Departamento das Mulheres Socialistas tem falta de visibilidade

27-05-2003
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Departamento das Mulheres Socialistas Tem Falta de Visibilidade

Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA

Quinta-feira, 01 de Maio de 2003

A falta de visibilidade do trabalho desenvolvido pelo Departamento Nacional de Mulheres Socialistas (DNMS), actualmente presidido por Maria do Carmo Romão, foi uma das críticas consensuais apontadas pelas candidatas à direcção daquele órgão, num debate realizado anteontem à noite na secção do PS de Benfica, em Lisboa. Carolina Tito de Morais, Sónia Fertuzinhos, Maria José Matos e Celeste Correia alertaram para o facto de muitas militantes socialistas nem sequer terem conhecimento da existência do DNMS, dada a ausência de departamentos federativos. Contudo, as quatro adversárias acreditam numa inversão da linha operática, uma vez que os estatutos aprovados no último Congresso do PS reforçam o poder do DNMS com a inédita abertura do escrutínio às 18 mil mulheres socialistas e com a nomeação por inerência da eleita para o Secretariado Nacional do PS.

A discussão girou em torno das novas propostas de cada candidatura - as eleições realizam-se a 9 e 10 de Maio - e após uma breve explanação sobre os seus percursos políticos, as candidatas apresentaram algumas medidas concretas. Carolina Tito de Morais, fundadora do PS, falou na criação de uma Linha Verde para aconselhamento e encaminhamento a mulheres, de forma a "abrir o departamento ao exterior", e na constituição de um Pelouro Nacional da Juventude como objectivos prioritários do seu programa. Numa posição convergente com todas as outras candidatas, que frisam a conversão do DNMS num espaço de intervenção e símbolo de paridade, a deputada Sónia Fertuzinhos explicou que a organização interna do órgão inclui também a "descentralização das reuniões" no intuito de aumentar a participação das mulheres na vida política. "É preciso garantir que a actividade do governo é também escrutinada pelas mulheres com a proposta de alternativas", acrescentou.

Celeste Correia, também deputada, reincidiu nas palavras "renovação" e "ambição" para definir algumas das linhas gerais do seu projecto: dar respostas externas a questões como a maternidade, a violência doméstica ou a igualdade de oportunidades. A real projecção do trabalho desenvolvido pelo DNMS na Internacional Socialista foi um dos argumentos defendidos por Maria José Matos, militante oriunda de Beja. "Há muita coisa que tem sido mal tratada", disse, "e é preciso dar relevo e evidenciar os projectos do departamento". Embora se declarem a favor do sistema de quotas - "tem permitido a presença de mulheres na Assembleia da República e nas autarquias", apontou Carolina Tito de Morais -, as quatro candidatas defenderam, porém, que este é um instrumento provisório e não um princípio. "As quotas são claramente uma necessidade dos partidos e não das mulheres", disse Sónia Fertuzinhos, sublinhando que o sistema "é uma provocação". Celeste Correia, por seu lado, foi mais cautelosa ao afirmar que o PS "tem vindo a tentar atingir progressivamente uma sociedade paritária", mas, acrescentou, "a luta pelo poder não é fácil".

Departamento das Mulheres Socialistas Tem Falta de Visibilidade

Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA

Quinta-feira, 01 de Maio de 2003

A falta de visibilidade do trabalho desenvolvido pelo Departamento Nacional de Mulheres Socialistas (DNMS), actualmente presidido por Maria do Carmo Romão, foi uma das críticas consensuais apontadas pelas candidatas à direcção daquele órgão, num debate realizado anteontem à noite na secção do PS de Benfica, em Lisboa. Carolina Tito de Morais, Sónia Fertuzinhos, Maria José Matos e Celeste Correia alertaram para o facto de muitas militantes socialistas nem sequer terem conhecimento da existência do DNMS, dada a ausência de departamentos federativos. Contudo, as quatro adversárias acreditam numa inversão da linha operática, uma vez que os estatutos aprovados no último Congresso do PS reforçam o poder do DNMS com a inédita abertura do escrutínio às 18 mil mulheres socialistas e com a nomeação por inerência da eleita para o Secretariado Nacional do PS.

A discussão girou em torno das novas propostas de cada candidatura - as eleições realizam-se a 9 e 10 de Maio - e após uma breve explanação sobre os seus percursos políticos, as candidatas apresentaram algumas medidas concretas. Carolina Tito de Morais, fundadora do PS, falou na criação de uma Linha Verde para aconselhamento e encaminhamento a mulheres, de forma a "abrir o departamento ao exterior", e na constituição de um Pelouro Nacional da Juventude como objectivos prioritários do seu programa. Numa posição convergente com todas as outras candidatas, que frisam a conversão do DNMS num espaço de intervenção e símbolo de paridade, a deputada Sónia Fertuzinhos explicou que a organização interna do órgão inclui também a "descentralização das reuniões" no intuito de aumentar a participação das mulheres na vida política. "É preciso garantir que a actividade do governo é também escrutinada pelas mulheres com a proposta de alternativas", acrescentou.

Celeste Correia, também deputada, reincidiu nas palavras "renovação" e "ambição" para definir algumas das linhas gerais do seu projecto: dar respostas externas a questões como a maternidade, a violência doméstica ou a igualdade de oportunidades. A real projecção do trabalho desenvolvido pelo DNMS na Internacional Socialista foi um dos argumentos defendidos por Maria José Matos, militante oriunda de Beja. "Há muita coisa que tem sido mal tratada", disse, "e é preciso dar relevo e evidenciar os projectos do departamento". Embora se declarem a favor do sistema de quotas - "tem permitido a presença de mulheres na Assembleia da República e nas autarquias", apontou Carolina Tito de Morais -, as quatro candidatas defenderam, porém, que este é um instrumento provisório e não um princípio. "As quotas são claramente uma necessidade dos partidos e não das mulheres", disse Sónia Fertuzinhos, sublinhando que o sistema "é uma provocação". Celeste Correia, por seu lado, foi mais cautelosa ao afirmar que o PS "tem vindo a tentar atingir progressivamente uma sociedade paritária", mas, acrescentou, "a luta pelo poder não é fácil".

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