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25-10-2003
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Justino e a prática No pós 25 de Abril de 1974 há dois ministros da Educação que vale a pena lembrar: Marçal Grilo e David Justino - Grilo por ter acabado com a indisciplina que reinava no arranque dos anos escolares e pela reforma do ensino pré-primário, Justino pelas medidas de enorme bom-senso que vem introduzindo na gestão de escolas, professores e alunos. Há, no entanto, um caminho longo a percorrer entre quem define as políticas e quem as aplica. E, por isso, segue esta «estória» exemplar para o actual ministro da Educação. Há, no entanto, um caminho longo a percorrer entre quem define as políticas e quem as aplica. E, por isso, segue esta «estória» exemplar para o actual ministro da Educação. Acontece que a filha de um amigo meu, que se encontra no 12º ano, foi confrontada com o encerramento do seu estabelecimento de ensino secundário, que ficava junto à Cidade Universitária. Vai daí, lá se lançaram os pais à insana tarefa de encontrar uma nova escola para a jovem que, diga-se, é uma excelente aluna: tem média de 19 valores e está candidata a entrar para Arquitectura. Acontece que a filha de um amigo meu, que se encontra no 12º ano, foi confrontada com o encerramento do seu estabelecimento de ensino secundário, que ficava junto à Cidade Universitária. Vai daí, lá se lançaram os pais à insana tarefa de encontrar uma nova escola para a jovem que, diga-se, é uma excelente aluna: tem média de 19 valores e está candidata a entrar para Arquitectura. Como vivem a dois minutos do liceu Maria Amália, tentaram colocar a jovem naquele estabelecimento. Mas eis que surge a surpresa: a responsável disse que não podia aceitar a inscrição, por que tem 28 alunos na turma que ela poderia frequentar, mas está à espera dos discentes da escola que foram à chamada de Setembro a quem, se reprovarem, terá de lhes garantir lugar na turma. Como vivem a dois minutos do liceu Maria Amália, tentaram colocar a jovem naquele estabelecimento. Mas eis que surge a surpresa: a responsável disse que não podia aceitar a inscrição, por que tem 28 alunos na turma que ela poderia frequentar, mas está à espera dos discentes da escola que foram à chamada de Setembro a quem, se reprovarem, terá de lhes garantir lugar na turma. Difícil de perceber? Eu tento de novo. A responsável não aceita a aluna de 19 valores, por que tem de guardar lugar para alunos que eventualmente reprovem na chamada de Setembro e tenham necessidade de repetir o ano. E quando a mãe fez esse reparo à responsável, ela perguntou-lhe se estava a defender o elitismo! Difícil de perceber? Eu tento de novo. A responsável não aceita a aluna de 19 valores, por que tem de guardar lugar para alunos que eventualmente reprovem na chamada de Setembro e tenham necessidade de repetir o ano. E quando a mãe fez esse reparo à responsável, ela perguntou-lhe se estava a defender o elitismo! A cereja em cima do bolo é que a jovem esteve três anos sem educação física, por que na sua escola não havia ginásio. Pois já a foram avisando que lhe vão baixar a média por que ela não tem nota nessa disciplina no último triénio. A cereja em cima do bolo é que a jovem esteve três anos sem educação física, por que na sua escola não havia ginásio. Pois já a foram avisando que lhe vão baixar a média por que ela não tem nota nessa disciplina no último triénio. Acontece, por isso, que a mãe da jovem está a pensar seriamente em enviá-la já na próxima semana para o Canadá, onde acaba o 12º ano e segue depois Arquitectura. E assim se promove a meritocracia, de que fala com tanto empenho o primeiro-ministro. Acontece, por isso, que a mãe da jovem está a pensar seriamente em enviá-la já na próxima semana para o Canadá, onde acaba o 12º ano e segue depois Arquitectura. E assim se promove a meritocracia, de que fala com tanto empenho o primeiro-ministro. Quanto ao ministro da Educação, aqui fica para meditação este caso kafkiano a provar que a verdadeira revolução, a das mentalidades, onde confluam exigência com bom senso, ainda está longe de acontecer. Quanto ao ministro da Educação, aqui fica para meditação este caso kafkiano a provar que a verdadeira revolução, a das mentalidades, onde confluam exigência com bom senso, ainda está longe de acontecer. 22 Setembro 2003

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Comentários

21 a 40 de 145 room 102 16:54 26 Setembro 2003 Meu caro Ze Luis

Fico na duvida se abdica de prolongar a explanacao daquilo que entende deveria ser os objectivos do sistema de ensino, por legitima falta de tempo/disposicao ou se por nao estar verdadeiramente convencido de poder sustentar o argumento quando confrontado com as consequencias dessa visao. Se bem percebo o senhor defende primazia de merito para o acesso ao ensino nao so no interior da instituicao escola, como ja existe, mas inter-instituicoes. Escolas so de genios, escolas so de muito inteligentes, escolas de inteligentes, escolas para alunos medios, escolas para gente estupida e finalmente escolas para deliquentes e debeis mentais? Levando em linha de conta que estamos a falar de Portugal, ja viu bem que acabariamos com todas escolas desde a dos genios a escolas dos indigentes completamente ignorantes umas das outras? Para nao falar nas despesas dos passes sociais ou na hierarquizacao ainda mais acentuada nao so da classe dos professores e alunos, mas por consequencia directa e indirecta, toda a sociedade Portuguesa.

P.S. Levando em linha de conta que a dita menina nao tinha uma escola exclusivamente para si. Sera hipocrisia perguntar qual o destino dos seus antigos colegas? Lopolazuli 16:53 26 Setembro 2003 Pois é, há muita injustiça ...

O exemplo que o sr. jornalista deu é de alguém que vive em Lisboa, portanto tem muitas outras opções, não é verdade? Mas, e aqueles alunos, que são igualmente muitíssimo inteligentes, mas que estão metidos nessas aldeias perdidas por este país. Não têm muito por onde escolher, pois não? Pois é, há muita injustiça neste país ... Zé Luiz 13:21 26 Setembro 2003 Caro Bob:

Se quer pôr a questão em termos estritamente burocráticos, então tem razão: a rapariga só se veio inscrever em Setembro, os outros já estavam inscritos.

E para lhe dar ainda mais razão, até estou disposto a passar ao lado de dois factos: primeiro, e conhecendo o ME que temos, tenho a certeza que a rapariga só esperou até Setembro porque ninguém lhe disse em Junho que a escola que frequentava ia fechar; e segundo, que o Ministério, ao fechar a escola, ficava obrigado a facultar aos alunos da escola acesso a outras de modo a que ficassem o menos prejudicados possível - e ter de ir para mais longe é evidentemente um prejuízo.

Mas, como disse, passemos ao lado destes dois factos. Do que não se pode passar ao lado é a questão de saber se as regras burocráticas que você invoca - e que de resto foram invocadas pela "responsável", segundo o relato de Nicolau Santos - são ou não justas.

No meu primeiro comentário a este artigo tive o cuidado de dizer que a "responsável" não podia ser considerada culpada da situação, já que estava a obedecer às regras existentes.

