Sinopse Cronológica

26-11-2004
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Sinopse Cronológica Tópicos

Filho de Lucília do Carmo e Alfredo Almeida, Carlos Alberto do Carmo Almeida nasce em 23 de Dezembro de 1939, em Lisboa. Na Guitarra de Portugal de 28 de Dezembro de 1939 , pode ler-se: “Na Maternidade Magalhães Coutinho, onde se encontra há perto de mês e meio, deu à luz um lindo menino a aplaudida cantadeira Lucília do Carmo. O pequenino já recebeu o baptismo e foi-lhe dado o nome de Carlos Alberto. Apadrinharam o acto, a distinta cantadeira Maria Emília Ferreira e seu esposo, sr. Francisco Serra. Á Lucília e ao nosso amigo Alfredo de Almeida os nossos parabéns pelo gracioso rebento”.

A partir de 1946 frequentaria a escola primária na rua do Poço dos Negros, da qual viria a guardar uma feliz recordação da professora Olímpia, que, percebendo o empenho de Carlos nos estudos, o incentivaria a concluir a 3ª e a 4ª classes e a admissão ao liceu num só ano.

Em 1947 Alfredo de Almeida e Lucília do Carmo fundavam a Adega da Lucília, no Bairro Alto, uma das mais emblemáticas casas de Fado da cidade, hoje O Faia.

Com nove anos de idade ingressava no Liceu Passos Manuel, onde foi aluno de Joel Serrão, José Hermano Saraiva, Fonseca Júnior, Santos Paiva, Joana Roriz, entre outros.

Em 1955 ingressa no Institut auf dem Rosenberg, na Suíça, onde se diploma em língua alemã, inglesa, francesa, italiana e espanhola.

Em 1958, uma vez que não tinha ainda idade para ingressar no Curso de Hotelaria, realiza um estágio como praticante de comissário, a bordo do “Vera Cruz”, do “Pátria” e do “Infante”, onde viajou pelo mundo. Com o estágio cumprido partia então para Genebra, ingressando no Curso Superior de Hotelaria. Mais tarde, formar-se-ia ainda em Contabilidade e Gestão. Aquando da morte de seu pai, em 1962, passa a gerir O Faia, tarefa que cumpriria até 31 de Dezembro de 1979. Nesse ano, Lucília do Carmo resolvia deixar de cantar e, cumprida que estava a missão de Carlos, teria início a sua carreira artística, fora da casa de fados. Em 1963 a editora Alvorada edita Mário Simões e o seu Quarteto apresentando Carlos do Carmo num EP que integra os temas Loucura (Júlio de Sousa), Cinderela (P. Anka/Mário Simões) Só Dor (Mário Simões) e Twist Desconjuntado (Mário Simões). Em 1964 é editado o EP Carlos do Carmo com Orquestra de Joaquim Luiz Gomes que integrava os temas Loucura (Júlio de Sousa) Estranha Forma de Vida (A. Duarte Marceneiro/V. Silva) Lisboa Casta Princesa (Raul Ferrão) e Viela (A. Duarte Marceneiro/Guilherme P. da Rosa). A 13 de Dezembro de 1964 Carlos do Carmo desposa Maria Judite Leal, numa cerimónia onde estiveram presentes, entre outros, Cliff Richard, Joaquim Luís Gomes, Maria Helena, Fialho Gouveia, Fernando Peres, Matos Maia, Vítor Santos, Bártolo Valença, Pargana, Manuel Passos, Luís Campos, Alfredo Marceneiro, Maria Pereira, Maria do Rosário, Dinorah Cármen, Loubet Bravo.

A 15 de Outubro de 1965, nasce a filha, Maria Lucília do Carmo – Cila.

É editado o disco Mais Fados por Carlos do Carmo com os temas O Resto da Minha Esperança (Raul Pinto/Fernando Peres), O Trem Desmantelado (Fernando de Freitas/Carlos Conde), A Rua do Silêncio (Alfredo Duarte/A. Sousa de Freitas) e Romance das Horas Paradas (João Maria dos Anjos/Fernando Peres);

A Decca edita Fados do Meu Coração - Carlos do Carmo com a Orquestra de Joaquim Luís Gomes incluindo temas como Rainha Santa (Fado Victoria), Fica Comigo Saudade (Fado dos Sonhos) e O Fado (Fado Zé Negro).

Também pela Decca é editado Fado Razão da Minha Vida - Carlos do Carmo e a Guitarra de Jaime Santos, incluindo os temas Agora Choro à Vontade, Quadras Dispersas, Saudade Mal do Fado e As Três Normas;

Em 1967 a Philips edita Carlos do Carmo, com temas como A Rua do Desencanto (Jaime Santos e Fernando Peres), Fica-te Mesmo a Matar (Jaime Santos) Quadras Soltas (Francisco Viana/Silva Tavares) Dá Tempo ao Tempo (António Campos e Joaquim Pimentel). O acompanhamento musical esteve a cargo de Jaime Santos e Ilídio dos Santos (guitarra portuguesa) Orlando Silva e José Maria Nóbrega (violas).

A propósito deste disco, recebe, ainda em 1967, o prémio da Casa de Imprensa para o melhor intérprete do ano.

A Philips edita Carlos do Carmo em Paris, a partir da gravação efectuada na capital francesa nos estúdios da Societè Phonographique Philips, por ocasião da apresentação de Carlos do Carmo no Teatro Alhambra desta cidade. Aqui se incluem os temas Há Festa na Mouraria (J. Marques/A. Amargo), Quadras de Amor (Mouraria/Silva Tavares), Um Dia (Casimiro Ramos/G.P. da Rosa) e Vestida de Madrugada (J. C. Júnior/F. Peres). O acompanhamento musical fazia-se aqui, na guitarra, pela mão de José Fontes Rocha e, na viola, por José Maria Nóbrega;

A 15 de Fevereiro de 1968, nasce o segundo filho, Alfredo do Carmo.

Em 1969 é editado o primeiro Longplaying, O Fado de Carlos do Carmo, pela editora Alvorada, incluindo os temas: Alvorada, O Resto da Minha Esperança, O Trem Desmantelado, A Rua do Silêncio, Romance das Horas Paradas, Sempre que Lisboa Canta, Velha Lisboa, Estranha Forma de Vida, Loucura, Lisboa Casta Princesa, Viela, Coimbra, Uma Casa Portuguesa.

Anos 70 Em 1970 Carlos do Carmo recebe, a propósito da edição do primeiro Longplaying o troféu Pozal Domingues, premiando o melhor disco do ano.

No dia 1 de Novembro de 1970, o jornal O Século noticiava a transmissão em directo pela RTP e pela TVE do Festival Estoril 70, destacando Carlos do Carmo e Luis Gardey, de entre um leque de artistas que incluía Amália Rodrigues, Duo Ouro Negro, Madalena Iglesias e Dolores Vargas. “Dotados de excelente voz são certamente as grandes revelações dos últimos anos no campo da música peninsular e os maiores casos de popularidade nos respectivos países. A presença de ambos no primeiro festival luso-espanhol, para além de lhes proporcionar uma grande oportunidade de ampliarem em Espanha e em Portugal o número dos que passam a ser seus admiradores, é um justíssimo prémio para o mérito e o talento de que têm dado brilhantes prova.”

O Fado em Duas Gerações, Carlos do Carmo e Lucília do Carmo seria o segundo Longplay de uma vasta carreira em que mãe e filho celebram temas como Fica Comigo Saudade, Maria Madalena, Agora Choro à Vontade, Rainha Santa, Não Gosto de Ti, As Três Normas, O Fado, Tia Dolores, Quadras Dispersas, Senhora da Saúde, Saudade Mal do Fado e A Cor da Mágoa.

Por Morrer Uma Andorinha, da editora Philips, tornar-se-ia um dos mais emblemáticos álbuns do início de carreira de Carlos do Carmo. No verso, pelas palavras do poeta Vasco Lima Couto, pode ler-se: “ Todos temos uma asa para voar no silêncio que nos aproxima. Por isso, buscámos, na guitarra e na voz que a acompanha, uma razão distante para nos encontrarmos. E quando essa voz metaliza os sentimentos e envolve o momento que suaviza a angústia, aproximamo-nos do todo da nossa raça e cumprimos a distância dum mar que não acaba em nós, porque é de nós que parte. Penso isto, sempre que oiço o Carlos do Carmo cantar com aquela penetração, que faz do Fado, não a simples queixa que a noite respira, mas a autêntica visitação desse campo de aves – que são as palavras – a iluminar o regresso quando somos a memória do amor que não se encontra. Carlos do Carmo, sabe medir os poemas que canta e sabe – como poucos! Reinventá-los e, como poucos (na dor indisciplinada que nos prende ao coração das horas) ele dá, a cada um de nós, a presença dum homem que tenta – até à angústia, dizer-nos que, apesar de tudo… por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera!”

Temas como Por Morrer uma Andorinha, Há Festa na Mouraria, Um Dia, Fica-te Mesmo a Matar, Quadras Soltas, Júlia Florista, Padre Nosso, A Rua do Desencanto, Dá Tempo ao Tempo, Aquela Feia, Quadras de Amor, Vestida de Madrugada foram gravados em Paris, por ocasião da apresentação de Carlos do Carmo no Teatro Alhambra.

Numa posterior edição da Philips, em suporte de 45 rpm, intitulada Carlos do Carmo canta Fado, também com orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e acompanhamento musical de José Fontes Rocha, integravam-se os temas: Por Morrer uma Andorinha (Francisco Viana/João da Mata), Padre Nosso (João Alves Coelho, Wenceslau Pinto e Raul Portela/Avelino de Sousa), Júlia Florista (Leonel Vilar e Joaquim Pimentel/Joaquim Pimentel) e Aquela Feia (Júlio Proença/Frederico de Brito). Na contracapa, um texto do Maestro Jorge Costa Pinto, a título premonitório, anunciava: “A trajectória evolutiva que o Fado vem revelando atinge talvez, com este disco, o seu mais alto plano. A beleza das harmonias gravadas, a constituição da orquestra, o som da guitarra a preencher, magistralmente, as pausas, constituem o melhor fundo para a voz tão expressiva de Carlos do Carmo que atinge outra emotividade neste Fado orquestrado com classe superior, Fado que certamente não desiludirá os tradicionalistas e vai, com certeza, conquistar novos adeptos. O caminho para a verdadeira internacionalização do fado parece-nos aberto. O Tempo o confirmará..”

Ainda em 1970 Carlos do Carmo é o convidado da Agência Artística Internacional para actuar em Sá da Bandeira, em Angola.

O jornal Eco Ilustrado anunciava, paralelamente, a deslocação do artista “aos EUA e ao Canadá numa organização da Penco Record Company”.

Fado Lisboa, an evening at the Faia reúne novamente Carlos e Lucília do Carmo, celebrando temas como Sete Colinas, Quadras Soltas, Duvida, Madragoa, Dá Tempo ao Tempo, Fado em Dó, A Rua do Desencanto, Não voltes à minha porta, Corrido do mestre Zé, Fica-te mesmo a matar, Desgarrada com Carlos do Carmo e Noites no Faia, este último, instrumental. O mestre Jaime Santos na guitarra portuguesa, ficava com o acompanhamento musical a seu cargo.

Com arranjos e direcção de orquestra de Jorge Costa Pinto, o Longplaying Carlos do Carmo, editado pela Tecla em 1970 consagrava alguns dos êxitos do artista, tais como Gaivota, Bairro Alto, Vim para o Fado, Fado da Noite, Será Triste mas é Fado, Já me Deixou, A Saudade Aconteceu, Não se Morre de Saudade, Mãos Vazias, Guardei na Minha Saudade, A Voz que eu Tenho e Rodam as Quatro Estações. O acompanhamento musical esteve a cargo da primorosa guitarra de José Fontes Rocha, ladeado por Carvalhinho e António Chaínho e pelas violas de Raul Silva e José Maria Nóbrega, instrumentista que acompanhará Carlos do Carmo até à actualidade.

A propósito de uma actuação em televisão de Carlos do Carmo, a 8 de Março de 1970, o Diário de Lisboa , fazia publicar, como prenúncio de uma carreira construída pelo alto nível: “Com a actuação de Carlos do Carmo deu-nos a televisão uma das melhores rubricas de fados dos últimos tempos. Ou seja: deu-nos a possibilidade de verificar em que medida é que o fado é uma canção que vive da capacidade de recriação dos seus intérpretes, do instinto de arte que neles habita (...) Carlos do Carmo evoluiu no sentido de um maior equilíbrio. Ei-lo que entendeu (ei-lo quem terá sido o primeiro a entender) uma interpretação do fado através da televisão. Ao recusar o ambiente das casas típicas e píficas armadas no estúdio; ao abandonar a noção adoptada por certos fadistas segundo a qual só se canta bem o fado na presença de pessoas; ao abandonar o fado de estabelecimento, à base de garganta para dominar o ruído das conversas e dos talheres, em resumo: ao cantar para a câmara e não para as mesas, ou seja: ao cantar para as pessoas e não para os estômagos, Carlos do Carmo poderá ter dado à interpretação fadista a dimensão televisiva que lhe faltava”.

A 12 de Maio de 1970 era a vez do jornal A Capital noticiar: “Com Carlos do Carmo Curto-Circuito acabou em beleza (...) Aconteceu em Curto- Circuito, ainda desta vez, a coragem de correr riscos. E isto é verdade mesmo para lá do prazer pessoal que Carlos do Carmo terá experimentado dando-se ao luxo de violar diversas proibições de uma só vez. Significativo o êxito de Pedra Filosofal junto do público do Monumental... Mas à força da canção somou-se o prestígio de um intérprete de qualidade. O resultado foi uma entusiástica adesão do público. E ainda bem. O Curto-Circuito de ontem merecia acabar assim.”

Carlos do Carmo no Curto Circuito, editado pela Tecla, faria a justa referência a este momento televisivo incluindo as faixas Pedra Filosofal (A. Gedeão/Manuel Freire) , A Voz que eu Tenho (V.L.Couto/J.Proença), Menino d’Oiro (J.Afonso).

A 8 de Março de 1971 Carlos do Carmo actua no Dicca de Lourenço Marques, num espectáculo em que o público “aplaudiu até ao esgotamento, numa sala de lotação esgotada há 48 horas”

O Diário de Lisboa de 5 de Dezembro de 1971 anunciava: “O canal 13 acaba em Janeiro e em seu lugar será apresentado um “Show” semanal organizado por Carlos do Carmo, que incluirá atracções internacionais de prestígio, terá uma orquestra de vinte figuras e custará cerca de 120 contos por edição”.

Carlos do Carmo com a Orquestra de Jorge Costa Pinto é o título do álbum editado pela Tecla, em 1972, com arranjos e orquestrações partilhados por Jorge Costa Pinto, Dennis Farnon e Thilo Krasmann. Temas como Ferro Velho, Aurora Boleal, Canção de Madrugar, Soneto XIV, Dizer que Sim à Vida, Canoas do Tejo, Partir é Morrer um Pouco, O Fruto dá a Vida, Canção Grata, Não Digam ao Fado e Fado dos Sonhos integram este álbum, editado em 1972.

Ainda em 1972 Carlos do Carmo fez uma digressão por Angola, no mês de Agosto, cantando no Lobito, Benguela, Luanda, Sá da Bandeira onde a imprensa rapidamente testemunhava tratar-se “de um caso invulgar de popularidade em Angola”

O Show Carlos do Carmo 72 no qual o artista se fazia acompanhar por António Chaínho (guitarra), José Maria Nóbrega (viola) e que integrava ainda a actuação do quarteto Thilo Krasman, era assim descrito na imprensa: “Carlos traz, desta forma, para a ribalta uma nova perspectiva da sua personalidade, revelando-nos não apenas a famosa expressão dos seus fados em que se espelha saudosamente o substrato do lirismo da alma portuguesa mas já, também, o artista prolixo e cosmopolita que se projecta noutras direcções não menos fascinantes.”

Ainda em 1972 produziu e apresentou na Televisão Portuguesa um programa semanal, “Convívio Musical”, por onde passaram grandes nomes da canção portuguesa e internacional.

O EP Carlos do Carmo, pela editora Tecla incluía temas como Duas Lágrimas de Orvalho (d.r./p. Rodrigues), Sou para vós Donde Venho (V. Lima Couto/J. Campos) Canto para não chorar (Armandinho/Stoffel/Andrade), O Fruto Dá a Vida (Luís Miguel d’Oliveira) com acompanhamentos de Fernando Freitas e José Nunes (guitarra) Martinho d’Assunção (viola) e Victor Ferreira (viola baixo).

No ano de 1973 Carlos do Carmo estrear-se-ia no Brasil, país onde afirmaria, anos mais tarde, sentir-se em casa. A primeira vez que cantou no Brasil foi ao lado de Elis Regina, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. A propósito da grande amiga Elis, diria o artista, anos mais tarde: “A Elis foi para mim, a grande cantora da língua portuguesa. Nada se lhe compara. Houve pessoas que atingiram grande nome, gabarito e expressão internacional, mas a Elis Regina era completa. O Brasil, passados estes anos, ainda não reencontrou “a” cantora. Ela era “a” cantora. Não era só o acto de cantar e o acto incrível de trabalhar a palavra e a música em cima do palco, dando-lhe um ar festivo e, ao mesmo tempo, dramático. Elis tinha uma entrega sem limites e uma imensa intuição de saber escolher. Quantos grandes brasileiros, hoje consagrados, foram lançados por ela?! Extraordinária era a sua capacidade de intuir quem era bom. Em boa hora ela o fez. O Brasil, a essa mulher, nunca lhe pagará o que ela lhe deu. Aí está uma mulher que é do tamanho do Brasil.”

Ainda a respeito do Brasil, Carlos do Carmo testemunharia sobre a influência determinante de alguns artistas brasileiros na descoberta da sua vocação: “Comecei por causa do Brasil. Quando tinha oito, nove anos de idade, a minha mãe costumava fazer temporadas no Brasil. Numa das vezes que foi cantar ao Casino da Urca, um velho casino que havia no Rio de Janeiro, ela trouxe discos de 78 rotações, e eram discos de duas figuras que me marcaram imenso e que fizeram gostar de ouvir, apreciar e entrar um pouco no mundo musical com aquele apreço que depois, com o tempo, se vai consolidando e se vai tornando uma arte mais apreciável que todas as outras. É o caso do Luís Gonzaga e do Dorival Caymmi. Foram, por assim dizer, as primeiras pessoas que eu comecei a ouvir cantar e a interessar-me por aquilo que faziam. Portanto, tenho uma ligação muito romântica com o Brasil e ao mesmo tempo profunda porque a marca toda está aí. Por aí é que começou o meu gosto pela música que depois se foi desenvolvendo com outras referências...”

Assinalando o início do Verão, nascia, a 21 de Junho de 1973 o filho Paulo Gil.

