não há nos órgãos de informação. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 01:05 PM

Também os palestinianos são reféns dos terroristas... Curiosa notícia lida no Global Jewish News que transcrevo aqui:

Palestinians beat terrorists

Palestinian workers waiting to enter Israel from the Gaza Strip reportedly beat and overpowered two terrorists planning to carry out an attack. An inquiry conducted recently by the Defense Ministry with the help of Palestinian officials found that, a few days after a Jan. 14 suicide bombing at the Erez crossing, Palestinian workers waiting to enter Israel noticed two Palestinian youths carrying weapons under their clothing trying to enter the area. The workers confronted them, overpowered them, beat them and then handed them over to Palestinian Authority policemen. It’s not clear what happened to the youths after that, Ha’aretz reported. Some 5,000-10,000 Palestinians enter Israel for work each day, but attacks at the crossing points sometimes cause Israel to close the border.

O povo palestiniano também é refém destes terroristas, pois, como eu já disse várias vezes, mais do que uma guerra de libertação, os grupo terroristas palestinianos fazem uma guerra de aniquilação contra Israel. E quem fica a perder é o povo. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 11:15 PM

Ainda a autoria do atentado Como alguém que têm em atenção os problemas linguísticos, não posso deixar passar em claro a análise que é feira pela MEMRI da reivindicação pelas brigadas Al-Masri do acto de ontem.

Nesta análise é feita a tradução e um comentário ao estilo e às palavras utilizadas no comunicado, concluindo-se pela sua não autenticidade. Eis o texto do comentário ao texto do comunidado:

Commentary

The text of this statement includes linguistic usages and concepts that are incompatible with or alien to authentic Al-Qa'ida writings by Osama bin Laden, Dr. Ayman Al-Zawahiri, and others. The following are some examples, in order of appearance:

* Following the Qur'an verses is the title "The Trains of Death Operation." This is uncommon in bin Laden's writing. Also, it is noteworthy that the phrase "Trains of Death" is not reiterated in the text as the name of the operation.

* "Settling old accounts," both as a linguistic form and as a concept, is alien to authentic Al-Qa'ida writings.

* The use of the concept of "agents" is taken from the vocabulary of nationalist ideology, while bin Laden and his followers relate to their enemies primarily as infidels.

* The phrase "but you did not get the message" is not one used by bin Laden, who does not cast his operations in the light of "messages," rather, as acts in and of themselves to further the goals of Al-Qa'ida for the sake of Allah. Thus, it follows that:

* The concept of conditionality, as in the statement "And if you renounce [fighting us], we too will stop fighting you" is not a bin Laden concept.

* The term "The Tyrant of the Generation" was used in the previous statement of alleged responsibility by the Abu Hafs Al-Masri Brigades, for the August 2003 U.S. blackout – which was caused by a large-scale technical failure.

* In authentic Al-Qa'ida writings, the September 11 attacks are not referred to as "events" but as "raids" (the early Islamic term ghazwah).

* The announcement of an operation to begin at "4515 S.B." or reference to an operation that is "90% completed" is alien to bin Laden's scholarly Islamist style.

Thus, this statement does not seem to be an authentic Al-Qa'ida document.

Se a ETA não pode desde já ser responsabilizada, também não se pode atribuir agora, de imediato, a autoria aos terroristas islâmicos.

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 04:33 PM

O dia seguinte Mais de 24 horas depois da barbárie em Madrid, continua-se a não ter a certeza de quem executou o atentado. É claro, que independentemente da autoria, o atentado é um acto bárbaro e injustificável. Como disse ontem, nenhuma causa pode justificar tais actos.

Mas, hoje, em que a pista árabe parece ser a preferida por alguns, já se ouvem disparates dos género de que o governo espanhol é que tem culpa porque participou ao lado dos EUA na guerra contra Saddam. Isto é um perfeito disparate. Não devemos procurar culpas do nosso lado. Quem detonou as bombas é que é culpado. Ponto final!

Será que vão começar já a descupabilizar terroristas? Não ouviram as declarações de um islamita (que até quer criar estados islâmicos por todo o mundo) que as nações europeias que apoiam os EUA deveriam mudar de governo? Já querem mandar nos países democráticos? E será que a Europa se rende? Querem ser "dhimmis"?

