O criador e a criatura

05-02-2003
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O Criador e a Criatura

Terça-feira, 21 de Janeiro de 2003 Falar de Castro Azevedo é falar do deputado do PSD António Cruz Silva, conhecido em Águeda como "O Silva de Travassô". Politicamente, o primeiro não existiria sem o segundo, não sendo despropositado usar a célebre metáfora do "Criador e da Criatura" para descrever a relação de ambos. Nos últimos anos estiveram intimamente ligados, para o melhor, e, aparentemente, para o pior. "O Silva de Travassô" é uma figura incontornável em Águeda. Tem a reputação (merecida) de fazer e desfazer carreiras políticas. Gere o PSD local com mão de ferro há mais de 20 anos, alcançando sucessivas vitórias nas eleições autárquicas. Quem não está com ele, só tem um caminho: sair do partido. Foi o que fizeram nos últimos anos diversos quadros locais, que acabaram por se juntar aos partidos da oposição. Apesar da sua reputação de cacique local, mereceu sempre a confiança dos diferentes líderes nacionais do PSD. Cavaco Silva, Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa e até Durão Barroso deram-lhe sempre carta branca para escolher o candidato à Câmara de Águeda. Foi António Silva quem "abençoou" a entrada de Castro Azevedo no executivo municipal de Águeda, liderado na altura (1993) pelo social-democrata Diniz Ramos Padeiro. Castro Azevedo foi um vereador discreto, e nada faria prever que viesse a ascender ao cargo de presidente da edilidade. No entanto, uma zanga entre "O Silva de Travassô" e Gil Nadais (vereador que era considerado o herdeiro político de Diniz Padeiro) abriu-lhe o caminho para a presidência. Nadais saiu do partido e Castro Azevedo encabeçou a lista de candidatos à câmara, por decisão de António Cruz Silva, obtendo a maioria absoluta. O primeiro mandato deste ex-trabalhador das Finanças foi extremamente discreto. A presença constante de "O Silva de Travassô" no edifício dos Paços do Concelho era matéria de falatório na cidade, mas as coisas só se complicaram durante a última campanha autárquica. O PS denunciou a existência de relações perigosas entre a câmara e uma empresa de António Cruz Silva, a Unicola, fazendo referências a facturas e vendas a dinheiro falsas. Os aguedenses não acreditaram nas denúncias e reelegeram Castro Azevedo com maioria absoluta. António Cruz Silva, pelo seu lado, foi eleito deputado à Assembelia da República. Ontem, Águeda acordou com o escândalo. %Rui Baptista ntónio Cruz Silva, pelo seu lado, foi eleito deputado à Assembelia da República. Ontem, Águeda acordou com o escândalo. %Rui Baptista OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Facturas falsas incriminam presidente da Câmara de Águeda

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