Em 1973 é editado, pela Philips, o EP Por Morrer uma Andorinha partindo do tema homónimo da autoria de Francisco Viana e Frederico de Brito e incluindo outras faixas como: Padre Nosso (Armando Freire/Frederico de Brito) A Júlia Florista (Leonel Vilar/Joaquim Pimentel) e Aquela Feia (Júlio Proença/Frederico de Brito). A Direcção de orquestra esteve a cargo do Maestro Jorge Costa Pinto e o acompanhamento à guitarra foi entregue a Jorge Fontes.

No mesmo ano é editado Ferro Velho pela editora Tecla, com orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto. Os temas incluem Ferro Velho (J.M. Serrat/A. O’Neil), Aurora Boleal (F. Tordo/A. Gedeão), Amor Total (N.N. Fernandes e J. C. Ary dos Santos) e Dizer que Sim à Vida (F. Tordo e J. C. Ary dos Santos) com arranjos de Thilo Krasman, Dennis Farnon e Jorge Costa Pinto.

Também pela Tecla seria editado o EP Partir é Morrer um Pouco, igualmente com Orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto, e que icluiria os temas Partir é Morrer um Pouco (A. Santos/M. Barreto), Fado dos Sonhos (Frederico de Brito), Canção de Madrugar (N.N. Fernandes/J.C. Ary dos Santos) e Soneto XIV (F. Guerra/A. Botto) com arranjos de Thilo Krasman e Jorge Costa Pinto.

O EP Carlos do Carmo, Tecla, com orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e arranjos de Dennis Farnon, Jorge Costa Pinto e Thilo Krasman, incluía os temas Canoas do Tejo (Frederico de Brito), Não digam ao Fado (Frederico de Brito), Canção Grata (T.S. Carvalho/C. Queiroz), O Fruto dá a Vida (Luís Miguel de Oliveira).

Segue-se Gaivota, com etiqueta Tecla, divulgando os temas Gaivota (A. O’Neil/A.Oulman) Guardei na minha Saudade (V. Lima Couto/A. Duarte), Fado da Noite (L.Neves/O.Silva) e Rodam as 4 Estações (F. Teixeira/R. Pinto). Com Orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e acompanhamento de guitarras de José Fontes Rocha em Gaivota e Fado da Noite e as guitarras de Carvalhinho e António Chaínho juntamente com as violas de José Maria Nóbrega e Raul Silva nos temas Guardei na Minha Saudade e Rodam as 4 Estações.

Também pela Tecla é editado Carlos do Carmo, Não se Morre de Saudade, com os temas Não se Morre de Saudade (Júlio de Sousa/Popular), A Voz que eu Tenho (V. Lima Couto/ J. Proença) A Saudade Aconteceu (Jorge Rosa/Popular) e Mãos Vazias (J. Bragança/A. Duarte). Os acompanhamentos estiveram a cargo de Francisco Carvalhinho e António Chaínho (guitarra), José Maria Nóbrega (viola) e R. Silva (viola baixo).

Vim para o Fado, com Orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e José Fontes Rocha na guitarra portuguesa, inclui o tema homónimo (Júlio de Sousa), Será Triste mas é Fado (Frederico de Brito) Bairro Alto (C. Neves/F. Carvalhinho) e Já me Deixou (A. Ribeiro/Max).

Em 1973 é publicado Something e Love Story, também numa edição da Tecla. Na contracapa Carlos do Carmo explica os motivos que o levaram a uma gravação noutro idioma: “Duas canções em inglês… E porque não? … O nosso ponto de encontro foi sempre o Fado, é certo. Mas, depois de algumas actuações no estrangeiro concluí facilmente que tenho de fazer uma pequena incursão por idiomas estrangeiros. Pelo inglês, por exemplo. E, desta feita, por duas razões: por se tratar de duas canções que adoro e porque a gravação a nível internacional exige que os artistas portugueses se façam entender fora do mundo português. Para esta estreia difícil escolhi duas canções que considero fora de série: a que ilustra “Love Story” de Francis Lai e cuja versão portuguesa não me agradava. Cantá-la em inglês foi, portanto, intuitivo. A outra é de um homem que a voz autorizada de Leonard Bernstein diz ser “um dos maiores músicos do nosso século”: George Harrison, o mais talentoso dos Beatles. Chama-se “Something” e é já um êxito mundial. Aos que me têm acompanhado devotamente e a quem devo tanto daquilo que sou, desejo que não tenham uma decepção. No fundo, sempre que canto para eles, tento pagar uma pequena parte da dívida que com eles contraí”.

Carlos do Carmo – Êxitos, da editora Tecla, integra os temas Gaivota, Estranha Forma de Vida – o preferido de Lucília do Carmo na voz do filho – Bairro Alto, Por Morrer uma Andorinha, Vim para o Fado, Loucura, A Voz que eu Tenho, Duas Lágrimas de Orvalho, Não se Morre de Saudade, Agora Choro à Vontade, A Saudade Aconteceu e a Rua do Silêncio. A direcção de orquestra coube novamente a Jorge Costa Pinto com arranjos deste maestro, de Thilo Krasman e de Joaquim Luís Gomes. Na guitarra portuguesa, José Fontes Rocha e o Conjunto de Guitarras de Raul Nery, assumem o acompanhamento musical.

Em 1974 , a Tecla editaria o EP Pomba Branca a partir do tema homónimo da autoria de Max e Vasco Lima Couto. Neste trabalho Carlos do Carmo inclui igualmente os temas Menino d’Oiro de José Afonso, Andorinhas (Frederico de Brito e J. Marques) e Bailado (Henrique Rego e A. Duarte). Nos temas Pomba Branca e Menino d’Oiro os arranjos são da autoria de Jorge Costa Pinto (Maestro que tem também a direcção da orquestra a seu cargo) e Thilo Krasman. Em Andorinhas e Bailado, o conjunto de guitarras de Raul Nery acompanha os dois temas cantados.

O álbum Carlos do Carmo, da editora Tecla, editado em 1975, reúne temas como Maria Vida Fria, Bailado, I Giorni dell’Arcobaleno, Los Ejes de Mi Carreta, La Valse à Mille Temps, Andorinhas, Pomba Branca, Menino d’Oiro, Pedra Filosofal, Puedo Escribir los Versos. Uma vez mais, Carlos do Carmo entrega a direcção de orquestra a Jorge Costa Pinto.

Ainda em 1975, o LP Pedra Filosofal é editado, desta feita pela Edisom. Com ilustração de capa integrada por uma fotografia de Augusto Cabrita, aqui se reúnem novamente os temas do disco editado no mesmo ano pela Tecla, Carlos do Carmo.

A Voz que eu Tenho, pela editora Trova é o nome de um EP editado em 1975, numa cuidada edição com ilustrações de Luís Osório e que inclui os temas O Nosso Amor é Livre (Vasco de Lima Couto/Martinho d’Assunção), Cidade Cinzenta (João Dias/Vítor Ramos-Fadi Cigana), Sou da Noite (Vasco de Lima Couto/Max), Tenho a Pátria num Rosto de Criança (Vasco de Lima Couto /Miguel Ramos). O acompanhamento musical esteve a cargo de Raul Nery e António Chaínho (guitarra Portuguesa), José Maria Nóbrega (viola) e Thilo Krasmann (viola-baixo).

Na Primavera de 1976 Carlos do Carmo representa Portugal no Festival da Eurovisão no Schouwburg, em Haia, na Holanda com a canção Uma Flor de Verde Pinho a partir da música de José Niza e letra de Manuel Alegre. Na mesma época, actua para uma plateia de mil pessoas, no auditório do Marriot Hotel de Amsterdão.

Carlos do Carmo, Uma Canção para a Europa, é o nome do LP editado através de uma parceria entre a Movieplay e a RTP, com direcção de orquestra de Thilo Krasmann. Uma vez mais, Carlos do Carmo dá nota dos critérios elevados na selecção de repertórios em temas como Onde é que tu moras (Joaquim Pessoa/Paulo de Carvalho), Estrela da Tarde (Ary dos Santos/Fernando Tordo), Os Lobos e Ninguém (J.L.Tinoco), Novo Fado alegre (Ary dos Santos/Fernando Tordo), No Teu Poema ( J.L. Tinoco), Maria Criada/Maria Senhora (Tozé Brito), Cantiga de Maio (Joaquim Pessoa /Carlos Mendes), Uma Flor de Verde Pinho (Manuel Alegre/José Niza), Lisboa, Menina e Moça (J. Pessoa – Ary dos Santos/Paulo de Carvalho – Fernando Tordo), Meu Nome é Fado (José Manuel Martins). O cuidado posto nos temas cantados trazem-nos novamente um criterioso leque de compositores assumindo os arranjos musicais: Thilo Krasmann, José Calvário, Joaquim Luís Gomes, José Luís Simões, Mike Sergeant.

Em 1976, duas novas edições, da Movieplay e da Crystal, celebram em EP, a canção vencedora do Festival de Sopot: Have a Smile on Your Face. Ambas contemplam o tema homónimo da autoria de Adam Skorupka e Janusz Odrowaz, com o texto inglês redigido por Thilo Krasman, a partir do original Gdzie Tem Swiat Mlodych Lat. Na face B, a Movieplay divulga Carlos do Carmo cantando The Blind Man who Can See e, na edição da Crystal o artista canta I Know an Old Man.

Mais tarde, a editora polaca Poslkie Nagrania editaria um LP de Carlos do Carmo, no âmbito da sua vitória no Festival de Sopot em 1976, justificando: “The fact that we are issuing a record by one of the Festival Sopot 76 – Carlos do Carmo is only too justified. Indeed while in this country he won a lot of fans for himself. There were such words about him in the Festival reviews as: Carlos do Carmo has demonstrated a magnificent viril voice and, above all, a stage maturity conscious of its value… The singer – known also in this country from a few television programmes relayed to us – was born in Lisbon in 1939. He made his first record in 1964, the year which marked also his début in a programme of Lisbon TV. In 1967 he won first prize as the best fado singer, and in 1970 one of his LP’s was declared the best and most popular record of the year. Incidentally he makes his records for the Movieplay Company. His popularity grew very quicly and he soon became the nº 1 singer of his country. In 1969 he made his first tour around Portugal and other European countries, giving concerts in FRG, France and subsequently in Canada. In the 70’s he appeared with equal success in other continents as well: sang in Angola, Mozambique, made a tour of South America, including Cuba. He continues being a frequent guest on the TV and, for a time, he even used to present his own TV programme, entitled “Convívio Musical”. Most of the songs included in his repertoire have been written by Portuguese poets, but he also sings many numbers from the repertoire of Jacques Brel or Frank Sinatra. The style Carlos do Carmo especially favours in Fado (…) Carlos do Carmo is one of the few professional singers who have taken up the tradition of Fado”

No mesmo ano é editado em single um dos êxitos de sempre de Carlos do Carmo: Lisboa Menina e Moça (Joaquim Pessoa-Ary dos Santos/Paulo de Carvalho-Fernando Tordo) com arranjo e direcção de Thilo Krasman. O EP, da Movieplay, contém ainda o tema Estrela da Tarde da autoria de Ary dos Santos e Fernando Tordo com arranjo de Joaquim Luís Gomes. Gravado nos estúdios da Rádio Triunfo, em Lisboa, o som esteve a cargo de José Manuel Fortes. Ainda em 1976 seria editado o tema original do filme Sem Sombra de Pecado, de José Fonseca e Costa, intitulado O Que Sobrou de Um Queixume com direcção musical de José Mário Branco. Integram este EP o fado homónimo de Frederico de Brito e o Fado Penélope de José Mário Branco e Manuela de Freitas e música de J.M. Branco.

Pela mesma época a Philips edita Carlos do Carmo e Don Byas com os temas The Shadow of Your Smile (Mandel/Webster) e I’ve Got You Under My Skin (Cole Porter).

Um Homem na Cidade, editado em 1977 pela etiqueta Trova, celebraria um momento de referência obrigatória na história do Fado, pela afirmação, naquela que é a Voz da cidade, dos poemas concebidos por Ary dos Santos, para um conjunto de inovadoras composições musicais. Com repertórios de Ary ilustrando as músicas de José Luís Tinoco, Paulo de Carvalho, António Vitorino de Almeida, Fernando Tordo, Joaquim Luís Gomes, Moniz Pereira e Martinho d’Assunção, Um Homem na Cidade é, por excelência, o hino ao Fado e à cidade de Lisboa que o viu nascer. Em temas inéditos como Um Homem na Cidade, O Cacilheiro, Fado do Campo Grande, O Amarelo da Carris, Namorados da Cidade, Nova Feira da Ladra, O Homem das Castanhas, Rosa da Noite, Fado Varina, Fado dos Azulejos, Fado da Pouca Sorte e Balada para uma Velhinha, Carlos do Carmo desbravava novos caminhos no horizonte de evolução desta expressão musical.

Em 1978, a Trova edita Os Putos, a partir da letra de Ary dos Santos e da música de Paulo de Carvalho, outro tema que o público viria a consagrar ao êxito absoluto. O Fado de Todos Nós (Jorge Glória e José António Sabrosa) integrava ainda este EP, com acompanhamento musical de António Chaínho e António Luís Gomes (guitarra) Professor Martinho d’Assunção (viola) e José Maria Nóbrega (viola baixo).

Carlos do Carmo com Guitarras é o título de um longplaying da Tecla de 1978, onde se explica na contracapa: “Para acontecer fado, voz e guitarra são companheiros inseparáveis, e senão vejamos: é a frase que se completa na falta da voz sem fôlego; são os vulgares portamentos que se transformam em “gemidos” prolongados; é a invenção do guitarrista que se exprime nas variações sobre a melodia, quando das introduções ou nas partes em que intervém a solo; é o som característico do instrumento que se obtém com unhas artificiais; é, por fim, o talento criador do executante que inspira o intérprete vocal e então o Fado nasce. Neste disco, alguns dos melhores guitarristas contemporâneos: Nery, Carvalhinho, Chainho, José Nunes, Freitas, personalidades bem vincadas, sensibilidades definidas, uma qualidade comum que se lhes encontra: talento indiscutível”.

Ainda em 1978, Dez Fados Vividos pela editora Trova reúne em LP fados de Carlos do Carmo, uma edição que se repetirá no ano seguinte, no Brasil, pela Chantecler e em França, pela Lusica, atestando o êxito do artista junto do público internacional.

Por esse motivo a Philips edita em 1979, no Brasil, o LP Carlos do Carmo, O Maior Intérprete da Música Portuguesa dedicado pelo artista a Chico Buarque “e nele toda a grande poesia e grande música popular brasileira”. Aqui se reúnem temas como O Fado dos Cheirinhos, Por Morrer uma Andorinha, Onde é que tu Moras, Estrela da Tarde, Os Lobos e Ninguém, Novo Fado Alegre, No Teu Poema, Os Ninhos, Kyrie, Maria Criada, Maria Senhora, Cantiga de Maio, Uma Flor de Verde Pinho, Lisboa Menina e Moça, e Meu Nome é Fado.

Ainda em 1979, a Philips edita O Fado dos Cheirinhos integrando o tema homónimo e Kyrie ambos criados a partir das letras de Ary dos Santos e músicas de Fernando Tordo.

Anos 80 Carlos do Carmo ao Vivo no Olympia conhece pelo menos 3 edições diferentes só em 1980, pela Philips. Testemunho da fidelização de um público internacional, são editados na versão inglesa e francesa, dois LP’s- Live at the Olympia, En Public a l’Olympia.

Aqui se incluem as gravações de Abertura, Por Morrer uma Andorinha, Bairro Alto, Um Homem na Cidade, Fado do Campo Grande, Os Putos, Estrela da Tarde, Menino d’Oiro, Uma Cantiga de Amor, Cavalo à Solta, Amélia dos Olhos Doces, Raiz, Redondilha, Os Pontos nos iii, Rosalinda, Tejo que Levas as Águas, Pedra Filosofal, Canoas do Tejo, La Valse A Mille Temps, Lisboa Menina e Moça. Com direcção musical de Pedro Osório, os acompanhamentos musicais estiveram a cargo de António Chaínho (guitarra portuguesa), José Maria Nóbrega (viola) Luc Harvet (acordeão), Guy Pederson (contra-baixo) e Marcel Sabiani (bateria).

Carlos do Carmo, Álbum é o título de um LP editado pela Philips, Polygram no alvorecer da década de 80, integrando os temas Raiz (José Mário Branco), O Madrugar de um Sonho (Frederico de Brito), Lisboa, Cidade de Abril (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho), Maus Tempos (Frederico de Brito), Um Fado (Vítor Martins/Ivan Lins), Retalhos (Ary dos Santos/To Zé Brito), Pequena Serenata Diurna (sílvio Rodriguez/Versão Port. De Ary dos Santos) , Ronda (Armando Leal/José Manuel Alexandre/Roberto e Lúcia/Quirino Monteiro), La Valse a Mille Temps (Jacques Brel), Um Beijo no Futuro (Ary dos Santos/Wlodzimiorz Nahorny). O tema “Retalhos” integraria a banda sonora da série de TV “Retalhos da Vida de um Médico”.

Utilizando a mesma fotografia de Inácio Ludgero para ilustrar a capa, Retalhos/Raíz seria o nome de um EP de 1980, da Philips, também com direcção de orquestra de Pedro Osório e com os temas Retalhos (Ary dos Santos/Tó Zé Brito) e Raiz (José Mário Branco).

Ainda no ano de 1980, em 30 de Abril, Carlos do Carmo integraria o espectáculo Show 1º de Maio, no Pavilhão do Rio Centro, iniciativa promovida pelo Centro Brasil Democrático com a finalidade de angariar fundos para o Encontro Nacional de Músicos, no Brasil. Para uma plateia de cerca de 30 mil pessoas, este espectáculo reuniu, pela primeira vez, no Brasil, o maior bloco de cantores e compositores numa mesma iniciativa. Participaram no “Show 1º de Maio”, ao lado de Carlos do Carmo, artistas como Chico Buarque, Elba Ramalho, Djavan, Alceu Valença, Clara Nunes, Ângela Rô Rô, Beth Carvalho, 14 Bis, Cor do Som, Cristina, Edu Lobo, Fagner, Francis Hime, Frenéticas, Geraldo Azevedo, D. Ivone Lara, Joana, João Bosco, João do Vale, João Nogueira, Kleyton e Kledir, Ivan Lins, Lucinha Lins, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Miucha, Moraes Moreira, MPB 4, Nosso Samba, Olívia Hime, Paulinho da Viola, Roberto Ribeiro, Sérgio Ricardo, Sílvio Cezar, Som Sete, Teca e Ricardo, Viva Voz, Zézé Mota e Zizi Possi.

A 8 de Dezembro de 1980, num espectáculo partilhado com o grupo Trovante, Carlos do Carmo actuava na Holanda, na Festa de Natal da Comunidade Portuguesa. Tragicamente, no mesmo dia, o mundo despedir-se-ia de John Lennon.

