Pais da Escola da Ponte vão ocupar instalações por "tempo indeterminado"

19-09-2003
marcar artigo

Pais da Escola da Ponte Vão Ocupar Instalações por "Tempo Indeterminado"

Por BÁRBARA WONG

Domingo, 14 de Setembro de 2003 Com o Ministério da Educação "indiferente à sorte das crianças e das famílias" que têm os seus filhos na Escola Básica Integrada das Aves, em Santo Tirso, conhecida por Escola da Ponte, os pais decidiram ocupar as instalações, a partir de amanhã por "tempo indeterminado". Segundo Manuel Fernandes, da associação de pais, os encarregados de educação exigem que a tutela autorize as crianças que vão este ano lectivo para o 7º ano, cerca de 36, a continuarem na mesma escola. E toda a comunidade escolar se agarra à lei, que prevê que a escola, sendo uma básica integrada, com pré-escolar, 1º e 2º ciclo, tenha também o 3º ciclo. Os professores que trabalhavam no estabelecimento de ensino, cerca de duas dezenas, decidiram não pedir o destacamento para a Escola da Ponte, enquanto o ministério não decidir, "tal como tinha prometido, reconhecer a qualidade e premiar o mérito", dizem em comunicado à imprensa. Por isso, amanhã, na escola, estarão apenas os cinco docentes do quadro. A comunidade escolar lembra que foi feita uma avaliação externa ao projecto, por uma equipa da Universidade de Coimbra a pedido do próprio ministério, que reconheceu a sua validade. O ministro da Educação, David Justino, não põe em causa os resultados do relatório e considera que "a experiência deve continuar", mas apenas para os 1º e 2º ciclos, bem como para o pré-escolar. Quanto ao 3º ciclo, o ministério entende que os alunos devem fazê-lo na escola vizinha, que tem todas as condições físicas e humanas para recebê-los. Para o fazerem na Escola da Ponte, a tutela teria de fazer obras, orçadas na casa dos 40 mil euros. "Será que vou abrir uma unidade de 3º ciclo para pouco mais de 30 alunos, quando tenho uma escola ao lado?", pergunta o ministro. Além disso, adianta Justino, a proposta de lei de bases prevê uma tipologia diferente para as escolas, ou seja, ao contrário do sistema actual, o PSD defende que o 3º ciclo e o secundário fiquem juntos. Logo, não faz sentido estar a dar 3º ciclo a este estabelecimento de ensino. "Estamos a gastar rios de dinheiro com este projecto. Um aluno desta escola custa mais 50 por cento que um da escola ao lado, devido ao número de professores que ali trabalham", acrescenta ainda Justino, recusando que está a agir por questões de "contenção financeira". Afinal, argumenta, o projecto vai continuar. O ministro empurra para a comissão executiva da escola a responsabilidade de não ter organizado o ano lectivo. Se não há professores é porque a escola não fez o pedido de destacamento. Apesar disso, a tutela despachou os destacamentos. Mais: a escola deveria ter inscrito as crianças que vão para o 7º ano no outro estabelecimento de ensino e não o fez. Ainda assim, David Justino diz que o ministério está disponível para "encontrar outras soluções". Como por exemplo, os alunos do 7º ano poderem ser acompanhados, numa fase de adaptação, pelos professores da Ponte, em articulação com os docentes do outro estabelecimento. Mas os pais não querem ouvir falar nisso. A Escola da Ponte, lecciona um projecto educativo reconhecido internacionalmente, chamado "Fazer a Ponte", há 27 anos, que incentiva os alunos para uma vivência democrática da vida escolar. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Razões práticas pesam cada vez mais na opção pelo ensino público ou privado

Vantagens e desvantagens dos dois sistemas

Porque escolhi a escola dos meus filhos?

O que muda em 2003/2004

Calendário Escolar

Pais da Escola da Ponte vão ocupar instalações por "tempo indeterminado"

O ano lectivo lá fora

Pais da Escola da Ponte Vão Ocupar Instalações por "Tempo Indeterminado"

Por BÁRBARA WONG

Domingo, 14 de Setembro de 2003 Com o Ministério da Educação "indiferente à sorte das crianças e das famílias" que têm os seus filhos na Escola Básica Integrada das Aves, em Santo Tirso, conhecida por Escola da Ponte, os pais decidiram ocupar as instalações, a partir de amanhã por "tempo indeterminado". Segundo Manuel Fernandes, da associação de pais, os encarregados de educação exigem que a tutela autorize as crianças que vão este ano lectivo para o 7º ano, cerca de 36, a continuarem na mesma escola. E toda a comunidade escolar se agarra à lei, que prevê que a escola, sendo uma básica integrada, com pré-escolar, 1º e 2º ciclo, tenha também o 3º ciclo. Os professores que trabalhavam no estabelecimento de ensino, cerca de duas dezenas, decidiram não pedir o destacamento para a Escola da Ponte, enquanto o ministério não decidir, "tal como tinha prometido, reconhecer a qualidade e premiar o mérito", dizem em comunicado à imprensa. Por isso, amanhã, na escola, estarão apenas os cinco docentes do quadro. A comunidade escolar lembra que foi feita uma avaliação externa ao projecto, por uma equipa da Universidade de Coimbra a pedido do próprio ministério, que reconheceu a sua validade. O ministro da Educação, David Justino, não põe em causa os resultados do relatório e considera que "a experiência deve continuar", mas apenas para os 1º e 2º ciclos, bem como para o pré-escolar. Quanto ao 3º ciclo, o ministério entende que os alunos devem fazê-lo na escola vizinha, que tem todas as condições físicas e humanas para recebê-los. Para o fazerem na Escola da Ponte, a tutela teria de fazer obras, orçadas na casa dos 40 mil euros. "Será que vou abrir uma unidade de 3º ciclo para pouco mais de 30 alunos, quando tenho uma escola ao lado?", pergunta o ministro. Além disso, adianta Justino, a proposta de lei de bases prevê uma tipologia diferente para as escolas, ou seja, ao contrário do sistema actual, o PSD defende que o 3º ciclo e o secundário fiquem juntos. Logo, não faz sentido estar a dar 3º ciclo a este estabelecimento de ensino. "Estamos a gastar rios de dinheiro com este projecto. Um aluno desta escola custa mais 50 por cento que um da escola ao lado, devido ao número de professores que ali trabalham", acrescenta ainda Justino, recusando que está a agir por questões de "contenção financeira". Afinal, argumenta, o projecto vai continuar. O ministro empurra para a comissão executiva da escola a responsabilidade de não ter organizado o ano lectivo. Se não há professores é porque a escola não fez o pedido de destacamento. Apesar disso, a tutela despachou os destacamentos. Mais: a escola deveria ter inscrito as crianças que vão para o 7º ano no outro estabelecimento de ensino e não o fez. Ainda assim, David Justino diz que o ministério está disponível para "encontrar outras soluções". Como por exemplo, os alunos do 7º ano poderem ser acompanhados, numa fase de adaptação, pelos professores da Ponte, em articulação com os docentes do outro estabelecimento. Mas os pais não querem ouvir falar nisso. A Escola da Ponte, lecciona um projecto educativo reconhecido internacionalmente, chamado "Fazer a Ponte", há 27 anos, que incentiva os alunos para uma vivência democrática da vida escolar. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Razões práticas pesam cada vez mais na opção pelo ensino público ou privado

Vantagens e desvantagens dos dois sistemas

Porque escolhi a escola dos meus filhos?

O que muda em 2003/2004

Calendário Escolar

Pais da Escola da Ponte vão ocupar instalações por "tempo indeterminado"

O ano lectivo lá fora

marcar artigo