Mas disse, e mantenho, que essas regras não fazem sentido e são profundamente injustas. Dão prioridade aos inscritos sobre os "forasteiros" sem estabelecer qualquer limite temporal para o exercício dessa prioridade; sem cuidar de saber se os "forasteiros" o são porque decidiram de repente mudar de escola ou porque a escola em que andavam foi abolida; e sem ter minimamente em conta o mérito escolar, quer dos inscritos, quer dos "forasteiros".

Você pode dizer até ficar rouco que a decisão foi justa porque foi legal; eu digo que foi legal, mas injusta, porque não é justo que um aluno, ao inscrever-se numa esccola, adquira nela um lugar vitalício em prejuízo de outros com mais mérito e em prejuízo dos contribuintes.

BOB ESCARRO 08:58 26 Setembro 2003 Zé Luiz 21:51 25 Setembro 2003

"Pois não, mas sempre foi necessário ao êxito."

O «sempre» é abusivo. Há pessoas geniais que nem um pouco se esforçam. Mas os seus resultados são brilhantes.

" Precisamente porque vivemos num regime democrático..."

Precisamente por isso o acesso ao ensino à educação deverá estar disponível a todos, de forma geral, e não existir segregação de qualquer tipo.

"Aqui, na Suíça, na Alemanha e no Luxemburgo nenhum aluno fica no sistema público, salvo em circunstâncias muito bem justificadas, para além da idade em que é supopsto saír."

Sem pretender colocar em causa aquilo que escreve, solicito que procure obter mais dados sobre essa questão.

"Quer dizer que, pela sua parte, está disposto enquanto contribuinte a dar aos alunos que abusam do sistema a tal margem de tolerância de que falo. Se calhar, também eu(...)"

Nunca referiu isso. Dá «uma no cravo e outra na ferradura». Parte logo do princípio de "abusador"...

"(...)mas a mim que me interessa é o incómodo para a Res Publica."

O interesse da «Coisa Publica» é prover à sua população o mais elevado nível de qualificação possível. Para progredir a nação, o investimento terá que começar por aqui.

" A RAPARIGA CHEGOU PRIMEIRO! Não encontrou ninguém à sua frente na fila! Encontrou, sim, lugares marcados!"

Repito: EQUIVOCO seu. E porquê? A rapariga tanto encontrou pessoas à sua frente que lhe foi transmitido que as vagas naquela escola estavam integralmente preenchidas. É fundamental saber do que se fala. Nas escolas, os alunos estão inscritos, ou não. Nada mais claro. A insinuação da reserva não é correcta. Esses alunos que NS procura demonizar estão inscritos. O que torna a situação pouco definida é possibilidade de concluirem com sucesso os seus estudos, dando origem à anulação da matrícula. Ou não sabia que o aluno para realizar os exames tem que estar inscrito?

NS apresentou esta prova porque só agora a filha do amigo se foi inscrever. Não tenha a menor dúvida.

"É claro que toda esta história faz lembrar, do ponto de vista de um contribuinte, a pena de morte na China(...)"

Essa história lembra o Zaire de Mobutu: qeum tem capacidade de aceder a uma qualquer forma de poder, aponta um culpado, e "espera" que seja eliminado(recado de NS). Não está a ver a semelhança?

atchim 08:35 26 Setembro 2003 Bob Escarro, O Iluminado

“Gosto de discutir ideias, algo que, muito honestamente, o colega não apresentou.”

-Claro que se não são as suas, não contam. Já estamos habituados à sua arrogância...

”Julgo ser muito mais inteligente do que demonstra.”

-Não sei se agradeça a graça que Bob Nosso Senhor me dispensou ou ficar com medo – ser por si considerado inteligente não deve ser bom sinal...

“Tem a noção perfeita de que aquilo que escreveu é uma mentira absurda.”

-Não. Fico à espera da demonstração. Não conta um Dogma proveniente de si.

”Todo e qualquer aluno tem a liberdade de escolher a escola que entender (até poucos anos estavam limitados pela área geográfica da sua residência). Só não ajuda pretender efectuar a inscrição no último momento e exigir passar à frente de outros. E não se trata de qualquer discriminação. Falta de bom senso.”

-Os alunos que poderão reprovar já estão inscritos? Não me parece...

”Quanto à inveja, não posso fazer nada. Quem sofre dela deverá crescer, e superar essa mesquinhez de espírito.”

-O quê???

”Mas quer mesmo um exemplo de um largo bocejo? Olhe só: «Se bem que suspeito que o seu mal não é só sono...»

Quando não argumento possível...”

-Se chama argumento dizer que todos os que não concordam consigo são ignorantes e estúpidos, então está cheio deles. Caso contrário, não vislumbro ideias suas relevantes. Ah! É verdade, Bob Nosso Senhor disse que não demostro ser inteligente e sou mentiroso...

”As melhoras. Deve ser da constipação.”

-Para não descer (literalmente e figuradamente) ao nível de um Escarro, não vou fazer referências ao seu nick...

Zé Luiz 21:51 25 Setembro 2003 Caro Bob:

"Como pode garantir que alguém que reprovou não se esforçou? Esforço nunca foi sinónimo de êxito." Pois não, mas sempre foi necessário ao êxito. E não estamos a falar da escolaridade obrigatória: estamos a falar dum nível de ensino que pressupõe à partida determinadas capacidades intelectuais.

"Será que defende que na Sociedade, um Doutor tem primazia sobre um Mestre, este sobre um Licenciado, o Licenciado sobre alguém com o 12.º, este sobre quem tem a escolaridade mínima, a escolaridade mínima sobre a 4.ª classe, e estes sobre os analfabetos?" Na sociedade, não. Nas situações concretas em que a habilitação é relevante, claro que sim. Precisamente porque vivemos num regime democrático...

"Precise, por favor. Posso rebater essa sua afirmação [de que nem toddos os contribuintes europeus são tão generosos como os portugueses, que financiam a permanência dos alunos no sistema público gratuito por mais tempo do que o previsto]? Espanha, França, Itália, Alemanha, Suiça, Luxemburgo, Canadá... Mais?" Não sei o que se passa em França, na Espanha, na Itália ou no Canadá. Na Alemanha, no Luxemburgo e na Suíça (país onde vivo e onde sou profissional de ensino), o que se passa é isto: a escolaridade obrigatória mede-se em ANOS DE FREQUÊNCIA, e não em anos curriculares; além disso as escolas têm níveis diferentes de exigência para o mesmo ano de escolaridade. Um aluno que não obtenha aproveitamento numa escola de nível mais alto não reprova - vai frequentar o ano seguinte numa escola de nível mais baixo. Ao fim do número de anos de FREQUÊNCIA obrigatória, abandona a escola com um diploma que atesta apenas isto: o aluno "x" frequentou a escola durante "y" anos, ao fim dos quais atingiu os objectivos "z". E era à Suíça, e não a Portugal, que me referia quando escrevi: "É-lhe passado um diploma atestando os conhecimentos correspondentes ao ano anterior." Aqui, na Suíça, na Alemanha e no Luxemburgo nenhum aluno fica no sistema público, salvo em circunstâncias muito bem justificadas, para além da idade em que é supopsto saír. Pode ter a certeza disto: estou a falar do que sei.