Em 1981, o Fado dos Cheirinhos (J.C. Ary dos Santos/Fernando Tordo) de Carlos do Carmo, integraria a banda sonora da novela Os Imigrantes.

Ainda em 1981, Carlos do Carmo recebe o Prémio de Imprensa na categoria Fado.

Saudade de Elis: Assim se chamou a homenagem que uniu Carlos do Carmo, Ary dos Santos, Fernando Girão, José Luís Tinoco e José Niza em 1982 numa edição Philips. “A noite trouxe-nos a notícia: a Elis, nossa amiga morrera nessa tarde de Verão do Brasil. Da necessidade irreprimível de compensar a tristeza na conversa amiga nasceu, nessa mesma noite, o nosso pacto de homenagem. Juntos nos encontrámos depois, pela madrugada; e as canções foram surgindo, canções cruzadas, versos cruzados como quem cruza o Atlântico. O testemunho dessa reunião de músicos, poetas e cantores aqui fica, na forma imediata e comovida em que surgiu: como se pode falar de Elis senão cantando?”. E assim se editaram Elis (Ary dos Santos/ José Niza- J. L. Tinoco) e Diamante (Ary dos Santos e J.L. Tinoco/J. L. Tinoco).

Em 1982, no âmbito dos 25 anos de carreira de Carlos do Carmo a Philips, Polygram apresenta um duplo álbum intitulado A Arte e a Música de Carlos do Carmo que conheceria afinal duas edições diferentes, no mesmo ano. Uma vez mais, ambas as edições oferecem um trabalho de qualidade notável, sobressaindo a divisão temática nas designações conferidas a cada disco: um agrupamento de temas onde Carlos do Carmo canta Na Trova (Por Morrer uma Andorinha, Bairro Alto, Canoas do Tejo, Gaivota, Vim para o Fado) Na Aurora (Um Homem na Cidade, Fado do Campo Grande, Fado Ultramar, Balada para uma Velhinha, Lisboa Menina e Moça), Em Viagem (Chanson d’Antan, Have Smile on Your Face), Pequeña Serenta Diurna, La Valse a Mille Temps, I Have Got You Under My Skin) e No Sonho (Estrela da Tarde, Os Lobos e Ninguém, Menino d’Oiro, No Teu Poema, Retalhos).

Ainda em 1982, recebe os troféus Oh Lisboa! Os Dez Mais e Nova Gente na categoria Fado.

“Do Sul ao Norte, Trovador que canta Província a Província, Carlos do Carmo conta, lírico e lúcido, o País que somos.” Com estas palavras de Manuel da Fonseca se apresenta Um Homem no País, edição da Philips, Polygram de 1984. Com repertórios da autoria de José Carlos Ary dos Santos, estes 13 fados descrevem o País, através dos temas Fado Excursionista (José Afonso), Fado das Amendoeiras (Fernando Tordo), Fado da Madeira (José Luís Tinoco), Fado da Serra (Joaquim Luís Gomes), Fado Lezíria (ToZé Brito), Fado Transmontano (Carlos Paulo) Fado Moliceiro (Carlos Paredes) Fado Manguela (José Mário Branco) Fado dos Açores (Carlos Alberto Moniz) Fado do Trigo (António Vitorino de Almeida) Fado do Minho (Mário Moniz Pereira) Fado Burrico (Paulo de Carvalho) Fado Ultramar (Ivan Lins). José Mário Branco dirigiu a produção e direcção musical.

Um Homem no País viria ainda marcar a história da discografia nacional por se tratar do primeiro Compact Disc editado de um artista português.

O triunfo de Carlos do Carmo, em 1982, no palco da Alte Oper de Frankfurt testemunhava a afirmação, ao mais alto nível, nos circuitos da vida musical europeia. Numa edição de 1983, a Philips, Polygram dava a conhecer a gravação deste espectáculo único, testemunho irrefutável da consagração internacional. Carlos do Carmo brindava o público com Canoas do Tejo, Gaivota, Mouraria, Menor, Dois Tons, Bairro Alto, Duas Lágrimas de Orvalho, O Homem das Castanhas, Os Putos, Fado dos Açores, Fado Lezíria, Fado Transmontano, Fado Manguela, Fado Ultramar e Lisboa Menina e Moça.

Em 21 de Janeiro de 1983 Carlos do Carmo volta a pisar os palcos da Alte Oper de Frankfurt, com Carlos Paredes, e a 23 de Janeiro actua em Hamburgo, no Markthalle, numa iniciativa organizada pelo TFM de Frankfurt. Aos palcos da Alte Oper de Frankfurt voltaria logo no ano seguinte, a 23 de Abril.

No final do ano, a 18 de Novembro, em Lisboa, no Cinema Monumental, Carlos do Carmo apresenta Um Homem no País.

Pelo segundo ano consecutivo, receberia o troféu Nova Gente , na categoria de Fado, testemunho do seu sucesso no território nacional.

Em 1984 actua na Holanda, a 4 de Março, na cidade de Hilversum, para a Rádio Vasa.

Em Abril encontra-se em França, onde actua, a 13 de Abril, na Villa de la Verriere. A 16 de Dezembro de 1984 actua no Palais de La Mutualité, em Paris, no âmbito do Festival dedicado A La Decouverte du Monde Latin. Finalmente, o último dia do ano seria passado no Algarve, no espectáculo de reveillon no Hotel Montechoro.

Ainda em 1984 e pela terceira vez, recebe o Prémio da Casa de Imprensa.

Uma edição de 1985, pela etiqueta americana Henda, intitulada Carlos do Carmo, A Touch of Class compilava os temas, a partir da cedência de direitos pela Polygram e pela Trova, Fado do Excursionista, Por Morrer uma Andorinha, Não se Morre de Saudade, Balada para uma Velhinha, Fado dos Açores, Have a Smile on Your Face, Estrela da Tarde, Chanson d’Antan, Os Lobos e Ninguém e No Teu Poema. A mesma etiqueta publicaria ainda, fenómeno aliás sintomático da popularidade do artista nos Estados Unidos, Os Clássicos de Carlos do Carmo e, em vídeo, Fado com Carlos do Carmo.

Ainda em 1985, a 14 de Outubro, actua com Teresa Silva Carvalho no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, num concerto dedicado aos Fados e Canções de Lisboa.

A 31 de Janeiro de 1986, Carlos do Carmo participa no concerto de homenagem a Jacques Brel - um dos seus ídolos de sempre - no Instituto Franco-Português. Este espectáculo integraria ainda as actuações de Janita Salomé, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Teresa Silva Carvalho, Vitorino, contando ainda com a participação especial de Juliette Gréco.

Carlos do Carmo, Mais do que Amor é Amar, editado pela Polygram em 1986, constitui um álbum igualmente marcante no percurso do artista e na história do Fado, pela adaptação, a um conjunto de fados clássicos, dos textos de dez grandes poetas portugueses, de Bocage e Garrett ao poeta popular Frederico de Brito e a José Saramago. Assim se incluem, no mesmo LP, temas como Aprendamos o Rito (José Saramago/Miguel Ramos), Menor-menor (Ary dos Santos/Maria Teresa de Noronha), À Memória de Anarda (Bocage/Alfredo Duarte) Elegia do Amor (Teixeira de Pascoaes/Alfredo Duarte) Não és Tu (Almeida Garrett/Alfredo Duarte) Por Morrer uma Andorinha (Frederico de Brito/Fado Menor), Quadras ao Gosto Popular (Fernando Pessoa/Popular), A Maria (Antero de Quental/José Marques) Aquela praia ignorada (Pedro Homem de Mello/Frederico de Brito) Carta a Ângela (Carlos Oliveira/Miguel Ramos).

As guitarras de Raul Nery e António Chainho, a viola de José Maria Nóbrega e a viola-baixo de Pedro Nóbrega acompanham Carlos do Carmo, nesta homenagem à Poesia.

No ano de 1988, a celebração de 25 anos de carreira acontece pelos Estados Unidos, Brasil e Europa.

No mês de Janeiro e inícios de Fevereiro de 1988, Carlos do Carmo realiza uma digressão nos Estados Unidos da América, a propósito da celebração dos seus 25 anos de carreira e através da qual actuaria numa série de salas de espectáculos, alguns destes organizados pelo Portuguese American Centre of New York.

Em Fevereiro, já em França, integraria a programação do Festival les Mediterranéenes, no Teatro L’European, onde actua nos dias 17, 18, 19, 20 e 21 de Fevereiro. A seu lado actuam Argentina Santos, Camané, Carlos Zel e Jorge Fernando.

Em 6 de Março de 1988, encontramo-lo na Bélgica, onde actua no Centre Culturel d’Ans, num espectáculo intitulado De Portugal Avec Amour.

Em 12 de Março encontra-se em Zurique, onde actua na sala Kaufleuten, acompanhado por António Chaínho e José Maria Nóbrega.

A 25 e 26 de Março actuaria já na Dinamarca, em duas prestigiadas salas de espectáculo, o Musikhuset Aarhus e a Koncertsalen do Skt. Annae Gymnasium . Em 25 e 26 de Abril de 1988, Carlos do Carmo, actuava no Canecão, Rio de Janeiro, para uma plateia que com ele celebrava 25 anos de carreira no país irmão. Mar Português (Fernando Pessoa/André Luís Oliveira), Bairro Alto (L. Neves/Carvalhinho) O Homem das Castanhas (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho) O Cacilheiro (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho) Canoas do Tejo (Frederico de Brito), Pedra Filosofal (António Gedeão/Manuel Freire), Brasileirinho/Variação (Waldir Azevedo /António Chaínho) Mestre Fado (Fernando Tordo) Um Homem na Cidade (Ary dos Santos/José Luís Tinoco) Menino d’Oiro (José Afonso) Gracias a la Vida (Violeta Parra) Lisboa Menina e Moça (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho) integraram a gravação do LP pela Portugal Musical – Rio de Janeiro. António Chaínho e José Maria Nóbrega acompanharam, uma vez mais, esta Voz Maior do Fado.

Para além do Canecão do Rio, Carlos do Carmo actuaria igualmente no Memorial da América Latina, em S. Paulo, onde seria justamente apresentado como “o pioneiro da renovação estética do fado português”.

No programa pode ler-se, a título de curiosidade, que “na ocasião do lançamento de “Live at Olympia” no Brasil, em 1983, o disco surgiu com uma tarja preta da censura federal proibindo a radiodifusão e execução pública do fado “Os Putos””.

Outro programa, desta feita para o dia 10 de Abril de 1988 em Lagoa, no Brasil, apresenta Carlos do Carmo como “a maior atracção da Europa”.

No Brasil, Carlos do Carmo actuaria nos principais programas de televisão ao lado de Elis Regina, Roberto Carlos e Marysa Matarazzo entre outros, actuando nas melhores salas de espectáculo como convidado especial de Chico Buarque, Milton Nascimento, Dorival Caymi, Ivan Lins, entre outros nomes grandes da música popular brasileira.

Novamente em Frankfurt, ali celebraria ainda as suas bodas de prata artísticas, num espectáculo organizado pela TFM.

Carlos do Carmo, Em Concerto, é o nome de uma compilação da Polygram de 1987, a partir das gravações efectuadas no Olympia e no Alte Opera de Frankfurt.

A 30 de Outubro de 1988, Carlos do Carmo actua no Salão de Congressos da Câmara Municipal de Nanterre, no âmbito de um ciclo designado Quatre-Jours d’Amitié Franco-Portugaise.

A 17 de Dezembro de 1988 preside ao Júri do III Concours de Fado de Paris, no Palace de la Mutualite e, a 18 de Dezembro, em Boulogne, actuaria no Le Jardin du Portugal.

A 4 de Fevereiro de 1989 actua novamente em New York a pedido do Portuguese American Center Inc.

A 7 de Abril de 1989 Carlos do Carmo voltaria a actuar na Dinamarca, no Portugisiske Klub og Det Portugisiske Faelleskab.

De regresso a Portugal Carlos do Carmo actuaria , a 24 de Abril, no Jardim das Canas em Évora, no âmbito das comemorações do XV Aniversário do 25 de Abril. A 9 de Junho actua também no Alentejo, desta feita em Arraiolos, no âmbito das Festas Municipais.

Ainda em Junho de 1989, Carlos do Carmo integra o ciclo Portugal: A Raíz e o Tempo, numa digressão pela Holanda, actuando nas salas Lantaarn de Roterdão, no Teatro Korzo de Haia e no Paradiso em Amsterdão, numa iniciativa organizada pelo “Círculo de Cultura Portuguesa na Holanda/Etnia”. Integraram também este ciclo os artistas António Pinho Vargas e José Mário Branco.

A 29 de Outubro actua em Furth na Alemanha, no Stadttheater.

A associação Finlândia-Portugal levá-lo-ia de regresso à Finlândia para mais um conjunto de espectáculos naquele país, na cidade de Helsínquia, no Teatro Savoy.

A partir da década de 80, as gravações discográficas tornar-se-iam mais espaçadas, como explicaria o próprio Carlos do Carmo. “A partir da década de 80 fui perdendo algum entusiasmo para gravar porque a linguagem das gravadoras alterou-se. Percebi que o mundo do negócio tinha entrado para flagelar tudo e todos e lembrei-me de um conselho que me foi dado há muitos anos. Quando eu comecei a gravar, houve um sujeito que era na época director de repertório da Valentim de Carvalho, chamado Afonso Pozal Domingues, que morreu jovem, mas sabia muito. Foi ele que lançou os Beatles em Portugal. Quando eu entrei para a gravadora sentiu em mim qualquer coisa, não sei explicar. Sentiu necessidade de me explicar isto: “um artista para uma gravadora é uma laranja que se espreme até aos caroços. Não se deixe espremer.” Nunca mais me esqueci. Até hoje, nunca deixei isso acontecer...”

Anos 90 Em 1990, Carlos do Carmo, Que se Fez Homem de Cantar, ainda pela Polygram, integrava, em formato LP, os temas Teu Nome Lisboa (Manuela de Freitas/José Mário Branco), Sonata de Outono (Ary dos Santos/Fernando Tordo) Zé do Bote (João Dias/Mário Moniz Pereira) Mestre Fado (Fernando Tordo) Olhos Garotos (Linhares Barbosa/Jaime Santos) Alfabeto Fadista (Torre da Guia/Paulo de Carvalho) Cumplicidade (Ivan Lins) Pôr do Sol (Manuel Rui/André Mingas) Velho Cantor (Sérgio Godinho) Mar Português (Fernando Pessoa/André Luís Oliveira).

A 28 de Setembro de 1990 Carlos do Carmo actua novamente em França, na Ville de Sarlat, Centre Culturel et dês Congrès, num espectáculo onde é justamente anunciado como “le plus grand chanteur du Fado du Portugal”.

No mesmo ano sofre um acidente em palco, em Bordéus durante o espectáculo, no qual caiu para a primeira fila da plateia, de uma altura equivalente a um primeiro andar. Os jornais nacionais e também os franceses fizeram eco imediato da notícia: Carlos do Carmo estava hospitalizado em Bordéus. O que o público ignorava, porém, era a gravidade do acidente, que se traduziu na fractura de cinco costelas, perfuração da pleura e pulmão esquerdo, para além de seriamente afectados o pâncreas, o rim esquerdo e o baço. “Recuperado, cheio de energia, o Rio de Janeiro foi o local eleito para o regresso.. Em Portugal, foi no Casino do Estoril que se deu o regresso de Carlos do Carmo ao palco. Experiência que o artista diz ter representado um grande desafio ...- Na segunda noite, o silêncio era de cortar à faca. Passados os minutos iniciais, percebi que éramos mil e um fadistas. Eu no palco e mil sentados na sala...”

A 21 e 22 de Março o regresso aos palcos acontece no Casino do Estoril, num espectáculo intitulado Vim Para o Fado e Fiquei.

Em Junho de 1991 encontramo-lo em Estrasburgo, onde realiza um pequeno recital a pedido da FNAC, no dia 12.

A 9 de Outubro de 1991 Carlos do Carmo volta ao Alte Oper de Frankfurt num espectáculo com Erika Pluhar, onde é acompanhado por António Vitorino de Almeida (piano), António Chaínho (guitarra portuguesa), José Maria Nóbrega (viola) e Carlos Bica (Contrabaixo)

A 20 de Dezembro de 1991 actua no Cine-Teatro S. João no Entroncamento, no âmbito do 14º Festival da Canção. A 27 de Abril actua na Alemanha no âmbito do Internationale Maifestspiele Wiesbaden, com Maria da Fé e, a 13 de Outubro actua no Lido Theater.

A 19 de Junho de 1992 no âmbito das Festas Sebastianas’92 Carlos do Carmo actua em Freamunde, para uma plateia muito numerosa que o escuta atentamente. Seguir-se-ia um espectáculo em Évora, no âmbito da Feira de S. João, no dia 24 de Junho.

A 11 de Julho de 1992 Carlos do Carmo actua numa colectividade, SFUPA, acompanhado à guitarra por Arménio de Melo e à viola por José Maria Nóbrega. As colectividades, aliás, foram locais onde nunca deixou de cantar, testemunho da sua abnegação e generosidade.

No início do mês de Agosto actua em Sevilha, integrando a programação cultural da Exposição Universal de Sevilha 92, num espectáculo que decorreu no Consulado de Portugal.

De 14 a 20 de Agosto actua no Teatro Municipal S. Luiz, apresentando Um Homem na Cidade.

Ainda em 1992, no âmbito de uma curta digressão pela Holanda, actuaria nos Casinos de Amsterdão, Scheveningen e Tilburg, esgotando a lotação destas salas.

Em Outubro, em Coimbra, no âmbito do Festival José Afonso, Carlos do Carmo apresenta-se em espectáculo no Teatro Gil Vicente.

A 18 de Novembro de 1992 Carlos do Carmo actua no Palace em S. Paulo para uma plateia repleta, num espectáculo promovido pela Casa de Portugal que teve o apoio do “Consulado Geral de Portugal de S. Paulo”, do “Centro de Turismo de Portugal” e do “Conselho da Comunidade de S. Paulo”.

No mês de Novembro, no Brasil, diversos programas da TV Globo incluirão Carlos do Carmo, como SPJ a 14, Hooperman a 15, Bom Dia Brasil a 16, Filme das 23 horas, no dia 17 e Bom Dia Praça, a 18. Também a TV Bandeirantes, no Jornal da Noite, dará nota da sua actuação no Palace, na véspera do espectáculo.

O mesmo ano vê sair, numa reedição da Playa Sound, o álbum “Um Homem na Cidade” editado em 1977.