De uma vez por todas, é preciso lutar contra o terrorismo, venha ele de onde vier, pois seja qual for a causa, ela nunca poderá justificar os atentados terroristas, seja em Bali, em Nova Iorque, em Bagdad, em Telavive ou em Madrid. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 02:22 PM

11 de Março de 2004 Hoje tinha intenções de escrever sobre o 11 de Março de 1975, bem como sobre a estreia de "A Paixão de Cristo" em Portugal, mas o bárbaro atentado em Madrid deixou-me sem vontade de escrever sobre isso.

Sobre o o 11 de Março de 1975 e "A Paixão de Cristo" terei mais oportunidades de escrever. Hoje não me apetece.

À hora que escrevo, um grupo árabe reivindicou o atentado. Se é verdade, então teremos uma declaração de guerra formal à Europa por parte dos islamitas. Para quem tinha dúvidas que os terroristas islâmicos não respeitam ninguém ou que isto só acontece aos americanos, isto poderá ser a prova do contrário.

Por outro lado, e sempre na hipótese da pista árabe ser verdadeira, aqueles que pensam que apenas os países que apoiaram a coligação serão visados é melhor desengarem-se. Os islamitas não detestam apenas os americanos e seus aliados, detestam todo o mundo ocidental, quer sejam cristãos ou ateus, de direita ou de esquerda. Quando os cidadãos ocidentais compreenderem isto, talvez se possa progredir na luta contra a barbárie. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 10:32 PM

Massacre (act.) Não há outras palavras para definir esta acção que todos estão a atribuir à ETA.

Que causa pode resistir a actos deste género? Que simpatia podemos ter por pessoas que praticam tal enormidade?

Começo mesmo a duvidar que a ETA queira a independência do País Basco, pois nenhuma causa pode justificar estes actos, até porque a Espanha é um país democrático e há muitíssimos meios pacíficos para lutar por um ideal, seja ele qual for.

Agora, só quero ver em que termos certos "pacifistas" que pululam por aí vão condenar estes actos.

ACTUALIZAÇÃO: Um representante do Batasuna nega a responsabilidade da ETA e culpa grupos árabes. Será? Não me espantaria. Neste momento, nada pode ser afirmado. Mas se não foi a ETA, então a questão é ainda mais complicada e aqueles negam estarmos em guerra possam repensar a sua posição. Será que aqueles que pensam que americanos no Iraque e cidadãos israelitas em autocarros são alvos legítimos, acharão que cidadãos europeus de países com tropas no Iraque também são alvos legítimos? Vão ver que eles ainda acham que a culpa é dos judeus e dos americanos. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 09:35 AM

Ainda o Dia Internacional da Mulher Não me envolvendo em polémicas sobre a justificação desta data, quero notar que há lugares no mundo onde ela é mesmo muito mal vista. Assim aconteceu na segunda-feira em Teerão onde uma manifestação de mulheres foi reprimida.

Aqui pode encontrar-se o texto do apelo dos Estudantes Iranianos em França.

Eis a parte final deste texto:

Hier, le 8 mars, « Journée internationale des femmes », les miliciens de la république islamique ont donné la charge. Ils ont frappé leurs victimes avec leurs armes favorites, matraques et chaînes de vélo, visant principalement les jambes et surtout le visage afin de les marquer. Un très grand nombre d'entre elles ont été gravement blessées au visage et des témoins font état de visages et de têtes très ensanglantés. Les hommes qui les accompagnaient ont été battus à mort et ensuite traînés sur le sol.

Hier, le 8 Mars 2004 à Téhéran, des Iraniennes sont descendues dans la rue pour que le monde soit témoin de leur détresse. Shirin Ebadi, Nobel de la Paix 2003, n'a pas cru bon de décommander son voyage à Genève pour être aux côtés de ces femmes afin qu'elle puisse bénéficier d'une couverture médiatique. Shirin Ebadi (…) est plus occupée à condamner la loi Stasi en France ou plus concernée par le sort des terroristes détenus à Guantanamo que par ses propres concitoyens.