«Eu faço questão de pagar os meus impostos. É forma que tenho para contribuir para o progresso da nação. Fico satisfeito, acredite. Não me importo que um aluno reprove ao longo da sua vida escolar». Muito bem. Quer dizer que, pela sua parte, está disposto enquanto contribuinte a dar aos alunos que abusam do sistema a tal margem de tolerância de que falo. Se calhar, também eu; mas uma coisa é dar uma margem de tolerância ao abuso, outra muito diferente é sustentar que o abuso não existe.

«Quanto maior o número de reprovações, maior será o incómodo pois a idade começa a fazer diferença, e assim naturalmente será feita a selecção». Não duvido de que reprovar muitas vezes é incómodo para o próprio, mas a mim que me interessa é o incómodo para a Res Publica.

«Outro equívoco. Deverá reler a crónica de NS. A rapariga só agora procurou inscrever-se». Não há equívoco nenhum, a não ser da sua parte, porque os outros nem agora se procuraram inscrever: ainda estão à espera dos resultados dos seus exames. Não percebeu isto? A RAPARIGA CHEGOU PRIMEIRO! Não encontrou ninguém à sua frente na fila! Encontrou, sim, lugares marcados!

É claro que toda esta história faz lembrar, do ponto de vista de um contribuinte, a pena de morte na China: dos pais da rapariga espera-se que paguem a escolarização dos que lhe querem passar à frente. Não está a ver a semelhança?

Hector 16:51 25 Setembro 2003 Ainda não foi desta que vi uma ideia sua

Tente sempre BOB ESCARRO 15:55 25 Setembro 2003 Hector 15:20 25 Setembro 2003

Carvalho Negro, respondo ao Atchim e responde-me o seu clone? Quando vir uma ideia avise-me! Hector 15:20 25 Setembro 2003 BOB ESCARRO às 09:58 gostava de discutir ideias

Óptimo. Quando conseguir ter uma ideia, pode acontecer um debate interessante.

Felicidades.

room 102 14:01 25 Setembro 2003 Sr.atchim 00:58

Por mais utopica que possa parecer uma ideia ou vontade, de uma maneira ou de outra devera ser possivel relaciona-la com uma realidade fazivel. A perfeicao deste Mundo e ser tao intensamente imperfeito. Dito isto,podemos retirar um pouca da pressao sobre a forma algo intransigente como se aborda a questao do ensino. A escola, seja qual ela for, nao existe fora da sociedade. Muito pelo contrario toda ela e analogias, paralelismos, reciprocidades do mundo em que vivemos e sendo esse mundo imperfeito, outra coisa nao sera de desejar para as escolas deste mundo. Como tal nao sera de estranhar ser palco de injusticas, competicoes mal direccionadas, invejas, etc., etc,.Por outro lado e inegavel o papel particular que desempenha nessa mesma sociedade, principalmente pelas espectativas de rendimento na formacao dos individuos, quase sempre irrealistas. Mas tambem pelo real impacto na concepcao dessas mesmas sociedades. Nao pertendo afirmar responsabilidades unilaterais, mas nao se podera nunca ilibar a escola dessa mesma responsabilidade. Daqui surge entre outras questoes que papel cabe as escolas na formacao tecnica, moral, cultural, etc., dos individuos. Num mundo ideal sem duvida que todos estariam em condicoes de usufruir e demonstrar toda a sua potencialiddade. Mas neste mundo real outras perguntas se interpoem. Como por exemplo, sera uma escola capaz de manter os seus "participantes" divididos entre os bem sucedidos e os mal sucedidos sem danificar os objectivos de ambos. Isto e, nao sera o aproveitamento individual afectado pelo aproveitamento colectivo? Pelo visto parece haver quem defenda a pura eliminacao dos mal sucedidos, alheados do facto que por se sacudir o problema para fora da escola nada se resolve, apenas se aumenta quaisquer que sejam os problemas...Por mais que se queira esconder a cabeca na areia, quando nao se cumpre o potencial de um qualquer individuo, uma quota parte dessa responsabilidade tera que forcosamente recair nas entidades pedagogicas. Nao assumir essa responsabilidade e sem duvida contribuinte para todo os maus estares dos individuos que de uma maneira ou de outra nao se reveem dentro do processo de aprendizagem como bem sucedidos. A ser imperativa essa necessidade de "dividir" os falhados dos bem sucedidos, estara a escola na posicao de decidir no melhor dos interesses das partes? E agora porque estamos a entrar nos universos das bolas de neve, deixe-me por-lhe um problema: Porque ao efectivar divisoes, de uma maneira ou outra, ha-que implementar sistemas de controlo social. Porque maniatar grupos dentro de fronteiras incomodas, exige incentivos acomodatorios, seja pela massificacao de mensagem (a quem lhe chame castracao intelectual), seja pela imposicao ou de complexos "classicistas" ou de restricoes a acessos de expressao individual. Sera o papel da escola participar como reenforco ou como contra corrente em todo esse processo?

P.S. Em relacao ao "coco do cao" e muito simples meu caro Atchim. Num pais onde por falta de civismo nao se paga impostos, onde corrupcao e corriqueira e transversal, onde se morre na estrada como em mais nenhum pais, etc., e., etc., etc.. Escolher o tema do "coco do cao" para denunciar essa mesma falta de civismo e em si uma falta de civismo. Exactamente o mesmo se passa com o artigo do sr. Nicolau... BOB ESCARRO 11:38 25 Setembro 2003 Caro Zé (desculpe não escrever o resto do nick):

«Mas deve ir para o fim da fila, para não ficar a empatar quem estudou e se esforçou.»

Como pode garantir que alguém que reprovou não se esforçou? Esforço nunca foi sinónimo de sucesso.

Será que defende que na Sociedade, um Doutor tem primazia sobre um Mestre, este sobre um Licenciado, o Licenciado sobre alguém com o 12.º, este sobre quem tem a escolaridade mínima, a escolaridade mínima sobre a 4.ª classe, e estes sobre os analfabetos. É assim? Mas esquecem que vivemos num regime Democrático...

«(...) já representa da parte dos contribuintes uma generosidade que não é de modo nenhum praticada em todos os países.»

Precise, por favor. Posso rebater essa sua afirmação? Espanha, França, Itália, Alemanha, Suiça, Luxemburgo, Canadá... Mais?

«É-lhe passado um diploma atestando os conhecimentos correspondentes ao ano anterior.»

Olhe que não! Olhe que não! Está equivocado. É passada uma declaração, apenas. Diplomas só no 9.º ano, 12.º ano.

«É isto que os contribuintes se sentem na obrigação de pagar. Mais do que isto já é um abuso, embora possa ser tolerado.»