A 3 de Julho de 1993, Carlos do Carmo actua em Segóvia, no Âmbito dos X Encuentros “Agapito Marazuela”. No programa, ei-lo apresentado: “Nada define mejor la perfecta conjunción de poesia y música. Ninguna otra canción releja mejor los sentimentos de la gente sencilla.. Pero también es indispensable que el cantante sepa expresar y transmitir esa profundidad. Y ya desde hace anos, nadie lo hace mejor que Carlos do Carmo. Gran músico, pero además: estudioso, en profundidad, de estilos y variantes; analista de los cantantes; meticuloso en las formas; exquisito y elegante en la expresión; acertado en sus acompañantes; dominador en la escena; en definitiva un gran señor...”

Ainda em 1993, pela Playa Sound é editado Um Parfum de Fado, reunindo as faixas do disco “Dez Fados Vividos” editado em formato longplaying em 1978, ao tema “Os Putos”.

Já em Portugal, no mês de Setembro, actua em Vendas Novas no âmbito das Festas do Concelho.

O mesmo ano vê sair a Colecção “O Melhor de Carlos do Carmo”, pelas

Selecções do Reader’s Digest, para comemorar os 30 anos de carreira. Nesta colecção Carlos do Carmo apresenta cada disco, através de um breve testemunho. Sobre “Dez Fados Vividos”: “O que encontro de mais belo nestes fados é ouvi-los serem cantados por velhos e novos, em qualquer lugar, confirmando essa força que é a tradição oral”. A respeito de Um Homem na Cidade a referência ao poeta Ary dos Santos, seu amigo de sempre: “ Os momentos vividos na construção deste disco, a amizade entre os que nele participaram e o modo como tratámos a nossa cidade, justificam plenamente a carreira que escolhi, mesmo que nada mais o tivesse feito...”

A propósito do disco Que se Fez Homem de Cantar diria: “Um dia, à conversa com o Manuel da Fonseca, ele exigia-me que eu escrevesse sobre o Fado, sobre a Bica, bairro onde vivi até me casar; sobre o Bairro Alto onde ganhei a mundividência do Fado, porque teria certamente histórias interessantes para contar...”

A respeito de Um Homem no País, diria Carlos do Carmo: “Sem deixar de pôr a nu as mágoas sentidas de cada região, fica sempre também a vontade firme de a ver melhorar por força da vontade do homem. Para a história da nossa discografia ficará como o primeiro CD editado e produzido em Portugal”.

Sobre Mais do Que Amor É Amar Carlos do Carmo afirma “Ligar os clássicos do fado às poesias imortais, na sublime vontade de unir cabeça, voz e coração numa simples palavra eterna – Amor!”; Finalmente, a propósito de Uma Canção para a Europa pode lêr-se: “Foi mais um privilégio de carreira cantar a Estrela da Tarde, No Teu Poema, O Novo Fado Alegre, a Flor do Verde Pinho, Os Lobos e Ninguém, e ter ainda de bónus a Lisboa Menina e Moça”

Em Janeiro de 1994 Carlos do Carmo actuava em S. Miguel no Teatro Micaelense para um “público feliz pelo privilégio da sua presença... No final estrondosos aplausos tributados de pé e a certeza de que Carlos do Carmo voltará à Ilha..”

Em Fevereiro de 1994, Carlos do Carmo actua num espectáculo que decorreu no Teatro Municipal de Luxemburgo.

No mesmo mês, a 20 de Fevereiro, uma Gala em Montreal no Place des Arts, Salle Willfried-Pelletier, apresenta Carlos do Carmo como única atracção.

A 10 de Março de 1994, na Grande Gala dos Prémios Casa de Imprensa para o ano de 1993, Carlos do Carmo recebe o Troféu representativo da melhor Voz do ano.

A 24 de Abril de 1994, Carlos do Carmo actua em Santiago do Cacém, no âmbito das comemorações do 25 de Abril. A 30 de Julho regressaria a Santiago para uma actuação no auditório da Praça do Bocage.

A 11 de Junho de 1994 encontra-se em Joannesburgo num Sarau Cultural promovido pela Embaixada de Portugal na África do Sul.

A 17 de Junho do mesmo ano é a grande atracção da Gala organizada pelo Caesar Park Penha Longa , fazendo-se acompanhar por Arménio de Melo, José Maria Nóbrega e José Elmiro.

No Verão de 1994 encontra-se em Genebra, onde actua ao lado de Carmen Linares num espectáculo que reuniu Fado e Flamenco, na Alhambra, a 17 de Agosto e que decorreu no âmbito do Festival de Geneve.

A 28 de Setembro, nos Estados Unidos, Carlos do Carmo actuaria no Ritz Carlton Hotel, em Chicago, num programa intitulado “An Evening in Portugal: A Celebration of Friendship, Possibilities and Opportunities”

A 30 de Abril de 1995, Carlos do Carmo participa na homenagem ao grande poeta e amigo José Carlos Ary dos Santos. O maestro Vitorino de Almeida e Fernando Tordo marcaram igualmente presença nesta festa que decorreu na colectividade do grupo A Voz do Operário, em Lisboa.

A 26 de Outubro desse ano desloca-se ao Brasil para mais uma actuação no Memorial de S. Paulo.

Em Novembro de 1995, participa no programa de televisão da RTP Noite de Reis, com António Vitorino de Almeida, Argentina Santos e Gil do Carmo, fazendo-se acompanhar de José Fontes Rocha, Ricardo Rocha (guitarra portuguesa), José Elmiro (viola), e José Maria Nóbrega (viola baixo). Em 1996 é editado o Compact Disc Margens, testemunhando a vontade continuada de experimentar novos caminhos, desta feita em parceria com o amigo José Luís Tinoco: “Sou amigo do José Luís Tinoco, há muitos anos.. A loucura emana em conjunto. E a grande cumplicidade cria-se através dessa grande loucura que está solta, porque há liberdade através da amizade. Não estamos a fazer aquela cerimónia que condiciona a criatividade.. Identifico-me e colo-me ao autor, o José Luís Tinoco, um homem de grande talento. E procurei fazer a ponte entre o seu sentir e o canto... Da minha discografia foi o que me esgotou mais fisicamente...Muitas pessoas dizem que tenho 56 anos e devia gravar um disco de fados tradicionais. Mas isso só acontecerá quando me apetecer. Estou permanentemente inquieto. Musicalmente está quase tudo em aberto. E poeticamente é um grande veículo para a língua portuguesa. É claro que arrisco. E, repito-me, não seria para mim tão saboroso um disco do Carlos Gardel se o Astor Piazzola não tivesse existido. Ele puxou para cima os contornos da tradição. Com o Fado isto é fundamental. É preciso que se soltem os nossos Piazollas. Não gosto do nosso bota-abaixismo. É preciso cultivar a auto-estima e compreender que a lingua portuguesa vale a pena.”

A propósito de Margens , com seis fados e seis canções, todos musicados por José Luís Tinoco que assinou também alguma das letras, Carlos do Carmo afirmaria ser um trabalho de autor, em que o papel daquele compositor foi marcante. As letras cantadas seriam maioritariamente da autoria de António Lobo Antunes - que se iniciava no Fado a convite de Carlos do Carmo - de Pedro Tamen e Dinis Machado. A cumplicidade de Tinoco e Lobo Antunes, reflectiam-se, assim, numa reforçada paixão de Carlos do Carmo por Lisboa, numa maturidade interpretativa que assim persistia em cantar português .

No mesmo ano, Carlos do Carmo realiza um grande concerto com Camané, na prestigiada sala Vredenburg Muziekcentrum de Utrecht, na Holanda.

No mesmo ano, Carlos do Carmo participaria igualmente no álbum Tempo de Pedro Abrunhosa. A este respeito afirmava ainda, para o mesmo jornal: “fez-me o convite para gravar uma canção dele para o seu disco, com um arranjo lindíssimo para o Opus Ensemble.. Quero agradecer-lhe publicamente e dizer o quanto gosto dele: um grande compositor e uma pessoa de bem..”

Em 1997, Carlos do Carmo actua em Pontevedra, no Teatro Principal, a 4 de Março, num ciclo dedicado às Músicas do Mundo.

Dias depois, apresentar-se-ia em Segovia na Iglesia de San Justo (8 de Março) integrando um ciclo de concertos intitulado Juglares en Segovia organizado pela Fundacion Don Juan de Borbon.

Ainda em Março de 1997, nos dias 21 e 22 apresenta-se no Algarve, para uma Gala no Hotel Algarve Casino.

No dia 24 de Abril, num espectáculo promovido pela Câmara Municipal de Cascais, Carlos do Carmo apresenta-se em espectáculo no âmbito das comemorações do 23º aniversário do 25 de Abril de 1997.

A 7 de Junho de 1997, com Ivan Lins, o Irmão brasileiro, integra um espectáculo transmitido em directo de S. Paulo, com transmissão pela RTP Internacional, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas.

A 21 de Junho, na Embaixada de França, Carlos do Carmo apresenta-se em espectáculo com Maria Ana Bobone, integrando o programa da Fête de La Musique. Em Setembro de 1997 uma Gala de Fado no Casino de Montegordo teria Carlos do Carmo como a principal atracção.

A 5 de Outubro de 1997 inicia a série de 26 programas transmitida pela RTP Internacional e pela RTP África intitulada Carlos do Carmo a convite daquela estação televisiva, no ano em que comemorou os 35 anos de carreira.

A 27 de Outubro de 1997 Carlos do Carmo actua novamente no Canecão, no Rio de Janeiro, ao lado de Ivan Lins, para uma plateia esgotadíssima que, uma vez mais, o recebeu entusiasticamente.

A 3 de Novembro de 1997, num espectáculo também com a presença de Ivan Lins, Carlos do Carmo actua em Curitiba, Brasil, no Theatro São Pedro, no âmbito do Vinho do Porto Festival. Numa entrevista a um diário brasileiro pode ler-se “Desde 1972 que Carlos do Carmo vem ao Brasil e já recebeu inclusivamente o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro. Diz-nos Carlos do Carmo – Cresci ouvindo Luiz Gonzaga, Dorival Caymi, Nora Ney e Sílvio Caldas. Elis é a maior cantora brasileira”

O ano de 1997 foi ainda marcado pela emblemática atribuição, por Sua Excelência o Presidente da República, do grau de “Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, concedendo-lhe as honras e o direito ao uso das insígnias que lhe correspondem, dado na Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas em 4 de Setembro de 1997.”

A 19 de Fevereiro de 1998, a Universidade de Lisboa apresentava uma noite de Fado com Carlos do Carmo e João Braga.

É comissário da programação do palco de Fado na Exposição Mundial de Lisboa – Expo 98. Durante quatro meses, pela mão de Carlos do Carmo, por aquele palco passaram dezenas de intérpretes e instrumentistas.

Em Espanha, no mês de Abril, realiza uma digressão por algumas cidades espanholas, e na qual visitará Coruña (Palácio dos Congressos, dia 17), Murcia (Teatro Romea, dia 22), Madrid (Centro Cultural de la Villa, a 24) e Valladolid ( Sala Angibú, a 2 de Maio).

A 9 e 10 de Maio, encontra-se novamente em França, para realizar, defronte a uma plateia sempre repleta, duas galas no Olympia de Paris, intituladas Carlos do Carmo, Prestige du Fado.

Ainda durante o ano de 1998 foi consultor da Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa, impulsionando muitíssimo a criação de um espaço que correspondia a um seu sonho antigo.

A 9 de Julho de 1998, de regresso a Portugal realiza o espectáculo No Tejo me Confesso, no Mosteiro dos Jerónimos, no âmbito do 8º Festival de Música dos Capuchos.

A 20 de Julho de 1998 Carlos do Carmo recebia “Por su Brillante Trayectoria Profesional y Humana”, um troféu da Federación Iberolatinoamericana de Artistas Intérpretes e Ejécutantes.

A 8 de Agosto de 1998 actua nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no âmbito das Festas da Batalha.

No mesmo mês, no dia 22, encontra-se em Tudela, no Teatro Gertambide, onde promove o espectáculo de encerramento do ciclo Sonidos del Mundo integrado no Festival de Navarra.

Durante 1998 prosseguiram as transmissões televisivas do programa Carlos do Carmo que teve início a 5 de Outubro do ano anterior e se prolongaria por mais de 30 emissões. Assumindo deliberadamente um tom intimista, o directo da emissão televisiva levou ao contacto com as diferentes comunidades de portugueses nos mais diversos países, numa manifestação de “portugalidade” no sentido mais positivo do termo. De Outubro de 1997 a Fevereiro de 1998, Carlos do Carmo tinha já realizado programas em directo do Rio de Janeiro (em casa de Ivan Lins), em Buenos Aires (uma emissão sobre o fado e o tango, com a presença da viúva de Astor Piazzolla e do melhor cantor argentino de tango da actualidade, Raul Lavié) em Caracas (no Centro Português com a participação de nomes famosos da música venezuelana) e em Lanzarote nas Canárias (em casa de José Saramago, com uma mensagem gravada do Presidente Jorge Sampaio e a presença dos cantores espanhóis Luís Pastor Pedro Guerra e de Manuel Freire).

Pelos programas feitos a partir de Lisboa, no estúdio 4 do Lumiar, passaram personalidades e artistas como Moniz Pereira e Rosa Mota (tema: portugueses de sucesso no desporto), Vasco da Graça Moura, Maria da Fé e Rui Barros (programa dedicado à cidade do Porto), José Hermano Saraiva, Isabel Silvestre e Bonecos de Santo Aleixo ( história e património cultural), Janita Salomé, Maria Valejo e José Quitério (Alentejo e gastronomia) Carlos Cruz, Júlio Isidro e Dulce Pontes (apresentadores de televisão e descoberta de novos talentos). As fadistas Argentina Santos , Margarida Bessa, Maria Armanda e Maria da Graça (fado no feminino, homenageando Amália Rodrigues, Lucília do Carmo e Hermínia Silva), os fadistas João Braga, Camané e António Rocha (fado no masculino, com a recordação de Alfredo Marceneiro, Manuel de Almeida e Carlos Ramos) também passaram pelo programa assinalando momentos inesquecíveis.

Num outro programa dedicado ao Teatro Rui de Carvalho e Maria do Céu Guerra interpretaram excertos do Auto da Barca do Inferno e de Maria Parda; Raul Solnado e Helena Isabel contaram histórias das suas carreiras e, no final, cantaram os quatro uma inesquecível desgarrada... Com efeito, apesar de preparado com todo o rigor e profissionalismo – uma das características a que Carlos do Carmo, sem cedências habituou o seu público – tinha também algo de improviso genuíno, decorrente do ambiente criado e da inspiração do momento. Com efeito, a improvisação aconteceria também nos programas em que foram convidados Paulo de Carvalho e Fernando Tordo, ou ainda num momento emocionante de evocação de Ary dos Santos. No dia 12 de Abril, António Victorino de Almeida e Jorge Sampaio foram os convidados de mais uma emissão deste “programa de afectos” nas palavras do próprio Carlos do Carmo.

No final do ano de 1998, Carlos do Carmo realiza um duplo concerto de comemoração dos 35 Anos de Carreira no grande auditório do Centro Cultural de Belém, nos dias 10 e 11 de Dezembro.

Ainda em 1998, recebia o Globo de Ouro de Excelência e Mérito Sic 98, numa homenagem, transmitida em directo, que distinguiu todo um percurso biográfico e artístico em prol da cultura portuguesa.

Em 1999, Carlos do Carmo encontrar-se-ia novamente em Paris, desta feita no Salon Musicora, integrando o ciclo de concertos Jazzmuch, na temporada 1998/1999.

No dia 3 de Março, no Teatro Principal de Compostela, concelho de Santiago, um espectáculo de Carlos do Carmo reúne novamente o artista ao seu público espanhol. A este respeito noticia a imprensa “Com sus cinquenta e tantos anos imos reencontrarnos cun grande señor da escena, elegante, sobrio e sabio, moi sabio e coñecer e se expresar..”

No mesmo ano é o coordenador da maior colecção jamais publicada sobre Fado, Um Século de Fado, através da editora Ediclube, uma antologia que viria a reunir 7 volumes, uma colecção de CD’s e de Vídeos, com o que de melhor se fez no Fado em Portugal.

A 10 de Setembro de 1999 é o convidado da Gala promovida pela Casa da Ribeira, em Marco de Canavezes, uma iniciativa promovida por Espírito do Douro 99. A 3 de Novembro, na Aula Magna de Lisboa realiza o espectáculo “Lisboa como te Quero”, na abertura do Ano Académico 1999/2000 pela Universidade de Lisboa.

Em Dezembro, a Casa de Portugal do Rio de Janeiro, Brasil, convida Carlos do Carmo para o espectáculo de apresentação dos Sucessos de 35 Anos de Carreira.

Anos 2000 Em Fevereiro de 2000, Carlos do Carmo é o convidado de honra de uma conferência intitulada Falando de Fado, no Centro de Cultura da DGCI.

Em Março do mesmo ano, testemunho da sua efectiva solidariedade, do seu apego às boas causas, realizaria um espectáculo cujas receitas reverteriam a favor da recuperação do imóvel arquitectónico de “A Voz do Operário”. As gentes de Lisboa, dos bairros históricos da cidade, ali acorreram em massa para ouvir a Voz que se consagrou aos grandes palcos do mundo inteiro.

Ainda durante o ano 2000, colabora em várias acções promocionais da colecção Um Século de Fado, editada pela Ediclube.

Em Outubro de 2000, Carlos do Carmo realiza um duplo concerto de comemoração dos 35 Anos de Carreira no grande auditório do Centro Cultural de Belém. No Diário de Notícias de 12 de Dezembro, podia ler-se: “ O público deixou-se ir na cumplicidade com o cantor, entoando refrões (...) e aplaudiu muito, muitas vezes durante as duas horas do espectáculo, ao ponto de Carlos do Carmo se queixar de tanto mimo (...) Mas a vida de Carlos do Carmo é de uma total simplicidade: ele canta e o público aplaude...”

2001 Em 2001, o regresso ao palco acontece no dia 14 de Setembro, no salão Preto e Prata do Casino Estoril, perante uma casa cheia, saudosa da Voz da cidade que o escuta emocionada.

Ainda durante o ano de 2001 recebe, pela Sociedade Portuguesa de Autores, o prémio Consagração de Carreira.

Em Novembro, Carlos do Carmo encerraria as conferências do I Colóquio Internacional de Fado organizado pela Câmara Municipal de Lisboa através da Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa, um espaço museológico que sempre acarinhou. A mesa redonda que fechou o ciclo de conferências, foi integrada por investigadores como Prof. Rui Vieira Nery, José Ramos Tinhorão, Miguel Angel Vera e Amina Alaoui, num debate superiormente dirigido por Carlos do Carmo.

2002 Em 9 de Fevereiro de 2002 actuou no Teatro Camões, no âmbito do III Festival das Músicas e dos Portos.

Ainda em 2002 , com etiqueta Universal, Carlos do Carmo oferece ao seu público Nove Fados e Uma Canção de Amor, o seu mais recente trabalho. Invariavelmente, também este disco lhe valeria um prémio, desta feita o Globo de Ouro da estação televisiva Sic, premiando o melhor disco do ano.