É, há prémios Nobel e prémios Nobel... Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:50 PM

Ainda os exames Não posso deixar de aplaudir a opinião expressa por Vital Moreira acerca deste assunto, em que ele põe o dedo da ferida:

De facto, não está apenas em causa a verificação da aprendizagem destes [os alunos], mas também do desempenho dos respectivos professores e escolas.

Compreende-se bem a resistência dos mais directos interessados. Mas quando se procura expandir entre nós uma cultura de avaliação, emulação e “accountability” em todos os sectores, designadamente nos serviços públicos, essa resistência não merece aplauso. Sobretudo num sector onde o panorama é tudo menos satisfatório.

É exactamente o que eu penso e que já exprimi em diversos locais. Não são só os alunos a ser avaliados, mas os professores porque, por um lado, os programas têm que ser cumpridos (o que não acontece frequentemente no básico), mas por outro, há uma comparação, justa ou injusta (há muitos factores que a influenciam), entre as notas dadas pelo professor e a classificação obtida no exame.

Posso dizer, por experiência própria, pois já dei aulas nos secundário, que com certos professores as notas finais no 12.º ano eram, em média, cerca de 5 valores superiores à nota obtidos no exame nacional. Se pode haver um ou outro aluno que baixe por questões pessoais, já não é crível que isso aconteça em 20, 30 ou 40 alunos diferentes. Mas, podem crer, isto acontece.

Os exames iriam obrigar, sem qualquer dúvida, a maior exigência por parte dos professores. E não acredito que isto provoque a discriminação, pois discriminação é deixar jovens na ignorância à saída do 9.º ano. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:18 PM

Grécia vira à direita Ao fim de quase vinte anos ininterruptos de domínio socialista na Grécia, a Nova Democracia venceu as eleições legislativas gregas.

Já era tempo! Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:03 PM

Jovens franceses dos menos fluentes em inglês Segundo esta notícia , os jovens franceses de 15/16 anos são menos dotados para o inglês do que os seus colegas da Dinamarca, Finlândia, Holanda, Noruega, Espanha e Suécia. Aqui, para nós, se os franceses estão piores a inglês do que os espanhóis a situação é mesmo grave. Portugal não faz parte do estudo, mas seria interssante ver qual seria a nossa posição (no entanto, suspeito que os cientistas da educação do ministério não estão nada interessados em comparações, apesar de os portugueses até não se darem mal com as línguas estrangeiras).

Mas, penso que o pior para os franceses é a regressão em relação a 1996. Parece que o problema da qualidade de ensino também se põe em França. A notícia refere o seguinte:

"Ces résultats permettent de poser des questions de fond sur l'enseignement de l'anglais en France", souligne la note qui évoque "la recherche de la perfection" des enseignants français "pouvant inhiber les élèves" et le manque de "pratique courante" de la langue en classe.

"Tout se passe comme si le rôle de +langue de communication+ de l'anglais n'était ni vécu, ni perçu dans les classes", ajoute la note en soulignant que "pour les enseignants français le préalable à l'apprentissage d'une langue" reste bien souvent "la connaissance de la grammaire".

Isto do ensino de línguas é realmente algo de complicado e, através dos tempos, houve diversas abordagens. Mas, de facto, é preciso não perder de vista que a aprendizagem de uma língua estrangeira faz-se com o objectivo de comunicar. No entanto, para que essa comunicação seja efectiva é preciso respeitar um mínimo de regras... É um equilíbrio muito frágil. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 12:55 AM

Pina Moura e Sousa Franco Hoje, ao acordar, ouvi nas notícias da TSF que Pina Moura numa entrevista a Margarida Marante disse que Sousa Franco era uma má escolha porque se tornava num alvo fácil para a coligação.

Tendo em conta que Pina Moura herdou o ministério de Sousa Franco, é de pensar que o "Cardeal" sabe do que fala, porque, só os mais distraídos é que não sabem, a recessão não começou em 2002 nem em 2000. Se não fosse esse o caso, porque raio Sousa Franco não continuou no 2.º governo de Guterres. É porque estaria tudo demasiado bem? Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 05:22 PM

Medalha de ouro Num país dominado pela futebolite aguda (apesar desta crítica não me ponham no campo dos anti-futebolistas, pois gosto muito de futebol), é sempre bom ver outras modalidades com sucesso. Mais feliz fico quando esse sucesso acontece no atletismo, um dos meus desportos favoritos. Para mim, Jogos Olímpicos resumem-se a atletismo e pouco mais. Não perco também os campeonatos do mundo e da europa.