Eu faço questão de pagar os meus impostos. É forma que tenho para contribuir para o progresso da nação. Fico satisfeito, acredite. Não me importo que um aluno reprovo ao longo da sua vida escolar (quanto maior o número de reprovações, maior será o incómodo pois a idade começa a fazer diferença, e assim naturalmente será feita a selecção). Mais me incomoda as verbas pornográficas gastas com campos de bola, propaganda camarária para proveito próprio, subsídios de inserção para políticos, as indemnizações faustosas pagas a inúmeros boys. Isso sim, faz-me confusão.

«(...)permitindo assim que estas passem à frente dela na atribuição de lugares na turma.»

Outro equívoco. Deverá reler a crónica de NS. A rapariga só agora procurou inscrever-se. As inscrições começam em Julho... Ninguém passou à sua frente. Há quem defenda que ela passe à frente de outros.

«Faz lembrar a pena de morte na China: as pessoas são executadas com um tiro na nuca e a conta da bala é apresentada às famílias.»

Desculpe, mas parece ser exactamente isso que o colega defende.

Zé Luiz 10:11 25 Setembro 2003 Caro Bob (desculpe não escrever o resto do nick):

- "Quem reprova deverá ser excluído do Sistema de Ensino?" - Excluído, não. Mas deve ir para o fim da fila, para não ficar a empatar quem estudou e se esforçou.

E mesmo isto, que fique bem claro, já representa da parte dos contribuintes uma generosidade que não é de modo nenhum praticada em todos os países.

Sabe o que acontece aqui a quem conclui sem aproveitamento o último ano de um curso? É-lhe passado um diploma atestando os conhecimentos correspondentes ao ano anterior. Ou então vai para uma escola privada, caríssima, concluir o que não concluiu na pública.

- "São os contribuintes dão tempo para conclusão dos estudos? Qual é esse prazo?" - O tempo definido para concluir o 12º ano é 12 anos. É isto que os contribuintes se sentem na obrigação de pagar. Mais do que isto já é um abuso, embora possa ser tolerado.

Veja o caso dos pais da miúda: pagaram, através dos seus impostos, 12 anos de escolarização para a sua filha; e além disso estão a pagar 13 anos ou mais de escolarização para outras pessoas, permitindo assim que estas passem à frente dela na atribuição de lugares na turma. Faz lembrar a pena de morte na China: as pessoas são executadas com um tiro na nuca e a conta da bala é apresentada às famílias.

BOB ESCARRO 09:58 25 Setembro 2003 As melhoras: atchim 01:05 25 Setembro 2003

Gosto de discutir ideias, algo que, muito honestamente, o colega não apresentou.

«Pelo que vemos, notas de 19 no Secundário levam a que o aluno não possa escolher que escola entenda frequentar, sendo preterido por repetentes. Isso é prejudicial, mesmo que marginalmente»

Julgo ser muito mais inteligente do que demonstra. Tem a noção perfeita de que aquilo que escreveu é uma mentira absurda.

Todo e qualquer aluno tem a liberdade de escolher a escola que entender (até poucos anos estavam limitados pela área geográfica da sua residência). Só não ajuda pretender efectuar a inscrição no último momento e exigir passar à frente de outros. E não se trata de qualquer discriminação. Falta de bom senso.

Quanto à inveja, não posso fazer nada. Quem sofre dela deverá crescer, e superar essa mesquinhez de espírito.

Mas quer mesmo um exemplo de um largo bocejo? Olhe só: «Se bem que suspeito que o seu mal não é só sono...»

Quando não argumento possível...

As melhoras. Deve ser da constipação. Kabaral 06:07 25 Setembro 2003 BOB ESCARRO 11:30 24 Setembro 2003

Funcionário público eu!!!!!!!

atchim 01:05 25 Setembro 2003 Boa noite, Bob Escarro!

"Onde constata tal facto? Consta que médias de 19 garantem entrada no curso desejado e a atenção de empresas e entidades diversas. É prejudicial?"

Pelo que vemos, notas de 19 no Secundário levam a que o aluno não possa escolher que escola entenda frequentar, sendo preterido por repetentes. Isso é prejudicial, mesmo que marginalmente.

"Pena «perlongar» o seu longo bocejo... Alguma ideia? Nenhuma..."

Se acha que as únicas ideias são as suas, fique com elas e passe bem.

Se tem bocejos, tendo em conta o adiantado da hora, sugiro que durma.

Se bem que suspeito que o seu mal não é só sono... atchim 00:58 25 Setembro 2003 room102

"Mas o problema deste nao sistema que temos e que so entende e reconhece meritos, muitas vezes sem ser substanciado pela efectividade do mesmo,no topo do edificio, i.e., para todos os que pelas mais variadas razoes nao estao habilitados a concluir ou a atingir topos de escolaridade, veem vedado o acesso a possibilidade de obterem meritos dentro das suas reais potencialidades. Este penso ser um dos grandes geradores desse mal estar e ma vontade para todos os que legitimamente ou nao, obtem resultados positivos. E exactamente por isso que o texto de NS e de muito mau gosto, nao porque o problema nao seja genuino. Mas nao e indicador da forma como o nao sistema de ensino remunera alunos. Quando lido por todos os que por falhas varias, pessoais e exteriores, se viram relegados para o estatuto dos "sem merito", o episodio tem todos os ingredientes acusatorios contra a classe meritoria... Nao estou a pedir que NS seja paternalista com os coitados, apenas que contribua para o debate de uma forma mais digna."

A sério que não o entendi... Se calhar a limitação é minha, mas se calhar se usar menos "jargão pedagógico" pode ser que o entenda...

O que quer? Que tenham todos atingido os objectivos, criados à medida de cada um?

Quanto a NS, este é de facto um caso particular, mas que é provocado por uma situação geral (o horror a premiar o mérito, por mais simples e inócuo que isso seja), assim como o cocó do cão do vizinho é sintomático do espírito tuga da "casa limpinha e rua imunda", bem ao jeito na nossa falta de civismo. Dunca 23:57 24 Setembro 2003 BOB ESCARRO 23:17 24 Setembro 2003

Porquê não ? você se sente tão seguro assim? BOB ESCARRO 23:17 24 Setembro 2003 Espaço de Psicanalise...

... que estimulante... Dunca 21:25 24 Setembro 2003 Hector 19:50 24 Setembro 2003

Compreendo-o, perfeitamente, e as vezes sinto vontade de fazer o mesmo, sou tão humano quanto você, mas a única arma que dispomos é resistir com galhardia e com muita fé...

É preciso dizer e repetir para nós, em voz baixinha, por esse caminho, tu queres, mas eu não vou.

BOB ESCARRO 21:20 24 Setembro 2003 O cobarde: Hector 19:50 24 Setembro 2003

O paradigma da «virgem ofendida». Dirigi-lhe palavras às 15:36 e 15:41. Nada mais que isso, e não perca tempo a criar cenários e mentiras recorrentes. Está tudo escrito. Felizmente!

«(...)você é mesmo fraquinho. Não há ninguém que não lhe dê porrada.»

De ser da fraqueza notória que você deverá ter verificado. E como viu "fraqueza" deu porrada. Você assume isso. Não se chama cobardia?!

Ainda em relação à cobardia, porque não se assume... Carvalho Negro?!