Sinopse Cronológica Tópicos

Filho de Lucília do Carmo e Alfredo Almeida, Carlos Alberto do Carmo Almeida nasce em 23 de Dezembro de 1939, em Lisboa. Na Guitarra de Portugal de 28 de Dezembro de 1939 , pode ler-se: “Na Maternidade Magalhães Coutinho, onde se encontra há perto de mês e meio, deu à luz um lindo menino a aplaudida cantadeira Lucília do Carmo. O pequenino já recebeu o baptismo e foi-lhe dado o nome de Carlos Alberto. Apadrinharam o acto, a distinta cantadeira Maria Emília Ferreira e seu esposo, sr. Francisco Serra. Á Lucília e ao nosso amigo Alfredo de Almeida os nossos parabéns pelo gracioso rebento”.

A partir de 1946 frequentaria a escola primária na rua do Poço dos Negros, da qual viria a guardar uma feliz recordação da professora Olímpia, que, percebendo o empenho de Carlos nos estudos, o incentivaria a concluir a 3ª e a 4ª classes e a admissão ao liceu num só ano.

Em 1947 Alfredo de Almeida e Lucília do Carmo fundavam a Adega da Lucília, no Bairro Alto, uma das mais emblemáticas casas de Fado da cidade, hoje O Faia.

Com nove anos de idade ingressava no Liceu Passos Manuel, onde foi aluno de Joel Serrão, José Hermano Saraiva, Fonseca Júnior, Santos Paiva, Joana Roriz, entre outros.

Em 1955 ingressa no Institut auf dem Rosenberg, na Suíça, onde se diploma em língua alemã, inglesa, francesa, italiana e espanhola.

Em 1958, uma vez que não tinha ainda idade para ingressar no Curso de Hotelaria, realiza um estágio como praticante de comissário, a bordo do “Vera Cruz”, do “Pátria” e do “Infante”, onde viajou pelo mundo. Com o estágio cumprido partia então para Genebra, ingressando no Curso Superior de Hotelaria. Mais tarde, formar-se-ia ainda em Contabilidade e Gestão. Aquando da morte de seu pai, em 1962, passa a gerir O Faia, tarefa que cumpriria até 31 de Dezembro de 1979. Nesse ano, Lucília do Carmo resolvia deixar de cantar e, cumprida que estava a missão de Carlos, teria início a sua carreira artística, fora da casa de fados. Em 1963 a editora Alvorada edita Mário Simões e o seu Quarteto apresentando Carlos do Carmo num EP que integra os temas Loucura (Júlio de Sousa), Cinderela (P. Anka/Mário Simões) Só Dor (Mário Simões) e Twist Desconjuntado (Mário Simões). Em 1964 é editado o EP Carlos do Carmo com Orquestra de Joaquim Luiz Gomes que integrava os temas Loucura (Júlio de Sousa) Estranha Forma de Vida (A. Duarte Marceneiro/V. Silva) Lisboa Casta Princesa (Raul Ferrão) e Viela (A. Duarte Marceneiro/Guilherme P. da Rosa). A 13 de Dezembro de 1964 Carlos do Carmo desposa Maria Judite Leal, numa cerimónia onde estiveram presentes, entre outros, Cliff Richard, Joaquim Luís Gomes, Maria Helena, Fialho Gouveia, Fernando Peres, Matos Maia, Vítor Santos, Bártolo Valença, Pargana, Manuel Passos, Luís Campos, Alfredo Marceneiro, Maria Pereira, Maria do Rosário, Dinorah Cármen, Loubet Bravo.

A 15 de Outubro de 1965, nasce a filha, Maria Lucília do Carmo – Cila.

É editado o disco Mais Fados por Carlos do Carmo com os temas O Resto da Minha Esperança (Raul Pinto/Fernando Peres), O Trem Desmantelado (Fernando de Freitas/Carlos Conde), A Rua do Silêncio (Alfredo Duarte/A. Sousa de Freitas) e Romance das Horas Paradas (João Maria dos Anjos/Fernando Peres);

A Decca edita Fados do Meu Coração - Carlos do Carmo com a Orquestra de Joaquim Luís Gomes incluindo temas como Rainha Santa (Fado Victoria), Fica Comigo Saudade (Fado dos Sonhos) e O Fado (Fado Zé Negro).

Também pela Decca é editado Fado Razão da Minha Vida - Carlos do Carmo e a Guitarra de Jaime Santos, incluindo os temas Agora Choro à Vontade, Quadras Dispersas, Saudade Mal do Fado e As Três Normas;

Em 1967 a Philips edita Carlos do Carmo, com temas como A Rua do Desencanto (Jaime Santos e Fernando Peres), Fica-te Mesmo a Matar (Jaime Santos) Quadras Soltas (Francisco Viana/Silva Tavares) Dá Tempo ao Tempo (António Campos e Joaquim Pimentel). O acompanhamento musical esteve a cargo de Jaime Santos e Ilídio dos Santos (guitarra portuguesa) Orlando Silva e José Maria Nóbrega (violas).

A propósito deste disco, recebe, ainda em 1967, o prémio da Casa de Imprensa para o melhor intérprete do ano.

A Philips edita Carlos do Carmo em Paris, a partir da gravação efectuada na capital francesa nos estúdios da Societè Phonographique Philips, por ocasião da apresentação de Carlos do Carmo no Teatro Alhambra desta cidade. Aqui se incluem os temas Há Festa na Mouraria (J. Marques/A. Amargo), Quadras de Amor (Mouraria/Silva Tavares), Um Dia (Casimiro Ramos/G.P. da Rosa) e Vestida de Madrugada (J. C. Júnior/F. Peres). O acompanhamento musical fazia-se aqui, na guitarra, pela mão de José Fontes Rocha e, na viola, por José Maria Nóbrega;

A 15 de Fevereiro de 1968, nasce o segundo filho, Alfredo do Carmo.

Em 1969 é editado o primeiro Longplaying, O Fado de Carlos do Carmo, pela editora Alvorada, incluindo os temas: Alvorada, O Resto da Minha Esperança, O Trem Desmantelado, A Rua do Silêncio, Romance das Horas Paradas, Sempre que Lisboa Canta, Velha Lisboa, Estranha Forma de Vida, Loucura, Lisboa Casta Princesa, Viela, Coimbra, Uma Casa Portuguesa.

Anos 70 Em 1970 Carlos do Carmo recebe, a propósito da edição do primeiro Longplaying o troféu Pozal Domingues, premiando o melhor disco do ano.

No dia 1 de Novembro de 1970, o jornal O Século noticiava a transmissão em directo pela RTP e pela TVE do Festival Estoril 70, destacando Carlos do Carmo e Luis Gardey, de entre um leque de artistas que incluía Amália Rodrigues, Duo Ouro Negro, Madalena Iglesias e Dolores Vargas. “Dotados de excelente voz são certamente as grandes revelações dos últimos anos no campo da música peninsular e os maiores casos de popularidade nos respectivos países. A presença de ambos no primeiro festival luso-espanhol, para além de lhes proporcionar uma grande oportunidade de ampliarem em Espanha e em Portugal o número dos que passam a ser seus admiradores, é um justíssimo prémio para o mérito e o talento de que têm dado brilhantes prova.”

O Fado em Duas Gerações, Carlos do Carmo e Lucília do Carmo seria o segundo Longplay de uma vasta carreira em que mãe e filho celebram temas como Fica Comigo Saudade, Maria Madalena, Agora Choro à Vontade, Rainha Santa, Não Gosto de Ti, As Três Normas, O Fado, Tia Dolores, Quadras Dispersas, Senhora da Saúde, Saudade Mal do Fado e A Cor da Mágoa.

Por Morrer Uma Andorinha, da editora Philips, tornar-se-ia um dos mais emblemáticos álbuns do início de carreira de Carlos do Carmo. No verso, pelas palavras do poeta Vasco Lima Couto, pode ler-se: “ Todos temos uma asa para voar no silêncio que nos aproxima. Por isso, buscámos, na guitarra e na voz que a acompanha, uma razão distante para nos encontrarmos. E quando essa voz metaliza os sentimentos e envolve o momento que suaviza a angústia, aproximamo-nos do todo da nossa raça e cumprimos a distância dum mar que não acaba em nós, porque é de nós que parte. Penso isto, sempre que oiço o Carlos do Carmo cantar com aquela penetração, que faz do Fado, não a simples queixa que a noite respira, mas a autêntica visitação desse campo de aves – que são as palavras – a iluminar o regresso quando somos a memória do amor que não se encontra. Carlos do Carmo, sabe medir os poemas que canta e sabe – como poucos! Reinventá-los e, como poucos (na dor indisciplinada que nos prende ao coração das horas) ele dá, a cada um de nós, a presença dum homem que tenta – até à angústia, dizer-nos que, apesar de tudo… por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera!”

Temas como Por Morrer uma Andorinha, Há Festa na Mouraria, Um Dia, Fica-te Mesmo a Matar, Quadras Soltas, Júlia Florista, Padre Nosso, A Rua do Desencanto, Dá Tempo ao Tempo, Aquela Feia, Quadras de Amor, Vestida de Madrugada foram gravados em Paris, por ocasião da apresentação de Carlos do Carmo no Teatro Alhambra.

Numa posterior edição da Philips, em suporte de 45 rpm, intitulada Carlos do Carmo canta Fado, também com orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e acompanhamento musical de José Fontes Rocha, integravam-se os temas: Por Morrer uma Andorinha (Francisco Viana/João da Mata), Padre Nosso (João Alves Coelho, Wenceslau Pinto e Raul Portela/Avelino de Sousa), Júlia Florista (Leonel Vilar e Joaquim Pimentel/Joaquim Pimentel) e Aquela Feia (Júlio Proença/Frederico de Brito). Na contracapa, um texto do Maestro Jorge Costa Pinto, a título premonitório, anunciava: “A trajectória evolutiva que o Fado vem revelando atinge talvez, com este disco, o seu mais alto plano. A beleza das harmonias gravadas, a constituição da orquestra, o som da guitarra a preencher, magistralmente, as pausas, constituem o melhor fundo para a voz tão expressiva de Carlos do Carmo que atinge outra emotividade neste Fado orquestrado com classe superior, Fado que certamente não desiludirá os tradicionalistas e vai, com certeza, conquistar novos adeptos. O caminho para a verdadeira internacionalização do fado parece-nos aberto. O Tempo o confirmará..”

Ainda em 1970 Carlos do Carmo é o convidado da Agência Artística Internacional para actuar em Sá da Bandeira, em Angola.

O jornal Eco Ilustrado anunciava, paralelamente, a deslocação do artista “aos EUA e ao Canadá numa organização da Penco Record Company”.

Fado Lisboa, an evening at the Faia reúne novamente Carlos e Lucília do Carmo, celebrando temas como Sete Colinas, Quadras Soltas, Duvida, Madragoa, Dá Tempo ao Tempo, Fado em Dó, A Rua do Desencanto, Não voltes à minha porta, Corrido do mestre Zé, Fica-te mesmo a matar, Desgarrada com Carlos do Carmo e Noites no Faia, este último, instrumental. O mestre Jaime Santos na guitarra portuguesa, ficava com o acompanhamento musical a seu cargo.

Com arranjos e direcção de orquestra de Jorge Costa Pinto, o Longplaying Carlos do Carmo, editado pela Tecla em 1970 consagrava alguns dos êxitos do artista, tais como Gaivota, Bairro Alto, Vim para o Fado, Fado da Noite, Será Triste mas é Fado, Já me Deixou, A Saudade Aconteceu, Não se Morre de Saudade, Mãos Vazias, Guardei na Minha Saudade, A Voz que eu Tenho e Rodam as Quatro Estações. O acompanhamento musical esteve a cargo da primorosa guitarra de José Fontes Rocha, ladeado por Carvalhinho e António Chaínho e pelas violas de Raul Silva e José Maria Nóbrega, instrumentista que acompanhará Carlos do Carmo até à actualidade.

A propósito de uma actuação em televisão de Carlos do Carmo, a 8 de Março de 1970, o Diário de Lisboa , fazia publicar, como prenúncio de uma carreira construída pelo alto nível: “Com a actuação de Carlos do Carmo deu-nos a televisão uma das melhores rubricas de fados dos últimos tempos. Ou seja: deu-nos a possibilidade de verificar em que medida é que o fado é uma canção que vive da capacidade de recriação dos seus intérpretes, do instinto de arte que neles habita (...) Carlos do Carmo evoluiu no sentido de um maior equilíbrio. Ei-lo que entendeu (ei-lo quem terá sido o primeiro a entender) uma interpretação do fado através da televisão. Ao recusar o ambiente das casas típicas e píficas armadas no estúdio; ao abandonar a noção adoptada por certos fadistas segundo a qual só se canta bem o fado na presença de pessoas; ao abandonar o fado de estabelecimento, à base de garganta para dominar o ruído das conversas e dos talheres, em resumo: ao cantar para a câmara e não para as mesas, ou seja: ao cantar para as pessoas e não para os estômagos, Carlos do Carmo poderá ter dado à interpretação fadista a dimensão televisiva que lhe faltava”.

A 12 de Maio de 1970 era a vez do jornal A Capital noticiar: “Com Carlos do Carmo Curto-Circuito acabou em beleza (...) Aconteceu em Curto- Circuito, ainda desta vez, a coragem de correr riscos. E isto é verdade mesmo para lá do prazer pessoal que Carlos do Carmo terá experimentado dando-se ao luxo de violar diversas proibições de uma só vez. Significativo o êxito de Pedra Filosofal junto do público do Monumental... Mas à força da canção somou-se o prestígio de um intérprete de qualidade. O resultado foi uma entusiástica adesão do público. E ainda bem. O Curto-Circuito de ontem merecia acabar assim.”

Carlos do Carmo no Curto Circuito, editado pela Tecla, faria a justa referência a este momento televisivo incluindo as faixas Pedra Filosofal (A. Gedeão/Manuel Freire) , A Voz que eu Tenho (V.L.Couto/J.Proença), Menino d’Oiro (J.Afonso).

A 8 de Março de 1971 Carlos do Carmo actua no Dicca de Lourenço Marques, num espectáculo em que o público “aplaudiu até ao esgotamento, numa sala de lotação esgotada há 48 horas”

O Diário de Lisboa de 5 de Dezembro de 1971 anunciava: “O canal 13 acaba em Janeiro e em seu lugar será apresentado um “Show” semanal organizado por Carlos do Carmo, que incluirá atracções internacionais de prestígio, terá uma orquestra de vinte figuras e custará cerca de 120 contos por edição”.

Carlos do Carmo com a Orquestra de Jorge Costa Pinto é o título do álbum editado pela Tecla, em 1972, com arranjos e orquestrações partilhados por Jorge Costa Pinto, Dennis Farnon e Thilo Krasmann. Temas como Ferro Velho, Aurora Boleal, Canção de Madrugar, Soneto XIV, Dizer que Sim à Vida, Canoas do Tejo, Partir é Morrer um Pouco, O Fruto dá a Vida, Canção Grata, Não Digam ao Fado e Fado dos Sonhos integram este álbum, editado em 1972.

Ainda em 1972 Carlos do Carmo fez uma digressão por Angola, no mês de Agosto, cantando no Lobito, Benguela, Luanda, Sá da Bandeira onde a imprensa rapidamente testemunhava tratar-se “de um caso invulgar de popularidade em Angola”

O Show Carlos do Carmo 72 no qual o artista se fazia acompanhar por António Chaínho (guitarra), José Maria Nóbrega (viola) e que integrava ainda a actuação do quarteto Thilo Krasman, era assim descrito na imprensa: “Carlos traz, desta forma, para a ribalta uma nova perspectiva da sua personalidade, revelando-nos não apenas a famosa expressão dos seus fados em que se espelha saudosamente o substrato do lirismo da alma portuguesa mas já, também, o artista prolixo e cosmopolita que se projecta noutras direcções não menos fascinantes.”

Ainda em 1972 produziu e apresentou na Televisão Portuguesa um programa semanal, “Convívio Musical”, por onde passaram grandes nomes da canção portuguesa e internacional.

O EP Carlos do Carmo, pela editora Tecla incluía temas como Duas Lágrimas de Orvalho (d.r./p. Rodrigues), Sou para vós Donde Venho (V. Lima Couto/J. Campos) Canto para não chorar (Armandinho/Stoffel/Andrade), O Fruto Dá a Vida (Luís Miguel d’Oliveira) com acompanhamentos de Fernando Freitas e José Nunes (guitarra) Martinho d’Assunção (viola) e Victor Ferreira (viola baixo).

No ano de 1973 Carlos do Carmo estrear-se-ia no Brasil, país onde afirmaria, anos mais tarde, sentir-se em casa. A primeira vez que cantou no Brasil foi ao lado de Elis Regina, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. A propósito da grande amiga Elis, diria o artista, anos mais tarde: “A Elis foi para mim, a grande cantora da língua portuguesa. Nada se lhe compara. Houve pessoas que atingiram grande nome, gabarito e expressão internacional, mas a Elis Regina era completa. O Brasil, passados estes anos, ainda não reencontrou “a” cantora. Ela era “a” cantora. Não era só o acto de cantar e o acto incrível de trabalhar a palavra e a música em cima do palco, dando-lhe um ar festivo e, ao mesmo tempo, dramático. Elis tinha uma entrega sem limites e uma imensa intuição de saber escolher. Quantos grandes brasileiros, hoje consagrados, foram lançados por ela?! Extraordinária era a sua capacidade de intuir quem era bom. Em boa hora ela o fez. O Brasil, a essa mulher, nunca lhe pagará o que ela lhe deu. Aí está uma mulher que é do tamanho do Brasil.”

Ainda a respeito do Brasil, Carlos do Carmo testemunharia sobre a influência determinante de alguns artistas brasileiros na descoberta da sua vocação: “Comecei por causa do Brasil. Quando tinha oito, nove anos de idade, a minha mãe costumava fazer temporadas no Brasil. Numa das vezes que foi cantar ao Casino da Urca, um velho casino que havia no Rio de Janeiro, ela trouxe discos de 78 rotações, e eram discos de duas figuras que me marcaram imenso e que fizeram gostar de ouvir, apreciar e entrar um pouco no mundo musical com aquele apreço que depois, com o tempo, se vai consolidando e se vai tornando uma arte mais apreciável que todas as outras. É o caso do Luís Gonzaga e do Dorival Caymmi. Foram, por assim dizer, as primeiras pessoas que eu comecei a ouvir cantar e a interessar-me por aquilo que faziam. Portanto, tenho uma ligação muito romântica com o Brasil e ao mesmo tempo profunda porque a marca toda está aí. Por aí é que começou o meu gosto pela música que depois se foi desenvolvendo com outras referências...”

Assinalando o início do Verão, nascia, a 21 de Junho de 1973 o filho Paulo Gil.

