Contra a "Mentalidade Machista"
Por M.J.O.
Sábado, 10 de Maio de 2003
Os comboios, o movimento endoidecido dos carros e das pessoas, os enormes edifícios. Sob o olhar deslumbrado de uma jovem de 18 anos, recém-chegada de S. Vicente, em Cabo Verde, Lisboa afigurou-se como "a grande metrópole", plena de motivos de descoberta.
Foi há quase quatro décadas que a deputada Celeste Correia, 54 anos, desembarcou na capital, onde prosseguiu os seus estudos com uma licenciatura em Filologia Românica. Inserida num núcleo estudantil que despertou para a necessidade de trabalhar em prol da integração da comunidade cabo-verdiana residente em Portugal, Celeste Correia começou por participar em campanhas de alfabetização. Foi neste contexto que germinou a sua consciência política. Filiou-se no PS em 1993. Um ano antes, porém, ocupara já o lugar de deputada na Assembleia da República, para onde entrou como independente nas listas do PS.
A eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral socialista foi determinante para a sua participação: "Ainda se há-de fazer justiça sobre o trabalho desenvolvido por ele", declara, sublinhando que o antigo primeiro-ministro "fez muito pela questão da igualdade de oportunidades". Contudo, subsiste no partido a "mentalidade machista" que continua a marcar pontos na discussão do poder. Além da criação de uma rede de federações, a deputada aponta como prioridade a apresentação de soluções para o problema da "discriminação no trabalho em diversas variantes, como sejam a maternidade, as promoções ou os salários." Mas há outro combate: "Quer o partido queira ou não, o departamento tomará uma posição firme a favor da despenalização da interrupção voluntária de gravidez", assegurou.
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Contra a "Mentalidade Machista"
Por M.J.O.
Sábado, 10 de Maio de 2003
Os comboios, o movimento endoidecido dos carros e das pessoas, os enormes edifícios. Sob o olhar deslumbrado de uma jovem de 18 anos, recém-chegada de S. Vicente, em Cabo Verde, Lisboa afigurou-se como "a grande metrópole", plena de motivos de descoberta.
Foi há quase quatro décadas que a deputada Celeste Correia, 54 anos, desembarcou na capital, onde prosseguiu os seus estudos com uma licenciatura em Filologia Românica. Inserida num núcleo estudantil que despertou para a necessidade de trabalhar em prol da integração da comunidade cabo-verdiana residente em Portugal, Celeste Correia começou por participar em campanhas de alfabetização. Foi neste contexto que germinou a sua consciência política. Filiou-se no PS em 1993. Um ano antes, porém, ocupara já o lugar de deputada na Assembleia da República, para onde entrou como independente nas listas do PS.
A eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral socialista foi determinante para a sua participação: "Ainda se há-de fazer justiça sobre o trabalho desenvolvido por ele", declara, sublinhando que o antigo primeiro-ministro "fez muito pela questão da igualdade de oportunidades". Contudo, subsiste no partido a "mentalidade machista" que continua a marcar pontos na discussão do poder. Além da criação de uma rede de federações, a deputada aponta como prioridade a apresentação de soluções para o problema da "discriminação no trabalho em diversas variantes, como sejam a maternidade, as promoções ou os salários." Mas há outro combate: "Quer o partido queira ou não, o departamento tomará uma posição firme a favor da despenalização da interrupção voluntária de gravidez", assegurou.