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Justino e a prática No pós 25 de Abril de 1974 há dois ministros da Educação que vale a pena lembrar: Marçal Grilo e David Justino - Grilo por ter acabado com a indisciplina que reinava no arranque dos anos escolares e pela reforma do ensino pré-primário, Justino pelas medidas de enorme bom-senso que vem introduzindo na gestão de escolas, professores e alunos. Há, no entanto, um caminho longo a percorrer entre quem define as políticas e quem as aplica. E, por isso, segue esta «estória» exemplar para o actual ministro da Educação. Há, no entanto, um caminho longo a percorrer entre quem define as políticas e quem as aplica. E, por isso, segue esta «estória» exemplar para o actual ministro da Educação. Acontece que a filha de um amigo meu, que se encontra no 12º ano, foi confrontada com o encerramento do seu estabelecimento de ensino secundário, que ficava junto à Cidade Universitária. Vai daí, lá se lançaram os pais à insana tarefa de encontrar uma nova escola para a jovem que, diga-se, é uma excelente aluna: tem média de 19 valores e está candidata a entrar para Arquitectura. Acontece que a filha de um amigo meu, que se encontra no 12º ano, foi confrontada com o encerramento do seu estabelecimento de ensino secundário, que ficava junto à Cidade Universitária. Vai daí, lá se lançaram os pais à insana tarefa de encontrar uma nova escola para a jovem que, diga-se, é uma excelente aluna: tem média de 19 valores e está candidata a entrar para Arquitectura. Como vivem a dois minutos do liceu Maria Amália, tentaram colocar a jovem naquele estabelecimento. Mas eis que surge a surpresa: a responsável disse que não podia aceitar a inscrição, por que tem 28 alunos na turma que ela poderia frequentar, mas está à espera dos discentes da escola que foram à chamada de Setembro a quem, se reprovarem, terá de lhes garantir lugar na turma. Como vivem a dois minutos do liceu Maria Amália, tentaram colocar a jovem naquele estabelecimento. Mas eis que surge a surpresa: a responsável disse que não podia aceitar a inscrição, por que tem 28 alunos na turma que ela poderia frequentar, mas está à espera dos discentes da escola que foram à chamada de Setembro a quem, se reprovarem, terá de lhes garantir lugar na turma. Difícil de perceber? Eu tento de novo. A responsável não aceita a aluna de 19 valores, por que tem de guardar lugar para alunos que eventualmente reprovem na chamada de Setembro e tenham necessidade de repetir o ano. E quando a mãe fez esse reparo à responsável, ela perguntou-lhe se estava a defender o elitismo! Difícil de perceber? Eu tento de novo. A responsável não aceita a aluna de 19 valores, por que tem de guardar lugar para alunos que eventualmente reprovem na chamada de Setembro e tenham necessidade de repetir o ano. E quando a mãe fez esse reparo à responsável, ela perguntou-lhe se estava a defender o elitismo! A cereja em cima do bolo é que a jovem esteve três anos sem educação física, por que na sua escola não havia ginásio. Pois já a foram avisando que lhe vão baixar a média por que ela não tem nota nessa disciplina no último triénio. A cereja em cima do bolo é que a jovem esteve três anos sem educação física, por que na sua escola não havia ginásio. Pois já a foram avisando que lhe vão baixar a média por que ela não tem nota nessa disciplina no último triénio. Acontece, por isso, que a mãe da jovem está a pensar seriamente em enviá-la já na próxima semana para o Canadá, onde acaba o 12º ano e segue depois Arquitectura. E assim se promove a meritocracia, de que fala com tanto empenho o primeiro-ministro. Acontece, por isso, que a mãe da jovem está a pensar seriamente em enviá-la já na próxima semana para o Canadá, onde acaba o 12º ano e segue depois Arquitectura. E assim se promove a meritocracia, de que fala com tanto empenho o primeiro-ministro. Quanto ao ministro da Educação, aqui fica para meditação este caso kafkiano a provar que a verdadeira revolução, a das mentalidades, onde confluam exigência com bom senso, ainda está longe de acontecer. Quanto ao ministro da Educação, aqui fica para meditação este caso kafkiano a provar que a verdadeira revolução, a das mentalidades, onde confluam exigência com bom senso, ainda está longe de acontecer. 22 Setembro 2003

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21 a 40 de 145 room 102 16:54 26 Setembro 2003 Meu caro Ze Luis

Fico na duvida se abdica de prolongar a explanacao daquilo que entende deveria ser os objectivos do sistema de ensino, por legitima falta de tempo/disposicao ou se por nao estar verdadeiramente convencido de poder sustentar o argumento quando confrontado com as consequencias dessa visao. Se bem percebo o senhor defende primazia de merito para o acesso ao ensino nao so no interior da instituicao escola, como ja existe, mas inter-instituicoes. Escolas so de genios, escolas so de muito inteligentes, escolas de inteligentes, escolas para alunos medios, escolas para gente estupida e finalmente escolas para deliquentes e debeis mentais? Levando em linha de conta que estamos a falar de Portugal, ja viu bem que acabariamos com todas escolas desde a dos genios a escolas dos indigentes completamente ignorantes umas das outras? Para nao falar nas despesas dos passes sociais ou na hierarquizacao ainda mais acentuada nao so da classe dos professores e alunos, mas por consequencia directa e indirecta, toda a sociedade Portuguesa.

P.S. Levando em linha de conta que a dita menina nao tinha uma escola exclusivamente para si. Sera hipocrisia perguntar qual o destino dos seus antigos colegas? Lopolazuli 16:53 26 Setembro 2003 Pois é, há muita injustiça ...

O exemplo que o sr. jornalista deu é de alguém que vive em Lisboa, portanto tem muitas outras opções, não é verdade? Mas, e aqueles alunos, que são igualmente muitíssimo inteligentes, mas que estão metidos nessas aldeias perdidas por este país. Não têm muito por onde escolher, pois não? Pois é, há muita injustiça neste país ... Zé Luiz 13:21 26 Setembro 2003 Caro Bob:

Se quer pôr a questão em termos estritamente burocráticos, então tem razão: a rapariga só se veio inscrever em Setembro, os outros já estavam inscritos.

E para lhe dar ainda mais razão, até estou disposto a passar ao lado de dois factos: primeiro, e conhecendo o ME que temos, tenho a certeza que a rapariga só esperou até Setembro porque ninguém lhe disse em Junho que a escola que frequentava ia fechar; e segundo, que o Ministério, ao fechar a escola, ficava obrigado a facultar aos alunos da escola acesso a outras de modo a que ficassem o menos prejudicados possível - e ter de ir para mais longe é evidentemente um prejuízo.

Mas, como disse, passemos ao lado destes dois factos. Do que não se pode passar ao lado é a questão de saber se as regras burocráticas que você invoca - e que de resto foram invocadas pela "responsável", segundo o relato de Nicolau Santos - são ou não justas.

No meu primeiro comentário a este artigo tive o cuidado de dizer que a "responsável" não podia ser considerada culpada da situação, já que estava a obedecer às regras existentes.