Em 1973 é editado, pela Philips, o EP Por Morrer uma Andorinha partindo do tema homónimo da autoria de Francisco Viana e Frederico de Brito e incluindo outras faixas como: Padre Nosso (Armando Freire/Frederico de Brito) A Júlia Florista (Leonel Vilar/Joaquim Pimentel) e Aquela Feia (Júlio Proença/Frederico de Brito). A Direcção de orquestra esteve a cargo do Maestro Jorge Costa Pinto e o acompanhamento à guitarra foi entregue a Jorge Fontes.

No mesmo ano é editado Ferro Velho pela editora Tecla, com orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto. Os temas incluem Ferro Velho (J.M. Serrat/A. O’Neil), Aurora Boleal (F. Tordo/A. Gedeão), Amor Total (N.N. Fernandes e J. C. Ary dos Santos) e Dizer que Sim à Vida (F. Tordo e J. C. Ary dos Santos) com arranjos de Thilo Krasman, Dennis Farnon e Jorge Costa Pinto.

Também pela Tecla seria editado o EP Partir é Morrer um Pouco, igualmente com Orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto, e que icluiria os temas Partir é Morrer um Pouco (A. Santos/M. Barreto), Fado dos Sonhos (Frederico de Brito), Canção de Madrugar (N.N. Fernandes/J.C. Ary dos Santos) e Soneto XIV (F. Guerra/A. Botto) com arranjos de Thilo Krasman e Jorge Costa Pinto.

O EP Carlos do Carmo, Tecla, com orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e arranjos de Dennis Farnon, Jorge Costa Pinto e Thilo Krasman, incluía os temas Canoas do Tejo (Frederico de Brito), Não digam ao Fado (Frederico de Brito), Canção Grata (T.S. Carvalho/C. Queiroz), O Fruto dá a Vida (Luís Miguel de Oliveira).

Segue-se Gaivota, com etiqueta Tecla, divulgando os temas Gaivota (A. O’Neil/A.Oulman) Guardei na minha Saudade (V. Lima Couto/A. Duarte), Fado da Noite (L.Neves/O.Silva) e Rodam as 4 Estações (F. Teixeira/R. Pinto). Com Orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e acompanhamento de guitarras de José Fontes Rocha em Gaivota e Fado da Noite e as guitarras de Carvalhinho e António Chaínho juntamente com as violas de José Maria Nóbrega e Raul Silva nos temas Guardei na Minha Saudade e Rodam as 4 Estações.

Também pela Tecla é editado Carlos do Carmo, Não se Morre de Saudade, com os temas Não se Morre de Saudade (Júlio de Sousa/Popular), A Voz que eu Tenho (V. Lima Couto/ J. Proença) A Saudade Aconteceu (Jorge Rosa/Popular) e Mãos Vazias (J. Bragança/A. Duarte). Os acompanhamentos estiveram a cargo de Francisco Carvalhinho e António Chaínho (guitarra), José Maria Nóbrega (viola) e R. Silva (viola baixo).

Vim para o Fado, com Orquestra dirigida por Jorge Costa Pinto e José Fontes Rocha na guitarra portuguesa, inclui o tema homónimo (Júlio de Sousa), Será Triste mas é Fado (Frederico de Brito) Bairro Alto (C. Neves/F. Carvalhinho) e Já me Deixou (A. Ribeiro/Max).

Em 1973 é publicado Something e Love Story, também numa edição da Tecla. Na contracapa Carlos do Carmo explica os motivos que o levaram a uma gravação noutro idioma: “Duas canções em inglês… E porque não? … O nosso ponto de encontro foi sempre o Fado, é certo. Mas, depois de algumas actuações no estrangeiro concluí facilmente que tenho de fazer uma pequena incursão por idiomas estrangeiros. Pelo inglês, por exemplo. E, desta feita, por duas razões: por se tratar de duas canções que adoro e porque a gravação a nível internacional exige que os artistas portugueses se façam entender fora do mundo português. Para esta estreia difícil escolhi duas canções que considero fora de série: a que ilustra “Love Story” de Francis Lai e cuja versão portuguesa não me agradava. Cantá-la em inglês foi, portanto, intuitivo. A outra é de um homem que a voz autorizada de Leonard Bernstein diz ser “um dos maiores músicos do nosso século”: George Harrison, o mais talentoso dos Beatles. Chama-se “Something” e é já um êxito mundial. Aos que me têm acompanhado devotamente e a quem devo tanto daquilo que sou, desejo que não tenham uma decepção. No fundo, sempre que canto para eles, tento pagar uma pequena parte da dívida que com eles contraí”.

Carlos do Carmo – Êxitos, da editora Tecla, integra os temas Gaivota, Estranha Forma de Vida – o preferido de Lucília do Carmo na voz do filho – Bairro Alto, Por Morrer uma Andorinha, Vim para o Fado, Loucura, A Voz que eu Tenho, Duas Lágrimas de Orvalho, Não se Morre de Saudade, Agora Choro à Vontade, A Saudade Aconteceu e a Rua do Silêncio. A direcção de orquestra coube novamente a Jorge Costa Pinto com arranjos deste maestro, de Thilo Krasman e de Joaquim Luís Gomes. Na guitarra portuguesa, José Fontes Rocha e o Conjunto de Guitarras de Raul Nery, assumem o acompanhamento musical.

Em 1974 , a Tecla editaria o EP Pomba Branca a partir do tema homónimo da autoria de Max e Vasco Lima Couto. Neste trabalho Carlos do Carmo inclui igualmente os temas Menino d’Oiro de José Afonso, Andorinhas (Frederico de Brito e J. Marques) e Bailado (Henrique Rego e A. Duarte). Nos temas Pomba Branca e Menino d’Oiro os arranjos são da autoria de Jorge Costa Pinto (Maestro que tem também a direcção da orquestra a seu cargo) e Thilo Krasman. Em Andorinhas e Bailado, o conjunto de guitarras de Raul Nery acompanha os dois temas cantados.

O álbum Carlos do Carmo, da editora Tecla, editado em 1975, reúne temas como Maria Vida Fria, Bailado, I Giorni dell’Arcobaleno, Los Ejes de Mi Carreta, La Valse à Mille Temps, Andorinhas, Pomba Branca, Menino d’Oiro, Pedra Filosofal, Puedo Escribir los Versos. Uma vez mais, Carlos do Carmo entrega a direcção de orquestra a Jorge Costa Pinto.

Ainda em 1975, o LP Pedra Filosofal é editado, desta feita pela Edisom. Com ilustração de capa integrada por uma fotografia de Augusto Cabrita, aqui se reúnem novamente os temas do disco editado no mesmo ano pela Tecla, Carlos do Carmo.

A Voz que eu Tenho, pela editora Trova é o nome de um EP editado em 1975, numa cuidada edição com ilustrações de Luís Osório e que inclui os temas O Nosso Amor é Livre (Vasco de Lima Couto/Martinho d’Assunção), Cidade Cinzenta (João Dias/Vítor Ramos-Fadi Cigana), Sou da Noite (Vasco de Lima Couto/Max), Tenho a Pátria num Rosto de Criança (Vasco de Lima Couto /Miguel Ramos). O acompanhamento musical esteve a cargo de Raul Nery e António Chaínho (guitarra Portuguesa), José Maria Nóbrega (viola) e Thilo Krasmann (viola-baixo).

Na Primavera de 1976 Carlos do Carmo representa Portugal no Festival da Eurovisão no Schouwburg, em Haia, na Holanda com a canção Uma Flor de Verde Pinho a partir da música de José Niza e letra de Manuel Alegre. Na mesma época, actua para uma plateia de mil pessoas, no auditório do Marriot Hotel de Amsterdão.

Carlos do Carmo, Uma Canção para a Europa, é o nome do LP editado através de uma parceria entre a Movieplay e a RTP, com direcção de orquestra de Thilo Krasmann. Uma vez mais, Carlos do Carmo dá nota dos critérios elevados na selecção de repertórios em temas como Onde é que tu moras (Joaquim Pessoa/Paulo de Carvalho), Estrela da Tarde (Ary dos Santos/Fernando Tordo), Os Lobos e Ninguém (J.L.Tinoco), Novo Fado alegre (Ary dos Santos/Fernando Tordo), No Teu Poema ( J.L. Tinoco), Maria Criada/Maria Senhora (Tozé Brito), Cantiga de Maio (Joaquim Pessoa /Carlos Mendes), Uma Flor de Verde Pinho (Manuel Alegre/José Niza), Lisboa, Menina e Moça (J. Pessoa – Ary dos Santos/Paulo de Carvalho – Fernando Tordo), Meu Nome é Fado (José Manuel Martins). O cuidado posto nos temas cantados trazem-nos novamente um criterioso leque de compositores assumindo os arranjos musicais: Thilo Krasmann, José Calvário, Joaquim Luís Gomes, José Luís Simões, Mike Sergeant.

Em 1976, duas novas edições, da Movieplay e da Crystal, celebram em EP, a canção vencedora do Festival de Sopot: Have a Smile on Your Face. Ambas contemplam o tema homónimo da autoria de Adam Skorupka e Janusz Odrowaz, com o texto inglês redigido por Thilo Krasman, a partir do original Gdzie Tem Swiat Mlodych Lat. Na face B, a Movieplay divulga Carlos do Carmo cantando The Blind Man who Can See e, na edição da Crystal o artista canta I Know an Old Man.

Mais tarde, a editora polaca Poslkie Nagrania editaria um LP de Carlos do Carmo, no âmbito da sua vitória no Festival de Sopot em 1976, justificando: “The fact that we are issuing a record by one of the Festival Sopot 76 – Carlos do Carmo is only too justified. Indeed while in this country he won a lot of fans for himself. There were such words about him in the Festival reviews as: Carlos do Carmo has demonstrated a magnificent viril voice and, above all, a stage maturity conscious of its value… The singer – known also in this country from a few television programmes relayed to us – was born in Lisbon in 1939. He made his first record in 1964, the year which marked also his début in a programme of Lisbon TV. In 1967 he won first prize as the best fado singer, and in 1970 one of his LP’s was declared the best and most popular record of the year. Incidentally he makes his records for the Movieplay Company. His popularity grew very quicly and he soon became the nº 1 singer of his country. In 1969 he made his first tour around Portugal and other European countries, giving concerts in FRG, France and subsequently in Canada. In the 70’s he appeared with equal success in other continents as well: sang in Angola, Mozambique, made a tour of South America, including Cuba. He continues being a frequent guest on the TV and, for a time, he even used to present his own TV programme, entitled “Convívio Musical”. Most of the songs included in his repertoire have been written by Portuguese poets, but he also sings many numbers from the repertoire of Jacques Brel or Frank Sinatra. The style Carlos do Carmo especially favours in Fado (…) Carlos do Carmo is one of the few professional singers who have taken up the tradition of Fado”

No mesmo ano é editado em single um dos êxitos de sempre de Carlos do Carmo: Lisboa Menina e Moça (Joaquim Pessoa-Ary dos Santos/Paulo de Carvalho-Fernando Tordo) com arranjo e direcção de Thilo Krasman. O EP, da Movieplay, contém ainda o tema Estrela da Tarde da autoria de Ary dos Santos e Fernando Tordo com arranjo de Joaquim Luís Gomes. Gravado nos estúdios da Rádio Triunfo, em Lisboa, o som esteve a cargo de José Manuel Fortes. Ainda em 1976 seria editado o tema original do filme Sem Sombra de Pecado, de José Fonseca e Costa, intitulado O Que Sobrou de Um Queixume com direcção musical de José Mário Branco. Integram este EP o fado homónimo de Frederico de Brito e o Fado Penélope de José Mário Branco e Manuela de Freitas e música de J.M. Branco.

Pela mesma época a Philips edita Carlos do Carmo e Don Byas com os temas The Shadow of Your Smile (Mandel/Webster) e I’ve Got You Under My Skin (Cole Porter).

Um Homem na Cidade, editado em 1977 pela etiqueta Trova, celebraria um momento de referência obrigatória na história do Fado, pela afirmação, naquela que é a Voz da cidade, dos poemas concebidos por Ary dos Santos, para um conjunto de inovadoras composições musicais. Com repertórios de Ary ilustrando as músicas de José Luís Tinoco, Paulo de Carvalho, António Vitorino de Almeida, Fernando Tordo, Joaquim Luís Gomes, Moniz Pereira e Martinho d’Assunção, Um Homem na Cidade é, por excelência, o hino ao Fado e à cidade de Lisboa que o viu nascer. Em temas inéditos como Um Homem na Cidade, O Cacilheiro, Fado do Campo Grande, O Amarelo da Carris, Namorados da Cidade, Nova Feira da Ladra, O Homem das Castanhas, Rosa da Noite, Fado Varina, Fado dos Azulejos, Fado da Pouca Sorte e Balada para uma Velhinha, Carlos do Carmo desbravava novos caminhos no horizonte de evolução desta expressão musical.

Em 1978, a Trova edita Os Putos, a partir da letra de Ary dos Santos e da música de Paulo de Carvalho, outro tema que o público viria a consagrar ao êxito absoluto. O Fado de Todos Nós (Jorge Glória e José António Sabrosa) integrava ainda este EP, com acompanhamento musical de António Chaínho e António Luís Gomes (guitarra) Professor Martinho d’Assunção (viola) e José Maria Nóbrega (viola baixo).

Carlos do Carmo com Guitarras é o título de um longplaying da Tecla de 1978, onde se explica na contracapa: “Para acontecer fado, voz e guitarra são companheiros inseparáveis, e senão vejamos: é a frase que se completa na falta da voz sem fôlego; são os vulgares portamentos que se transformam em “gemidos” prolongados; é a invenção do guitarrista que se exprime nas variações sobre a melodia, quando das introduções ou nas partes em que intervém a solo; é o som característico do instrumento que se obtém com unhas artificiais; é, por fim, o talento criador do executante que inspira o intérprete vocal e então o Fado nasce. Neste disco, alguns dos melhores guitarristas contemporâneos: Nery, Carvalhinho, Chainho, José Nunes, Freitas, personalidades bem vincadas, sensibilidades definidas, uma qualidade comum que se lhes encontra: talento indiscutível”.

Ainda em 1978, Dez Fados Vividos pela editora Trova reúne em LP fados de Carlos do Carmo, uma edição que se repetirá no ano seguinte, no Brasil, pela Chantecler e em França, pela Lusica, atestando o êxito do artista junto do público internacional.

Por esse motivo a Philips edita em 1979, no Brasil, o LP Carlos do Carmo, O Maior Intérprete da Música Portuguesa dedicado pelo artista a Chico Buarque “e nele toda a grande poesia e grande música popular brasileira”. Aqui se reúnem temas como O Fado dos Cheirinhos, Por Morrer uma Andorinha, Onde é que tu Moras, Estrela da Tarde, Os Lobos e Ninguém, Novo Fado Alegre, No Teu Poema, Os Ninhos, Kyrie, Maria Criada, Maria Senhora, Cantiga de Maio, Uma Flor de Verde Pinho, Lisboa Menina e Moça, e Meu Nome é Fado.

Ainda em 1979, a Philips edita O Fado dos Cheirinhos integrando o tema homónimo e Kyrie ambos criados a partir das letras de Ary dos Santos e músicas de Fernando Tordo.

Anos 80 Carlos do Carmo ao Vivo no Olympia conhece pelo menos 3 edições diferentes só em 1980, pela Philips. Testemunho da fidelização de um público internacional, são editados na versão inglesa e francesa, dois LP’s- Live at the Olympia, En Public a l’Olympia.

Aqui se incluem as gravações de Abertura, Por Morrer uma Andorinha, Bairro Alto, Um Homem na Cidade, Fado do Campo Grande, Os Putos, Estrela da Tarde, Menino d’Oiro, Uma Cantiga de Amor, Cavalo à Solta, Amélia dos Olhos Doces, Raiz, Redondilha, Os Pontos nos iii, Rosalinda, Tejo que Levas as Águas, Pedra Filosofal, Canoas do Tejo, La Valse A Mille Temps, Lisboa Menina e Moça. Com direcção musical de Pedro Osório, os acompanhamentos musicais estiveram a cargo de António Chaínho (guitarra portuguesa), José Maria Nóbrega (viola) Luc Harvet (acordeão), Guy Pederson (contra-baixo) e Marcel Sabiani (bateria).

Carlos do Carmo, Álbum é o título de um LP editado pela Philips, Polygram no alvorecer da década de 80, integrando os temas Raiz (José Mário Branco), O Madrugar de um Sonho (Frederico de Brito), Lisboa, Cidade de Abril (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho), Maus Tempos (Frederico de Brito), Um Fado (Vítor Martins/Ivan Lins), Retalhos (Ary dos Santos/To Zé Brito), Pequena Serenata Diurna (sílvio Rodriguez/Versão Port. De Ary dos Santos) , Ronda (Armando Leal/José Manuel Alexandre/Roberto e Lúcia/Quirino Monteiro), La Valse a Mille Temps (Jacques Brel), Um Beijo no Futuro (Ary dos Santos/Wlodzimiorz Nahorny). O tema “Retalhos” integraria a banda sonora da série de TV “Retalhos da Vida de um Médico”.

Utilizando a mesma fotografia de Inácio Ludgero para ilustrar a capa, Retalhos/Raíz seria o nome de um EP de 1980, da Philips, também com direcção de orquestra de Pedro Osório e com os temas Retalhos (Ary dos Santos/Tó Zé Brito) e Raiz (José Mário Branco).

Ainda no ano de 1980, em 30 de Abril, Carlos do Carmo integraria o espectáculo Show 1º de Maio, no Pavilhão do Rio Centro, iniciativa promovida pelo Centro Brasil Democrático com a finalidade de angariar fundos para o Encontro Nacional de Músicos, no Brasil. Para uma plateia de cerca de 30 mil pessoas, este espectáculo reuniu, pela primeira vez, no Brasil, o maior bloco de cantores e compositores numa mesma iniciativa. Participaram no “Show 1º de Maio”, ao lado de Carlos do Carmo, artistas como Chico Buarque, Elba Ramalho, Djavan, Alceu Valença, Clara Nunes, Ângela Rô Rô, Beth Carvalho, 14 Bis, Cor do Som, Cristina, Edu Lobo, Fagner, Francis Hime, Frenéticas, Geraldo Azevedo, D. Ivone Lara, Joana, João Bosco, João do Vale, João Nogueira, Kleyton e Kledir, Ivan Lins, Lucinha Lins, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Miucha, Moraes Moreira, MPB 4, Nosso Samba, Olívia Hime, Paulinho da Viola, Roberto Ribeiro, Sérgio Ricardo, Sílvio Cezar, Som Sete, Teca e Ricardo, Viva Voz, Zézé Mota e Zizi Possi.

A 8 de Dezembro de 1980, num espectáculo partilhado com o grupo Trovante, Carlos do Carmo actuava na Holanda, na Festa de Natal da Comunidade Portuguesa. Tragicamente, no mesmo dia, o mundo despedir-se-ia de John Lennon.

