Nova Presidente das Mulheres Socialistas Apela a Consenso Interno
Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA
Terça-feira, 15 de Julho de 2003 "Portugal precisa de um PS forte e unido". Numa clara mensagem para o interior do partido, a deputada Sónia Fertuzinhos apelou ontem para o consenso interno, sublinhando que o maior partido da oposição necessita de uma organização "combativa, emotiva e intransigente". A alusão implícita aos abalos que o PS tem vindo a sofrer foi incluída no discurso que Fertuzinhos proferiu na cerimónia da sua tomada de posse como presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS), realizada ontem, ao final da tarde, na sede socialista. O salão nobre do palácio do Rato afigurou-se pequeno para a multidão que assistiu ao evento: para além de muitas militantes socialistas, estiveram também presentes Leonor Beleza e Clara Carneiro, do PSD, Fernanda van Schneider, do CDS-PP, e vários elementos da direcção do PS, com destaque para Ferro Rodrigues e António Costa. Sónia Fertuzinhos, 30 anos, relembrou alguns dos objectivos traçados pela sua candidatura e frisou que, apesar de a legislação contemplar "quase tudo" no âmbito da paridade, a sua aplicabilidade no quotidiano é ainda precária: "Não podemos esquecer que a proclamação formal dos direitos na lei não garante, só por si, que esses mesmos direitos existam verdadeiramente", disse. Ainda a pretexto da presença de membros da direcção do PS entre a assistência, Fertuzinhos assegurou que quer garantir a inclusão dos projectos do DNMS no programa do partido: "Queremos assegurar que o PS passe a integrar nas propostas que apresenta à sociedade a perspectiva da promoção da igualdade entre as mulheres e os homens como um pilar essencial do conteúdo dessas mesmas propostas." Refira-se, a este propósito, que durante a campanha para esta eleição, realizada pela primeira vez por voto directo, as candidatas (além de Fertuzinhos, Maria José Matos, Carolina Tito de Morais e Celeste Correia) constataram que muitas militantes socialistas desconheciam a existência do departamento, anteriormente presidido por Maria do Carmo Romão. O facto levou Sónia Fertuzinhos a incluir no seu Conselho Consultivo militantes oriundas de vários pontos do país. A descentralização das iniciativas do DNMS foi, aliás, uma das questões que mais defendeu durante a sua campanha. Num breve discurso que abriu a cerimónia de ontem, o secretário-geral do PS asseverou que o seu partido irá garantir a quota de um terço de mulheres em todas as listas de candidatos às eleições autárquicas e europeias e classificou a paridade como uma das melhores formas de melhorar a qualidade da democracia nacional. Também a maestrina Joana Carneiro e a jornalista Maria Antónia Palla (membro do novo Conselho Consultivo do DNMS) fizeram intervenções, que foram alternadas com declamações de poesia pelos actores Vítor de Sousa e Lourdes Norberto. Foram lidos poemas de António Gedeão, Sophia de Mello Breyner, Rosa Lobato de Faria, Eugénio de Andrade e Manuel Alegre. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Souto Moura confirmou versão de António Costa
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