Mas disse, e mantenho, que essas regras não fazem sentido e são profundamente injustas. Dão prioridade aos inscritos sobre os "forasteiros" sem estabelecer qualquer limite temporal para o exercício dessa prioridade; sem cuidar de saber se os "forasteiros" o são porque decidiram de repente mudar de escola ou porque a escola em que andavam foi abolida; e sem ter minimamente em conta o mérito escolar, quer dos inscritos, quer dos "forasteiros".

Você pode dizer até ficar rouco que a decisão foi justa porque foi legal; eu digo que foi legal, mas injusta, porque não é justo que um aluno, ao inscrever-se numa esccola, adquira nela um lugar vitalício em prejuízo de outros com mais mérito e em prejuízo dos contribuintes.

BOB ESCARRO 08:58 26 Setembro 2003 Zé Luiz 21:51 25 Setembro 2003

"Pois não, mas sempre foi necessário ao êxito."

O «sempre» é abusivo. Há pessoas geniais que nem um pouco se esforçam. Mas os seus resultados são brilhantes.

" Precisamente porque vivemos num regime democrático..."

Precisamente por isso o acesso ao ensino à educação deverá estar disponível a todos, de forma geral, e não existir segregação de qualquer tipo.

"Aqui, na Suíça, na Alemanha e no Luxemburgo nenhum aluno fica no sistema público, salvo em circunstâncias muito bem justificadas, para além da idade em que é supopsto saír."

Sem pretender colocar em causa aquilo que escreve, solicito que procure obter mais dados sobre essa questão.

"Quer dizer que, pela sua parte, está disposto enquanto contribuinte a dar aos alunos que abusam do sistema a tal margem de tolerância de que falo. Se calhar, também eu(...)"

Nunca referiu isso. Dá «uma no cravo e outra na ferradura». Parte logo do princípio de "abusador"...

"(...)mas a mim que me interessa é o incómodo para a Res Publica."

O interesse da «Coisa Publica» é prover à sua população o mais elevado nível de qualificação possível. Para progredir a nação, o investimento terá que começar por aqui.

" A RAPARIGA CHEGOU PRIMEIRO! Não encontrou ninguém à sua frente na fila! Encontrou, sim, lugares marcados!"

Repito: EQUIVOCO seu. E porquê? A rapariga tanto encontrou pessoas à sua frente que lhe foi transmitido que as vagas naquela escola estavam integralmente preenchidas. É fundamental saber do que se fala. Nas escolas, os alunos estão inscritos, ou não. Nada mais claro. A insinuação da reserva não é correcta. Esses alunos que NS procura demonizar estão inscritos. O que torna a situação pouco definida é possibilidade de concluirem com sucesso os seus estudos, dando origem à anulação da matrícula. Ou não sabia que o aluno para realizar os exames tem que estar inscrito?

NS apresentou esta prova porque só agora a filha do amigo se foi inscrever. Não tenha a menor dúvida.

"É claro que toda esta história faz lembrar, do ponto de vista de um contribuinte, a pena de morte na China(...)"

Essa história lembra o Zaire de Mobutu: qeum tem capacidade de aceder a uma qualquer forma de poder, aponta um culpado, e "espera" que seja eliminado(recado de NS). Não está a ver a semelhança?

atchim 08:35 26 Setembro 2003 Bob Escarro, O Iluminado

“Gosto de discutir ideias, algo que, muito honestamente, o colega não apresentou.”

-Claro que se não são as suas, não contam. Já estamos habituados à sua arrogância...

”Julgo ser muito mais inteligente do que demonstra.”

-Não sei se agradeça a graça que Bob Nosso Senhor me dispensou ou ficar com medo – ser por si considerado inteligente não deve ser bom sinal...

“Tem a noção perfeita de que aquilo que escreveu é uma mentira absurda.”

-Não. Fico à espera da demonstração. Não conta um Dogma proveniente de si.

”Todo e qualquer aluno tem a liberdade de escolher a escola que entender (até poucos anos estavam limitados pela área geográfica da sua residência). Só não ajuda pretender efectuar a inscrição no último momento e exigir passar à frente de outros. E não se trata de qualquer discriminação. Falta de bom senso.”

-Os alunos que poderão reprovar já estão inscritos? Não me parece...

”Quanto à inveja, não posso fazer nada. Quem sofre dela deverá crescer, e superar essa mesquinhez de espírito.”

-O quê???

”Mas quer mesmo um exemplo de um largo bocejo? Olhe só: «Se bem que suspeito que o seu mal não é só sono...»

Quando não argumento possível...”

-Se chama argumento dizer que todos os que não concordam consigo são ignorantes e estúpidos, então está cheio deles. Caso contrário, não vislumbro ideias suas relevantes. Ah! É verdade, Bob Nosso Senhor disse que não demostro ser inteligente e sou mentiroso...

”As melhoras. Deve ser da constipação.”

-Para não descer (literalmente e figuradamente) ao nível de um Escarro, não vou fazer referências ao seu nick...

Zé Luiz 21:51 25 Setembro 2003 Caro Bob:

"Como pode garantir que alguém que reprovou não se esforçou? Esforço nunca foi sinónimo de êxito." Pois não, mas sempre foi necessário ao êxito. E não estamos a falar da escolaridade obrigatória: estamos a falar dum nível de ensino que pressupõe à partida determinadas capacidades intelectuais.

"Será que defende que na Sociedade, um Doutor tem primazia sobre um Mestre, este sobre um Licenciado, o Licenciado sobre alguém com o 12.º, este sobre quem tem a escolaridade mínima, a escolaridade mínima sobre a 4.ª classe, e estes sobre os analfabetos?" Na sociedade, não. Nas situações concretas em que a habilitação é relevante, claro que sim. Precisamente porque vivemos num regime democrático...

"Precise, por favor. Posso rebater essa sua afirmação [de que nem toddos os contribuintes europeus são tão generosos como os portugueses, que financiam a permanência dos alunos no sistema público gratuito por mais tempo do que o previsto]? Espanha, França, Itália, Alemanha, Suiça, Luxemburgo, Canadá... Mais?" Não sei o que se passa em França, na Espanha, na Itália ou no Canadá. Na Alemanha, no Luxemburgo e na Suíça (país onde vivo e onde sou profissional de ensino), o que se passa é isto: a escolaridade obrigatória mede-se em ANOS DE FREQUÊNCIA, e não em anos curriculares; além disso as escolas têm níveis diferentes de exigência para o mesmo ano de escolaridade. Um aluno que não obtenha aproveitamento numa escola de nível mais alto não reprova - vai frequentar o ano seguinte numa escola de nível mais baixo. Ao fim do número de anos de FREQUÊNCIA obrigatória, abandona a escola com um diploma que atesta apenas isto: o aluno "x" frequentou a escola durante "y" anos, ao fim dos quais atingiu os objectivos "z". E era à Suíça, e não a Portugal, que me referia quando escrevi: "É-lhe passado um diploma atestando os conhecimentos correspondentes ao ano anterior." Aqui, na Suíça, na Alemanha e no Luxemburgo nenhum aluno fica no sistema público, salvo em circunstâncias muito bem justificadas, para além da idade em que é supopsto saír. Pode ter a certeza disto: estou a falar do que sei.