Em 1981, o Fado dos Cheirinhos (J.C. Ary dos Santos/Fernando Tordo) de Carlos do Carmo, integraria a banda sonora da novela Os Imigrantes.

Ainda em 1981, Carlos do Carmo recebe o Prémio de Imprensa na categoria Fado.

Saudade de Elis: Assim se chamou a homenagem que uniu Carlos do Carmo, Ary dos Santos, Fernando Girão, José Luís Tinoco e José Niza em 1982 numa edição Philips. “A noite trouxe-nos a notícia: a Elis, nossa amiga morrera nessa tarde de Verão do Brasil. Da necessidade irreprimível de compensar a tristeza na conversa amiga nasceu, nessa mesma noite, o nosso pacto de homenagem. Juntos nos encontrámos depois, pela madrugada; e as canções foram surgindo, canções cruzadas, versos cruzados como quem cruza o Atlântico. O testemunho dessa reunião de músicos, poetas e cantores aqui fica, na forma imediata e comovida em que surgiu: como se pode falar de Elis senão cantando?”. E assim se editaram Elis (Ary dos Santos/ José Niza- J. L. Tinoco) e Diamante (Ary dos Santos e J.L. Tinoco/J. L. Tinoco).

Em 1982, no âmbito dos 25 anos de carreira de Carlos do Carmo a Philips, Polygram apresenta um duplo álbum intitulado A Arte e a Música de Carlos do Carmo que conheceria afinal duas edições diferentes, no mesmo ano. Uma vez mais, ambas as edições oferecem um trabalho de qualidade notável, sobressaindo a divisão temática nas designações conferidas a cada disco: um agrupamento de temas onde Carlos do Carmo canta Na Trova (Por Morrer uma Andorinha, Bairro Alto, Canoas do Tejo, Gaivota, Vim para o Fado) Na Aurora (Um Homem na Cidade, Fado do Campo Grande, Fado Ultramar, Balada para uma Velhinha, Lisboa Menina e Moça), Em Viagem (Chanson d’Antan, Have Smile on Your Face), Pequeña Serenta Diurna, La Valse a Mille Temps, I Have Got You Under My Skin) e No Sonho (Estrela da Tarde, Os Lobos e Ninguém, Menino d’Oiro, No Teu Poema, Retalhos).

Ainda em 1982, recebe os troféus Oh Lisboa! Os Dez Mais e Nova Gente na categoria Fado.

“Do Sul ao Norte, Trovador que canta Província a Província, Carlos do Carmo conta, lírico e lúcido, o País que somos.” Com estas palavras de Manuel da Fonseca se apresenta Um Homem no País, edição da Philips, Polygram de 1984. Com repertórios da autoria de José Carlos Ary dos Santos, estes 13 fados descrevem o País, através dos temas Fado Excursionista (José Afonso), Fado das Amendoeiras (Fernando Tordo), Fado da Madeira (José Luís Tinoco), Fado da Serra (Joaquim Luís Gomes), Fado Lezíria (ToZé Brito), Fado Transmontano (Carlos Paulo) Fado Moliceiro (Carlos Paredes) Fado Manguela (José Mário Branco) Fado dos Açores (Carlos Alberto Moniz) Fado do Trigo (António Vitorino de Almeida) Fado do Minho (Mário Moniz Pereira) Fado Burrico (Paulo de Carvalho) Fado Ultramar (Ivan Lins). José Mário Branco dirigiu a produção e direcção musical.

Um Homem no País viria ainda marcar a história da discografia nacional por se tratar do primeiro Compact Disc editado de um artista português.

O triunfo de Carlos do Carmo, em 1982, no palco da Alte Oper de Frankfurt testemunhava a afirmação, ao mais alto nível, nos circuitos da vida musical europeia. Numa edição de 1983, a Philips, Polygram dava a conhecer a gravação deste espectáculo único, testemunho irrefutável da consagração internacional. Carlos do Carmo brindava o público com Canoas do Tejo, Gaivota, Mouraria, Menor, Dois Tons, Bairro Alto, Duas Lágrimas de Orvalho, O Homem das Castanhas, Os Putos, Fado dos Açores, Fado Lezíria, Fado Transmontano, Fado Manguela, Fado Ultramar e Lisboa Menina e Moça.

Em 21 de Janeiro de 1983 Carlos do Carmo volta a pisar os palcos da Alte Oper de Frankfurt, com Carlos Paredes, e a 23 de Janeiro actua em Hamburgo, no Markthalle, numa iniciativa organizada pelo TFM de Frankfurt. Aos palcos da Alte Oper de Frankfurt voltaria logo no ano seguinte, a 23 de Abril.

No final do ano, a 18 de Novembro, em Lisboa, no Cinema Monumental, Carlos do Carmo apresenta Um Homem no País.

Pelo segundo ano consecutivo, receberia o troféu Nova Gente , na categoria de Fado, testemunho do seu sucesso no território nacional.

Em 1984 actua na Holanda, a 4 de Março, na cidade de Hilversum, para a Rádio Vasa.

Em Abril encontra-se em França, onde actua, a 13 de Abril, na Villa de la Verriere. A 16 de Dezembro de 1984 actua no Palais de La Mutualité, em Paris, no âmbito do Festival dedicado A La Decouverte du Monde Latin. Finalmente, o último dia do ano seria passado no Algarve, no espectáculo de reveillon no Hotel Montechoro.

Ainda em 1984 e pela terceira vez, recebe o Prémio da Casa de Imprensa.

Uma edição de 1985, pela etiqueta americana Henda, intitulada Carlos do Carmo, A Touch of Class compilava os temas, a partir da cedência de direitos pela Polygram e pela Trova, Fado do Excursionista, Por Morrer uma Andorinha, Não se Morre de Saudade, Balada para uma Velhinha, Fado dos Açores, Have a Smile on Your Face, Estrela da Tarde, Chanson d’Antan, Os Lobos e Ninguém e No Teu Poema. A mesma etiqueta publicaria ainda, fenómeno aliás sintomático da popularidade do artista nos Estados Unidos, Os Clássicos de Carlos do Carmo e, em vídeo, Fado com Carlos do Carmo.

Ainda em 1985, a 14 de Outubro, actua com Teresa Silva Carvalho no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, num concerto dedicado aos Fados e Canções de Lisboa.

A 31 de Janeiro de 1986, Carlos do Carmo participa no concerto de homenagem a Jacques Brel - um dos seus ídolos de sempre - no Instituto Franco-Português. Este espectáculo integraria ainda as actuações de Janita Salomé, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Teresa Silva Carvalho, Vitorino, contando ainda com a participação especial de Juliette Gréco.

Carlos do Carmo, Mais do que Amor é Amar, editado pela Polygram em 1986, constitui um álbum igualmente marcante no percurso do artista e na história do Fado, pela adaptação, a um conjunto de fados clássicos, dos textos de dez grandes poetas portugueses, de Bocage e Garrett ao poeta popular Frederico de Brito e a José Saramago. Assim se incluem, no mesmo LP, temas como Aprendamos o Rito (José Saramago/Miguel Ramos), Menor-menor (Ary dos Santos/Maria Teresa de Noronha), À Memória de Anarda (Bocage/Alfredo Duarte) Elegia do Amor (Teixeira de Pascoaes/Alfredo Duarte) Não és Tu (Almeida Garrett/Alfredo Duarte) Por Morrer uma Andorinha (Frederico de Brito/Fado Menor), Quadras ao Gosto Popular (Fernando Pessoa/Popular), A Maria (Antero de Quental/José Marques) Aquela praia ignorada (Pedro Homem de Mello/Frederico de Brito) Carta a Ângela (Carlos Oliveira/Miguel Ramos).

As guitarras de Raul Nery e António Chainho, a viola de José Maria Nóbrega e a viola-baixo de Pedro Nóbrega acompanham Carlos do Carmo, nesta homenagem à Poesia.

No ano de 1988, a celebração de 25 anos de carreira acontece pelos Estados Unidos, Brasil e Europa.

No mês de Janeiro e inícios de Fevereiro de 1988, Carlos do Carmo realiza uma digressão nos Estados Unidos da América, a propósito da celebração dos seus 25 anos de carreira e através da qual actuaria numa série de salas de espectáculos, alguns destes organizados pelo Portuguese American Centre of New York.

Em Fevereiro, já em França, integraria a programação do Festival les Mediterranéenes, no Teatro L’European, onde actua nos dias 17, 18, 19, 20 e 21 de Fevereiro. A seu lado actuam Argentina Santos, Camané, Carlos Zel e Jorge Fernando.

Em 6 de Março de 1988, encontramo-lo na Bélgica, onde actua no Centre Culturel d’Ans, num espectáculo intitulado De Portugal Avec Amour.

Em 12 de Março encontra-se em Zurique, onde actua na sala Kaufleuten, acompanhado por António Chaínho e José Maria Nóbrega.

A 25 e 26 de Março actuaria já na Dinamarca, em duas prestigiadas salas de espectáculo, o Musikhuset Aarhus e a Koncertsalen do Skt. Annae Gymnasium . Em 25 e 26 de Abril de 1988, Carlos do Carmo, actuava no Canecão, Rio de Janeiro, para uma plateia que com ele celebrava 25 anos de carreira no país irmão. Mar Português (Fernando Pessoa/André Luís Oliveira), Bairro Alto (L. Neves/Carvalhinho) O Homem das Castanhas (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho) O Cacilheiro (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho) Canoas do Tejo (Frederico de Brito), Pedra Filosofal (António Gedeão/Manuel Freire), Brasileirinho/Variação (Waldir Azevedo /António Chaínho) Mestre Fado (Fernando Tordo) Um Homem na Cidade (Ary dos Santos/José Luís Tinoco) Menino d’Oiro (José Afonso) Gracias a la Vida (Violeta Parra) Lisboa Menina e Moça (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho) integraram a gravação do LP pela Portugal Musical – Rio de Janeiro. António Chaínho e José Maria Nóbrega acompanharam, uma vez mais, esta Voz Maior do Fado.

Para além do Canecão do Rio, Carlos do Carmo actuaria igualmente no Memorial da América Latina, em S. Paulo, onde seria justamente apresentado como “o pioneiro da renovação estética do fado português”.

No programa pode ler-se, a título de curiosidade, que “na ocasião do lançamento de “Live at Olympia” no Brasil, em 1983, o disco surgiu com uma tarja preta da censura federal proibindo a radiodifusão e execução pública do fado “Os Putos””.

Outro programa, desta feita para o dia 10 de Abril de 1988 em Lagoa, no Brasil, apresenta Carlos do Carmo como “a maior atracção da Europa”.

No Brasil, Carlos do Carmo actuaria nos principais programas de televisão ao lado de Elis Regina, Roberto Carlos e Marysa Matarazzo entre outros, actuando nas melhores salas de espectáculo como convidado especial de Chico Buarque, Milton Nascimento, Dorival Caymi, Ivan Lins, entre outros nomes grandes da música popular brasileira.

Novamente em Frankfurt, ali celebraria ainda as suas bodas de prata artísticas, num espectáculo organizado pela TFM.

Carlos do Carmo, Em Concerto, é o nome de uma compilação da Polygram de 1987, a partir das gravações efectuadas no Olympia e no Alte Opera de Frankfurt.

A 30 de Outubro de 1988, Carlos do Carmo actua no Salão de Congressos da Câmara Municipal de Nanterre, no âmbito de um ciclo designado Quatre-Jours d’Amitié Franco-Portugaise.

A 17 de Dezembro de 1988 preside ao Júri do III Concours de Fado de Paris, no Palace de la Mutualite e, a 18 de Dezembro, em Boulogne, actuaria no Le Jardin du Portugal.

A 4 de Fevereiro de 1989 actua novamente em New York a pedido do Portuguese American Center Inc.

A 7 de Abril de 1989 Carlos do Carmo voltaria a actuar na Dinamarca, no Portugisiske Klub og Det Portugisiske Faelleskab.

De regresso a Portugal Carlos do Carmo actuaria , a 24 de Abril, no Jardim das Canas em Évora, no âmbito das comemorações do XV Aniversário do 25 de Abril. A 9 de Junho actua também no Alentejo, desta feita em Arraiolos, no âmbito das Festas Municipais.

Ainda em Junho de 1989, Carlos do Carmo integra o ciclo Portugal: A Raíz e o Tempo, numa digressão pela Holanda, actuando nas salas Lantaarn de Roterdão, no Teatro Korzo de Haia e no Paradiso em Amsterdão, numa iniciativa organizada pelo “Círculo de Cultura Portuguesa na Holanda/Etnia”. Integraram também este ciclo os artistas António Pinho Vargas e José Mário Branco.

A 29 de Outubro actua em Furth na Alemanha, no Stadttheater.

A associação Finlândia-Portugal levá-lo-ia de regresso à Finlândia para mais um conjunto de espectáculos naquele país, na cidade de Helsínquia, no Teatro Savoy.

A partir da década de 80, as gravações discográficas tornar-se-iam mais espaçadas, como explicaria o próprio Carlos do Carmo. “A partir da década de 80 fui perdendo algum entusiasmo para gravar porque a linguagem das gravadoras alterou-se. Percebi que o mundo do negócio tinha entrado para flagelar tudo e todos e lembrei-me de um conselho que me foi dado há muitos anos. Quando eu comecei a gravar, houve um sujeito que era na época director de repertório da Valentim de Carvalho, chamado Afonso Pozal Domingues, que morreu jovem, mas sabia muito. Foi ele que lançou os Beatles em Portugal. Quando eu entrei para a gravadora sentiu em mim qualquer coisa, não sei explicar. Sentiu necessidade de me explicar isto: “um artista para uma gravadora é uma laranja que se espreme até aos caroços. Não se deixe espremer.” Nunca mais me esqueci. Até hoje, nunca deixei isso acontecer...”

Anos 90 Em 1990, Carlos do Carmo, Que se Fez Homem de Cantar, ainda pela Polygram, integrava, em formato LP, os temas Teu Nome Lisboa (Manuela de Freitas/José Mário Branco), Sonata de Outono (Ary dos Santos/Fernando Tordo) Zé do Bote (João Dias/Mário Moniz Pereira) Mestre Fado (Fernando Tordo) Olhos Garotos (Linhares Barbosa/Jaime Santos) Alfabeto Fadista (Torre da Guia/Paulo de Carvalho) Cumplicidade (Ivan Lins) Pôr do Sol (Manuel Rui/André Mingas) Velho Cantor (Sérgio Godinho) Mar Português (Fernando Pessoa/André Luís Oliveira).

A 28 de Setembro de 1990 Carlos do Carmo actua novamente em França, na Ville de Sarlat, Centre Culturel et dês Congrès, num espectáculo onde é justamente anunciado como “le plus grand chanteur du Fado du Portugal”.

No mesmo ano sofre um acidente em palco, em Bordéus durante o espectáculo, no qual caiu para a primeira fila da plateia, de uma altura equivalente a um primeiro andar. Os jornais nacionais e também os franceses fizeram eco imediato da notícia: Carlos do Carmo estava hospitalizado em Bordéus. O que o público ignorava, porém, era a gravidade do acidente, que se traduziu na fractura de cinco costelas, perfuração da pleura e pulmão esquerdo, para além de seriamente afectados o pâncreas, o rim esquerdo e o baço. “Recuperado, cheio de energia, o Rio de Janeiro foi o local eleito para o regresso.. Em Portugal, foi no Casino do Estoril que se deu o regresso de Carlos do Carmo ao palco. Experiência que o artista diz ter representado um grande desafio ...- Na segunda noite, o silêncio era de cortar à faca. Passados os minutos iniciais, percebi que éramos mil e um fadistas. Eu no palco e mil sentados na sala...”

A 21 e 22 de Março o regresso aos palcos acontece no Casino do Estoril, num espectáculo intitulado Vim Para o Fado e Fiquei.

Em Junho de 1991 encontramo-lo em Estrasburgo, onde realiza um pequeno recital a pedido da FNAC, no dia 12.

A 9 de Outubro de 1991 Carlos do Carmo volta ao Alte Oper de Frankfurt num espectáculo com Erika Pluhar, onde é acompanhado por António Vitorino de Almeida (piano), António Chaínho (guitarra portuguesa), José Maria Nóbrega (viola) e Carlos Bica (Contrabaixo)

A 20 de Dezembro de 1991 actua no Cine-Teatro S. João no Entroncamento, no âmbito do 14º Festival da Canção. A 27 de Abril actua na Alemanha no âmbito do Internationale Maifestspiele Wiesbaden, com Maria da Fé e, a 13 de Outubro actua no Lido Theater.

A 19 de Junho de 1992 no âmbito das Festas Sebastianas’92 Carlos do Carmo actua em Freamunde, para uma plateia muito numerosa que o escuta atentamente. Seguir-se-ia um espectáculo em Évora, no âmbito da Feira de S. João, no dia 24 de Junho.

A 11 de Julho de 1992 Carlos do Carmo actua numa colectividade, SFUPA, acompanhado à guitarra por Arménio de Melo e à viola por José Maria Nóbrega. As colectividades, aliás, foram locais onde nunca deixou de cantar, testemunho da sua abnegação e generosidade.

No início do mês de Agosto actua em Sevilha, integrando a programação cultural da Exposição Universal de Sevilha 92, num espectáculo que decorreu no Consulado de Portugal.

De 14 a 20 de Agosto actua no Teatro Municipal S. Luiz, apresentando Um Homem na Cidade.

Ainda em 1992, no âmbito de uma curta digressão pela Holanda, actuaria nos Casinos de Amsterdão, Scheveningen e Tilburg, esgotando a lotação destas salas.

Em Outubro, em Coimbra, no âmbito do Festival José Afonso, Carlos do Carmo apresenta-se em espectáculo no Teatro Gil Vicente.

A 18 de Novembro de 1992 Carlos do Carmo actua no Palace em S. Paulo para uma plateia repleta, num espectáculo promovido pela Casa de Portugal que teve o apoio do “Consulado Geral de Portugal de S. Paulo”, do “Centro de Turismo de Portugal” e do “Conselho da Comunidade de S. Paulo”.

No mês de Novembro, no Brasil, diversos programas da TV Globo incluirão Carlos do Carmo, como SPJ a 14, Hooperman a 15, Bom Dia Brasil a 16, Filme das 23 horas, no dia 17 e Bom Dia Praça, a 18. Também a TV Bandeirantes, no Jornal da Noite, dará nota da sua actuação no Palace, na véspera do espectáculo.

O mesmo ano vê sair, numa reedição da Playa Sound, o álbum “Um Homem na Cidade” editado em 1977.