Por isso, fiquei bastante contente com a medalha de ouro de Naide Gomes no pentatlo dos Campeonatos Mundiais de Atletismo em pista coberta que se disputam em Budapeste. Naide Gomes é, de há algum tempo para cá, uma das melhores especialistas do pentatlo e do heptatlo a nível europeu e mundial.

Todavia, não devemos embarcar em parolismo bacocos em relação às hipóteses de Naide Gomes nos JO de Atenas, apesar dela ser uma das candidatas a ficar entre as primeiras. Temos é que nos lembrar que em Budapeste não estiveram algumas das melhores heptatlonistas, como por exemplo essa fantástica atleta sueca chamada Carolina Kluft, pelo que em Atenas a concorrência será bem maior.

Naide Gomes, de seu nome completo Ezenaide Rosário da Vera Cruz Gomes, nasceu em São Tomé e Princípe em 20/11/1979 e tem a nacionalidade portuguesa desde Maio de 2001. Em 2000, esteve presente nos JO de Sydney competindo ainda pelo seu país de nascimento São Tomé e Princípe e ainda sob o nome de Ezenaide Gomes. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 11:05 PM

Praxes no andebol Estava eu a ver a SIC Notícias, quando vi o caso de uma praxe violenta na selecção nacional de andebol de sub-20 (ou sub21? não fixei) feita a um atleta do AC Sismaria.

Eu sou totalmente contra qualquer tipo de praxe seja onde for. É uma instituição inqualificável e que qualquer pessoa com um mínimo de QI deveria repudiar.

Por isso, quando vejo os responsáveis dos dois clubes dos atletas suspensos por participarem nela a defender a praxe como um acto integradora que, por azar, foi um pouco longe de mais, só me apetecia insultá-los e dizer que pessoas daquelas não têm categoria para estar à frente de equipas seja do que for. A federação, bem como os clubes, pura e simplesmente deveriam suprimir as praxes. Menos do que isto é pura estupidez.

Podia aproveitar-se este caso para definitivamente acabar com estas práticas cavernícolas. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 12:32 PM

Três meses Faz hoje três meses que iniciei o meu blog. Para já estou satisfeito com os resultados embora, por vezes, seja difícil conseguir escrever todos os dias pois o tempo não abunda e o trabalho precisa de ser feito. Estou a tentar, mas ainda não o consegui, começar a tratar neste blog alguns dos assuntos de que mais gosto, de uma maneira mais aprofundada, para não limitar ao acompanhamento da actualidade, que obviamente deve ser feito num blog como este, mas não pode ser exclusivo. Sei que tenho leitores fiéis e agradeço-lhes, prometendo, para não chatear ninguém, que só farei novo balanço quando o blog fizer um ano (espero continuar a ter tempo para ele). Comentários: (4) Posted by r-j-oliveira at 10:20 AM

Mais uma vez a educação... Brilhante a entrada do Jaquinzinhos sobre a notícia da possível introdução de exames no ensino básico por parte de David Justino.

Por minha parte só digo que não é preciso ser um "cientista" da educação para ver que o ensino tal como está, está mal. Aliás, o que é preciso é não ser um "cientista" da educação: esses só falam em projectos educativos, em interacções, em aprendentes e quejandos.

Mas quando vejo sobrinhos meus, no 7.º e 8.º anos, com dificuldades no cálculo matemático e com dificuldades a interpretar as perguntas de História, porque tiveram uma formação anterior insuficiente, percebe-se que algo vai mal. Ou então, que numa disciplina desde o 5.º ano, um deles, raramente tenha tido um teste de avaliação positivo mas, como por milagre, no último período lá sai o "3" da ordem para passar na disciplina, não pode haver defesa de um sistema não pouco exigente.