«Eu faço questão de pagar os meus impostos. É forma que tenho para contribuir para o progresso da nação. Fico satisfeito, acredite. Não me importo que um aluno reprove ao longo da sua vida escolar». Muito bem. Quer dizer que, pela sua parte, está disposto enquanto contribuinte a dar aos alunos que abusam do sistema a tal margem de tolerância de que falo. Se calhar, também eu; mas uma coisa é dar uma margem de tolerância ao abuso, outra muito diferente é sustentar que o abuso não existe.

«Quanto maior o número de reprovações, maior será o incómodo pois a idade começa a fazer diferença, e assim naturalmente será feita a selecção». Não duvido de que reprovar muitas vezes é incómodo para o próprio, mas a mim que me interessa é o incómodo para a Res Publica.

«Outro equívoco. Deverá reler a crónica de NS. A rapariga só agora procurou inscrever-se». Não há equívoco nenhum, a não ser da sua parte, porque os outros nem agora se procuraram inscrever: ainda estão à espera dos resultados dos seus exames. Não percebeu isto? A RAPARIGA CHEGOU PRIMEIRO! Não encontrou ninguém à sua frente na fila! Encontrou, sim, lugares marcados!

É claro que toda esta história faz lembrar, do ponto de vista de um contribuinte, a pena de morte na China: dos pais da rapariga espera-se que paguem a escolarização dos que lhe querem passar à frente. Não está a ver a semelhança?

Hector 16:51 25 Setembro 2003 Ainda não foi desta que vi uma ideia sua

Tente sempre BOB ESCARRO 15:55 25 Setembro 2003 Hector 15:20 25 Setembro 2003

Carvalho Negro, respondo ao Atchim e responde-me o seu clone? Quando vir uma ideia avise-me! Hector 15:20 25 Setembro 2003 BOB ESCARRO às 09:58 gostava de discutir ideias

Óptimo. Quando conseguir ter uma ideia, pode acontecer um debate interessante.

Felicidades.

room 102 14:01 25 Setembro 2003 Sr.atchim 00:58

Por mais utopica que possa parecer uma ideia ou vontade, de uma maneira ou de outra devera ser possivel relaciona-la com uma realidade fazivel. A perfeicao deste Mundo e ser tao intensamente imperfeito. Dito isto,podemos retirar um pouca da pressao sobre a forma algo intransigente como se aborda a questao do ensino. A escola, seja qual ela for, nao existe fora da sociedade. Muito pelo contrario toda ela e analogias, paralelismos, reciprocidades do mundo em que vivemos e sendo esse mundo imperfeito, outra coisa nao sera de desejar para as escolas deste mundo. Como tal nao sera de estranhar ser palco de injusticas, competicoes mal direccionadas, invejas, etc., etc,.Por outro lado e inegavel o papel particular que desempenha nessa mesma sociedade, principalmente pelas espectativas de rendimento na formacao dos individuos, quase sempre irrealistas. Mas tambem pelo real impacto na concepcao dessas mesmas sociedades. Nao pertendo afirmar responsabilidades unilaterais, mas nao se podera nunca ilibar a escola dessa mesma responsabilidade. Daqui surge entre outras questoes que papel cabe as escolas na formacao tecnica, moral, cultural, etc., dos individuos. Num mundo ideal sem duvida que todos estariam em condicoes de usufruir e demonstrar toda a sua potencialiddade. Mas neste mundo real outras perguntas se interpoem. Como por exemplo, sera uma escola capaz de manter os seus "participantes" divididos entre os bem sucedidos e os mal sucedidos sem danificar os objectivos de ambos. Isto e, nao sera o aproveitamento individual afectado pelo aproveitamento colectivo? Pelo visto parece haver quem defenda a pura eliminacao dos mal sucedidos, alheados do facto que por se sacudir o problema para fora da escola nada se resolve, apenas se aumenta quaisquer que sejam os problemas...Por mais que se queira esconder a cabeca na areia, quando nao se cumpre o potencial de um qualquer individuo, uma quota parte dessa responsabilidade tera que forcosamente recair nas entidades pedagogicas. Nao assumir essa responsabilidade e sem duvida contribuinte para todo os maus estares dos individuos que de uma maneira ou de outra nao se reveem dentro do processo de aprendizagem como bem sucedidos. A ser imperativa essa necessidade de "dividir" os falhados dos bem sucedidos, estara a escola na posicao de decidir no melhor dos interesses das partes? E agora porque estamos a entrar nos universos das bolas de neve, deixe-me por-lhe um problema: Porque ao efectivar divisoes, de uma maneira ou outra, ha-que implementar sistemas de controlo social. Porque maniatar grupos dentro de fronteiras incomodas, exige incentivos acomodatorios, seja pela massificacao de mensagem (a quem lhe chame castracao intelectual), seja pela imposicao ou de complexos "classicistas" ou de restricoes a acessos de expressao individual. Sera o papel da escola participar como reenforco ou como contra corrente em todo esse processo?

P.S. Em relacao ao "coco do cao" e muito simples meu caro Atchim. Num pais onde por falta de civismo nao se paga impostos, onde corrupcao e corriqueira e transversal, onde se morre na estrada como em mais nenhum pais, etc., e., etc., etc.. Escolher o tema do "coco do cao" para denunciar essa mesma falta de civismo e em si uma falta de civismo. Exactamente o mesmo se passa com o artigo do sr. Nicolau... BOB ESCARRO 11:38 25 Setembro 2003 Caro Zé (desculpe não escrever o resto do nick):

«Mas deve ir para o fim da fila, para não ficar a empatar quem estudou e se esforçou.»

Como pode garantir que alguém que reprovou não se esforçou? Esforço nunca foi sinónimo de sucesso.

Será que defende que na Sociedade, um Doutor tem primazia sobre um Mestre, este sobre um Licenciado, o Licenciado sobre alguém com o 12.º, este sobre quem tem a escolaridade mínima, a escolaridade mínima sobre a 4.ª classe, e estes sobre os analfabetos. É assim? Mas esquecem que vivemos num regime Democrático...

«(...) já representa da parte dos contribuintes uma generosidade que não é de modo nenhum praticada em todos os países.»

Precise, por favor. Posso rebater essa sua afirmação? Espanha, França, Itália, Alemanha, Suiça, Luxemburgo, Canadá... Mais?

«É-lhe passado um diploma atestando os conhecimentos correspondentes ao ano anterior.»

Olhe que não! Olhe que não! Está equivocado. É passada uma declaração, apenas. Diplomas só no 9.º ano, 12.º ano.

«É isto que os contribuintes se sentem na obrigação de pagar. Mais do que isto já é um abuso, embora possa ser tolerado.»