A 3 de Julho de 1993, Carlos do Carmo actua em Segóvia, no Âmbito dos X Encuentros “Agapito Marazuela”. No programa, ei-lo apresentado: “Nada define mejor la perfecta conjunción de poesia y música. Ninguna otra canción releja mejor los sentimentos de la gente sencilla.. Pero también es indispensable que el cantante sepa expresar y transmitir esa profundidad. Y ya desde hace anos, nadie lo hace mejor que Carlos do Carmo. Gran músico, pero además: estudioso, en profundidad, de estilos y variantes; analista de los cantantes; meticuloso en las formas; exquisito y elegante en la expresión; acertado en sus acompañantes; dominador en la escena; en definitiva un gran señor...”

Ainda em 1993, pela Playa Sound é editado Um Parfum de Fado, reunindo as faixas do disco “Dez Fados Vividos” editado em formato longplaying em 1978, ao tema “Os Putos”.

Já em Portugal, no mês de Setembro, actua em Vendas Novas no âmbito das Festas do Concelho.

O mesmo ano vê sair a Colecção “O Melhor de Carlos do Carmo”, pelas

Selecções do Reader’s Digest, para comemorar os 30 anos de carreira. Nesta colecção Carlos do Carmo apresenta cada disco, através de um breve testemunho. Sobre “Dez Fados Vividos”: “O que encontro de mais belo nestes fados é ouvi-los serem cantados por velhos e novos, em qualquer lugar, confirmando essa força que é a tradição oral”. A respeito de Um Homem na Cidade a referência ao poeta Ary dos Santos, seu amigo de sempre: “ Os momentos vividos na construção deste disco, a amizade entre os que nele participaram e o modo como tratámos a nossa cidade, justificam plenamente a carreira que escolhi, mesmo que nada mais o tivesse feito...”

A propósito do disco Que se Fez Homem de Cantar diria: “Um dia, à conversa com o Manuel da Fonseca, ele exigia-me que eu escrevesse sobre o Fado, sobre a Bica, bairro onde vivi até me casar; sobre o Bairro Alto onde ganhei a mundividência do Fado, porque teria certamente histórias interessantes para contar...”

A respeito de Um Homem no País, diria Carlos do Carmo: “Sem deixar de pôr a nu as mágoas sentidas de cada região, fica sempre também a vontade firme de a ver melhorar por força da vontade do homem. Para a história da nossa discografia ficará como o primeiro CD editado e produzido em Portugal”.

Sobre Mais do Que Amor É Amar Carlos do Carmo afirma “Ligar os clássicos do fado às poesias imortais, na sublime vontade de unir cabeça, voz e coração numa simples palavra eterna – Amor!”; Finalmente, a propósito de Uma Canção para a Europa pode lêr-se: “Foi mais um privilégio de carreira cantar a Estrela da Tarde, No Teu Poema, O Novo Fado Alegre, a Flor do Verde Pinho, Os Lobos e Ninguém, e ter ainda de bónus a Lisboa Menina e Moça”

Em Janeiro de 1994 Carlos do Carmo actuava em S. Miguel no Teatro Micaelense para um “público feliz pelo privilégio da sua presença... No final estrondosos aplausos tributados de pé e a certeza de que Carlos do Carmo voltará à Ilha..”

Em Fevereiro de 1994, Carlos do Carmo actua num espectáculo que decorreu no Teatro Municipal de Luxemburgo.

No mesmo mês, a 20 de Fevereiro, uma Gala em Montreal no Place des Arts, Salle Willfried-Pelletier, apresenta Carlos do Carmo como única atracção.

A 10 de Março de 1994, na Grande Gala dos Prémios Casa de Imprensa para o ano de 1993, Carlos do Carmo recebe o Troféu representativo da melhor Voz do ano.

A 24 de Abril de 1994, Carlos do Carmo actua em Santiago do Cacém, no âmbito das comemorações do 25 de Abril. A 30 de Julho regressaria a Santiago para uma actuação no auditório da Praça do Bocage.

A 11 de Junho de 1994 encontra-se em Joannesburgo num Sarau Cultural promovido pela Embaixada de Portugal na África do Sul.

A 17 de Junho do mesmo ano é a grande atracção da Gala organizada pelo Caesar Park Penha Longa , fazendo-se acompanhar por Arménio de Melo, José Maria Nóbrega e José Elmiro.

No Verão de 1994 encontra-se em Genebra, onde actua ao lado de Carmen Linares num espectáculo que reuniu Fado e Flamenco, na Alhambra, a 17 de Agosto e que decorreu no âmbito do Festival de Geneve.

A 28 de Setembro, nos Estados Unidos, Carlos do Carmo actuaria no Ritz Carlton Hotel, em Chicago, num programa intitulado “An Evening in Portugal: A Celebration of Friendship, Possibilities and Opportunities”

A 30 de Abril de 1995, Carlos do Carmo participa na homenagem ao grande poeta e amigo José Carlos Ary dos Santos. O maestro Vitorino de Almeida e Fernando Tordo marcaram igualmente presença nesta festa que decorreu na colectividade do grupo A Voz do Operário, em Lisboa.

A 26 de Outubro desse ano desloca-se ao Brasil para mais uma actuação no Memorial de S. Paulo.

Em Novembro de 1995, participa no programa de televisão da RTP Noite de Reis, com António Vitorino de Almeida, Argentina Santos e Gil do Carmo, fazendo-se acompanhar de José Fontes Rocha, Ricardo Rocha (guitarra portuguesa), José Elmiro (viola), e José Maria Nóbrega (viola baixo). Em 1996 é editado o Compact Disc Margens, testemunhando a vontade continuada de experimentar novos caminhos, desta feita em parceria com o amigo José Luís Tinoco: “Sou amigo do José Luís Tinoco, há muitos anos.. A loucura emana em conjunto. E a grande cumplicidade cria-se através dessa grande loucura que está solta, porque há liberdade através da amizade. Não estamos a fazer aquela cerimónia que condiciona a criatividade.. Identifico-me e colo-me ao autor, o José Luís Tinoco, um homem de grande talento. E procurei fazer a ponte entre o seu sentir e o canto... Da minha discografia foi o que me esgotou mais fisicamente...Muitas pessoas dizem que tenho 56 anos e devia gravar um disco de fados tradicionais. Mas isso só acontecerá quando me apetecer. Estou permanentemente inquieto. Musicalmente está quase tudo em aberto. E poeticamente é um grande veículo para a língua portuguesa. É claro que arrisco. E, repito-me, não seria para mim tão saboroso um disco do Carlos Gardel se o Astor Piazzola não tivesse existido. Ele puxou para cima os contornos da tradição. Com o Fado isto é fundamental. É preciso que se soltem os nossos Piazollas. Não gosto do nosso bota-abaixismo. É preciso cultivar a auto-estima e compreender que a lingua portuguesa vale a pena.”

A propósito de Margens , com seis fados e seis canções, todos musicados por José Luís Tinoco que assinou também alguma das letras, Carlos do Carmo afirmaria ser um trabalho de autor, em que o papel daquele compositor foi marcante. As letras cantadas seriam maioritariamente da autoria de António Lobo Antunes - que se iniciava no Fado a convite de Carlos do Carmo - de Pedro Tamen e Dinis Machado. A cumplicidade de Tinoco e Lobo Antunes, reflectiam-se, assim, numa reforçada paixão de Carlos do Carmo por Lisboa, numa maturidade interpretativa que assim persistia em cantar português .

No mesmo ano, Carlos do Carmo realiza um grande concerto com Camané, na prestigiada sala Vredenburg Muziekcentrum de Utrecht, na Holanda.

No mesmo ano, Carlos do Carmo participaria igualmente no álbum Tempo de Pedro Abrunhosa. A este respeito afirmava ainda, para o mesmo jornal: “fez-me o convite para gravar uma canção dele para o seu disco, com um arranjo lindíssimo para o Opus Ensemble.. Quero agradecer-lhe publicamente e dizer o quanto gosto dele: um grande compositor e uma pessoa de bem..”

Em 1997, Carlos do Carmo actua em Pontevedra, no Teatro Principal, a 4 de Março, num ciclo dedicado às Músicas do Mundo.

Dias depois, apresentar-se-ia em Segovia na Iglesia de San Justo (8 de Março) integrando um ciclo de concertos intitulado Juglares en Segovia organizado pela Fundacion Don Juan de Borbon.

Ainda em Março de 1997, nos dias 21 e 22 apresenta-se no Algarve, para uma Gala no Hotel Algarve Casino.

No dia 24 de Abril, num espectáculo promovido pela Câmara Municipal de Cascais, Carlos do Carmo apresenta-se em espectáculo no âmbito das comemorações do 23º aniversário do 25 de Abril de 1997.

A 7 de Junho de 1997, com Ivan Lins, o Irmão brasileiro, integra um espectáculo transmitido em directo de S. Paulo, com transmissão pela RTP Internacional, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas.

A 21 de Junho, na Embaixada de França, Carlos do Carmo apresenta-se em espectáculo com Maria Ana Bobone, integrando o programa da Fête de La Musique. Em Setembro de 1997 uma Gala de Fado no Casino de Montegordo teria Carlos do Carmo como a principal atracção.

A 5 de Outubro de 1997 inicia a série de 26 programas transmitida pela RTP Internacional e pela RTP África intitulada Carlos do Carmo a convite daquela estação televisiva, no ano em que comemorou os 35 anos de carreira.

A 27 de Outubro de 1997 Carlos do Carmo actua novamente no Canecão, no Rio de Janeiro, ao lado de Ivan Lins, para uma plateia esgotadíssima que, uma vez mais, o recebeu entusiasticamente.

A 3 de Novembro de 1997, num espectáculo também com a presença de Ivan Lins, Carlos do Carmo actua em Curitiba, Brasil, no Theatro São Pedro, no âmbito do Vinho do Porto Festival. Numa entrevista a um diário brasileiro pode ler-se “Desde 1972 que Carlos do Carmo vem ao Brasil e já recebeu inclusivamente o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro. Diz-nos Carlos do Carmo – Cresci ouvindo Luiz Gonzaga, Dorival Caymi, Nora Ney e Sílvio Caldas. Elis é a maior cantora brasileira”

O ano de 1997 foi ainda marcado pela emblemática atribuição, por Sua Excelência o Presidente da República, do grau de “Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, concedendo-lhe as honras e o direito ao uso das insígnias que lhe correspondem, dado na Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas em 4 de Setembro de 1997.”

A 19 de Fevereiro de 1998, a Universidade de Lisboa apresentava uma noite de Fado com Carlos do Carmo e João Braga.

É comissário da programação do palco de Fado na Exposição Mundial de Lisboa – Expo 98. Durante quatro meses, pela mão de Carlos do Carmo, por aquele palco passaram dezenas de intérpretes e instrumentistas.

Em Espanha, no mês de Abril, realiza uma digressão por algumas cidades espanholas, e na qual visitará Coruña (Palácio dos Congressos, dia 17), Murcia (Teatro Romea, dia 22), Madrid (Centro Cultural de la Villa, a 24) e Valladolid ( Sala Angibú, a 2 de Maio).

A 9 e 10 de Maio, encontra-se novamente em França, para realizar, defronte a uma plateia sempre repleta, duas galas no Olympia de Paris, intituladas Carlos do Carmo, Prestige du Fado.

Ainda durante o ano de 1998 foi consultor da Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa, impulsionando muitíssimo a criação de um espaço que correspondia a um seu sonho antigo.

A 9 de Julho de 1998, de regresso a Portugal realiza o espectáculo No Tejo me Confesso, no Mosteiro dos Jerónimos, no âmbito do 8º Festival de Música dos Capuchos.

A 20 de Julho de 1998 Carlos do Carmo recebia “Por su Brillante Trayectoria Profesional y Humana”, um troféu da Federación Iberolatinoamericana de Artistas Intérpretes e Ejécutantes.

A 8 de Agosto de 1998 actua nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no âmbito das Festas da Batalha.

No mesmo mês, no dia 22, encontra-se em Tudela, no Teatro Gertambide, onde promove o espectáculo de encerramento do ciclo Sonidos del Mundo integrado no Festival de Navarra.

Durante 1998 prosseguiram as transmissões televisivas do programa Carlos do Carmo que teve início a 5 de Outubro do ano anterior e se prolongaria por mais de 30 emissões. Assumindo deliberadamente um tom intimista, o directo da emissão televisiva levou ao contacto com as diferentes comunidades de portugueses nos mais diversos países, numa manifestação de “portugalidade” no sentido mais positivo do termo. De Outubro de 1997 a Fevereiro de 1998, Carlos do Carmo tinha já realizado programas em directo do Rio de Janeiro (em casa de Ivan Lins), em Buenos Aires (uma emissão sobre o fado e o tango, com a presença da viúva de Astor Piazzolla e do melhor cantor argentino de tango da actualidade, Raul Lavié) em Caracas (no Centro Português com a participação de nomes famosos da música venezuelana) e em Lanzarote nas Canárias (em casa de José Saramago, com uma mensagem gravada do Presidente Jorge Sampaio e a presença dos cantores espanhóis Luís Pastor Pedro Guerra e de Manuel Freire).

Pelos programas feitos a partir de Lisboa, no estúdio 4 do Lumiar, passaram personalidades e artistas como Moniz Pereira e Rosa Mota (tema: portugueses de sucesso no desporto), Vasco da Graça Moura, Maria da Fé e Rui Barros (programa dedicado à cidade do Porto), José Hermano Saraiva, Isabel Silvestre e Bonecos de Santo Aleixo ( história e património cultural), Janita Salomé, Maria Valejo e José Quitério (Alentejo e gastronomia) Carlos Cruz, Júlio Isidro e Dulce Pontes (apresentadores de televisão e descoberta de novos talentos). As fadistas Argentina Santos , Margarida Bessa, Maria Armanda e Maria da Graça (fado no feminino, homenageando Amália Rodrigues, Lucília do Carmo e Hermínia Silva), os fadistas João Braga, Camané e António Rocha (fado no masculino, com a recordação de Alfredo Marceneiro, Manuel de Almeida e Carlos Ramos) também passaram pelo programa assinalando momentos inesquecíveis.

Num outro programa dedicado ao Teatro Rui de Carvalho e Maria do Céu Guerra interpretaram excertos do Auto da Barca do Inferno e de Maria Parda; Raul Solnado e Helena Isabel contaram histórias das suas carreiras e, no final, cantaram os quatro uma inesquecível desgarrada... Com efeito, apesar de preparado com todo o rigor e profissionalismo – uma das características a que Carlos do Carmo, sem cedências habituou o seu público – tinha também algo de improviso genuíno, decorrente do ambiente criado e da inspiração do momento. Com efeito, a improvisação aconteceria também nos programas em que foram convidados Paulo de Carvalho e Fernando Tordo, ou ainda num momento emocionante de evocação de Ary dos Santos. No dia 12 de Abril, António Victorino de Almeida e Jorge Sampaio foram os convidados de mais uma emissão deste “programa de afectos” nas palavras do próprio Carlos do Carmo.

No final do ano de 1998, Carlos do Carmo realiza um duplo concerto de comemoração dos 35 Anos de Carreira no grande auditório do Centro Cultural de Belém, nos dias 10 e 11 de Dezembro.

Ainda em 1998, recebia o Globo de Ouro de Excelência e Mérito Sic 98, numa homenagem, transmitida em directo, que distinguiu todo um percurso biográfico e artístico em prol da cultura portuguesa.

Em 1999, Carlos do Carmo encontrar-se-ia novamente em Paris, desta feita no Salon Musicora, integrando o ciclo de concertos Jazzmuch, na temporada 1998/1999.

No dia 3 de Março, no Teatro Principal de Compostela, concelho de Santiago, um espectáculo de Carlos do Carmo reúne novamente o artista ao seu público espanhol. A este respeito noticia a imprensa “Com sus cinquenta e tantos anos imos reencontrarnos cun grande señor da escena, elegante, sobrio e sabio, moi sabio e coñecer e se expresar..”

No mesmo ano é o coordenador da maior colecção jamais publicada sobre Fado, Um Século de Fado, através da editora Ediclube, uma antologia que viria a reunir 7 volumes, uma colecção de CD’s e de Vídeos, com o que de melhor se fez no Fado em Portugal.

A 10 de Setembro de 1999 é o convidado da Gala promovida pela Casa da Ribeira, em Marco de Canavezes, uma iniciativa promovida por Espírito do Douro 99. A 3 de Novembro, na Aula Magna de Lisboa realiza o espectáculo “Lisboa como te Quero”, na abertura do Ano Académico 1999/2000 pela Universidade de Lisboa.

Em Dezembro, a Casa de Portugal do Rio de Janeiro, Brasil, convida Carlos do Carmo para o espectáculo de apresentação dos Sucessos de 35 Anos de Carreira.

Anos 2000 Em Fevereiro de 2000, Carlos do Carmo é o convidado de honra de uma conferência intitulada Falando de Fado, no Centro de Cultura da DGCI.

Em Março do mesmo ano, testemunho da sua efectiva solidariedade, do seu apego às boas causas, realizaria um espectáculo cujas receitas reverteriam a favor da recuperação do imóvel arquitectónico de “A Voz do Operário”. As gentes de Lisboa, dos bairros históricos da cidade, ali acorreram em massa para ouvir a Voz que se consagrou aos grandes palcos do mundo inteiro.

Ainda durante o ano 2000, colabora em várias acções promocionais da colecção Um Século de Fado, editada pela Ediclube.

Em Outubro de 2000, Carlos do Carmo realiza um duplo concerto de comemoração dos 35 Anos de Carreira no grande auditório do Centro Cultural de Belém. No Diário de Notícias de 12 de Dezembro, podia ler-se: “ O público deixou-se ir na cumplicidade com o cantor, entoando refrões (...) e aplaudiu muito, muitas vezes durante as duas horas do espectáculo, ao ponto de Carlos do Carmo se queixar de tanto mimo (...) Mas a vida de Carlos do Carmo é de uma total simplicidade: ele canta e o público aplaude...”

2001 Em 2001, o regresso ao palco acontece no dia 14 de Setembro, no salão Preto e Prata do Casino Estoril, perante uma casa cheia, saudosa da Voz da cidade que o escuta emocionada.

Ainda durante o ano de 2001 recebe, pela Sociedade Portuguesa de Autores, o prémio Consagração de Carreira.

Em Novembro, Carlos do Carmo encerraria as conferências do I Colóquio Internacional de Fado organizado pela Câmara Municipal de Lisboa através da Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa, um espaço museológico que sempre acarinhou. A mesa redonda que fechou o ciclo de conferências, foi integrada por investigadores como Prof. Rui Vieira Nery, José Ramos Tinhorão, Miguel Angel Vera e Amina Alaoui, num debate superiormente dirigido por Carlos do Carmo.

2002 Em 9 de Fevereiro de 2002 actuou no Teatro Camões, no âmbito do III Festival das Músicas e dos Portos.

Ainda em 2002 , com etiqueta Universal, Carlos do Carmo oferece ao seu público Nove Fados e Uma Canção de Amor, o seu mais recente trabalho. Invariavelmente, também este disco lhe valeria um prémio, desta feita o Globo de Ouro da estação televisiva Sic, premiando o melhor disco do ano.

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