E quem diz que os exames iriam criar mais desigualdade, desengane-se. O sistema actual é que cria desigualdades. Os alunos que até ao 9.º ano passaram porque lhe facilitaram a vida e não por saberem algo vão ter imensas dificuldades a partir do 10.º ano. E no 10.º ano, aqueles que não têm bases, mas cujos pais também não têm dinheiro para pagar explicações, vão ficando para trás e só com muita dificuldade concluem o 12.º ano.

Por seu lado, os que têm dinheiro podem tentar recuperar os seus filhos através das explicações ou então, recorrem a outro expediente, os colégios privados. Por exemplo, a partir do 2.º período, as turmas de alguns colégios privados do 12.º ano aumentam exponencialmente. Outro facto que também acontece em alguns colégios privados é que as turmas do 10.º e 11.º anos são substancialmente mais reduzidas do que as do 12.º ano. Porque será? Não quero dizer com isso que os colégios privados são mais baldas, isto é, de modo geral (pois há de tudo), apenas que muitos deles têm melhores condições e, por isso, os estudantes podem ter melhores notas.

Se isto não é criar desigualdades, então o que é? Aliás, basta ver quem é que entra em Medicina, Engenharia, Arquitectura, etc. para se tirar esta conclusão.

Por outro lado, há muita gente a quem não interessa a avaliação dos alunos, até porque isso implica, indirectamente, a avaliação dos professores. E, é lógico que isso não lhes interessa. A progressão da carreira faz-se de modo burocrático e não, na maior parte dos casos, por melhoria da formação científica e já agora pedagógica (mas não exagerar, pois o excesso de pedagogia deu no que deu).

Qualquer projecto que agite as águas não interessa a ninguém que esteja solidamente dentro do sistema, pois isso iria obrigar a alterar hábitos há muito estabelecidos. O ministro vai meter-se num ninho de vespas. Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:59 PM

Os democratas e o Haiti Leio no sítio da TSF que os democratas acusam Bush de ter contribuído para a deposição do líder eleito do Haiti.

Segundo reporta a TSF, Roberto Menendez, democrata, de Nova Jérsia, disse «Os outros países da América Latina vêem que este governo não vai defender os chefes de Estado eleitos democraticamente se não gostar deles».

Estes democratas sempre foram uns brincalhões. O Aristide foi democraticamente eleito? Eles estiveram com atenção às eleições de 2000? E aos desenvolvimentos ocorridos no Haiti nos últimos anos? O modo como Aristide se apropriou do país?

Tenham os EUA exilado ou não o Aristide, e eu acho que não, a sua saída era a única hipótese para tentar normalizar a situação política no país. Se o futuro será melhor, não sei. Em 200 anos de história de independência, os bons momentos têm sido poucos.

Agora não percebo a inclinação dos democratas americanos para acreditarem mais no Aristide do que no seu governo. Eles, antes de mais, só fanaticamente anti-Bush, tudo o resto não lhes interessa. Pobre América se estes senhores voltam ao poder. Com sujeitos assim, em vez de se voltar à era Clinton (que já não foi nada de especial), volta-se à era Carter (de longe um dos piores presidentes do séc. XX).

Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 07:24 PM

Palestinianos com e sem aspas Vai para aí uma pequena polémica na blogosfera portuguesa por causa do uso da palavra palestiniano com aspas. Pelo menos já envolve o Barnabé , o Homem a dias , o Causa Nossa e o Aviz .

Obviamento que não ponho em causa o direito que os palestinianos têm em ter um estado independente, mas também é verdade que essa ideia só nasceu, na prática, depois de 1967.

É preciso lembrar que em 1948 foram os árabes que impediram o nascimento de um esrado palestiniano ao terem invadido Israel com o intuito de o destruirem. Os territórios ocupados estiveram entre 1948 e 1967 ocupados por jordanos (Cisjordânia) e egípcios (Faixa de Gaza) e, nunca, mas mesmo nunca, esses dois países tentaram implantar um estado palestiniano. Porquê?