Eu faço questão de pagar os meus impostos. É forma que tenho para contribuir para o progresso da nação. Fico satisfeito, acredite. Não me importo que um aluno reprovo ao longo da sua vida escolar (quanto maior o número de reprovações, maior será o incómodo pois a idade começa a fazer diferença, e assim naturalmente será feita a selecção). Mais me incomoda as verbas pornográficas gastas com campos de bola, propaganda camarária para proveito próprio, subsídios de inserção para políticos, as indemnizações faustosas pagas a inúmeros boys. Isso sim, faz-me confusão.

«(...)permitindo assim que estas passem à frente dela na atribuição de lugares na turma.»

Outro equívoco. Deverá reler a crónica de NS. A rapariga só agora procurou inscrever-se. As inscrições começam em Julho... Ninguém passou à sua frente. Há quem defenda que ela passe à frente de outros.

«Faz lembrar a pena de morte na China: as pessoas são executadas com um tiro na nuca e a conta da bala é apresentada às famílias.»

Desculpe, mas parece ser exactamente isso que o colega defende.

Zé Luiz 10:11 25 Setembro 2003 Caro Bob (desculpe não escrever o resto do nick):

- "Quem reprova deverá ser excluído do Sistema de Ensino?" - Excluído, não. Mas deve ir para o fim da fila, para não ficar a empatar quem estudou e se esforçou.

E mesmo isto, que fique bem claro, já representa da parte dos contribuintes uma generosidade que não é de modo nenhum praticada em todos os países.

Sabe o que acontece aqui a quem conclui sem aproveitamento o último ano de um curso? É-lhe passado um diploma atestando os conhecimentos correspondentes ao ano anterior. Ou então vai para uma escola privada, caríssima, concluir o que não concluiu na pública.

- "São os contribuintes dão tempo para conclusão dos estudos? Qual é esse prazo?" - O tempo definido para concluir o 12º ano é 12 anos. É isto que os contribuintes se sentem na obrigação de pagar. Mais do que isto já é um abuso, embora possa ser tolerado.

Veja o caso dos pais da miúda: pagaram, através dos seus impostos, 12 anos de escolarização para a sua filha; e além disso estão a pagar 13 anos ou mais de escolarização para outras pessoas, permitindo assim que estas passem à frente dela na atribuição de lugares na turma. Faz lembrar a pena de morte na China: as pessoas são executadas com um tiro na nuca e a conta da bala é apresentada às famílias.

BOB ESCARRO 09:58 25 Setembro 2003 As melhoras: atchim 01:05 25 Setembro 2003

Gosto de discutir ideias, algo que, muito honestamente, o colega não apresentou.

«Pelo que vemos, notas de 19 no Secundário levam a que o aluno não possa escolher que escola entenda frequentar, sendo preterido por repetentes. Isso é prejudicial, mesmo que marginalmente»

Julgo ser muito mais inteligente do que demonstra. Tem a noção perfeita de que aquilo que escreveu é uma mentira absurda.

Todo e qualquer aluno tem a liberdade de escolher a escola que entender (até poucos anos estavam limitados pela área geográfica da sua residência). Só não ajuda pretender efectuar a inscrição no último momento e exigir passar à frente de outros. E não se trata de qualquer discriminação. Falta de bom senso.

Quanto à inveja, não posso fazer nada. Quem sofre dela deverá crescer, e superar essa mesquinhez de espírito.

Mas quer mesmo um exemplo de um largo bocejo? Olhe só: «Se bem que suspeito que o seu mal não é só sono...»

Quando não argumento possível...

As melhoras. Deve ser da constipação. Kabaral 06:07 25 Setembro 2003 BOB ESCARRO 11:30 24 Setembro 2003

Funcionário público eu!!!!!!!

atchim 01:05 25 Setembro 2003 Boa noite, Bob Escarro!

"Onde constata tal facto? Consta que médias de 19 garantem entrada no curso desejado e a atenção de empresas e entidades diversas. É prejudicial?"

Pelo que vemos, notas de 19 no Secundário levam a que o aluno não possa escolher que escola entenda frequentar, sendo preterido por repetentes. Isso é prejudicial, mesmo que marginalmente.

"Pena «perlongar» o seu longo bocejo... Alguma ideia? Nenhuma..."

Se acha que as únicas ideias são as suas, fique com elas e passe bem.

Se tem bocejos, tendo em conta o adiantado da hora, sugiro que durma.

Se bem que suspeito que o seu mal não é só sono... atchim 00:58 25 Setembro 2003 room102

"Mas o problema deste nao sistema que temos e que so entende e reconhece meritos, muitas vezes sem ser substanciado pela efectividade do mesmo,no topo do edificio, i.e., para todos os que pelas mais variadas razoes nao estao habilitados a concluir ou a atingir topos de escolaridade, veem vedado o acesso a possibilidade de obterem meritos dentro das suas reais potencialidades. Este penso ser um dos grandes geradores desse mal estar e ma vontade para todos os que legitimamente ou nao, obtem resultados positivos. E exactamente por isso que o texto de NS e de muito mau gosto, nao porque o problema nao seja genuino. Mas nao e indicador da forma como o nao sistema de ensino remunera alunos. Quando lido por todos os que por falhas varias, pessoais e exteriores, se viram relegados para o estatuto dos "sem merito", o episodio tem todos os ingredientes acusatorios contra a classe meritoria... Nao estou a pedir que NS seja paternalista com os coitados, apenas que contribua para o debate de uma forma mais digna."

A sério que não o entendi... Se calhar a limitação é minha, mas se calhar se usar menos "jargão pedagógico" pode ser que o entenda...

O que quer? Que tenham todos atingido os objectivos, criados à medida de cada um?

Quanto a NS, este é de facto um caso particular, mas que é provocado por uma situação geral (o horror a premiar o mérito, por mais simples e inócuo que isso seja), assim como o cocó do cão do vizinho é sintomático do espírito tuga da "casa limpinha e rua imunda", bem ao jeito na nossa falta de civismo. Dunca 23:57 24 Setembro 2003 BOB ESCARRO 23:17 24 Setembro 2003

Porquê não ? você se sente tão seguro assim? BOB ESCARRO 23:17 24 Setembro 2003 Espaço de Psicanalise...

... que estimulante... Dunca 21:25 24 Setembro 2003 Hector 19:50 24 Setembro 2003

Compreendo-o, perfeitamente, e as vezes sinto vontade de fazer o mesmo, sou tão humano quanto você, mas a única arma que dispomos é resistir com galhardia e com muita fé...

É preciso dizer e repetir para nós, em voz baixinha, por esse caminho, tu queres, mas eu não vou.

BOB ESCARRO 21:20 24 Setembro 2003 O cobarde: Hector 19:50 24 Setembro 2003

O paradigma da «virgem ofendida». Dirigi-lhe palavras às 15:36 e 15:41. Nada mais que isso, e não perca tempo a criar cenários e mentiras recorrentes. Está tudo escrito. Felizmente!

«(...)você é mesmo fraquinho. Não há ninguém que não lhe dê porrada.»

De ser da fraqueza notória que você deverá ter verificado. E como viu "fraqueza" deu porrada. Você assume isso. Não se chama cobardia?!

Ainda em relação à cobardia, porque não se assume... Carvalho Negro?!

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