Porque muito simplesmente, esses estados estavam-se nas tintas para os palestinianos, apenas lhe interessava a destruição de Israel. E, tal como lembra Francisco José Viegas na sua resposta a Vital Moreira, com a indicação do facto da representação do mapa da Palestina da Autoridade Palestiniana ocupar também o espaço de Israel, a destruição de Israel continua na mente da OLP (apesar do compromisso assumido após os Acordos de Oslo).

É um facto histórico que a Palestina como nação nunca existiu e que, também, a construção de uma identidade palestiniana é coisa recente. Quem não quiser ver isto está a tentar reescrever a história.

Por outro lado, o mesmo não se passa com os judeus que estão na região há milhares de anos e que há muito tempo, pelo menos cerca de 3000 anos, têm Jerusalém como cidade sagrada (vejam por exemplo o salmo 137 cujas duas primeiras palavras dão o título a este blog).

Continuo a pensar que a resolução do problema israelo-árabe está muito mais do lado do árabes, pois enquanto estes continuarem a pensar apenas na destruição de Israel, não haverá jamais paz.

Comentários: (0) Posted by r-j-oliveira at 10:39 AM

Carpe diem Quinto Horácio Flaco (Venúsia, 65 a.C. - Roma, 8 a.C.) foi um dos maiores poetas latinos de sempre. Mas, para além de toda a consideração de que gozou na Roma antiga, Horácio exerceu uma enorme fascinação sobre a poesia europeia, sobretudo a partir do Renascimento.

Para além dos temas por ele tratados, e que foram imitados (segundo o conceito de imitação anterior ao Romantismo) por gerações sucessivas de poetas, também a sua Epistola ad Pisones, mais conhecida por Ars Poetica, foi glosada repetidas vezes até aos alvores do Romantismo.

Sem dúvida um dos seus poemas mais conhecido é esta ode do Livro I de Odes (I, 11):

Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi

finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios

temptaris numeros. Vt melius, quidquid erit, pati.

Seu plures hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,

quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare

Tyrrhenum, sapias uina liques et spatio breui

spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit inuida

aetas: carpe diem, quam minimum credula postero.

Não procures, Leuconóe, - impío será sabê-lo -

que fim a nós os dois deuses destinaram;

não consultes sequer os números babilónicos:

melhor é aceitar! E venha o que vier!

Quer Júpiter te dê inda muitos Invernos,

quer seja o derradeiro este que ora desfaz

nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,

vive com sensatez destilando o teu vinho

e, como a vida é breve, encurta a longa esp'rança.

De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:

trata pois de colher o dia, o dia de hoje,

que nunca o de amanhã merece confiança.

(trad. David Mourão-Ferreira)

Não sei como há gente que consegue dar a disciplina de Português e falar do sécs. XVI, XVII ou XVIII, ou mesmo Ricardo Reis, sem sequer terem lido, minimamente, Horácio (repetindo apenas aquilo que lêem em artigos e outros materiais de apoio e nenhuma experiência de leitura directa, que nem sequer precisava de ser no original - há traduções excelentes).

Catulo, Horácio e Vergílio (de quem falarei proximamente) estão sem dúvida no lote de grandes poetas de todos os tempos. Comentários: (1) Posted by r-j-oliveira at 08:19 PM

Novos desafios para a escola Neste últimos tempos o Jornal de Notícias tem vindo a fazer uma espécie de retrato da Espanha, numa série de artigos sob o título genérico de "Espanha à lupa", onde passam por diversas regiões espanholas. Uns artigos são melhores, outros piores, quase todos aproveitam para dar bicadas no PP de Aznar (enfim, senão nem era o Notícias, não é?), mas de vez em quando encontram-se coisas interessantes que nos levam até para outras reflexões que não só sobre a Espanha.

O de hoje, intitulado O racismo começa na escola , da autoria de Helena Teixeira da Silva, é sobre a Catalunha e a imigração e, ao falar sobre a escola, escreve isto:

"Eu tenho um chinês no meio de 13 espanhóis". Maria José Miguel ergue os braços: "O que é que eu faço? Ele não percebe nada!". Mesmo os sul-americanos têm dificuldades. "Vêm para cá a achar que a língua é parecida, mas o registo não é igual". Katherine Cabrera, 12 anos, acabada de chegar do Equador, comprova-o. "As pessoas são muito diferentes. Não entendo o que dizem. As minhas amigas estão no meu país".

Tão ou mais ardiloso do que a língua será a tradição em que nasceram. "Querem vir para cá, mas não conseguem desvincular-se da sua cultura. As mulheres magrebinas, por exemplo, que mesmo aqui são vendidas como camelos, desaparecem aos 15 anos para casar", refere Montse Pallou. "Além disso,só têm ensino religioso, não sabem ler nem escrever, só recitar o Corão. Os rapazes do Norte de África são sexualmente precoces. Os sul-americanos são machistas. Obrigam as mulheres a trabalhar e dizem-nos que bater-lhes a seguir a beber é perfeitamente normal. Os marroquinos são agressivos. E a estrutura escolar não consegue dar resposta a isto tudo". Maria José Miguel baixa os braços."É impossível".

Numa parte anterior do artigo menciona-se a Escola Secundária de Pedraforce, em Hospitalet, em que para além do número de estrangeiros, a sua origem é muito variada:

Se o volume de estrangeiros cria dificuldades - em Pedraforce, mais de 70% dos alunos vêm de fora - a mistura dos países de origem não contribui para facilitar o sucesso. No recreio não há duas pessoas iguais. "Temos chineses, magrebinos, filipinos, marroquinos, de Leste e sul-americanos: equatorianos, peruanos, colombianos. Quase todos sem vontade de estudar. Querem começar a ganhar dinheiro depressa", explica Maria José Miguel, professora de História naquele estabelecimento.

Não sei como será a situação actual em Portugal, mas em algumas escolas começa já haver um bom número de filhos de imigrantes a frequentá-las. Dentro em pouco serão bem mais. Estará a nossa escola preparada para isso? Duvido. Se só com portugueses os nossos cientistas da educação conseguiram estragar o sistema de ensino, com tal diversidade vão-se, certamente, perder em lindas teorias multiculturalistas que em vez de levar à integração, conduzirão, inevitavelmente, a uma comunitarização das comunidades imigrantes e, que, como se sabe, tem como consequência a sua marginalização (veja-se os desastrosos resultados na Holanda que políticas desse género tiveram).

Sinceramente, eu não tenho a solução para este problema, mas não é com soluções de "engenharia social" que se vai resolver o assunto. Penso que, apesar de tudo, a solução não deverá ser do género "theory driven", mas muito numa análise pragmática e sem ideias pré-concebidas (coisa que eu acho impossível para os cientistas da educação).

Não estou muito optimista. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 12:21 PM

Será que vai aparecer alguém a também justificar isto? Foi com espanto (isto é, não exageremos, com alguma surpresa) que li esta notícia :

NABLUS, West Bank - Israeli security forces arrested three Palestinian youths who planned to carry out a suicide attack out of anger over Israel's West Bank barrier, relatives said Sunday.

The youths, ages 13 and 14, were among the youngest ever arrested for planning suicide attacks. Parents of one of the boys expressed outraged that militant groups had taken to drafting young boys to carry out suicide attacks.

Most suicide bombers have been in their 20s. The youngest was 16 years old.

The army did not immediately comment.

Mohammed Abu Mahsen said his 13-year-old son, Tarek, along with his friends, Jaffer Hussein, 13, and Ibrahim Suafta, 14, left a letter saying they planned to carry out a shooting attack at an Israeli military checkpoint or army base, he said.

The 13-year-olds claimed to be members of Islamic Jihad, while Suafta said he belonged to the Al Aqsa Martyrs' Brigades, a militant group linked to Yasser Arafat's Fatah movement, family members said. The boys were arrested last Thursday.

Será que os terroristas palestinianos vão continuar a surpreender-nos com cada vez maiores níveis de febre assassina?

Comentários: (3) Posted by r-j-oliveira at 08:09 PM

Anti-semitismo: o que é?

O J num comentário à minha entrada Para quem nega o anti-semitismo pergunta-me se então os árabes também não eram semitas?

Obviamente esta pergunta tem um objectivo: a implicação que o anti-semitismo é um racismo dirigido não só contra os judeus, mas também contra todos os povos de origem semita, árabes incluídos.

Bom, se olhássemos só a etimologia, assim poderia ser. Aliás, esta linha argumentativa é muito seguida por todos aqueles que querem negar a existência desse mesmo anti-semitismo. E, por isso, põem-se a brincar com as palavras.

Mas, serão os árabes semitas? Hoje, sob o nome "árabes" incluem-se não só os povos semíticos de originários da península arábica - e que em tempos pré-islâmicos já se tinham estendido pelo Crescente Fértil -, mas também todos os povos de língua árabe (língua semita tal como o hebraico) do Iraque a Marrocos. Isto é, uma imensidão de povos diferentes que foram conquistados e islamizados durante os dois primeiros séculos de expansão do Islão. Nesses povos estão incluídos, naturalmente, povos não semitas. Mas, podemos dizer que os árabes, lato sensu, são semitas.

Apesar de tudo, é preciso não esquecer que mesmo os árabes originários da península arábica são uma mistura, não havendo uma unidade de tipo.

Se, então, os árabes são semitas, será que o anti-semitismo também é contra eles? ou, reformulando, quando se fala se anti-semitismo, deveria referir-se todo o racismo contra povos semitas? Aqui a resposta é rotundamente não.

Quando se fala de anti-semitismo estamos mesmo a falar de racismo contra judeus (quer como religião, quer como raça). E porquê?

Porque anti-semitismo não é apenas uma palavra, mas um termo. Um termo é uma palavra (ou locução) rigorosamente definida que designa um conceito próprio de um determinado campo do saber ou actividade. E a história deste termo é conhecida.

Segundo a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (1964) a entrada anti-semitismo, da responsabilidade de M. Alves de Oliveira, começa assim:

É a aversão aos Judeus, um dos povos de raça semita. Seria mais exacta a expressão anti-judaísmo ou anti-sionismo, tanto mais que o A. S. é tradicional entre os Árabes, povo igualmente semita. O vocábulo, atribuído a Ernest Renan (1823-1892), generalizou-se na Alemanha e na França no fim do século passado.

Mais adiante, refere-se:

O A. S. como doutrina - Teve o seu ponto de partida na suposta oposição étnica entre Judeus (identificados aos Semitas) e os Arianos ou Indo-Europeus. Este preconceito racial foi posto a correr por Christian Lassen (1800-1876), no seu livro Indische Altertumskunde (Bona, 1844), e Ernest Renan (1823-1892), na Histoire Générale et système des langages sémitiques (Pa., 1855) e em Le judaïsme comme race et comme réligion (Pa., 1883). Este A. S. pretensamente científico (racismo), passou ao campo político através do panfleto de Wilhelm Marr Der Sieg der Iudenthums uber der Germanenthum, publicado em Hamburgo em 1873.

Penso que não é preciso muito mais para verificar que a palavra nasceu, especificamente, para exprimir aversão aos judeus. E, se os nossos dicionários, Houaiss, Academia, Cândido Figueiredo ainda falam de "aversão aos Semitas, especialmente aos Judeus" (indicando o Hoauis o ano de 1899 para introdução do vocábulo em português), o Webster's, o Petit Robert ou o Wahrig não deixam dúvidas:

Webster's (1996)

anti-Semitism - discrimination against or prejudice or hostility toward Jews. [1880-1885]

Le Nouveau Petit Robert (1993)

antisémitisme - 1866 - Racisme dirigé contre les Juifs.

Wahrig (1986)

Antisemitismus - Judenfeindschaft.

Quando se cunham novas expressões nem sempre se respeita a etimologia ou, então, não o critério de escolha dos elementos não é consistente (ver o caso de "automóvel" com um elemento de origem grega "auto" e outro de origem latina "móvel"). Mas a definição de anti-semitismo, desde o início é precisa, apesar de, etimologicamente, não ser a expressão mais exacta, e designa o racismo dirigido contra os judeus (quer os árabes sejam semitas ou não, não são chamados para o caso).

Naturalmente, eu já vi muita gente querer lançar a confusão com base nesta ambiguidade linguística mas, que, facilmente é desfeita no contexto em que a palavra é usualmente utilizada.

. Comentários: (2) Posted by r-j-oliveira at 11:36 PM

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